Fanzine Brasil

quarta-feira, 1 de maio de 2019

LOVE: O ÁLBUM REVOLUCIONÁRIO DO THE CULT

Por: Vannucchi

O The Cult teve uma carreira bem sucedida e, no geral, todos os álbuns de estúdio que lançaram são elogiáveis. O "Love", de 1985 é o mais popular da discografia e obteve grande sucesso comercial, tendo vendido mais de dois milhões de cópia. Acredito que a popularidade se justifica na qualidade sonora, pois o vejo como o grande álbum da carreira do The Cult e, certamente, um dos mais interessantes dos anos oitenta.

Billy Duffy e Ian Astbury, os grandes nomes do The Cult.
O álbum possui um total de dez faixas, que em conjunto criam uma atmosfera magnífica e inigualável. Dentre tais encontram-se as clássicas "Revolution" e "She Sells Sanctuary". O The Cult é uma banda autêntica e diferenciada e creio que o "Love" retrata muito precisamente esse aura peculiar da banda. Ian Astbury e Billy Duffy são os grandes destaques desse trabalho sonoro descomunal: o primeiro, encanta com sua voz sublime enérgica e poderosa e com suas composições líricas esquisitas e enigmáticas; o segundo, por sua vez, brilha na guitarra, dando ao instrumento uma verdadeira "voz" que em certas faixas se sobressai como sendo o principal elemento compositor - é o que ocorre, por exemplo, nas duas músicas clássicas e famosas citadas no início deste parágrafo, nas quais o som da guitarra é cativante. Além desses integrantes, os outros membros da banda, certamente também merecem ser exaltados, afinal, o "conjunto da obra" funcionou muito bem e não a toa, o "Love" se tornou um disco lendário e inigualável. Enfim, é um álbum que consegue ser dançante, entusiasmante e também incrivelmente trágico e soturno. Passeia por várias esferas do sentimento humano, conduz nosso espírito para terras diversificadas... é como um livro de poesias capaz de nos levar ao deslumbre dos mais diversos deleites.

O "Love", por si, vale a carreira inteira do The Cult, embora felizmente a banda tenha muitos outros materiais de qualidade para oferecer. É válido citar que há quem critique a drástica mudança de postura do "Love" para alguns trabalhos seguintes nos quais a guitarra se torna mais acentuada e a banda assume uma postura musical, digamos, mais voltada ao Hard Rock. Eu, no entanto, jamais achei que isso foi um problema ao The Cult. Muito pelo contrário, penso que foi uma virada de chave importante e bem feita na carreira da banda e acredito que seja um erro tentar desqualificá-los por conta disso, tal como algumas pessoas fazem. Geralmente esse tipo crítica é feita por góticos aficionados por mesmices sonoras e que, talvez, nunca tenham perdoado Ian por ter rumado do sombrio Southern Death Cult para o aventureiro The Cult. Mas Ian tinha muito talento para se estagnar num único gênero musical. 

O "Love" é um dos álbuns mais memoráveis dos anos oitenta.

2 comentários:

TwitterFacebookRSS FeedEmail