Por: Juliana Vannucchi
Em março de 2021, ocorreu o lançamento oficial do documentário “Poly Styrene: I Am a Cliché”, cuja narrativa centra-se na vida da vocalista do grupo britânico X-Ray Spex.
Poly foi uma das personalidades mais emblemáticas e excêntricas da história do punk rock, movimento cultural em que deu seus primeiros passos, mas do qual sua autenticidade lírica, visual e vocal logo a afastaram para que criasse um universo estético peculiar e inovador. Os trajes coloridos, a voz aguda e potente e uma forte presença de palco formavam sua vívida figura. Mas, talvez, a principal marca de Poly tenham sido suas letras, que sempre foram destaque à parte. Continham reflexões de temáticas místicas, críticas ao homem moderno, protestos ao consumismo e às imposições sociais que geram o caos e dificultam a construção da identidade, além de também abordarem diversas meditações acerca da existência e outros conteúdos bastante originais.
Dentre os admiradores de Poly, estão o lendário Thurston Moore e Vivienne Westwood. |
Mas a trajetória da frontwoman não foi apenas composta por produções musicais bem sucedidas, por shows lotados e pelo carinho dos fãs. Ao longo de sua carreira, a vocalista do X-Ray Spex foi vítima de racismo e misoginia, além de conviver com quadros depressivos que geravam desequilíbrios emocionais constantes. A cantora chegou a ser diagnosticada erroneamente com esquizofrenia quando, na realidade, sofria de transtorno bipolar. Esses problemas a afastaram da banda, mas apesar dessas dificuldades, Poly sempre se manteve forte na complicada luta que travou desde cedo contra seus demônios interiores.
Pouco tempo depois do nascimento de sua filha Celeste, Poly deixou a fama de lado e juntou-se ao movimento Hare Krishna, do qual Lora Logic, a icônica saxofonista que tocou com Poly nos primórdios do X-Ray Spex, também fez parte e com o qual permanece conectada até os dias de hoje. Durante essa época de aproximação com a cultura indiana, Poly viveu uma fase mais tranquila em sua vida, até que sua saúde mental se fragilizou novamente e a filha Celeste, aos oito anos, precisou ir viver com sua avó. Após um período de tempo, Poly parecia estar recuperando seu equilíbrio mental, contudo, a tranquilidade não foi tão duradoura e ela faleceu em 2011, aos 53 anos, em decorrência de um câncer de mama.
O documentário foi dirigido por Celeste Bell, filha de Poly, e Paul Sng. Atualmente, Celeste também é responsável pela administração do patrimônio artístico de sua mãe. Ao longo da produção, a vida de Poly é explorada justamente através do olhar e da emoção de sua filha. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a produção esbarra em temas como a maternidade, a busca pela identidade, a espiritualidade e a saúde mental.
O legado dessa heroica mulher permanece vivo e continua inspirando diversas gerações. Dentre os admiradores de Poly, estão o lendário Thurston Moore e Vivienne Westwood, que, inclusive, cederam depoimentos no documentário.
Atualmente, não há informação ou previsão sobre um possível lançamento do documentário no Brasil, no entanto, sugerimos que os fãs sigam e acompanhem as páginas oficiais da produção:
Site:
https://www.polystyrenefilm.net/
Instagram:
https://www.instagram.com/polystyrenefilm/
Facebook:
https://www.facebook.com/iamacliche
Twitter:
https://twitter.com/polystyrenefilm
Pôster oficial do filme |
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