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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

REAL LIFE: A OBRA-PRIMA DO MAGAZINE

Por: Vannucchi

O Magazine é uma das várias bandas brilhantes provindas de Manchester (terra natal de outros mitos, como o Joy Division e o Buzzcocks). Seus primeiros passos foram dados no ano de 1978, mesmo período em que lançaram sua primeira produção de estúdio, o Real Life, que até hoje é um dos álbuns mais icônicos de todos os tempos devido à sua unicidade, afinal, não há nenhuma outra produção que soe como ele - nem em sua época, nem posteriormente. O Real Life não é o tipo de álbum clichê, no qual encontramos “mais do mesmo” e suas músicas tomaram um caminho oposto ao que era produzido naquele período no qual, muito gradualmente, o Punk Rock perdia força no cenário musical. Assim sendo, é difícil de categorizar o álbum, pois ele não se enquadra diretamente nos moldes do Punk Rock, nem do universo Dark, nem do Pop, nem do glamour da New Wave. E eis que é neste aspecto que reside o seu grande valor: na criatividade, no fato de que, em essência, ele escapa aos padrões estabelecidos. De certa forma, o Real Life é um álbum experimental e nada ortodoxo, que uniu cinco músicos muito bons, no momento exato do tempo e espaço em que eles estavam inspirados e em plena sincronicidade.



Em termos gerais, a sonoridade do Real Life parece ser arquitetada com base numa estranha herança indireta do Punk Rock, com alguns elementos psicodélicos, que se desdobram em resultados geniais. Lembremos que a banda possuía um dos maiores guitarristas daquele período, que era o escocês John McGeoch, que mais tarde se tornaria uma lenda do Pós-Punk e se eternizaria especialmente por sua colaboração com a banda Siouxsie & The Banshees. As melodias por ele tocadas em alguns momentos do Real Life remetem ao Punk, mas em algumas faixas, soam de uma maneira mais sombria e introspectiva, se afastando em definitivo das raízes do Punk Rock. McGeoch acompanhou de maneira magnífica os caminhos vocais de Devoto, o frontman da banda, o grande maestro que conduziu o álbum através de suas letras abstratas e sua voz vigorosa. Barry Adamson era quem comandava o baixo. Ele estava dando seus primeiros passos no universo musical e não dominava seu instrumento, porém, fica evidente que cumpriu sua função de maneira espetacular. O baterista era Martin Jackson, que fez um ótimo trabalho, digno de reconhecimento, mas que sairia do Magazine após o lançamento do Real Life. Dave Formula, o tecladista da banda, foi o responsável pela aura parcialmente psicodélica que permeia no álbum. Era, como dito anteriormente, a junção perfeita, para um trabalho perfeito. Como resultado dessa harmonia entre estes cinco verdadeiros artistas, cada uma das faixas do Real Life representa uma passagem para uma viagem intensa, que leva o ouvinte para universos desconhecidos e fantásticos. Não há como deixar de citar o hit de grande destaque do álbum, que é a terceira música, a aclamada “Shot By Both Sides”, cuja criação antecede a formação do Magazine, e contou com participação de Pete Shelley, outro músico notável. Esse foi o primeiro single da banda, lançado alguns meses antes do Real Life vir á tona. Era um prelúdio da obra-prima que estava prestes a surgir!

O Real Life é definitivamente um álbum lendário. Da primeira música até a última, esta vanguarda garante uma série de sensações estranhas e fascinantes. Depois desta produção atemporal, o Magazine também lançou mais um álbum nos anos 70 e dois outros no inícios dos anos 80. Todos qualificados e elogiáveis, mas com exceção do segundo - “Secondhand Daylight”, de 1979 -, distantes de oferecer a magia do Real Life.

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