Por Vannucchi
Certa vez
eu estava relendo o livro "O Crepúsculo dos Ídolos", escrito por F.
Nietzsche, quando, repentinamente, meus olhos se depararam com um conjunto
potente de palavras que, imediatamente, trouxeram à tona em minha consciência,
a imagem de Siouxsie Sioux. O referido trecho ao qual me refiro é um aforismo intitulado
"Minha Concepção de Gênio". Abaixo, transcrevo uma parte do
mesmo.
"Grandes homens, assim como
grandes tempos são um material explosivo interior do qual uma força imensa é
acumulada (....) Os grandes homens são necessário, o tempo em que aparecem são
casuais; o fato de eles quase sempre se tornarem senhores sobre o seu tempo não
se sustenta se não através do fato de eles serem mais fortes (...) ele
extravasa, ele transborda, ele não se poupa (...)" - Nietzsche.
As relações que estabeleci enquanto lia a
passagem acima com a personalidade de Siouxsie Sioux, definitivamente fazem
sentido. Ela foi um material explosivo para seu tempo e, certamente também para
as gerações futuras. Sioux transcendeu seu próprio tempo. Isto significa que
suas diversificadas contribuições (ideológicas, comportamentais e musicais) são
simplesmente atemporais. Mesmo que sua geração não estivesse completamente
preparada para recebê-la, ela estava plenamente presente, abraçando
corajosamente o mundo que lhe envolvia, enquanto, por sua vez, ela própria
construía também o um novo mundo através de incríveis expressões artísticas.
Tentar descrever seus feitos é um desafio grande, pois eles foram muitos. Mas
de maneira geral, posso mencionar que o legado de Siouxsie Sioux, é traçado por
um enorme brilhantismo criativo e por uma aura de imensa singularidade. As
letras que ela escreveu são emblemáticas! Muitas baseiam-se em filmes (por
exemplo, Head Cut), outras falam sobre assassinato (Night Shift) e também houve
inspiração provinda de sonho (como em Lunar Camel).
Siouxsie Sioux é uma espécie de coelho branco que nos convida, poeticamente, para adentrar em um místico universo atípico é instigante! |
A vocalista dos Banshees, com sua curiosa
extravagância, sacudiu Londres durante a década de setenta durante a eclosão do
movimento Punk Rock, tornando-se uma das principais representantes da cena.
Posteriormente, afastou-se desse gênero sonoro que refletiu diretamente em seus
dois primeiros trabalhos musicais. Os Banshees mudaram de rumo e tornaram-se
mais sublimes, sempre se diversificaram e até mesmo, em alguns trabalhos,
beiraram o Pop. O The Creatures, por sua vez, apoiou-se em uma sonoridade
singular.
Sioux, portanto, se reconstruiu, sempre, de tempos em tempos com imensa originalidade. Entregou-se firmemente às suas próprias transformações. Concretizou desejos. Foi ousada e muito, mas muito corajosa, fazendo da autenticidade uma assinatura. Durante o extenso trajeto de sua carreira, balançou harmoniosamente entre fases apolíneas e dionisíacas que resultaram em canções fantásticas! Siouxsie Sioux é uma espécie de coelho branco que nos convida, poeticamente, para adentrar em um místico universo atípico é instigante! Ela não foi apenas uma cantora que marcou a história do Rock And Roll, ela do genial.
Sioux, portanto, se reconstruiu, sempre, de tempos em tempos com imensa originalidade. Entregou-se firmemente às suas próprias transformações. Concretizou desejos. Foi ousada e muito, mas muito corajosa, fazendo da autenticidade uma assinatura. Durante o extenso trajeto de sua carreira, balançou harmoniosamente entre fases apolíneas e dionisíacas que resultaram em canções fantásticas! Siouxsie Sioux é uma espécie de coelho branco que nos convida, poeticamente, para adentrar em um místico universo atípico é instigante! Ela não foi apenas uma cantora que marcou a história do Rock And Roll, ela do genial.
Atualmente, prefere ficar em seu lar, caminhando
pelo jardim e cuidando das plantas. Além disso, diverte-se brincando com seus
gatos e entregando-se à leitura. Gosta de Jean-Paul Satre, Albert Camus, Proust
e outros autores. Certamente, de vez em quando, encontra tempo para algum
filme. Ela sempre foi apaixonada pelo cinema... Conta-se, por aí, que aprecia
obras de diretores como David Cronenberg e Alfred Hitchcock.
Ela já fez o suficiente e não deve mais nada a
ninguém. Pobres de espírito são aqueles que lhe cobram algo.
Hoje, no dia
27/05/2017, Susan Janet Ballion está completando 60 anos. É uma honra conhecer
o seu legado e poder apreciar a sua arte!
* Texto anteriormente publicado no site Audiograma.
* Texto anteriormente publicado no site Audiograma.
0 comentários:
Postar um comentário