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segunda-feira, 5 de agosto de 2024

THE MODERN LOVERS: A OBRA-PRIMA SETENTISTA DE JONATHAN RICHMAN

 Por Juliana Vannucchi

O The Modern Lovers é uma das bandas mais interessantes e singulares dentre as tantas que despontaram nos EUA durante a frutífera década de setenta. O principal mérito dessa lenda do proto-punk é a criatividade em termos de construção musical, uma vez que o grupo simplesmente não seguiu nenhum tipo de padrão sonoro vigente em sua época, elevando-se, assim, a um patamar totalmente inovador em termos estéticos.

A banda de Boston, cuja formação inicial contava com Jonathan Richman, guitarrista e vocalista, o contrabaixista Ernie Brooks, o tecladista Jerry Harrison e o baterista David Robinson, esteve em atividade entre 1970 e 1974, embora o debut, intitulado “The Modern Lovers”, que conta com um toque de produção de John Cale, tenha vindo à tona somente em 1976, depois da ruptura do quarteto. Durante esses quatro anos de percurso musical, o visionário Jonathan Richman sempre destacou-se como o verdadeiro maestro que manteve o selo de qualidade da banda, guiando-a por vastos e originais trilhos sonoros. Esses aspectos se evidenciaram porque Richman foi um poeta urbano de imensa sensibilidade que compunha suas canções de forma livre e espontânea, sem muitos apegos estilísticos, ainda que portasse consigo influências de bandas como The Stooges e The Velvet Underground, que despertaram seu interesse na época do ensino médio. Suas primeiras composições foram feitas justamente nessa referida época, quando tinha aproximadamente quinze anos de idade. Nessa fase incial de sua trajetória musical, o inexperiente jovem apresentava-se em locais modestos, como cafeterias e bares, nos quais, conforme certa vez se recordou, chegou a espantar o público rapidamente em função de suas dificuldades com o manejo da guitarra. Nesse momento de sua vida, em Boston, Richman foi uma espécie de poeta deslocado e aspirante musical, até que decidiu se mudar para a calorosa New York, um fervoroso palco cultural da época que o transformou por completo. Lá, o garoto observou a cena local e acompanhou de perto a atividade de gênios como Andy Warhol. Todo esse cenário deixou uma marca artística grandiosa cravada no espírito de Richman que, então, voltou para Boston e, em sua terra natal, juntou-se com outros músicos para fazer nascer o The Modern Lovers. A respeito desse período vivido em NYC, refletiu: "Eu saía com algumas pessoas daquela cena tarde da noite e só ia a lugares para dançar, sempre adorei dançar. E então percebi que queria formar uma banda e voltei para Boston". Foi então que Richman prometeu para si mesmo que a música, em sua vida, pulsaria sempre como arte e que se em algum momento isso se tornasse um trabalho e fugisse da esfera underground, ele desistiria da empreiatada, pois, conforme certa vez afirmou "não acredito na música assim".

 

O The Modern Lovers foi um grupo de vanguarda que em seu único álbum conseguiu ser altamente revolucionário.
 

Mais tarde, com a banda consolidada, o visionário Richman basicamente gravava a declamação de suas poesias - por vezes, produzindo uma espécie de spoken word com resquícios de lamento e melancolia e em outros momentos, cantando com certa velocidade - e as preenchia com espetaculares e precisas linhas de guitarra que normalmente asseguravam aos singles um clima fundamentalmente psicodélico. Numa ocasião, durante uma entrevista, a respeito de seu apreço por poesia, declarou: “Poesia, se você a ama, ela entra em suas conversas e em tudo que você faz”. Também disse gostar de Rumi e “de um cara chamado José de la Espronceda, do século 19 (…) Poetas italianos, franceses. Hum… Chuck Berry era poético”. Somado a esse notável talento poético, estavam os demais integrantes do The Modern Lovers, que possuíam uma refinada habilidade instrumental e davam seus toques glamourosos às aventuras líricas de Richman. Jerry Harrison, em particular, ao fazer bom uso do órgão em certos singles, faz com que, em determinados momentos, o grupo soe ligeiramente semelhante ao The Doors.

O The Modern Lovers é o tipo de banda capaz de conquistar qualquer ouvinte que flerte com o rock and roll. Foi um grupo de vanguarda que em seu único álbum conseguiu ser altamente revolucionário em termos de composição e estilo e, dessa forma, deixou uma herança musical incontestável e requintada, que foi e permanece sendo imensamente influente.

Referências: 

https://www.theguardian.com/music/musicblog/2011/aug/10/modern-lovers

https://pitchfork.com/reviews/albums/10645-the-modern-lovers/

https://web.archive.org/web/20151007012937/http://synthesisweekly.com/interview-with-jonathan-richman/





THE EDWOODS BRILHA NA EUROPA

 Por Juliana Vannucchi

O The Edwoods, duo paulistano formado por Andy, vocalista e baterista e pelo guitarrista Eron, é parte de um vasto grupo de artistas nacionais que luta pela música independente e, com resistência, faz com que a cena autoral brasileira permaneça sólida. Musicalmente, a dupla se destaca especialmente por seus criativos experimentos sonoros que flertam com os gêneros psycobilly e garage rock, sendo essa mescla maravilhosamente complementada com uma aura barulhenta e essencialmente underground. 

Entre maio e junho de 2024, o The Edwoods realizou sua primeira turnê internacional, chamada “Plan 9 European Tour”, composta por mais de dez apresentações feitas em palcos de diversos países do continente europeu, que estremeceu com a presença alucinante de Andy e Eron. Em sua página oficial no Instagram, os Edboys declararam que a turnê foi especial e revelaram terem vivido  “momentos selvagens e inesquecíveis nas estradas e palcos, além de terem conhecido pessoas loucas e maravilhosas por lá”. 

 

A turnê europeia da dupla foi épica e encheu os fãs brasileiros de orgulho ao revelar que nosso país tem músicos talentosos que estão escrevendo um lindo capítulo na história do rock nacional.
 

Nesses memoráveis gigs intercontinentais, o The Edwoods fez enorme sucesso e chamou a atenção do público em todos os locais pelos quais passou. A dupla foi amplamente elogiada e teve sua performance comparada com as apresentações do The Cramps. Com shows cheios e contando com um público bastante fiel, os meninos se entusiasmaram e esperam poder repetir a dose, passando novamente pelo continente assim que possível.  O The Edwoods cumpriu bem o seu papel: transformou acalmados palcos europeus em verdadeiros hospícios.  O rock and roll raiz, vibrante e enérgico de Andy e Eron, não há dúvida, conquistará todos os cantos do globo... O duo certamente dominará o mundo com sua música trash e seu trejeito psicótico.

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