Organização: Juliana Vannucchi.
Colaboração: Camilo Nascimento
A floresta amazônica, em suas tantas dimensões possíveis, é o tema da exposição deste ano. Os artistas convidados para participar do projeto, tiveram liberdade para explorar, através de suas próprias linguagens, os inúmeros elementos que compõem a floresta e suas ricos aspectos, tais como sua variada biodiversidade (águas, plantas, rochas, animais), os povos originários da região, crises ecológicas, etc.
Nossa intenção é homenagear poeticamente a floresta que, certamente, é uma das maiores honras do nosso país. É importante esclarecer que este projeto carrega também um pano de fundo crítico que leva em conta as diversas ameaças que assolam esse importante espaço, prejudicando as espécies locais e comprometendo sua paisagem.
Entendemos que a floresta amazônica é um solo sagrado. Um verdadeiro templo de mistérios e encantos nos quais sonhos e realidades se confundem. Suas dádivas são vitais para qualquer indivíduo, de qualquer canto do globo, e talvez representem uma fresta de esperança para um futuro mais harmônico e pacífico.
Vale lembrar ao visitante que nossa exposição é movida pela militância artística: nunca nos esqueçamos de lutar pela conservação da floresta e de nos posicionar contra as diversas agressões que ela vem sofrendo nos últimos anos. O compromisso ecológico é de todos nós. Convidamos Big Paul Ferguson, ilustre baterista do Killing Joke, para refletir a respeito da importância de exposições artísticas como esta e para meditar sobre o significado da militância em prol da floresta amazônica. O músico britânico, nos disse as seguintes palavras:
"Nunca estive na Floresta Amazônica. Talvez eu nunca esteja. Meu próprio país já foi densamente coberto de árvores, muito antes do meu tempo, e estava cheio de vida selvagem há muito desaparecida. Mas quando eu era criança adorava a floresta, era algo mágico. Fiquei triste ao vê-la diminuir lentamente, ano após ano, à medida que as árvores davam lugar às necessidades humanas. Subúrbios, estradas, lojas, crescimento humano e a necessidade de conforto prevalecendo sobre a natureza que alimenta a alma e a abundância de formas de vida. As árvores quase desapareceram agora. Uma tragédia, não para mim, mas para a diversidade da vida.
Parece que não nos importamos o suficiente com os animais em nossa crença de que reinamos supremos e que a ciência e a pecuária industrial são suficientes para nos sustentar. Uma vez que o crescimento antigo se foi, ele não pode ser substituído e agora sabemos o suficiente para perceber a importância dessa maravilha da natureza. Então, como podemos permitir que empresas comerciais privem as gerações futuras do que é conhecido como o pulmão do planeta? Como isso pode ser tolerado? Com toda a degradação ambiental que os humanos estão infligindo ao nosso planeta, talvez seja ingênuo pensar que a ganância pode ser restringida pela consciência. Ou que a empresa comercial jamais terá a clarividência de reconhecer que nunca compreenderemos toda a complexidade da vida. Salve a Floresta Amazônica. Pare as incursões".
TELAS E EXPOSITORES
Terras Indígenas
(Thiago Rocha)
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Resiliência
(Ana Duarte)
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Dança das Cataratas do Jardim
(Alejandro Gomez)
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Distopia
(Erica Iassuda)
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Terra Amada, Gigante do Mundo
(Edelcio Ipanema)
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Nome popular: Tucano. Nome científico: Ramphastos tocco
(Carla C. Andrade Oliveira)
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Pensamentos
(Carlos Zabala)