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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

UM PANORAMA HISTÓRICO DO UNIVERSO ARTÍSTICO DE ANGÉLICA LIMA

 Por Juliana Vannucchi

Angélica Lima, nascida em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, atualmente é uma das personalidades artísticas mais prestigiadas de Sorocaba, e uma das grandes responsáveis por alimentar o insaciável e fértil fogo da arte local, com o qual ela contribui ao realizar um trabalho artístico intenso e de alcance multidisciplinar. Esse reconhecimento que hoje Lima possui na região de Sorocaba, foi conquistado a partir de muita luta, determinação e talento, sendo que toda e qualquer dificuldade surgida no decorrer de sua trajetória foi vencida pela força que a artista extraiu de sua mente inquieta e criativa, que sempre a preencheu com ideias extraordinárias que foram caprichosamente, acolhidas e gravadas em papéis, camisetas, bottons e adesivos. Esse vasto universo artístico de Lima, ganha vida a partir do uso de técnicas notavelmente diversificadas, como a aquarela natural, o guache – que muitas vezes conta com a finalização refinada do lápis de cor -, ou, enfim, as variadas técnicas mistas que a ilustradora explora com maestria.

“A intenção das minhas aquarelas de fauna e flora é levar o espectador a acessar sua criança interior".
 

A arte invadiu o coração de Angélica ainda na tenra idade e, desde a infância, a artista sempre teve afinidade com o desenho, sendo que até hoje, carrega lembranças do significado da arte nessa época precoce de sua vida. Lima mudou-se para Itapevi quando ainda era nova e foi lá que passou a maior parte de seus anos. Recorda-se de rabiscar a carteira da escola, de admirar as aulas de educação artística que envolviam pintura, desenho e recorte e da amorosa afeição e familiaridade que possuia com essa área, o que fazia com que muitos colegas solicitassem sua ajuda durante as aulas: “Eu era uma aluna um tanto preguiçosa, não gostava de estudar desenho, apenas desenhava o que me dava vontade ou algo que envolvesse alguma referência específica que me interessasse”. Angélica contou que no ambiente em que cresceu, a conquista de uma carreira profissional estável após a conclusão dos estudos, era a grande prioridade e, nesse âmbito, a vida universitária era pouco incentivada: “A mentalidade era arrumar um emprego e seguir a vida. Faculdade era algo muito difícil de se obter, então eu nem nutria expectativas nesse sentido e, além disso, não me considerava uma pessoa muito inteligente ou com capacidade para o mundo acadêmico. Apesar de ter tido boas notas no período escolar, as provas me deixavam nervosa. Por fim, ao me formar, aceitei esse destino convencional e simplesmente comecei a vida em empregos bem comuns”. A Fortuna, no entanto, guardava outra rota para a jovem de Itapevi, mesmo que ela ainda não soubesse disso. O fato é que, após concluir os estudos, Angélica ingressou no mercado de trabalho, que parecia ser o único caminho possível e, durante um tempo, ocupou vários cargos diferentes. Foi atendente em rede de fast-food, ajudante geral, trabalhou em cozinhas de restaurantes populares e também no escritório de uma metalúrgica. Nesse último emprego, porém, algo diferente aconteceu, pois Lima, em meio aos esforços e desgastes profissionais do cotidiano, conseguia encontrar um pouco de tempo para desenhar: “As pessoas com as quais eu trabalhava viam minhas ilustrações e perguntavam por que eu não trabalhava com isso”. Esse tipo de questionamento a influenciou de alguma maneira e, então, Lima passou a fazer cursos na área e, gradualmente, entregou-se cada vez mais ao universo da arte, que era a rota verdadeira e inevitável de sua vida. A Fortuna cumpria seus planos. A esse respeito, se recordou: “Primeiro fiz um curso livre, depois técnico e por fim, a faculdade. E assim fui me formando como artista, durante longos dez anos”. Nesse sentido, Lima também refletiu: “Na realidade, só tive coragem de aceitar o título de artista há alguns anos atrás, mas confesso que essa palavra ainda engasga um pouco para sair. A síndrome do impostor é muito presente entre os artistas, embora hoje eu esteja ciente de que sou uma artista visual, ilustradora e autora de livros infantis”.

As produções artísticas criadas por Angélica Lima portam um potencial catártico enérgico, que as torna elogiáveis e absolutamente dignas de admiração.

Desde então, Lima permaneceu focada na arte e, gradualmente, seu paraíso artístico foi se consolidando e ocupando um espaço cada vez maior em sua vida, até se transformar numa verdadeira empreitada profissional. Porém, embora atualmente trabalhe diretamente com suas produções, a jovem entende que, por vários motivos, o mercado de trabalho nessa área é instável e bastante desafiador: “Eu vim da periferia da grande São Paulo, mais precisamente de Itapevi e, por isso, na minha juventude se eu não tinha nem como sonhar com uma faculdade, imagina ter acesso a arte? E o mercado é muito complicado porque normalmente exige, de alguma forma, que a arte seja um produto e quando se é artista é difícil lidar com isso, porque aquilo que nós queremos fazer, a ideia que surge para nós, não é, necessariamente, o que vai ser vendido”.

No entanto, apesar dessas tantas barreiras mercadológicas destacadas por Angélica, gradualmente e cada vez mais, ela encontra espaços culturais e oportunidades que a permitam apresentar sua arte ao mundo. Lima já teve, por exemplo, alguns de seus trabalhos de aquarela expostos no Espaço Cultural Mário de Andrade, em Santana de Parnaíba, também já viu seu trabalho ser apresentado numa exposição do Espaço da Cultura, em Jandira, marcou presença em feiras de arte e artesanato do ateliê Revoada, situado na Vila Mariana, esteve na Feira Gibicon, no Butantã, e em Sorocaba viu suas obras na exposição "O jardim de Joana", no espaço cultural do Shopping Pátio Cianê, além de ter participado da Feira Colabora, da Feira Beco do Inferno e de outras atividades. Ademais, o sucesso de suas produções artísticas rompeu as fronteiras de nosso país e atualmente Lima tem algumas obras originais e cópias autorizadas no exterior. E cabe dizer que a bagagem e a contribuição cultural de Angélica Lima está além da pintura. A jovem artista também aventura no campo literário e tem dois livros infantis publicados. O primeiro chama-se "Raul, o Coelho" e o segundo, lançado recentemente, intitula-se "Niel Comeu Amora".

Mas apesar de tantas realizações e conquistas, Lima entende que ainda não construiu um legado artístico propriamente dito e, em relação a isso, de maneira humorada, refletiu: “Eu brinco dizendo às pessoas que compram minha arte, para que elas torçam para eu morrer drasticamente e de uma forma polêmica, para que a obra se torne cara. O sarcasmo mórbido e um dos meus defeitos. Outro defeito é não acreditar em mim mesma, por isso, para mim, é desafiador pensar nesse conceito de legado. Ainda sinto um certo desconforto ao me autointitular como artista”. No entanto, apesar dessas incertezas e dúvidas, uma coisa é certeza no coração de Lima. Trata-se o efeito que espera que sua arte gere nos espectadores: “Através das minhas aquarelas de fauna e flora, tenho a a intenção de levar o espectador a acessar sua criança interior, resgatar em sua vida os momentos sem telas, momentos em que achávamos incrível quando um simples inseto diferente aparecia e, então, nos atínhamos aos seus detalhes e cores, observando a forma como ele voava, andava ou pulava. Talvez minhas aquarelas sejam, portanto, uma forma de me comunicar com outras pessoas que se encantam com essas coisas, como se fosse uma espécie de código de uma gangue secreta, que diz: procura-se pessoas que amam ver pássaros fazendo ninhos”.

A arte existe como uma forma de iluminação, como um caminho divino que desperta o ser humano, sendo capaz de elevar qualquer alma e emocionar qualquer coração. E as produções artísticas criadas por Angélica Lima portam esse deslumbre, esse potencial catártico enérgico, que as torna elogiáveis e absolutamente dignas de admiração. Angélica Lima é um orgulho para Sorocaba. Precisamos abraçar artistas que alimentam a arte local e lutam pela construção de um cenário cultural amplo e fortalecido.



sábado, 7 de dezembro de 2024

MAGIA, APOCALIPSE GLOBAL E CRISES POLÍTICAS: O UNIVERSO DO KILLING JOKE

 Por Juliana Vannucchi

O Killing Joke surgiu na capital inglesa, em 1979, um ano no qual o cenário punk ainda era predominante e tomava conta dos clubes e ruas da cidade, embora já estivesse ligeiramente enfraquecido e perdendo terreno para novos grupos que despontavam e experimentavam criar estilos musicais diferentes. Composto pelo icônico vocalista e tecladista Jaz Coleman, pelo baixista Youth (que faleceu aos 46 anos, em 2007), pelo baterista Paul Ferguson e pelo inventivo guitarrista Geordie Walker (que faleceu em 2023), o Killing Joke foi, assim, um desses grupos que histórica e esteticamente sucederam o gênero punk. Desde os seus primórdios, a banda logo optou por trilhar rumos sonoros bem originais e essencialmente desapegados dos estilos vigentes mais tradicionais, tendo se tornado assim, um grupo mais associado ao rock industrial e à dark music, sendo considerados por alguns críticos, os verdadeiros pioneiros do post-punk. Porém, embora essas observações sejam cabíveis, rotular o Killing Joke é uma tarefa difícil e que carece de sentido porque, de modo geral, em sua discografia a banda oferece climas musicais muito diversificados e flerta com influências sonoras bastante variadas. Além disso, cabe dizer que nas veias de todos os integrantes, a ideologia proposta pelo movimento punk sempre pulsou e os levou a acreditar que eram capazes de fazer qualquer coisa em termos de composição. Coleman, numa entrevista concedida ao The Guardian, chegou a declarar que foi essa herança punk que o levou a não temer o fracasso. Como abandonou os estudos de maneira precoce, comentou: “O punk rock para mim era uma metáfora para a autoeducação. Na nossa banda, trocamos livros e nos educamos, e agora três de nós lecionamos em universidades quando não estamos tocando”.

Durante os anos oitenta, o Killing Joke triunfou com o lançamento de sete álbuns de estúdio, alcançado nessa década, o seu apogeu criativo. Destacam-se, nessa década, o dubut, o excelente “What's THIS For…!”, o “Fire Dances”, (1983), o “Night Time”, (1985), maior sucesso comercial da banda, e o "Outside The Gate" (1988), sendo que esses quatro últimos portam uma atmosfera obscura e dançante. Nos anos 90, a banda gravou três álbuns, mas nenhum deles de fato emplacou, especialmente porque o mundo estava dando uma atenção maior ao grunge que, com o impacto de sua novidade estilística, fazia com que os grandes nomes do pós-punk perdessem força. Em 2003, a banda surpreendeu o público com o lançamento do álbum “Killing Joke”, uma produção interessante e empolgante que fez bastante sucesso. Posteriormente, a o grupo inglês lançou mais quatro álbuns inéditos, mas nenhum teve o brilho das produções oitentistas. De qualquer maneira, entre altos e baixos na dinâmica de sua discografia, o fato é que o Killing Joke sempre foi extraordinária e esteve além do óbvio. Podemos, por isso, vê-los como uma banda vanguardista, que foi intensa no material que entregou aos fãs e que garantiu em todos os seus trabalhos uma notável dose de originalmente, sempre inundando as mentes dos ouvintes com músicas sublimes e misteriosas. Como resultado desse poder criativo que transcendia modelos e de sua força estética, a banda influenciou grandes nomes do rock como Nirvana e Metallica, nos quais reverbera de alguma maneira. Além disso, vários outros reconhecimentos vieram com o tempo, incluindo elogios de Jimmy Page ao lendário Walker, que foi o verdadeiro maestro na história do KJ, ajudando a definir o som característico do grupo. "Gordie", como era mais conhecido, manuseava seu instrumento de uma forma absolutamente incomum. Nos anos oitenta, por exemplo, afinou sua guitarra um tom totalmente abaixo do padrão. Por essas e outras razões, podemos vê-lo como um alquimista do universo pós-punk. Certa vez constatou a respeito de da potência de seu instrumento: "U'ma guitarra tem muito capacidade musical, mas tem o ritmo também, como instrumento, acho que tem o som mais agradável, o ataque, o ritmo”.

 

“A bolha econômica está prestes a rebentar de uma forma que nunca vimos nas nossas vidas” (Jaz Coleman)
 

Liricamente falando, percebemos abordagens niilistas nas letras, que portam um teor crítico e são substancialmente focadas em assuntos políticos, tal como desastres globais, miséria, medo, manipulação das massas e guerras. Muitas letras do Killing Joke descrevem um futuro despótico e abordam narrativas existências apocalípticas. Para o vocalista, suas músicas possuem advertências para a humanidade e são essencialmente proféticas. De acordo com Jaz Coleman, a faixa “Empire Song”, datada de 1982, teria, por exemplo, teria previsto a guerra das Malvinas. Cabe dizer que esses aspectos de cunho geopolítico que foram tratados logo nos primeiros álbuns, agradaram fãs do punk rock que, cada vez mais, passaram a valorizar e se interessar pelo Killing Joke. Por outro lado, tais abordagens geraram polêmicas e levaram o grupo a viver momentos controversos, como quando, num de seus gigs o KJ apresentou uma imagem do Papa abençoando legiões de nazistas. Levando em consideração esse apelo político que faz parte das letras da banda, Coleman, na mesma entrevista ao The Guardian que foi citada anteriormente, observou de maneira crítica que atualmente os governos gastam mais em armas do que investem em saúde. Também refletiu: “A bolha econômica está prestes a rebentar de uma forma que nunca vimos nas nossas vidas”, disse ele, prevendo a fome, a guerra e um abismo cada vez maior entre uma elite e uma classe baixa crescente. As tensões entre as nações são outro assunto que interessa ao lead singer. Por ternvivido perto da fronteira com a Ucrânia e trabalhado com orquestras na Rússia, ele teria sentido a guerra entre essas nações se aproximando. Para Coleman, estamos sendo controlados por governos maliciosos que nos matam lentamente sem que nem ao menos possamos nos dar conta disso: “(…) Quando você começa a retirar os nutrientes dos alimentos, você tem uma população doente, e quando você começa a pulverizar alumínio no ar e a colocar flúor na água, o sistema imunológico humano entra em colapso devido ao envenenamento por fluoreto de alumínio. Eles estão tentando nos matar: é lento, mas é algo seguro.”

Magia e ocultismo são outros temas que sempre percorreram a história do Killing Joke e, de alguma forma, moldaram a imagem da banda. Nesse sentido, certa vez Reynolds chegou a dizer que uma “energia tribal obscura, difícil de definir, girava em torno do grupo”. Coleman tem interesse declarado por essas áreas. Acredita em reencarnação e garante que lembra de ter morrido na guilhotina numa vida anterior - isso explicaria as razões pelas quais, durante a infância, intrigava seus pais construindo guilhotinas. Também já afirmou ter visto sete orbes de cor alaranjada na região central de Londres, sendo que numa delas pode contemplar a imagem de uma figura (um “homem palito”). O mais curioso é que ele não acreditava em UFOs até ter passado por essa experiência que foi memorável e absolutamente inexplicável. Ademais, cabe constatar que na época em que o grupo estava sendo formado por Coleman e Ferguson, os dois, afim de encontrar os membros restantes para dar vida à banda, asseguram ter feito um ritual de magia negra. Para isso, pintaram o chão de preto, desenharam um pentagrama cujos pontos cardeais estavam alinhados e, por fim, acenderam velas para iniciar a cerimônia... Mas o resultado dessa empreitada mágica foi um apartamento em chamas. Além disso, conforme Colin contou ao The Guardian: “Eu tinha uma biblioteca ocultista considerável desde os sete anos e Geordie era um mestre Cabalista”. Nesse contexto, o vocalista ainda explicou: “Compartilhamos um interesse por todo esse lado das coisas”. Coleman já declarou que acredita na existência do divino, mas que isso não quer dizer que ele crê no conceito tradicional judaico-cristão de um deus intervencionista. Na mesma entrevista em que fez essa declaração, também citou os universos paralelos com os quais a humanidade está cada vez mais familiarizada. O músico também afirmou que nossa concepção acerca do que é o tempo provavelmente será dissolvida em breve. Essas reflexões mostram o quanto Jaz Coleman tem a mente aberta para possibilidades metafísicas e questões que estão além dos limites do plano físico. Além dos campos da magia e do ocultismo, é preciso citar que o vocalista sempre foi bastante ativo em outras atividades. Grande apreciador de Beethoven, compôs sinfonias, dirigiu orquestras e ministrou palestras sobre sustentabilidade. Mas é durante seus shows, guiando com sua voz hipnótica os outros integrantes da banda por percursos sonoros místicos, que ele mostra o quanto a magia é real. E se existem outras dimensões, o Killing Joke com certeza é a estrada espiritual mais segura para que possamos acessá-la de alguma maneira…

Referências: 

https://www.loudersound.com/features/thinking-out-loud-killing-joke-s-jaz-coleman-1 

https://thequietus.com/opinion-and-essays/black-sky-thinking/killing-joke-post-punk/

https://www.theguardian.com/music/2024/mar/18/killing-joke-jaz-coleman-geordie-walker 

https://www.kerrang.com/jaz-coleman-when-killing-joke-really-lock-in-theres-this-strange-energy-between-us-all-and-it-was-born-in-magic


https://rollingstone.uol.com.br/noticia/lider-do-killing-joke-jaz-coleman-diz-que-poderia-ter-salvo-heath-ledger/ 

https://www.brooklynvegan.com/killing-jokes-jaz-coleman-talks-40th-anniversary-next-lp-ufos-and-more/

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