SIOUXSIE SIOUX - SOPROS DE VIDA
Grandes homens, assim como grandes tempos são um material explosivo interior do qual uma força imensa é acumulada (....)
“DISCO DA BANANA”- A OBRA PRIMA IGNORADA
Eu sabia que a música que fazíamos não podia ser ignorada
SEX PISTOLS - UM FENÔMENO SOCIAL
Os Sex Pistols foram uma das bandas de Rock mais influentes da história.
ATÉ O FIM DO MUNDO
Com custos acima de mais dez milhões de dólares, é um filme encantador, artístico, típico das obras de Wim Wenders, realmente, é uma obra fascinante, mais uma certo do diretor alemão.
AFINAL, COMO SURGIU O CINEMA?
Um breve questionamento e historio sobre o assunto.
ATÉ O FIM DO MUNDO
Com custos acima de mais dez milhões de dólares, é um filme encantador, artístico, típico das obras de Wim Wenders, realmente, é uma obra fascinante, mais uma certo do diretor alemão.
WOLF CITY - AMON DUUL II
Wolf City é um dos maiores clássicos do Rock Progressivo. É um álbum que celebra magicamente este gênero musical, e que é foi gravado por artistas imensamente talentosos
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
IAN CURTIS E SEUS PRAZERES DESCONHECIDOS
quarta-feira, 2 de agosto de 2017
IGGY POP: O GÊNIO INDOMÁVEL DO ROCK AND ROLL
* Texto anteriormente publicado no site Whiplash.
SEX PISTOLS: A QUALIDADE QUE O SENSO COMUM IGNORA (ou não percebe):
No entanto, aparentemente, a maior parte das pessoas que ataca o Sex Pistols com clichês, tais como dizer que eles são mero "produto comercial" ou que são uma "farsa da música", esquecem-se de considerar em suas críticas, vários detalhes importantes sobre a banda.
Dificilmente alguém menciona/recorda/conhece/considera, por exemplo, o fato de que as letras ácidas do Sex Pistols criticavam árdua e diretamente a rainha da Inglaterra que, até então, era odiada por muitos cidadãos, embora quase ninguém se atrevesse a enfrentá-la ou tampouco, dirigir-se a ela. A apatia pela monarquia e pelos valores conservadores foi uma marca explícita da banda. Logo, se há algo que pode ser considerado válido no Sex Pistols, é o cunho político e social das composições. E é válido ressaltar que quando se avalia um objeto (artístico, por exemplo), há de se considerar seus inúmeros elementos, e não apenas detalhes tendenciosos específicos.
Como consequência da bagagem de suas letras, a banda foi notável porta-voz de uma nação. Podemos considerar o seguinte fato como prova disso: na época do lançamento de "Never Mind The Bollocks, Here Is Sex Pistols", o governo britânico proibiu a venda do álbum, de forma que adquirir um exemplar era praticamente contrabando. É o que costuma acontecer quando o poder é afrontado diretamente, e quando há uma arte potencialmente capaz de tirar os indivíduos de suas zonas de conforto.
Como consequência da bagagem de suas letras, a banda foi notável porta-voz de uma nação. |
Logo, os clássicos ataques do tipo: "mas eles só tocam três acordes", “mas eles são minimalistas”, praticamente perdem qualquer sentido lógico considerável. O Punk Rock nasceu como uma ressaca do Rock Progressivo. Todo o movimento Punk provou e tentou mostrar objetivamente que três acordes podem ser suficientes para se criar música e até mesmo para se obter sucesso. Assim, é preciso levar em conta a intenção conscientemente objetiva do Pistols.
E um detalhe válido: os membros iniciais da banda (Johnny Rotten, Paul Cook, Steve Jones e Glen Matlock) eram típicos rebeldes críticos da realidade que os cercava no contexto da época. Eles carregavam uma ideologia, eles estavam frustrados por causa da quantidade de lixo que havia pelas ruas de Londres e também se sentiam descrentes devido ao alto índice de desemprego que permeava pelo país. E nada disso foi uma farsa, era apenas a maneira como pensavam e se comportavam.
Malcon McLaren surgiu apenas como um catalisador. O estilista foi um visionário. Quando conheceu os futuros membros do Pistols, disse a eles que deveriam formar uma banda, e então, os quatro rebeldinhos revoltados viram a chance de expressar publicamente tudo que só diziam em casa, entre amigos e na Sex (loja de Malcon que era um clássico ponto de encontro de jovens deslocados ou insatisfeitos com seus cotidianos). Aliás, uma das críticas constantemente feitas à banda e que chega a ser cômica por sua futilidade, é o fato de que Malcon supostamente escolhia ou criava as roupas dos membros do Sex Pistols. Como se inúmeras outras bandas/músicos do Rock And Roll não vestissem peças extravagantes ou aproveitassem profissionalmente seus visuais (sendo que esses muitas vezes eram confeccionados por estilistas).
Portanto, para criticar ou se posicionar em relação a qualquer coisa, é necessário embasamento reflexivo/argumentativo e desvinculação com qualquer tipo de especulação provinda do senso comum. Dizer o que todos dizem é inércia, pensar o que todos pensam é uma forma de alienação. É preciso, no mínimo, considerar os inúmeros aspectos acima mencionados antes de afirmar falaciosamente que o Sex Pistols é "ruim".
* Texto anteriormente publicado no site Whiplash.
SEX PISTOLS: UM FENÔMENO SOCIAL
Os Sex Pistols foram uma das bandas de Rock mais influentes da história. Representantes ávidos do gênero Punk, eles conduziram a ideologia de uma geração e, mesmo tendo lançado apenas um álbum de estúdio (Never Mind The Bollocks), tornaram-se influentes o suficiente para não serem mais esquecidos. Eles levaram consigo a alma rebelde do Rock And Roll (que existia já em seu primórdio), criaram um estilo musical de seus gostos, sem se preocupar com possíveis condenações midiáticas, e buscaram sempre, se expressar livremente, independente do que viessem a dizer.
Embora haja controvérsia, a maior parte da crítica especializada afirma que os Sex Pistols foram o grupo responsável pela introdução do gênero Punk Rock (tanto como música, quanto movimento no Reino Unido). Isso aconteceu em 1975, quando a banda foi formada em Londres, composta inicialmente pelo vocalista Johnny Rotten, o guitarrista Steve Jones, o baterista Paul Cook e o baixista Glen Matlock. Matlock foi substituído por Sid Vicious no início de 1977. O sucesso musical que obtiverem, foi conduzido por um nome bem familiar na história da música: Malcolm McLaren. O empresário os notou e enxergou potencial na rebeldia do grupo. Aliás, essa rebeldia, certa tarde, invadiu os lares da maior parte das famílias da Inglaterra, através de um programa televisivo. Narremos aqui um dos dias mais inesquecíveis (e brilhantes) da história do Rock And Roll: 1 de dezembro de 1976, Siouxsie Sioux (que posteriormente se destacaria com seus Banshees), os Pistols e outros punks, participavam de um dos programas de maior audiência da TV inglesa, levado ao ar às cinco da tarde, a famosa “hora do chá”, em que famílias concentram-se frente à TV. E então, durante a transmissão do programa, pela primeira vez na história, a expressão "Fuck Off" (Foda-se) é dita diante das câmeras. O protagonista da história só podia ser Johnny Rotten.
Pouco depois de o Sex Pistols dar as caras no cenário musical britânico, bandas semelhantes começaram a surgir e o movimento Punk, foi se alastrando pelo país e, consequentemente, por outros lugares no mundo. Rotten, certa vez, comentou o motivo social que levou o movimento a eclodir com tamanha intensidade: “A Inglaterra no início da década de 1970 era um lugar muito deprimente. Estava completamente degradada, havia lixo nas ruas, desemprego total, praticamente todos estavam em greve... Todos foram criados em um sistema de educação que deixava bem claro que se você veio dos subúrbios, você não tinha mais a menor esperança e nenhuma perspectiva de emprego. Foi daí que surgiu a minha pessoa pretensiosa e os Sex Pistols e depois de nós uma série de imitadores imbecil”.
Portanto, os Sex Pistols representaram (e ainda representam) o sentimento de fúria e revolta de muitos jovens que sentiam-se reprimidos e incapazes de construir um futuro promissor. “E ainda representam”, significa dizer que muitas pessoas ainda carregam esse sentimento e, com certeza, os Pistols ainda fazem sentido no cotidiano de muitas pessoas.
No jubileu de prata da rainha Elisabeth II, que completava 25 anos no poder Inglaterra, a banda lançou o compacto de "God Save The Queen". Um presente inusitado para a rainha, e que deixava bem clara a insatisfação da banda com o regime que estava no poder. Muitos britânicos (por mais que alguns não assumissem) abraçaram a letra e sentiram-se aliviados por alguém, finalmente, estar condenando o poder. Era uma crítica ousada que carregava trechos como "não há futuro na Inglaterra” ou “Deus salve a rainha, seu regime fascista”.
Foi uma banda polêmica e controversa. Odiada por muitos, amada por muitos outros. Mas foi mais do que uma reunião de jovens rebeldes reunidos para fazer Rock And Roll, foi um verdadeiro movimento social que influenciou jovens de todo o planeta, e que, até hoje, conquista seguidores e fãs. Os Pistols foram corajosos, e isso já é o suficiente para torná-los bons.
"…Never Mind The Bollocks, todos concordam, é um dos melhores discos do século XX." Pete Townshend (Guitarrista do The Who /Q Magazine - junho/96).
* Texto anteriormente publicado no site Whiplash.
quarta-feira, 19 de julho de 2017
PETUR HALLGRIMSSON:
* Texto anteriormente publicado no site Audiograma.
SIGUR ROSS:
WOLF CITY - AMON DÜÜL II:
O Wolf City, quinto álbum de estúdio, foi lançado em julho de 1972. Possuí sete faixas e é relativamente curto, com um total de pouco mais de 30 minutos de música. As faixas são mais curtas em relação aos álbuns anteriores, fato que os ajudou o Amon Düül II a conquistar maior visibilidade na mídia, fato este, que tornou a banda mais comercial. A complexidade de sua construção merece ressalvas: mais dez músicos participaram da gravação (contanto com os integrantes fixos da banda) e, assim, uma grande diversificação de instrumentos moldam a sonoridade do álbum. Há ruídos de saxofone, sintetezador, clavioline, órgão, tambura e outros instrumentos excêntricos que garantem uma atmosfera experimental e delirante.
O Wolf City é um dos maiores clássicos do Rock Progressivo. É um álbum que celebra magicamente este gênero musical, e que é foi gravado por artistas imensamente talentosos. |
O álbum, de início ao fim, é marcado por um vocal que varia entre vozes masculinas e femininas e que é incrivelmente dividido entre seis músicos. A faixa de abertura é a poderosa Surrended By Stars, que se tornou uma das mais populares de toda a carreira da banda. Esta música é brilhante, impactante e foi a primeira maluquice musical que conheci do Amon Düül II, e que para mim, tornou-se um verdadeiro cartão de visita as, instigando-me a explorá-los com maior profundamente. A segunda faixa também merece menção, pois é carregada de combinações formuladas por instrumentos diversos e possuí um aspecto alucinante, tipicamente característico do Rock Progressivo. Há ainda a intensa Jail-House-Forg, caracterizada por curiosas oscilações melódicas e rítmicas, e que incrivelmente, devido à tais alternâncias, não parece sequer ser apenas uma música, e a impressão que fica é que mais de uma faixa rodando. Por fim, a potente Sleepwalker's Timeless Bridge, fecha o álbum com chave de ouro, oferecendo certa delicadeza e esbarrando em uma espécie de Folk com um vigoroso toque de guitarra.
Wolf City é um dos maiores clássicos do Rock Progressivo. É um álbum que celebra magicamente este gênero musical, e que é foi gravado por artistas imensamente talentosos. Possivelmente, ao lado do Yeti (de 1970), é um dos melhores trabalhos mais geniais da fabulosa e respeitável carreira do Amon Düül II, e uma das maiores pérolas da história do Rock And Roll. Boa viagem.
* Texto anteriormente publicado no site Whiplash.
THE CURE: NEM GÓTICO, NEM PÓS-PUNK, APENAS THE CURE
O The Cure é uma banda inglesa surgida no final dos anos setenta, e que foi aclamada durante a década de oitenta, tendo enorme reconhecimento até os dias de hoje |
DE MICKEY GANG PARA WE ARE PIRATES: O FENÔMENO MUSICAL DE COLATINA:
Houve uma época da minha vida em que eu e um primo costumávamos, sempre que possível, ir ao cinema para matar o tempo. Uma dessas várias sessões que frequentamos no período, tornou-se especial pra mim. Estávamos em São Paulo e decidimos encarar o filme "Muita Calma Nessa Hora". Confesso que o enredo não estava me agradando muito, embora houvesse algumas cenas cômicas que, de maneira geral, renderam-me uma boa dose de diversão e alguns risos. Porém, foi durante as cenas finais que o filme me proporcionou uma surpresa muito positiva que fez com que o ingresso realmente tivesse valido a pena. A história estava prestes a se encerrar, as soluções da trama já estavam postuladas, quando, de repente, uma animada música passou a acompanhar algumas imagens e, a cada segundo que se passava enquanto o som tocava, fui me envolvendo cada vez mais naqueles curiosos e até então, desconhecidos acordes. Aquele som me absorveu completamente e da melhor maneira possível.
Eu precisava descobrir o nome da banda que tocava aquela música e assim, saí da sala de cinema disposta a desvendar esse mistério. Uma coisa eu suponha: deveriam ser gringos dos anos 80, afinal, tratava-se de um som divertido e dançante, parecemdp uma mistura de Pop com Indie e New Wave, sendo, enfim, diferente de grande parte das mesmices que me eram contemporâneas! Voltei para a casa intrigada e, após algumas breves pesquisas na internet, percebi, para minha surpresa, que estava enganada: não eram gringos e não eram oitentistas, tratava-se de uma banda brasileira chamada Mickey Gang, formada em 2007. E durante essas pesquisas, percebi também que eu não era a única admiradora do grupo, pois eles já haviam até mesmo tocado em solos londrinos e feito enorme sucesso por lá! Agora que já descrevi como conheci o Mickey Gang, acho que devo apresentar melhor a banda e também penseo que seja válido darmos alguns passos para trás, antes de Londres e antes da minha sessão de cinema. Voltemos, então, para o local em que tudo começou...
Colatina é uma cidade relativamente nova, não tem nem um século de existência. Localiza-se no Espírito Santo e possui pouco mais de cem mil habitantes. Foi neste pedaço de terra que a história do Mickey Gang começou a ser escrita quando quatro amigos (Arthur Marques, Bruno Moreira, Ricardo Vieira, João Paulo Dalla) decidiram formar uma banda com timbres legais. Certamente você já conheceu várias histórias semelhantes, embora muitos enredos parecidos com este terminem sua jornada na garagem. Porém, com a banda capixaba, o desfecho foi outro. O Mickey Gang durou pouco, mas voou alto. Aliás, literalmente, pois este voo, conforme já escrevi acima, os levou, inclusive, para fora do país. Mencionei acima que estiveram em Londres e esta, definitivamente não é uma cidade qualquer. É o berço de grandes nomes da música, como, The Beatles, do Pink Floyd e do Led Zeppelin! Solo que foi chacoalhado pelo Punk Rock e de onde surgiram o Sex Pístols e o The Clash!! E mesmo carregando toda a essa história musical fantástica formulada por bandas que moldaram o Rock And Roll, Londres abraçou, valorizou e venerou os quatro meninos brasileiros que, inclusive, viraram pauta do renomado “The Guardian”. Acredite, isso não aconteceu à toa. Eles eram especiais. João Paulo contou que "o convite para fazermos um show na Inglaterra veio por e-mail e achamos que era um vírus, até recebermos as passagens e notarmos que a coisa era realmente séria". O músico disse ainda, que foi um momento muito especial e surpreendente para a banda que pode conhecer pessoalmente um ambiente que sempre apreciaram e que sonhavam em visitar. E tem mais: durante essa pequena turnê, uma loja de discos chamada Pure Groove, através do selo 50bones Records, lançou um LP da banda (o primeiro e único). Ricardo se recorda, com entusiasmo: "Eles escutaram as músicas, gostaram e fizeram a proposta. Fechamos!! Vinil amarelo, 300 cópias. Todos foram vendidos!".
Mas não foi apenas no exterior que os meninos conquistaram fãs e reconhecimento. O Brasil também os abraçou e tiveram apreciadores por aqui. Em 2009, a banda recebeu indicações no VMB, da MTV, e também no Prêmio Omelete Marginal. Além disso, foram manchete da Folha de São Paulo e de outras grandes mídias. Chegaram a gravar um videoclipe no apartamento de Arthur Marques para a música “I Was Born In The 90’s”. Trata-se de uma sequência de cenas que se passam em uma festa na qual um bando de jovens dança freneticamente. Alguns se drogam, outros se beijam, mas todos parecem alucinadamente felizes e empolgados ao som do Mickey Gang!
Na sequência dessa explosão de reconhecimento midiático nacional e internacional, durante um período de tempo um tanto breve, a banda continuou o seu trabalho. Contudo, em meados de 2010, enfrentou um momento de desgaste que culminou em seu fim.
Felizmente, nem tudo estava perdido, pois não muito tempo depois do final desse ciclo, uma nova história começou a ser escrita. Em novembro de 2011, Bruno Moreira, João Paulo Dalla e Ricardo Vieira deram início a um nosso projeto, o We Are Pirates, cuja sonoridade seguiu linhas diferentes do trabalho anterior.
As músicas do We Are Pirates possuem notável capricho técnico e são mais sofisticadas do que as do Mickey Gang. As letras também mudaram, tornaram-se mais reflexivas. João Paulo justificou a razão deste avanço, dizendo que "isso é questão da nossa verdade, do que éramos na época. Sempre fizemos a música que sabíamos tocar. É natural evoluir". O primeiro EP do We Are Pirates, chamado “Kids Practice” é extremamente potente e prazeroso. De maneira geral, as canções são vibrantes e balançam entre uma doçura sublime e curiosas melodias parcialmente psicodélicas. Não houve lançamento de material físico, o EP foi inteiramente disponibilizado em formato virtual. Aliás, este tem sido o único formato com o qual a banda tem trabalho, embora Ricardo Vieira confesse que já foram procurados por alguns selos que demonstraram possíveis pretensões de criar material físico. Parece que os meninos realmente preferem o clássico Punk método D.I.Y ou “faça você mesmo”.
O baixista Bruno Moreira deixou a banda após a concretização do Kids Practice. Desde então, o We Are Pirates sobrevive como um duo composto pelos dois outros membros. João Paulo Dalla e Ricardo Vieira dividem as gravações, as edições e mixagens e essa fórmula tem tido resultados eficientes. Alguns e certos autores que escreveram notas sobre o duo classificam-no como Indie. Perguntei aos meninos se eles se enquadram neste gênero e a resposta foi negativa. Eu preciso concordar com essa recusa e esteriótipo feita pelos membros da banda. Enquadramento musical costuma ser uma atitude clássica de romantismo jornalístico. Até porque, escutando as faixas com mais atenção, fica perceptível que eles produzem suas músicas de maneira espontânea, distanciando-se, assim, de possíveis pretensões de ter um produto final pautado em determinado gênero.
Em 2016, o We Are Pirates lançou o Golden Crimes, um EP com três faixas que que deixa evidente que a banda progride e impressiona cada vez mais e que demonstra que, definitivamente, eles não precisam de interferências mercadológicas para produzirem um trabalho qualificado. Os meninos realmente são talentosos e muito, muito criativos. No início de 2017, a faixa “Happy Days” foi ar. É animada e o refrão é daqueles tipo que facilmente cola na cabeça do ouvinte. Essa lembra um pouquinho os tempos de Mickey Gang, mas com uma pitada de... We Are Pirates.
* Texto anteriormente publicado no site: Audiograma.
SIOUXSIE SIOUX: SOPROS DE VIDA
Siouxsie Sioux é uma espécie de coelho branco que nos convida, poeticamente, para adentrar em um místico universo atípico é instigante! |
Sioux, portanto, se reconstruiu, sempre, de tempos em tempos com imensa originalidade. Entregou-se firmemente às suas próprias transformações. Concretizou desejos. Foi ousada e muito, mas muito corajosa, fazendo da autenticidade uma assinatura. Durante o extenso trajeto de sua carreira, balançou harmoniosamente entre fases apolíneas e dionisíacas que resultaram em canções fantásticas! Siouxsie Sioux é uma espécie de coelho branco que nos convida, poeticamente, para adentrar em um místico universo atípico é instigante! Ela não foi apenas uma cantora que marcou a história do Rock And Roll, ela do genial.
* Texto anteriormente publicado no site Audiograma.
“DISCO DA BANANA”- A OBRA PRIMA IGNORADA:
Os integrantes deste álbum foram Lou Reed, que compôs a maior parte das letras, o baterista Maureen Tucker, que chegou a usar latas de lixo em seu kit de bateria, John Cale, multi-instrumentalista de extrema criatividade, Sterling Morrison, potente guitarrista e, claro, Nico, atriz alemã que se tornou o “mito do Velvet”. Além disso, o artista Andy Warhol foi o padrinho da banda que, além de ter criado a identidade visual da capa, também foi responsável por conseguir que Tom Wilson assumisse a produção do álbum. Foi ele também que, mesmo a contragosto dos integrantes do Velvet, inseriu Nico no projeto.
Texto anteriormente publicado no site Audiograma.