Fanzine Brasil

SIOUXSIE SIOUX - SOPROS DE VIDA

Grandes homens, assim como grandes tempos são um material explosivo interior do qual uma força imensa é acumulada (....)

“DISCO DA BANANA”- A OBRA PRIMA IGNORADA

Eu sabia que a música que fazíamos não podia ser ignorada

SEX PISTOLS - UM FENÔMENO SOCIAL

Os Sex Pistols foram uma das bandas de Rock mais influentes da história.

ATÉ O FIM DO MUNDO

Com custos acima de mais dez milhões de dólares, é um filme encantador, artístico, típico das obras de Wim Wenders, realmente, é uma obra fascinante, mais uma certo do diretor alemão.

AFINAL, COMO SURGIU O CINEMA?

Um breve questionamento e historio sobre o assunto.

ATÉ O FIM DO MUNDO

Com custos acima de mais dez milhões de dólares, é um filme encantador, artístico, típico das obras de Wim Wenders, realmente, é uma obra fascinante, mais uma certo do diretor alemão.

WOLF CITY - AMON DUUL II

Wolf City é um dos maiores clássicos do Rock Progressivo. É um álbum que celebra magicamente este gênero musical, e que é foi gravado por artistas imensamente talentosos

terça-feira, 28 de maio de 2019

PENTANGLE: UMA DAS BANDAS MAIS INCRÍVEIS DE TODOS OS TEMPOS

 Por: Juliana Vannucchi
 
Pentangle é uma banda britânica que em suas músicas une com maestria elementos de gêneros diversos, tal como folk, blues, jazz e rock progressivo e música medieval. É uma das mais conceituadas bandas originárias do Reino Unido. Eu os escutei pela primeira vez há cerca de dois anos atrás e, desde então, me tornei grande admiradora do grupo. 

O Pentangle começou a dar seus primeiros passos em 1967 com o renomado guitarrista John Renbourn e a incrível vocalista Jacqui McShee – que foram os dois principais destaques da banda. Além deles, os outros músicos da formação inicial eram Danny Thompson, no violoncelo, Terry Cox, o baterista e Bert Jansch, guitarrista e vocalista. Nesse mesmo ano, fizeram a primeira apresentação pública no Royal Festival Hall e em 1968, lançaram o primeiro álbum de estúdio. Depois disso, obtiveram um sucesso cada vez maior, um enorme reconhecimento por parte da crítica especializada e passaram a conquistar um grande número de fãs. Apesar de a banda ter engrenado no mercado e ter escrito uma história elogiável, é importante esclarecer que essa formação inicial citada acima, sofreu mudanças com o passar do tempo – mas felizmente, a qualidade musical não se alterou. 

Pete Townshend que é um do muitos apreciadores do Pentangle e, certa vez, declarou que eles foram “inovadores".
 
Como mencionado no início deste texto, ao longo de sua carreira, a banda incorporou em suas canções variados gêneros musicais. Dessa forma, como é de se supor, deram luz a um estilo sonoro bastante único e diferenciado. Eu diria que é uma banda ideal para quem está buscando escutar e conhecer músicas diferentes, que se distanciem de qualquer tipo de clichê que faça parte do Rock And Roll. É uma banda poderosa e fascinante, que constantemente é elogiada e que já serviu como fonte de inspiração para incontáveis músicos e bandas famosos, tal como Pete Townshend que é um do muitos apreciadores do Pentangle e, certa vez, declarou que eles foram “inovadores”. É fundamental nos lembrarmos, em especial, do grandioso talento e da criatividade de Bert Jansch (falecido em 2011), que é considerado um dos guitarristas mais incríveis da história, afinal, ele teve influência direta na vida e nas produções musicais grandes nomes do rock, tal como Ian Anderson e Jimmy Page. Outro membro da banda que merece ser especialmente citado é o brilhante John Renbourn (falecido em 2015), que também foi um guitarrista lendário e muito original. Além disso, não poderíamos deixar de escrever a respeito da magnífica e bela Jacqui McShee cuja voz doce, encantadora e poderosa, talvez tenha sido o ponto mais forte da banda. 

O Pentangle é um grupo simplesmente brilhante, com realizações marcantes e inovadoras em sua trajetória. A discografia da banda é vasta, mas sempre foi repleta de acertos e manteve uma regularidade rara em sua qualidade. Podemos dizer que poucas bandas conseguiram ter uma carreira inteira tão bem sucedida quanto eles, principalmente considerando que tomaram um caminho musical tão adverso (apesar de que, talvez esse tenha sido seu grande feito).

GUYRA PEPO

 Por: Juliana Vannucchi
Fotos: Evandro Messias

No dia 24/05, na companhia de meu querido amigo Evandro Messias e do atencioso motorista e companheiro de aventuras Levi Marcelo, vivenciei uma experiência magnífica e inspiradora na aldeia Guyra Pepo, localizada na cidade de Tapiraí, no interior de São Paulo. Não foi a primeira vez que tive contato com índios, mas certamente foi ocasião mais especial que já passei ao lado deles. Foi um dia imensamente interessante e enriquecedor do qual colhi conhecimentos muito positivos.

Abaixo, com imensa satisfação, compartilho com os leitores parte desse aprendizado obtido, provindo tanto a partir de diálogos que estabeleci diretamente com os índios (especialmente com William, um dos lugares da aldeia), quanto de uma conversa frutífera que tive Caio Saviolo, um jovem e dedicado jornalista que trabalha voluntariamente para ajudar os índios Guarani Mbya.
Até meados de 2018, a aldeia Guyra Pepo vivia no Pico do Jaraguá, nas proximidades de Jundiaí e São Paulo. Porém, nesse referido ano, foram deslocados dessa localidade porque a Rodoanel desejava aumentar sua área de funcionamento e, desde então, grande parte da aldeia está instalada em Tapiraí. Esse deslocamento foi devidamente legalizado e a cidade foi escolhida pelos próprios índios. Entretanto, note-se que o fato deles deixarem o ambiente em que viviam, não foi uma escolha. Desde que se mudaram para essa nova cidade, passaram a enfrentar certas dificuldades cotidianas no que diz respeito ao processo de adaptação e reestruturação. Caio Saviolo contou que: "Antes eles viviam de assistencialismo e agora não recebem nada". O voluntário que acompanha os índios há quase um ano, também comentou que mesmo diante dessa dificuldade em relação ao novo ambiente que ocupam algo muito importante e positivo ocorreu: Houve um grande interesse da comunidade de Tapiraí e da região em relação á tribo: "Nós percebemos que há um apelo social. Muitas pessoas têm interesse em ajudá-los e conhecê-los". Isso tem sido de grande valia para os índios que não possuem mais uma renda fixa e também, infelizmente, vivem num terreno no qual há muitos eucaliptos, fato este que dificulta muito a prática de plantio e, consequentemente, se torna um empecilho para a reestruturação da aldeia.

“Deve haver um momento pra mente, corpo e espiritualidade”.
Mas mesmo mediante essa rotina nova e um tanto incerta e conturbara, nota-se que os índios preservam sua postura guerreira e otimista. No dia-a-dia, sempre de maneira coletiva e determinada e dentro desse cenário, mantém ativamente seus hábitos culturais ancestrais - varemos alguns deles na sequência. Entre si, comunicam-se na língua Guarani da qual, aliás, muito se orgulham em ter conservado. Mas apesar da imensa valorização de sua própria língua, comentaram que fazem questão de que as crianças aprendam bem a língua portuguesa. Disseram-me que ela faz falta para muitos adultos que não tiveram oportunidade de estudá-la. Atualmente as crianças da aldeia frequentam escolas municipais e estaduais. Entretanto, antes de viveram em Tapiraí estudavam numa escola bilíngue através da qual sua própria cultura era valorizada - é claro que há um esforço e grande desejo por parte dos índios para que esse tipo de ensino seja colocado em prática novamente, mas por hora, não há previsão para que isso aconteça (e aqui está mais um desafio enfrentado pela aldeia).

Durante experiência, conforme mencionado anteriormente, conversei com William, que é um dos líderes da aldeia. É um indivíduo doce e comunicativo, uma espécie de "porta voz" dos índios. William, gentilmente contou-me bastante sobre sua cultura, e pacientemente respondeu as perguntas que fiz. Compartilhou, por exemplo fatos curiosos em relação aos hábitos alimentícios dos membros da aldeia Guyra Pepo: alguns dos animais dos quais se alimentam são a anta, o tatu, o porco do mato e alguns outros. Também disse que se comem nambu de vez em quando. Além disso, a tribo tem o peixe como um de seus principais alimentos, porém, nas circunstâncias atuais, eles não têm condição de comprar e também não encontram rios propícios para pesca. Da sua culinária, também fazem parte os alimentos não perecíveis tal como arroz, feijão, macarrão e alguns outros. Costumam comprar ingredientes como farinha de trigo, da qual fazem um pão tradicional que é diferente do que costumamos comprar em padarias. E William também contou que estão plantando milho e mandioca, muito embora, infelizmente, o primeiro alimento citado não tenha se desenvolvido adequadamente u no solo local. Além disso, ele fez questão de explicar que a caça não é uma atividade que ocorre com tanta frequência, pois eles tem uma enorme preocupação com a natureza que, atualmente, se encontra ameaçada.
Há muitos outros aspectos culturais aldeia Tekoa Guyra Pepo que merecem ser explorados
Em certo momento, perguntei ao William a respeito de sua religião. Prontamente, ele respondeu que a palavra "religião" não faz parte do vocabulário deles e que aquilo que existe e faz sentido para a aldeia é a "espiritualidade". Eles possuem uma divindade suprema chamada Nhanderu que, de acordo com ele, de certa forma corresponde ao que chamamos de Deus. Contou que na tribo há sempre um período do ano (que dura seis meses) dedicado ao recolhimento e, nessa época, os índios descansam, meditam e trabalham suas espiritualidades. Disse ainda que a sociedade civilizada não costuma fazer isso e, como consequência da ausência desse tipo de prática, muitas pessoas se deprimem e sofrem de ansiedade. Conforme ele declarou: "Deve haver um momento pra mente, corpo e espiritualidade". Esse "recolhimento" anual consiste num momento dedicado para a própria pessoa, para cuidados com o corpo e com a mente. Ao longo desses seis meses, eles utilizam os alimentos providos do plantio, que são anteriormente colhidos e estocados. Ainda em relação a esse assunto, William também contou que há um local específico na aldeia no qual uma espécie de "curandeiro" local prática uma limpeza espiritual nos índios da aldeia. Quando conversei com Caio Saviolo, ele disse que a espiritualidade é de suma importância para aldeia e: “Eles não a encaram como algo diferente do dia-a-dia. Ela está presente e é sentida em todos os momentos, é parte intrínseca de todos os momentos que vivemos .”

Outro ponto que considero muito interessante citar é a questão do "intercâmbio de conhecimento", que corresponde a um deslocamento feito entre os índios brasileiros, no qual uns visitam as aldeias dos outros para se conscientizar sobre suas respectivas situações - caso haja algum tipo de problema (seja geográfico, social ou, enfim, qualquer outro) eles procuram se unir e se fortalecer. William me contou orgulhosamente sobre isso e nesse momento da conversa, acrescentou ainda que acompanha o atual cenário político e está bastante preocupado com os cortes na educação, que estão sendo propostos por Jair Bolsonaro. Disse que é contra esse ato e que se precisar, participará de manifestações em nome da aldeia.

Embora esses índios recebam apoio constante, tanto por parte dos moradores de Tapiraí, quanto de pessoas de outras regiões, o choque cultural entre os indígenas e o "homem branco" é uma realidade. A esse respeito, Saviolo comentou: "O estilo de vida deles é muito diferente do nosso. Quando as mulheres estão menstruadas, por exemplo, elas tocam em jejum. Praticamente só tomam água e não ingerem açúcar. Na escola, isso gera certo problema, pois os funcionários observam que as meninas se alimentam de maneira diferente e, aparentemente, estranham esse hábito". Além disso, durante minha visita na aldeia, escutei um índio comentar que acha muito importante que haja um contato entre o homem branco e a aldeia, pois essa é uma oportunidade em que os índios podem compartilhar seus conhecimentos e cultura e desmistificar muitas coisas inverídicas que dizem a respeito deles.

Há muitos outros aspectos culturais aldeia Guyra Pepo que merecem ser explorados. Espero que futuramente eu tenha mais experiências valiosas e únicas como essa que me proporcionou tanto conhecimento e profundas reflexões.

Abaixo seguem alguns registros fotográficos da visita feita à aldeia. Todas as imagens foram feitas pelo fotógrafo Evandro Messias.







terça-feira, 14 de maio de 2019

A FABULOSA ARTE DE ARY VIANNA

 Por: Juliana Vannucchi

Ary Vianna é um artista residente de Jundiaí, cidade localizada no interior de São Paulo. É um pintor cujo talento, já há algum tempo, atrai admiradores não apenas do Brasil, mas também do exterior. Atualmente, seu cotidiano possui uma marca que já o acompanha há muito tempo: a paixão pela música. Esse, não apenas é o alimento diário e regenerador de sua alma, mas também é a fonte da qual surgem suas principais inspirações para a pintura. Nesse sentido, aprecia especialmente o Rock And Roll em várias de suas vertentes, e alguns dos músicos que mais o atraem são Lux Interior, Johnny Thunders, Iggy Pop e Lou Reed - dentre vários outros, é claro.



Definitivamente, é uma personalidade que merece ser valorizada. 
 
 
Ary produz arte em peças diferentes, tal como camisetas, jaquetas, LPs e quadros. Embora a música, conforme citado, seja sua principal inspiração, seu admirável talento também o levou a retratar outros temas. Certa vez, por exemplo, ele pintou com perfeição uma belíssima figura de Nietzsche que, acredito, foi um de seus trabalhos mais memoráveis. Além disso, o cinema também o atrai e já motivou várias de suas criações artísticas.

Ary é definitivamente um artista de destaque. Sua habilidade é única. Seus trabalhos são pintados à mão, mas parecem imagens digitalizadas, de tão perfeitos que são os contornos, cores, traços e detalhes gerais. É um pintor essencialmente underground e muito original que trabalha de maneira autônoma. Podemos dizer que a fórmula de seus produções, em suma, consistem numa pincelada de D.I.Y mesclada com uma dosagem de rebeldia e com uma pitada especial de decadência e niilismo.

Ary Vianna pintando uma camiseta da banda Icon.
 
Podemos dizer com segurança que ele é um dos mais notáveis e talentosos artistas de nosso país. Suas encantadoras produções artísticas são únicas. Peças raras. Definitivamente, é uma personalidade que merece ser valorizada. Para a sorte de seus admiradores, ele vende seus produtos exclusivos e os preços variam conforme a encomenda. Se você tiver interesse em conhecê-lo melhor e consultar valores e formas de pagamento, entre em contato com o artista através de seu Facebook, Instagram ou e-mail.

Algumas telas feitas pelo artista de Jundiaí.

domingo, 12 de maio de 2019

12 MÚSICAS SOBRE UFOLOGIA E ALIENÍGENAS

Por: Vannucchi e Marinho

Preparamos para leitores uma lista inusitada na qual foram selecionadas doze músicas baseadas em temáticas ufológicas. Há muito tempo, os seres humanos, ao olharem para o céu e perceberem sua imensidão, perguntam-se se haveria alguma forma de vida em outros planetas. Atualmente, tudo indica que existe – ainda que não se trate de vida inteligente. Com isso em mente, separamos algumas músicas que se encaixam no tema, compostas por nomes como Raul Seixas, David Bowie, Blink-182 e Neil Young, dentre outros... 


PAPAI NOEL E.T - GEPUS E BANDA THREE ROCKS:

A divertida música que inaugura nossa lista foi criada pelo G.E.P.U.S (Grupo de Pesquisas Ufológicas de Sorocaba) e pela banda Three Rocks, e foi originalmente lançada no final de 2015. “Papai Noel E.T” conta com uma excelente composição instrumental e com uma letra cômica e muito interessante, que fala sobre abdução. 

S.O.S DISCO VOADOR - RAUL SEIXAS:

Uma das canções mais geniais de Raul Seixas, na qual o músico propõe uma curiosa reflexão sobre o quanto o ser humano encontra-se alienado em seu cotidiano, de forma a distanciar-se de indagações e abster-se de senso crítico e de buscas pela compreensão dos mistérios que frequentemente o rodeiam. Os meios de comunicação e o trabalho sugam o homem que, embora seja constantemente bombardeado por sinais sobrenaturais, parece não ter tanto para pensar sobre tais ocorrências.

É um pedido de ajuda, um suplício para que os extraterrestres nos retirem desta finitude, deste plano que, em muitos casos, limita-se para consciências grandiosas. Eis o homem, sempre tão discreto diante da grandiosidade do espaço... 

ZERO ZERO UFO - RAMONES:

Em uma música barulhenta, um dos maiores ícones do movimento punk também deixou sua “mensagem ufológica”. “Zero Zero UFO” carrega a assinatura típica do Ramones, possuindo velocidade sonora e o vocal escrachante típico de Joey Romone. A faixa faz parte do "Brain Drain", de 1989, que é um dos ótimos trabalhos do grupo norte-americano, no qual também se encontra a aclamada “Pet Semetery”.
 

Você acredita que existe vida inteligente fora da Terra? Acha que seres de outro planeta nos observam ou mesmo interagem conosco de alguma forma? 

 
STARMAN - DAVID BOWIE:

Seria terrivelmente injusto se uma lista que relaciona Ufologia e rock and roll, não mencionasse o camaleão. Ao longo de sua brilhante carreira, David Bowie produziu diversas faixas que, de alguma maneira, abordam temáticas ufológicas. Aliás, é preciso dizer que essas tantas menções aconteceram pelo fato de que o músico realmente possuía interesse pelo assunto e, claro, isso ficou bastante evidente no decorrer de sua trajetória artística.

Escolhemos a popular “Starman” para ocupar espaço nessa lista. A canção foi lançada em abril de 1972 e posteriormente foi incluída no glorioso álbum "The Raise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars". A letra de “Starman” é muito interessante e representa uma mensagem de Ziggy, um alienígena fictício criado por Bowie, na qual o extraterrestre conta aos humanos sobre seus sentimentos, sobre ele próprio e, de certa forma, sobre a maneira como ele percebe a vida terrena a partir de sua profunda cosmovisão. 

Em mais de uma música de sua vasta discografia,  Bowie menciona alienígenas.

NO ONE WANTS AN ALIEN - WIPERS:

Em uma música melódica feita por uma das bandas mais incompreendidas do movimento punk, Greg Sage – o líder dos Wipers – mostra um tema recorrente nas letras sombrias de seu grupo: a sensação de estar disperso da multidão a sua volta. A ambiguidade das letras é bem posta nessa música. Ao mesmo tempo em que se coloca em uma posição solitária de um ser que é mal compreendido pelos seus semelhantes, também mostra a visão de um alienígena nascido longe do seu verdadeiro lar e desconectado do mundo ao seu redor.

MOTORWAY TO ROSWELL - PIXIES:

O Pixies aborda nessa música um dos casos mais famosos da ufologia mundial, em que um suposto OVNI teria caído em um rancho na cidade de Roswell, sendo mais tarde recolhido por militares e dando origem à várias teorias da conspiração. Aliás, canções sobre seres extraterrestres são bem presentes nos trabalhos do Pixies, especialmente no terceiro álbum, "Bossanova" que, inclusive, tem o tema como ponto central do álbum.

AFTER THE GOLD RUSH - NEIL YOUNG:

Nesta balada triste e amargurada, Neil Young aborda três épocas diferentes, dentre as quais duas  apresentam visões sobre a Mãe Natureza, sendo o sol o único ligado aos três versos. O primeiro verso reflete sobre as celebrações nos tempos medievais para o sol que flutuava na brisa; o segundo sobre os tempos atuais, em que o cantor se encontra angustiado quando ocorre uma explosão atômica; e por último, o terceiro verso, onde as naves alienígenas chegam a Terra para transportar os escolhidos para um novo lar no sol.

IT COME OUT OF THE SKY - CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL:

O Creedence Clearwater Revival conta nesse southern rock animado uma história sobre um OVNI que cai do céu e deixa a população num frenesi, com o Vaticano e o governo, que se esforçam para tomar posse do objeto. Também fala sobre Hollywood criando um filme épico sobre o ocorrido e figuras públicas fictícias se aproveitando da ocasião para se tornarem verdadeiros ícones internacionais.

MR. SPECEMAN - THE BYRDS:

Ao lado da música irmã “5D (Fifth Dimension)”, a canção centra-se em  dois temas nucleares: ficção científica e vida extraterrestre. Semelhante a “S.O.S Disco Voador” de Raul Seixas, o narrador alega que gostaria de ser levado pelos seres extraterrenos. Ele parece ter mantido comunicação com os aliens, o que fica evidente no verso “espero que eles cheguem em casa bem”.

Uma curiosidade é o fato de McGuinn e seu companheiro de banda, David Crosby, quererem entrar em contato com aliens via transmissão de rádio através dessa música. McGuinn contou em uma entrevista para a revista "ZigZag": “Estava interessado em astronomia e na possibilidade de me conectar com vida extraterrestre e achei que poderia funcionar, se tentássemos contatá-los. Eu pensei que a música sendo tocada no ar poderia ser uma maneira de chegar até eles. Mas mesmo que houvesse alguém lá encima ouvindo, eles não teriam ouvido porque descobri mais tarde que as ondas de rádio AM se difundem no espaço rapidamente”.

STARSHIP TROOPER - YES:

Era provável que apareceria uma banda de rock progressivo em nossa lista, afinal, esse gênero, de maneira geral, flerta com temáticas cósmicas. Bem, aqui está. O Yes possui uma letra que parece narrar uma viagem espacial de um explorador intergaláctico. A música foi lançada em 1971 e faz parte do disco "The Yes Album".

“Starship Trooper” convida o ouvinte para uma viagem alucinante por entre as estrelas e planetas, pelas quais conhece seres extraterrenos, e pode vislumbrar os tantos encantos do espaço sideral que são, simultaneamente, tão próximos e igualmente tão distantes de nós. Feche os olhos e desfrute deste incrível música… navegue… 

Será que somo visitados por seres extraterrestres? 
 
ALIENS EXIST - BLINK 182:

O Blink 182 também registrou a temática em uma de suas músicas. Na letra da faixa em questão, encontramos a situação de um indivíduo que subitamente começa a suspeitar que foi alvo de experiências e contatos com extraterrestres. Porém, ele é desmoralizado... ninguém acredita nele – e ele próprio fica confuso com isso tudo.
 
STARSHIP - MC5:

O MC5, um dos maiores nomes do protopunk, assim como o Ramones, também gritou e fez barulho para contar sobre a história de uma nave-espacial que parte deste planeta para um local distante e encantador, imergindo numa viagem mágica, intensa e cheia de aventuras. Comandada por uma guitarra com som sujo e pesado, essa é uma das músicas mais envolventes e aclamadas da banda. 


quarta-feira, 8 de maio de 2019

FANZINE ÚLTIMA QUIMERA: VALE A PENA CONHECER

Por Vannucchi

Fanzines são produções gráficas (impressas ou virtuais) que utilizam-se de elementos textuais e imagéticos, geralmente mesclando-os. Caracterizam-se essencialmente por serem produções de cunho independente, ou seja, não mercadológicas e por serem inteiramente planejadas e executadas por entusiastas de um determinado assunto. Desde 2017, o Brasil se destacada pela produção de uma fanzine de grande notoriedade, chamada "Última Quimera". Trata-se de um projeto fundado por Freon (Sad), que é apreciador da subcultura gótica, sendo este o principal foco da revista.


Devemos valorizar e apoiar projetos undergrounds como esse. 
 
A primeira edição da última Quimera foi impressa no primeiro semestre de 2017 e até o início de 2019, foram lançadas oficialmente quatro outras revistas. Há cerca de dois meses atrás, Sad, muito gentilmente, me enviou  todas as edições publicadas. Fiquei simplesmente surpresa com a qualidade das fanzines, pois todas as edições são muito bem elaboradas. De maneira geral, elas se destacam tanto na forma quanto no conteúdo: a parte gráfica é muito bem estruturada e conta com uma excelente disposição dos componentes gráficos. Nesse ponto, é válido citar que as imagens das capas das quatro edições publicadas até o momento, são são bastante originais e atrativas. O conteúdo, por sua vez, é bem diversificado e sempre carrega um pano de fundo reflexivo, que convida o leitor a examinar de maneira crítica os assuntos abordados. Os textos costumam estabelecer profundas e instigantes analogias entre o universo gótico e certos aspectos que fazem parte de nossas vidas. Somado aos textos de cunho mais reflexivo, encontram-se também entrevistas e matérias sobre lojas e casas de show que se destacam no universo gótico. Alguns dos temas explorados nas edições já lançadas, são: o feminino e o gótico, a cor preta nas subculturas, a relevância da maquiagem na subcultura gótico, a questão do consumismo nessa cultuara, entre outras abordagens muito interessantes.   

A próxima edição deverá ser lançada no próximo semestre, embora não seja possível estabelecer um prazo certeiro para isso. Devemos valorizar e apoiar projetos undergrounds como esse. A Última Quimera é uma fanzine diferenciada que oferece textos com informações culturais e históricas, além de sempre dispor aos leitores valiosas propostas reflexivas. A revista é distribuída gratuitamente, embora Sad aceite colaborações financeiras para investir em custos das etapas de produção da fanzine. Nosso site, definitivamente indica esse autêntico e admirável projeto underground. Adquira seus exemplares e apoie a cena underground brasileira. 

Acesse, conheça e siga a página oficial da fanzine:
https://www.facebook.com/ultimaquimerazine/

INTERVIEW WITH JESSIE EVANS

Por: Vannucchi
 
Jessie Evans not only produces works of art but its as if she were a work of art. Her work is filled with contagious energies which are able to free us from all darkness that afflicts us. Her songs offer us a bit of everything: a colorful and creative mix of feelings, emotions and experiences. Our beloved saxophonist and composer has already played in countless stages around the world, through which she has gained recognition. She has lived in many different countries and currently resides in Brazil. In April 2017, she released her latest album, titled "In Love with Jessie & Pitshu". Last year she performed at Virada Cultural, one of the most important and popular musical events in the country. And how is Jessie's life and career today? Well, I had the opportunity to chat with her, and I brought some news and curiosities to Fanzine Brasil. Check it out!

1. Jessie, what are your plans for the future? Are you working on some new material?

I’m currently working on two new albums. One is in a new wave/ film noir/ pop style with a producer from France named Younick Yvenou, and one which is Reggae/ dub project with a producer from Mexico named Ima Felini. I also have an unfinished album of reggae versions which I’m slowly completing. Last time I was in California I made plans to begin making new material with Billy and Brian from my old band The Vanishing. It’s a slow start, but Billy and I have some new songs in the works. Have also started a collaboration with Karim Shuquem, singer from The Phantom Limbs (fellow deathrock / wave group from San Francisco) who is a dear friend. These are on back burner but will manifest in time…

2. Are there any concerts for 2019?

Nothing planned yet as I’m still focusing on recording right now and I’m not in a rush to return to the stage until I have new material.

3. What have been your main inspirations lately?

 Love has always been and continues to be my main inspiration for songwriting and for life in general. When I first began writing songs I felt I had to be very conceptual about it, very metaphorical, political. I felt as though every song was my chance to say to the world every single thing I felt in my heart, and felt this urgent responsibility to say something important. Now I’m much more relaxed. I don’t try so hard, I just let things flow and write how I feel. I feel beyond all, it’s important to be honest and to speak from your heart. Love is the only subject I feel I have any grasp on really. Not just romantic love but love for my daughter, my mom, my chosen country, this planet. 

 My environment is a big inspiration as well. For the last three years now I’ve lived in Ubatuba, Brazil, which is a beach town halfway between Rio and Sao Paulo on the north coast of Brazil. We have over 103 beaches in our city. It is literally one of the most beautiful places on earth and I’m so grateful for the opportunity I’ve had to live here and spend this quality time in nature. A couple years ago when I was living in Aricanduva- Zona Leste in Sao Paulo, an area known for having the largest shopping mall in South America, I dreamt of this amazing place with all these beaches and tropical fish. It was so beautiful, unreal, like nothing I’ve ever seen. And now we are here! It was my dream for a long time to return to the sea.  Friends, family and society told me that I had to wait until I was retired to move to such a place. That I needed to be in a city to be an artist. But, as I’m sure I’ll never retire, and also uncertain how long I’ll actually be here on this planet, I decided to live for today. It was my greatest desire to live by the ocean in a time and area where the ocean is still clean enough to swim in and I wanted to share that experience with my daughter while she is growing up. I am from a small surfing town in Northern California and grew up swimming. It’s something which greatly shaped my spirit. So I end up writing a lot of sailor style songs, with references to the sea and ships, beaches, islands. As it rains so much here, rain and flooding have actually become a very constant topic in my songwriting as well. Mermaids are a big inspiration to my visual art as I’ve begun making mermaid dolls in addition to the Josephine Baker dolls I make.  I’m not sure at the moment if I will stay here long term, as I’m feeling the 7 year itch to move onward and try something different, but at the same time, I’m very happy with the time we’ve spent here and wouldn’t mind if we stayed forever. I find the nature here incredibly inspiring. I could spend hours on my hammock just looking at the wind blowing the leaves on the trees. I tell my daughter that the trees are dancing. The leaves are like people in a dancehall, moving and fluttering together in the wind. In nature, every part is connected to a whole, where as humans we are sadly separated by our egos. I will never get tired of the beach, the ocean, the mountains, the jungle. We have over 30 fruit trees in our yard including banana, jabiticaba, pineapple, guayaba, papaya, avocado, amaro, acai, coconut.  I am constantly amazed by what new exotic fruit I discover here in Brazil. Many of them have textures that are so erotic, and flavors that combine nuts with fruit sweetness.

The Nicherin Buddhism that I study and practice with the chanting of Nam myoho renge kyo is also a constant source of joy and inspiration in my life. This modern form of Buddhism teaches that out of all suffering comes joy, that there is actually a sacred law to the universe and that everything is in rhythm to this. They say “Let the poison be the remedy.” They believe we are all gods and responsible for our own happiness, and that enlightenment is not something resigned for the after life but something which is attainable to all people, and in all moments. You could be happy in the next instant, if only you change your perspective. It brings great courage to know this, and to have found a faith which encourages such positivity. The simple discipline of chanting brings great courage and force for me in my daily activities and continues to make me feel as though we are all just rocks tumbling through the sea, continuously  crashing against the shore  and will eventually become polished and purified, more beautiful than imaginable. 

(...) from this darkness I believe we will birth the new world, and are in fact, in the midst of this darkness,  we’re already entering the next golden age (Crédito da imagem: foto de Fabio Viana).
4. How has it been for you living in Brazil, that currently faces such a difficult political situation?

I have sincerely enjoyed living in Brazil. I’ve always felt so grateful, as Brazil has been a country which received me with open arms and heart and has nurtured me on many levels. Though it has been a challenging time in my life in terms of surviving as a musician, I do feel that I have been well received here and greatly appreciate the kindness and humanity of the Brazilian people. Community is important here and people are very friendly, talkative. It makes life so much more enjoyable to wave and say hi to people on the street when you go to the store.  I’m scared over the new president and what destruction that will bring to not just Brazil, but to the world, as he is keen on destroying the amazon and its resources as well as natives at a speed that we have not yet seen. I’m sure this will have devastating effects on the planet and I hope something can be done to stop this progression of stupidity and egocentric greed which is so prevalent in the world these days. For sure we are in dark times, but from this darkness I believe we will birth the new world, and are in fact, in the midst of this darkness,  we’re already entering the next golden age. It is like a shedding of skin on a planetary level, in which all darkness and sickness must be revealed in order for the truth and love beneath to shine once again.

5. Do Brazilian songs have or ever had any influence on your compositions? Do you like any specific Brazilian musical genre?
I don’t feel that Brazilian music has had much impact on my music, no. Brazilian music is very specific, very diferent from my punk/ wave/ jazz/ reggae roots, and even if I can appreciate it, it is not something really natural in my blood that I could just transplant into myself. I guess what I enjoy the most is the percussive elements. I apprecaite Brazilian pop music too: Ludmila, Anita. I find these styles very sexy. I enjoy a lot the álbum FATAL from Gal Costa, and her early work. That álbum has had the most impact on me. Rita Lee of course I think is fabulous too, Gil Gilberto...

6. What bands/singers have you been listening to lately?

I discovered this band WILD BELLE (from Chicago, based out of LA ) who I absolutely love and identify a lot with. Also been listening to Lana del Rey a lot the last weeks. I’ve always liked her stuff but until now was never obsessed. My daughter loves Cyndi Lauper “Girls just wanna have fun” and needs to listen to it and do all the dance moves from the video several times a week, which for me is just such a pure joy as Cyndi Lauper was the first singer I truly identified with and who inspired me to sing. I am also listening  to Ima’s electro  cumbia AMANTES DEL FUTURO. Can’t wait for him to release his new album so I can share it. In general I listen mostly to roots reggae / dub and new wave music. Nina Simone is a constant favorite too, along with Prince.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

LOVE: O ÁLBUM REVOLUCIONÁRIO DO THE CULT

Por: Vannucchi

O The Cult teve uma carreira bem sucedida e, no geral, todos os álbuns de estúdio que lançaram são elogiáveis. O "Love", de 1985 é o mais popular da discografia e obteve grande sucesso comercial, tendo vendido mais de dois milhões de cópia. Acredito que a popularidade se justifica na qualidade sonora, pois o vejo como o grande álbum da carreira do The Cult e, certamente, um dos mais interessantes dos anos oitenta.

Billy Duffy e Ian Astbury, os grandes nomes do The Cult.
O álbum possui um total de dez faixas, que em conjunto criam uma atmosfera magnífica e inigualável. Dentre tais encontram-se as clássicas "Revolution" e "She Sells Sanctuary". O The Cult é uma banda autêntica e diferenciada e creio que o "Love" retrata muito precisamente esse aura peculiar da banda. Ian Astbury e Billy Duffy são os grandes destaques desse trabalho sonoro descomunal: o primeiro, encanta com sua voz sublime enérgica e poderosa e com suas composições líricas esquisitas e enigmáticas; o segundo, por sua vez, brilha na guitarra, dando ao instrumento uma verdadeira "voz" que em certas faixas se sobressai como sendo o principal elemento compositor - é o que ocorre, por exemplo, nas duas músicas clássicas e famosas citadas no início deste parágrafo, nas quais o som da guitarra é cativante. Além desses integrantes, os outros membros da banda, certamente também merecem ser exaltados, afinal, o "conjunto da obra" funcionou muito bem e não a toa, o "Love" se tornou um disco lendário e inigualável. Enfim, é um álbum que consegue ser dançante, entusiasmante e também incrivelmente trágico e soturno. Passeia por várias esferas do sentimento humano, conduz nosso espírito para terras diversificadas... é como um livro de poesias capaz de nos levar ao deslumbre dos mais diversos deleites.

O "Love", por si, vale a carreira inteira do The Cult, embora felizmente a banda tenha muitos outros materiais de qualidade para oferecer. É válido citar que há quem critique a drástica mudança de postura do "Love" para alguns trabalhos seguintes nos quais a guitarra se torna mais acentuada e a banda assume uma postura musical, digamos, mais voltada ao Hard Rock. Eu, no entanto, jamais achei que isso foi um problema ao The Cult. Muito pelo contrário, penso que foi uma virada de chave importante e bem feita na carreira da banda e acredito que seja um erro tentar desqualificá-los por conta disso, tal como algumas pessoas fazem. Geralmente esse tipo crítica é feita por góticos aficionados por mesmices sonoras e que, talvez, nunca tenham perdoado Ian por ter rumado do sombrio Southern Death Cult para o aventureiro The Cult. Mas Ian tinha muito talento para se estagnar num único gênero musical. 

O "Love" é um dos álbuns mais memoráveis dos anos oitenta.

TwitterFacebookRSS FeedEmail