Por Juliana Vannucchi
E cá estamos nós, para mais um texto dessa coluna tão importante do Fanzine Brasil, através da qual homenageamos determinados artistas. E dessa vez… eu beberia com Andy e Eron, a fantástica dupla que dá vida ao The Edwoods, duo paulistano de macabrerock. Com certeza, nesse encontro tão especial, eu e os meninos teríamos muitos assuntos sobre os quais conversar e, certamente, daríamos muita risada juntos!! Eu tomaria somente uma água nessa ocasião, mas ofereceria, sem dúvida, boas doses de cachaça para os queridos amigos…
A princípio, iria homenagear a loucura descabida que estrutura a imagem do duo. Esse seria o pontapé inicial do nosso papo, pois, afinal, sempre me questionei: “Como será que Andy e Eron ficaram esquisitos assim? Bem, penso que, ou eles leram muitos livros do Nietzsche ou, então, escutaram muito The Cramps. Caramba! Provavelmente foi a segunda opção porque, acabo de me lembrar que, embora Eron seja um estimado professor de Filosofia, Andy é um péssimo leitor, incapaz até mesmo de assimilar uma simples receita de bolo (ele fica com dor de cabeça quando lê). Por outro lado, sei que o professor Eron, no entanto, nutre uma admiração especial por duas obras brilhantes, escritas por seus escritores favoritos: “O Amor é Um Cão dos Diabos” de Charles Bukowski e “As Intermitências da Morte”, de José Saramago. Aposto que você desconhecia essas referências culturais e literárias de Eron!
Enfim… Considero que certas fusões de referências bizarras deram luz a esse duo incrível que parece ter saído de dentro de um filme de terror trash dos anos oitenta, daqueles gosmentos, sanguinários e que contam com efeitos especiais de segunda mão. Na verdade, seria magnífico se algum cineasta roteirizasse um longa trash e convidasse os meninos para compor a trilha sonora. E aí? Alguém se habilita?
Isso posto, em nosso encontro eu diria aos rapazes que ambos são muito talentosos. Ressaltaria que eles tocam bem demais e criam músicas perfeitamente alucinantes! Não à toa, os meninos, é válido citar, farão uma turnê internacional em 2024 (o homem genial por trás dessa conquista é o Neri, do Mullet Monster Mafia, Frenetic Trio, Escalpo & etc, que é grande amigo dos meninos). Esse feito, convenhamos, é digno de elogio! Sabemos, afinal, que poucas bandas do universo underground brasileiro conseguem voar tão longe e ter esse privilégio.
Andy (esq.) e Eron (dir.): A dupla The Edwoods fará uma turnê internacional este ano. |
Na sequência, iria querer saber um pouco mais sobre a história de vida de cada um dos Ed boys. Sei que eles nasceram na capital paulista e se conheceram durante os anos noventa, de uma maneira bastante inusitada: nesse período, tocavam em bandas rivais. Andy, sempre vestido com uma jaqueta de couro legítimo, surrado numa calça jeans justa e com cabelos longos na altura dos ombros, tocava numa banda de heavy metal e Eron, por sua vez, vestido em trajes discretos, era guitarrista de uma banda de rock nacional, daquelas com letras engajadas e ritmos fáceis (mas não era o Jota Quest rs). As bandas competiam em diversos festivais e, de acordo com Andy, depois de Eron perder tantas competições, o pobre guitarrista rendeu-se pediu pra tocar com ex-rival. Eu sei que essa história é verdadeira, mas iria querer mais detalhes a respeito de tais circunstâncias…
Além desses assuntos, conversaria muito com o Andy sobre futebol. Na verdade, isso seria somente uma extensão de um papo que, com certa frequência, já faz parte das mensagens que trocados de vez em quando. Nós dois somos palestrinos e carregamos conosco, além da paixão pelo rock, esse outro gosto em comum. Somos fãs de Ademir da Guia e Edmundo, sendo este último, um jogador que, conforme costumamos dizer é “uma versão futebolística esdrúxula do Sid Vicious”. Justamente por isso, é nosso ídolo esportivo.
Também perguntaria aos rapazes algo que sempre me intrigou: Como será que o Andy consegue tocar bateria e cantar daquele jeito? Na verdade, recentemente ele me revelou que está pensando em comprar um desfibrilador para levar aos shows porque anda meio sem fôlego.
Essa bebedeira com Andy e Eron seria uma celebração verdadeiramente dionisíaca, ou seja, seria repleta de caos, loucura e irracionalidade, tal como é a própria banda! O The Edwoods merece ser honrado por sua valiosa contribuição para a perpetuação do bom e velho rock and roll, que eles tocam com maestria! Vida longa a esse duo expecional!
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