Fanzine Brasil

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

A MELHOR ENTREVISTA DO MUNDO

 Por Juliana Vannucchi


Para fechar o mês de novembro com chave de ouro no Fanzine Brasil, nosso site conversou com Mau Carlakoski, talentoso vocalista da banda She Is Dead. Refletimos sobre o mundo pós-pandêmico e seus reflexos sociais, conversamos sobre as novidades e planos da banda e muito mais. Confira, deixe seu comentário e compartilhe a entrevista para fortalecer a cena underground.


1. Mau, seja bem-vindo ao Fanzine Brasil. É sempre uma honra ter você aqui conosco. Eu gostaria que você comentasse a respeito de como está sendo o ano de 2021 para a She Is Dead. 

É uma super honra estar aqui falando com vocês novamente também! Gostaria de mandar um super abraço especial ao público do Fanzine Brasil, que sempre nos acolheu de uma maneira muito querida e atenciosa. 

O ano de 2021 foi o ano mais importante para a banda, até agora, mesmo sendo apenas o segundo ano de atividade. Este foi o período em que a gente lançou o primeiro álbum, foi o ano em que lançamos também os principais vídeos e que assinamos com o selo Electric Funeral Records. Agora estamos trabalhando o terceiro single do segundo disco, temos shows em São Paulo, shows em Curitiba... Ufa! Tem sido um ano muito intenso e estamos trabalhando bastante em material novo para o ano que vem.

2. Recentemente vocês voltaram a se apresentar ao vivo. Como foi voltar aos palcos depois de tanto tempo?

Foi fantástico! Estar mais de um ano fora dos palcos, mesmo produzindo material, vídeos e gravando não se compara ao momento de um show, ao fato de estarmos com o nosso público, trocando energia com ele. Esses detalhes fazem toda a diferença para a banda, poder novamente pôr o equipamento num ônibus, descer em uma rodoviária e falar: "Meus amigos, esta vai ser a nossa cidade nas próximas horas”. Isso realmente não tem preço.

3. Em termos gerais, isto é, levando em conta o contexto político, econômico, social, cultural etc., como você compara o ano de 2020 com o de 2021? Sinceramente falando, as pessoas me pareceram bem mais deprimidas e decepcionadas neste último ano...

Não tinha como ser diferente, pois perdemos muito e muito e muiiiito de dois anos para cá. Vidas, histórias, futuros, planos, muita coisa ficou no caminho em razão da pandemia, famílias inteiras se foram e isto é muito triste e deixará marcas por muitos outros anos.


4. Como acha que vai ser o mundo pós-pandêmico? Que marcas a pandemia deixará no meio artístico e cultural de nosso país?

Eu espero que as pessoas tirem lições deste período tão complicado. Lições não para odiar e duvidar de tudo, mas sim para voltar a ver seu próximo com respeito e valorizar o coletivo, pois atualmente vivemos num período de egoísmo social, no qual há bolhas dentro da sociedade. Isso precisa acabar e temos que voltar a pensar em sermos solidários e presentes na vida um do outro, respeitando suas crenças e individualidade de uma maneira positiva e agregadora.

(...) somos uma banda do povo, porque aqui o que vale primeiro é a emoção verdadeira, real e transparente.

5. Gostaria que comentasse um pouco a respeito da nova faixa da banda, a “Runaway Sun”. Qual é a mensagem que a banda passa através dessa música?

Runaway Sun eu fiz para o meu amigo Alessandro Santiago, meu parceiro e irmão destes últimos anos. Fala de amizade, sobre colocar o pé na estrada mesmo sem saber muito bem aonde ela vai te levar, fala de amizade sincera acima de tudo. 

6. Em poucas palavras, diga para nós: por que alguém deve escutar a banda She Is Dead?

Porque somos uma banda do povo, porque aqui o que vale primeiro é a emoção verdadeira, real e transparente. Nós gostamos das pessoas e não só de certas pessoas, o que vale na nossa mensagem é inclusão, respeito e diversão.

7. Neste ano vocês também lançaram o “Story Of Lies”. Como você descreve esse álbum e como o compara com as produções lançadas anteriormente pela banda?

Estamos no terceiro single do segundo álbum conforme foi dito anteriormente. Neste disco há muito ódio, muito rancor, muita desilusão, ele tem a mentira como tema central. No segundo disco tudo ficou mais leve, foi nosso momento mais feliz até agora na hora de compor e espero que fique assim, já sofri demais nesta vida (risos).


"Acho que tudo foi o que seria e se não foi é porque não era para ser, guardo meus amores e sabores (...)" - Mau Carlakoski


8. Se amanhã mesmo a banda She Is Dead pudesse tocar em qualquer país do planeta, para onde gostaria de ir?

Gostaria de tocar antes de tudo nos países da América do Sul, para conhecer mais da cultura dos nossos vizinhos. Tenho muita fé que em 2022 estaremos lá!

9. Há sempre uma enorme discussão a respeito de qual é a melhor banda punk do planeta e, geralmente, as pessoas costumam colocar três grupos lendários nesse debate! Agora jogo uma banda em suas mãos: quem você escolheria para abrir um show de vocês: Sex Pistols, Ramones ou The Clash? 

Pergunta difícil (risos), porque nas três bandas citadas não existe uma coesão de amizade. No The Clash era um contra três, o Ramones era cada um por si e o Sex Pistols, bom o Sex Pistols... se fosse no final dos anos 70 anos, nós e eles, nem teria show, então minha escolha seria um rolê com o Sex Pistols, que seria muito mais divertido como experiência. Agora, se as bandas iriam aparecer para o show... Ah, isto seria difícil de dizer (risos).

10. Qual modelo de guitarra você usa e quais são seus pedais favoritos?

Eu uso uma Fender Jazzmaster com captação Seymour Duncan SJM2N. Meus pedais são um Proco Rat Distortion, um Boss over drive, um Boss Digital Reverb, um Chorus e um Delay.

11. Mau, se você encontrasse uma máquina do tempo e pudesse usá-la para reviver um momento de sua vida apenas mais uma vez, que momento seria esse? O que desejaria reviver? Já sei: você voltaria para o dia em que me conheceu (risos)!!!! 

Eu não gostaria de reviver momentos, tudo acontece de uma maneira tão peculiar na minha vida que não seria boa ideia reviver algo (risos). Acho que tudo foi o que seria e se não foi é porque não era para ser, guardo meus amores e sabores no décimo andar da minha mente, mas deixei a chave por aí.

12. Agora, para encerrar, quero fazer um bate-bola com você e com os outros membros da banda. Preciso que o time todo entre em campo para responder às questões abaixo:

a) Time do coração: 

 Mau: O Ricardo não curte futebol. O Kim é athleticano e eu sou Paraná Clube.

b) Melhor show ao vivo a que já assistiu:

Mau: Teenage Fanclub.

c) Uma música que faz você chorar: 

Kim: Não Adianta - Trio Mocotó. 

Mau: (Sittin' On) The Dock Of The Bay - Otis Reding.

d) Uma banda que todo mundo curte, menos você: 

Kim: Ramones.

e) Um recado para os corações partidos: 

Mau: Amor é aquilo que faz da sua vida...uma coisa melhor, ou soma ou some.

f) Se você encontrasse Deus e pudesse fazer uma única pergunta a ele, o que perguntaria? 

Mau: Quando vai acabar? E se eu preciso levar...mais um pouco de mim.



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