Por Juliana Vannucchi
Em 2012, na capital paulista, despontava a banda Ballet Clandestino, que com o passar dos anos se firmaria como um dos nomes mais significativos do pós-punk nacional. Atualmente, sua formação conta com o brilhante Vinícius Primo, que comanda a guitarra e o vocal, Natan, contrabaixista e vocalista, além de Tyofrey, o talentoso baterista do grupo. A discografia do powertrio é composta por um total de 4 EPs, todos lançados em formato físico, sendo que a mais recente produção, intitulada “Ruído Que Desorganiza”, foi lançada em 2023.
Ballet Clandestino: uma banda perigosa ao senso comum e valiosa aos que desejam sair da caverna. |
Todos os EPs da banda são cativantes e dignos de elogio. As músicas, instrumentalmente falando, são carregadas de pinceladas melancólicas e possuem uma atmosfera predominantemente obscura. As letras, por sua vez, são bastante poéticas, expressam um teor reflexivo e tratam de maneira profunda uma série de conflitos que tangem a realidade humana, como o caos, o absurdo existencial, a solidão, o desespero, dentre outros temas. Além desses aspectos mencionados, as letras também integram críticas sociais e abordagens de cunho político, voltando-se especialmente ao submundo que se oculta por trás do luxo e da correria dos grandes centros urbanos. Devido a tais características, o Ballet Clandestino é uma banda notavelmente singular, emergente das sombras, capaz de envolver sentimentalmente o seu público e, ao mesmo tempo, convidá-lo a contestar a realidade ao seu redor. É um grupo niilista, observador da trágica condição humana, e com uma postura não-conformista, que registra todos esses elementos em seus poemas sonoros. Trata-se de uma banda perigosa ao senso comum e valiosa aos que desejam sair da caverna. Certamente seria um dos grupos presentes na playlist de Lord Byron, que curtiria o som do Ballet Clandestino tomando uma taça caprichada de vinho! Perder-se nas músicas da banda é mergulhar nas profanas e nefastas aventuras que compõem essa estranha vida.
Por toda sua qualidade, o Ballet Clandestino, esse trio ultrarromântico pós-moderno, resiste ao tempo e permanece sendo um cultuado e lendário símbolo do pós-punk nacional, sendo sempre capaz de oferecer ao público conteúdos musicais consistentes e empolgantes.
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