Fanzine Brasil

domingo, 6 de junho de 2021

MINHA ALMA, MINHA VIDA É O PUNK ROCK DE CORAÇÃO!

 O punk rock é uma espécie de linguagem universal capaz de engrandecer qualquer indivíduo.

Por: Juliana Vannucchi

Durante meados dos anos setenta, o mundo se deparou com o embrião e o desenvolvimento de uma expressão cultural provinda dos subúrbios de Nova York e de Londres: o punk rock. Essa manifestação iniciou-se na música, mas posteriormente adquiriu um caráter cultural mais amplo, fazendo-se presente também na moda, no cinema, em ideologias de cunho político e social e em outros elementos, tornando-se, com o passar do tempo, uma verdadeira filosofia de vida. Desde que o punk rock surgiu, inúmeras especulações e diversos estudos a seu respeito têm sido desenvolvidos. Ao longo do tempo, também surgiram produções cinematográficas (filmes e documentários) e livros a respeito do assunto que, de certa forma, tornou-se uma inesgotável fonte de reflexões, discussões e críticas.

De maneira geral, podemos dizer que o movimento punk foi arquitetado por jovens inquietos que deram início a um novo gênero musical e que criariam um comportamento que sobreviveria durante décadas, superando tempo e espaço, e que se serviria como inspiração para pessoas nos quatro cantos do mundo. Mas quando formularam as bases do movimento, esses referidos personagens, que em parte, um dia se tornariam nomes mundialmente conhecidos, não se encontravam numa situação de vida muito favorável. Eles viviam situações de vida dramáticas e repletas de desesperança... Não podiam nem ao menos ser sonhadores, pois, de alguma maneira, sentiam-se oprimidos pelo sistema econômico, político e social do período em que viviam. Especificamente em Londres, uma cidade marcante para a história do punk, as taxas de desemprego e de inflação estavam altas na década de setenta e não havia muita esperança de progresso e melhorias futuras. Dessa forma, considerando tal contexto, grande parte das letras que os punks desse período elaboravam eram baseadas em suas perspectivas de realidade social e problemas urbanos, além de certa dose de sentimentalismo, desespero e agressividade, ingredientes que foram somados a uma considerável porção de barulho. O punk rock desde os primórdios foi, em suma, um verdadeiro incentivo à revolta, uma chamada às transformações (sociais, subjetivas, musicais, estilísticas etc.) e uma retrato autêntico de inquietações e espantos para com um mundo exterior defeituoso, incerto e problemático. Eis o punk, em suas profundezas, um verdadeiro grito de coragem e de liberdade!

A seguir, o leitor poderá desfrutar de uma breve análise histórica, ideológica, reflexiva e musical sobre o punk rock. Entretanto, mais do que se deparar com linhas que descrevem esse universo sob tais perspectivas, esperamos que o leitor possa também mergulhar nas essências ideológicas que impulsionaram e guiaram o surgimento do movimento subversivo e que ajudaram a moldar seu espírito.

“CAMINHE DO LADO SELVAGEM” (Lou Reed)

Como tudo começou?

Grande parte dos primeiros músicos que deram vida ao punk rock eram provindos da massa, sendo muitos deles, conforme já antecipamos, residentes dos subúrbios. Geralmente, possuíam influências ideológicas e musicais de grandes e perigosos visionários da época, como David Bowie, Iggy Pop, Lou Reed, New York Dolls, T-Rex, The Velvet Underground, The Stooges e outros músicos e bandas que, por intermédio de seus conteúdos líricos, sonoros e atitudes, estavam dissolvendo normas impostas e propondo inovações. Esses e vários outros artistas compõem o que hoje, se traçarmos uma linha do tempo na história do rock and roll, podemos entender por “protopunk”, isto é, um movimento musical, comportamental e ideológico que antecedeu a manifestação e o surgimento do punk rock. 

O conteúdo das letras desses músicos mencionados proclamava suas paixões, pensamentos e sentimentos através de uma linguagem subversiva que visava ser essencialmente livre e, justamente por isso, muitas vezes tais artistas abordavam personagens e temas tipicamente rejeitados socialmente e moralmente, tais como prostitutas, drogas, vício, viciados, sexo e qualquer outro tipo de temática que pudesse perturbar alguns indivíduos, tirando-os de sua zona de conforto.

O norte-americano Richard Hell, um dos pioneiros do punk rock, em uma de suas letras mais icônicas, dizia fazer parte de uma “geração oca” (“Blank Generation”). A música se tornou um hino que parecia ironizar as críticas feitas à sua geração.  Por outro lado, David Bowie, até o início dos anos 70, continuava ditando suas próprias regras e confundindo críticos e fãs com suas incessantes e criativas metamorfoses. Iggy Pop era um rebelde sangrento capaz de tornar qualquer ambiente harmônico no espaço mais caótico possível. O Velvet Underground lançou um álbum cuja capa possuía uma banana desenhada em um fundo branco e teve o mundo das drogas como protagonista da temática do disco. Algo de estranho estava acontecendo e os futuros punks estavam adorando essa onda de esquisitice, talento e fuga do estabelishment! 

Como embrião e prelúdio do punk, alguns desses artistas do protopunk, no início, eram praticamente outsiders da cena musical, pois se encontravam à margem do que geralmente agradava a grande mídia. Porém, a atenção da imprensa voltou-se a eles (embora com certo desprezo) no momento em que esses artistas começaram a se desvincular de padrões de pensamento e a tomar atitudes tidas como extravagantes, as quais estavam visivelmente distantes de tradicionalismos vigentes. Esse natural afastamento do habitual e o desapego de clichês iriam inspirar fortemente os primeiros artistas e todo o espírito autêntico do punk rock.

REVOLUÇÃO NOS ANOS 70: O PUNK ENTRA EM CENA E SE ETERNIZA

O punk rock, em suma, surgiu nos subúrbios e nos ambientes undergrounds de Nova York (EUA) e de Londres (Inglaterra). Na primeira cidade, seu berço foi especialmente o consagrado C.B.G.B, e na segunda talvez o principal cenário tenha sido o caloroso 100 Club. Em qual dos dois locais houve, de fato, a primeira manifestação? Há bastante controvérsia sobre isso, especialmente pelo fato de que bandas de protopunk dos dois países (como o The Sooges, MC5 e Richard Hell nos EUA, e David Bowie e T-Rex na Inglaterra) já sinalizavam alguns traços que seriam parte essencial do punk rock.

O fato é que houve um momento em que, de certa forma, o protopunk se “deteriorou” e então os punks conquistaram de vez o seu espaço. Assim como esses seus antecessores, eles pareciam recusar as construções sonoras presentes na atmosfera daquela época, especialmente as que vinham do rock progressivo e do hard rock. Estavam cansados de mesmices e complicações desses dois gêneros musicais. As letras do rock progressivo divagavam demais, eram cheias de criaturas míticas, de mensagens simbólicas e idealizações. No documentário “Punk: Attitude”, Legs McNeil, da Punk Magazine, reclama que muita gente já estava exausta dos solos prolongados do Deep Purple. Assim sendo, os novos músicos que estavam surgindo buscavam desvincular-se de tradicionalismos e construir algo diferente, seja lá o que significasse “diferente”. Eles tinham espaço para isso, os locais underground, e então decidiram tentar. Não havia a menor necessidade de ser um gênio musical, pois o rock não era mais elitizado. O importante é que estavam sendo acolhidos e escrevendo suas aventuras de maneira autônoma. Em suas letras, podiam ser engajados social e politicamente ou fazer qualquer tipo de rima e preenchê-la com barulho. Podiam tocar músicas muito curtas ou mais longas (eram permitidos três acordes ou refinamento). Tratava-se, em suma, de ser livre.


Chateados, rejeitados, enganados, manipulados e ignorados – isso é o que sente a juventude britânica (…)”. (SANTOS, p. 20, 1985).

“DO IT YOURSELF”

Quando o punk rock surgiu, não era necessário ser um gênio musical para criar música. Tampouco era preciso ter qualquer tipo de aprovação por parte da imprensa ou do público. E é justamente nessas circunstâncias e nessa ideologia de independência que surgiu a retomada de uma atitude denominada “DO IT YOURSELF”, ou, em português, “faça você mesmo”. É importante esclarecer que tal termo, historicamente, existia desde a década de cinquenta e, conforme dito acima, foi apenas retomado e adaptado pelo punk rock.

 

"Zine DF Caos", produzida por Ulixo
 

No contexto geral, o “DIY” estava diretamente relacionado com uma atitude (individualista e/ou coletiva) pautada na capacidade de se buscar concretizações para quaisquer objetivos. Portanto, sob esse ponto de vista, não é preciso se esperar algo de outrem, deve-se agir por conta própria e, dessa forma, o DIY era uma atitude encorajadora e motivadora, que propunha competência e capacitação. Além do que diz respeito à produção musical, outra expressão do DIY que marcou o cenário do movimento punk foram os fanzines, revistas alternativas e independentes elaboradas por pessoas que acompanhavam o desenvolvimento do punk rock, sendo que uma das principais representantes era a Sniffin’ Glue. As edições dessas revistas eram inteiramente executadas por seus próprios criadores e não contavam com terceirização ou qualquer outra intervenção externa. Eram meios de comunicação de cunho cultural, notavelmente eficientes para os admiradores do movimento. As edições dispunham de informações sobre bandas, shows, além de poesias e outros tipos de artigos: “Os fanzines, especialmente o Sniffin’ Glue, espalhavam ética/estética punk por toda a cidade. Nesses fanzines podiam-se ler coisas como: “Chateados, rejeitados, enganados, manipulados e ignorados – isso é o que sente a juventude britânica (…)”. (SANTOS, p. 20, 1985).

O “Do It Yourself” existe até os dias de hoje e pode ser aplicado nas mais diversas situações ou áreas: estudar por conta própria, produzir suas próprias vestimentas, gravar músicas sem depender de agentes externos, arquitetar um ambiente, decorar uma casa, elaborar um festival, enfim, fazer qualquer coisa possível de maneira independente, por si mesmo. Em nosso próprio país, temos um exemplo vivo do DIY: o Woodgothic Festival, que acontece periodicamente em São Tomé das Letras (Minas Gerais), sob planejamento, organização e idealização de Zaf e Karolina, membros da banda Escarlatina Obsessiva. Conforme comentaram os idealizadores: “A principal característica que torna o Woodgothic um evento DIY é que fazemos tudo sozinhos; nessa última edição tivemos inclusive que construir bilheteria, bar e instalar toda a fiação que iluminou a entrada do evento; três dias antes de o festival acontecer, estávamos lá, martelando, serrando e subindo em árvores para passar o fio elétrico. Fora todo o resto, desde falar com as bandas/DJs, contratar a equipe de som, os seguranças, o pessoal da cozinha, defender-nos dos ataques políticos da administração política local, na Câmara Municipal da cidade (risos) que aconteceu nessa última edição, quando nos impediram de realizar o Festival no Centro de Eventos, e tudo mais que você possa imaginar”. Karolina complementou dizendo que outro notável fator que caracteriza o evento com o DIY é que não recebem nenhum apoio financeiro para realizar o festival e ainda pedem ao público que leve, além dos ingressos, 1kg de alimento que é doado à Associação Viva Criança de São Thomé. Perguntei se incentivam outras pessoas a praticarem o DIY, e a resposta dos músicos foi: “Sim, claro, tem muita gente por aí que poderia organizar algo legal, mas não faz achando que seria impossível, e que precisa disso e daquilo…”.

 

A postura ideológica e a estética do punk exploravam a agressividade e transpunham em seus conteúdos uma notável expressão de insatisfação, descrença e cansaço perante a existência (...)
 

A LIBERDADE COMO COMPONENTE ESSENCIAL DO “ESPÍRITO PUNK”

A mensagem dessas novas bandas era, em geral, de raiva, frustração e alienação. Todas imprimiam em suas músicas um sentimento de urgência em transformações”. (SANTOS, p.23, 1985).

E, afinal, o que significa “ser punk”? Se considerarmos que existem divergências ideológicas e estéticas e que não existe um padrão único e fechado que defina o punk rock, podemos, ainda assim, encontrar uma característica essencialmente comum a todas essas diferenças? Provavelmente, sim, muito embora as respostas para essa essência possam ser diversificadas, partindo de subjetivismos. Contudo, se analisarmos a história do punk rock, podemos encontrar um fundamento que sempre, de alguma maneira,  mostrou-se presente em seu núcleo: a liberdade. E essa liberdade dialogou variadamente com diversos artistas, punks e apreciadores do movimento. As mulheres, por exemplo, puderam, mais do que nunca, estar em cima dos palcos e se expressar através da música. Não que antes não houvesse mulheres em meio ao rock and roll, mas certamente o punk rock as acolheu e lhes deu um espaço significativo, afinal, foi em meio a esse cenário que surgiram nomes como Siouxsie Sioux, Lydia Lunch, Poly Styrene, Lora Logic, as garotas do The Slits e Patti Smith, algumas das crias dos primeiros “points undergrounds”, tanto da Europa quanto nos EUA. Perceba: essas grandes lendas – e tantas outras – do rock provavelmente não teriam encontrado seu espaço se não fosse pelo punk rock!

 

Girl poweeerr!

Além da forte presença feminina em bandas punks, houve também a liberdade de se construir a música de maneira mais simplificada, pois, de certa forma, o punk foi a “ressaca” do rock progressivo, uma vez que ao menos em partes entrou em cena como uma resposta ao exagero maçante de construção sonora do progressivo, além de os punks defenderem a ideia do “do it yourself”, o “faça você mesmo”, segundo a qual qualquer um pode ser músico, basta tocar um instrumento, escrever uma letra e então se expressar. Não é necessário solar na guitarra com os olhos vendados e/ou buscar a harmonia ideal em cada uma das notas, mas sim tocar as notas conforme a alma dita, sendo que isso não exige, necessariamente, sofisticação técnica. E ressalte-se que a ausência de sofisticação exacerbada não implica (ao menos não fatidicamente) um empobrecimento musical. O rock progressvio, tão forte e presente na Inglaterra, já estava cansando ouvintes e críticos. Paul Cook, um dos lendários membros do Sex Pistols, certa vez vestiu uma camiseta na qual havia uma frase em inglês cuja tradução é: “Eu odeio o Pink Floyd”, mostrando a insatisfação dele e de muitas outras pessoas em relação a esse gênero que vivia um momento de desgaste. Nesse sentido, é importante estarmos cientes de que uma das características históricas do rock é a reciclagem, isto é, a criação e a inserção de algo novo no mercado. Ora, foi o que esse movimento fez em relação ao progressivo.

O punk rock surgiu diretamente do universo underground que, principalmente em suas raízes, era menosprezado pela imprensa cujos interesses eram essencialmente mercadológicos. Com o passar do tempo, isso mudou, e os meios de comunicação voltaram-se ao punk rock, embora sempre com o claro interesse de apresentá-lo sob uma ótica absolutamente precipitada, que descaracteriza seu pano de fundo cultural e inovador, para, ao invés disso, enaltecer a violência física, como se o punk pudesse ser reduzido a tal aspecto.

A postura ideológica e a estética do punk exploravam a agressividade e transpunham em seus conteúdos uma notável expressão de insatisfação, descrença e cansaço perante a existência, aspectos que fazem com que os primeiros punks possam ser identificados por uma postura um tanto niilista. Consequentemente, considerando tais traços, pode-se perceber que esse gênero musical, em certa medida, retomou a postura rebelde das raízes do rock and roll. Conforme menciona Santos: “O punk-rock era uma retomada do significado e função original do rock and roll. Era a revolta contra a pasteurização da rebeldia e acomodação do rock, que lentamente havia se transformado num “divertimento leve”, super produzido, longe da vida e da rua”. (p.23, 1985).

Conforme citamos, essa aura de rebeldia, presente tanto no punk quanto no rock, sempre possuiu um ingrediente especial: a liberdade. Tal elemento, que tange a história do punk rock, pode ser sintetizado por estas palavras que, certa vez, foram proferidas por Sid Vicious, um dos maiores representantes e ícones do referido movimento cultural: “Eu faço o que gosto e o que importa é isso. Se ninguém neste planeta gosta do que faço, não reclamo (…).” O músico prosseguiu com a reflexão: “(…) o essencial é que fazemos o que queremos (…) “Se você faz alguma coisa, deve fazer porque gosta, e não por dinheiro. (p.40, 1985).

De alguma maneira, portanto, a ideia de liberdade sempre caminhou ao lado do punk, que abriu espaço e incentivou pensamentos e práticas que capacitavam a autenticidade do indivíduo, pois de repente, como vimos, mulheres, por exemplo, podiam cantar, tocar instrumentos e até mesmo liderar uma banda. As pessoas podiam realizar seus próprios feitos a partir de si mesmas, sem necessariamente ter alguma dependência externa (“DIY”) e, claro, houve uma modificação na construção musical, que se tornou relativamente e voluntariamente simplificada e que rompeu com os efeitos musicais e a tradição sonora pertencentes ao rock progressivo. Dessa forma, qualquer um passou a ter capacidade de compor e criar uma banda (esse, aliás, foi um grande incentivo herdado pelo punk rock – não se aflija, pegue sua guitarra, escreva seus pensamentos num papel e tente esboçar e/ou gravar algo). Ademais, havia um estímulo para que as pessoas rompessem com tradições vigentes (morais, culturais, artísticas, profissionais etc.) que não fossem satisfatórias. Podia-se construir a si próprio, ser gestor de si, além de refutar, criticar, reprovar e até mesmo abdicar do sistema e instituições em vigor.

PUNK IS NOT DEAD – AND IT WILL NEVER BE!

Ao longo do tempo de sua existência, o punk, em suas diversas formas de manifestação (sejam elas ideológicas e/ou musicais), significou uma verdadeira ruptura com tradições vigentes, e as consequências desse abandono para com aquilo que era corrente, culminou em transformações estilísticas (musicais, na moda e, enfim, na arte, em geral) e comportamentais (em grupo ou individualmente). A história que foi escrita pelo punk rock permanece viva e é atemporal. Mesmo que os traços dessa cultura e seus aspectos não sejam de interesse dos grandes meios de comunicação, ainda assim, de alguma maneira, o movimento punk encontrará seu espaço e estará sempre vivo para inspirar e influenciar indivíduos de todo o planeta, independentemente de suas divergências sócio-culturais, pois o punk rock foi e ainda é, em essência, um incentivo à capacidade individual ou coletiva e um manifesto pelo fortalecimento da autenticidade, pautada num incentivo à prática da refutação e das rupturas com qualquer tipo de situação vigente.

Certamente haveria muito mais conteúdo para se explorar neste texto. Prova disso é a quantidade de livros, filmes, documentários, pesquisas, palestras e afins, cuja abordagem temática é o punk rock. No entanto, encerraremos nossa abordagem por aqui, lembrando os leitores de que O PUNK ESTÁ VIVO. 


O punk rock é uma espécie de linguagem universal capaz de engrandecer qualquer indivíduo

O QUE O PUNK ROCK NOS ENSINA?

A pergunta acima é instigante e possibilita incontáveis respostas e caminhos reflexivos. O punk rock é uma espécie de linguagem universal capaz de engrandecer qualquer indivíduo. Dentre  tantas lições que podemos extrair do universo punk, vamos mencionar quatro aspectos:

Faça você mesmo: não dependa de terceiros, tente, crie, ouse e arrisque. Não se preocupe tanto com o resultado, mas foque especialmente no processo criativo. Faça sua própria roupa, revista ou música do jeito que quiser e se não der certo, não tem problema. Concretize suas ideias.

Reciprocidade: o punk também nos ensina a apoiar projetos alheios, afastando-nos assim de qualquer forma de egoísmo e mesquinharia. Colabore, respeite, valorize e ajude projetos independentes, fortalecendo assim a cena autoral. Dialogue, troque, una-se a alguém e progridam juntos. Tenha com quem contar, alimente essa reciprocidade.

Segurança: o punk pode nos tornar pessoas mais seguras, mas fortalecidas, corajosas e mais preparadas para sermos aquilo que queremos ser e para termos voz ativa na sociedade.

Senso crítico: também nos incentiva a ter o tão indispensável senso crítico, que nos faz filtrar e questionar as informações recebidas ao invés de simplesmente aceitar tudo o que nos é despejado. Questione sempre, questione tudo, pergunte algo antes de simplesmente absorver aquilo que lhe é transmitido.

Referências bibliográficas:

SANTOS, Hugo. Sid Vicious. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BIVAR, Antônio. O que é Punk. São Paulo: Brasiliense, 2001.

*Texto adaptado de publicação feita em: www.acervofilosofico.com.br

 AGRADECIMENTOS:

*O título do texto é uma referência e uma menção honrosa à banda "Os Maltrapilhos", uma das maiores lendas do punk rock brasileiro e um dos grupos que melhor representa o espírito punk. A frase foi retirada da faixa "Punk Rock Nacional".

Instagram: @osmaltrapilhos

Escute a música "Punk Rock Nacional": https://www.youtube.com/watch?v=TbCeHcbqzgA

*Todas as ilustrações utilizadas nesta matéria são criações originais de Ulixo, criador do fanzine "Zine DF Caos", um dos zines mais autênticos e elogiáveis do país.

Instagram: @musicpunk1977


"Do wanna you wanna do and fuck everyone else". - Siouxsie Sioux.






 

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