Fanzine Brasil

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

UMA VIAGEM DIONISÍACA: II EXPOSIÇÃO ONLINE DE DESENHO E PINTURA DO SITE FANZINE BRASIL

 Organização: Juliana Vannucchi

Caros leitores e visitantes, sejam todos muito bem-vindos, é uma honra recebê-los em nossa casa! A Segunda Exposição Online de Desenho e Pintura do Fanzine Brasil visa atenuar o sofrimento e a falta de perspectiva diante de uma realidade tão complexa e difícil, além de proporcionar uma luz de otimismo, alegria e esperança às pessoas. Incentivamos o visitante a deixar seu comentário na postagem para prestigiar o trabalho dos artistas que estão participando de nossa exposição virtual. E lembre-se de ler e conhecer também outros conteúdos de nosso site.

Proposta:

Em 2018, o grupo australiano Dead Can Dance lançou um álbum intitulado “Dyonisus”. Esse foi o motor musical que nos inspirou a realizar a presente exposição. Nossa proposta foi para que os artistas convidados elaborassem um desenho e/ou pintura inspirados no referido álbum. A partir disso, os incentivamos a mergulhar em suas músicas, sentindo-as de maneira intensa, conectando-se com o seu conceito e elaborando um registro a partir dessa profunda experiência estética. Solicitamos também que cada artista enviasse um pequeno texto reflexivo a respeito da temática e do processo criativo de sua produção e ainda que escolhesse um título para a sua arte.

Além de nutrirmos uma enorme admiração pelo Dead Can Dance, a ideia de uma exposição baseada no álbum da banda foi fortalecida pela filosofia nietzschiana que, dentre tantas outras abordagens, faz referência e enaltece a figura de Dioniso, que surge como símbolo dos mistérios, do caos, do desconhecido, do sofrimento, do excesso e da desmedida, aspectos inerentes e fundamentais para a plenitude existencial.

ERICA IASSUDA:

"ADEUS, DARUMA".





Comentários da artista:

A série "Adeus, Daruma" surgiu a partir de uma memória de tristeza profunda, um desconforto  latente, porém devidamente reprimido  por pendências emocionais  a respeito do luto, propósito  de vida e o perdão. A série surge como uma forma de redenção e um primeiro passo para acessar e me libertar do que ficou pendente por tantos anos. A estética  deste políptico  foi inspirada pela dança japonesa Butoh experimental,  pós-guerra e avant-garde ao som do  álbum “Dyonisus” do Dead Can Dance, como registros  de uma performance de dança. Assim, enquanto a trilha sonora ritmada, ritual (dionísica!)  evoca o distanciamento  da racionalidade, essencial  para acessar emoções de terror, ansiedade e tristeza, o Butoh, por sua vez, traz a formalidade da beleza, da feiura e da verdade mais pura. A peça teatral é uma jornada de dentro para  fora e sobre transcendência  das emoções de sofrimento em liberdade.

Materiais e Técnicas: 

Políptico, registros de desenho, grafite, acrílica e aqualine sobre papel Aquarelle 300g. Diversos tamanhos.

KARLOS JÚNIOR:

"LAS BACANTES" 

Comentários do artista:

Envolto na atmosfera do álbum do Dead Can Dance e nos temas de suas faixas, eu me remeti às memórias que tenho de obras pertencentes à mitologia grega, filmes que vi na tenra idade e algumas leituras para imaginar a dança das bacantes, as consortes do deus do vinho, do amor e da celebração da vida e da alegria para criar a ilustração. A partir dessa experiência, a ideia foi fazer por meio da dança, Baco ou Dionísio ser invocado pelas jovens com sua taça de vinho sedutora.

Materiais e Técnicas:

Arte criada a partir de uma lapiseira Stadtler 2 mm e finalizada em canetas nanquim Micron, UniPin e tinta nanquim a pincel. 

 TUCA CHIVALE GALVAN: 

"PROFUNDEZAS EM COR"

 Comentários da artista:

Todo o processo de criação foi acontecendo ao som do álbum “Dyonisus” do grupo Dead Can Dance. E ao aceitar o convite de Juliana Vannucchi, do site Fanzine Brasil,  mergulhei em cada música, podendo assim me deixar inspirar pela composição de vários tipos de sons advindos de instrumentos musicais não muito convencionais e também de outros já popularmente conhecidos. A cada instrumento identificado, ou mesmo sem saber quais eram, fui construindo uma sequência de movimentos e uma explosão de cores, sentindo que estava em conformidade com o que estava escutando. Ora numa suavidade inebriante, ora sendo provocada por um incômodo desequilíbrio e por um mistério.

Trabalhei com os respingos representando a paixão, a embriaguez e o caos, assim como na definição ao Deus Dionísio, segundo Nietzsche. E como contraponto,  referenciei o Deus Apolo, permitindo-me harmonizar cores para dosar o equilíbrio.

E assim a aquarela foi finalizada. A escolha dessa técnica aconteceu pela possibilidade das transparências das cores, composição em nuances provocativas e o desafio de controlar o movimento da água  combinada com a tinta. O trabalho se tornou tão poético quanto a música.

Materiais e Técnicas: 

Aquarela e respingos.

SORAYA BALERA: 

"TRANSMUTAÇÃO"
 

 
Comentários da artista:
 
Quando dei as primeiras pinceladas na tela vazia, senti que estava mergulhando dentro da minha própria mente. As imagens que visualizei nesse momento inicial foram raios que logo transformaram-se em neurônios, simbolizando ligações interiores profundas conectadas ao medo. Por sua vez, as gotas que caem representam o sofrimento que vai sendo sutilmente levado. Mediante esse cenário, inúmeras bolhas sobem para representar a leveza As rosas surgem com o papel de suavizar essa condição descrita. A pintura feita trata-se, em suma, da captação de um processo no qual  o medo e a insegurança são transmutados em esperança, em cores, no aroma das rosas e no belo. O denso se esvaíra para dar espaço ao que é leve... 
 
Materiais e Técnicas: 
 
Óleo sobre tela (70cm × 80cm).

THIAGO ROCHA:

"SILÊNCIO"

Comentários do artista:

Dentro do meu processo criativo, sempre procuro ouvir algo para acompanhar a inspiração durante o desenvolvimento. Muitas vezes me pego em um certo transe. Consequência da concentração e viagem para dentro das músicas. Nessa construção muitas vezes eu não tenho algo nítido do resultado final, tenho apenas a ideia da imagem central. É nesse momento que começo a discutir comigo mesmo o ponto final do processo. A música muitas vezes influencia, seja por sua batida, por sua história e sua letra. A imagem retratada é do filme Psicose, onde a o assassino assume dupla personalidade ouvindo a voz de sua falecida mãe. Eu acredito ser o mesmo silêncio que o meu, só que com finais, motivos e intuitos completamente diferentes.

Materiais e Técnicas:

Photoshop.

Artistas participantes: 

Erica Iassuda
(Instagram: @erica_com_c_de_casa)
 
 Karlos Júnior 
(Instagram: @karlosmjunior)
 
Soraya Balera
(Instagram: @sorayabalera)
 
 Thiago Rocha
(Instagram: @thiagorocha.art)
 
Tuca Galvan
(Instagram: @estefania_tuca)

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