Fanzine Brasil

terça-feira, 31 de março de 2020

TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O "ISOLATION LIVE FESTIVAL"

Por: Vannucchi e Marinho

LIVE ISOLATION FESTIVAL:

O “Live Isolation Festival” é o primeiro evento online organizado pelo site Fanzine Brasil. Sua finalidade é prestigiar alguns músicos nacionais independentes e fazer com que, através de suas canções, as pessoas possam encontrar um estado de ataraxia – isto é, “tranquilidade espiritual”.

O conceito deste festival tem como pilar o pensamento de Arthur Schopenhauer, segundo o qual a arte (e em especial a música, que é a mais majestosa de todas), é capaz de proporcionar alívio a qualquer indivíduo, aniquilando momentaneamente seu estado de sofrimento existencial. Atualmente, a maior parte das pessoas de todos os continentes do planeta encontram-se inseguras, solitárias e angustiadas e é justamente por isso que nosso evento atravessará as fronteiras físicas (e também imateriais) e penetrará com força nos mais diversos lares, oferecendo a todos um momento de desligamento e satisfação. As apresentações que serão transmitidas ao vivo  no Instagram do nosso site, acontecerão durante cinco dias do mês de abril (você pode conferir a programação completa no final deste texto).

Dennis Monteiro, um dos mais talentosos e respeitáveis artistas do cenário underground nacional, e  que se apresentará no “Live Isolation Festival” ao lado de Júlia Amorim, comentou que sua expectativa é grande: “Espero que as pessoas apreciem de alguma forma o som que estamos fazendo - não que elas precisem exatamente digerir a ideia pra conseguir apreciar,  pois nem nós mesmos conseguimos fazer essa digestão das músicas, o que provavelmente ocorre por ser a nossa primeira aparição oficial. Já estava se tornando comum esse tipo de apresentação "online", porque devido ao momento de pandemia se torna o único meio de mostrar nosso trabalho. O Mateamargo surgiu justamente nesse momento conturbado”. Júlia, vocalista da banda, também nos contou sobre a sensação de participar de um festival diferente e inédito na história do site: “É a primeira vez que exponho minhas ideias e me posiciono com essa responsabilidade à frente também de um microfone, por exemplo, apesar também de não ter ninguém olhando pra mim diretamente (o que deve facilitar as coisas). Inclusive por se tratar deste canal, que tem ligação direta com o Woodgothic, e que já convidou a banda que eu fazia parte em Juiz de Fora, MG - Poetisa Dissecada - pra conceder entrevista, fiquei bem feliz por terem olhado pra nós bem neste momento pós embrionário do Mateamargo”.

O músico Diego de Oliveira, do Cübus, banda tradicional do universo underground, disse que apesar de toda sua experiência musical, jamais tocou ao vivo dessa maneira e confessou que é algo inédito em sua trajetória: “Nunca toquei dessa forma, o que é bem engraçado porque em tempos de “lives” e interação digital os artistas ainda estão muito centrados no contato presencial... OK. De fato, nada substitui o encontro com o público, principalmente quando rola uma sintonia entre quem está no palco e a plateia (o que é mágico, aquele transe que a música te proporciona), mas me espanta que precisamos de uma quarentena para isso poder se desenvolver, se tornar uma ideia aceitável”. Diego também revelou que está ansioso para tocar: “Estou animado por ser uma experiência inédita e contente por ser um evento do Fanzine Brasil, um site que já acompanho e admiro faz tempo. Com certeza será divertido!”. E sobre a importância de um evento como esse no momento em que vivemos, acrescentou: “Penso que o mais importante é lembrarmos que a vida não pode parar, precisamos nos valer da tecnologia para nos conectar virtualmente até o momento que possamos mais uma vez nos encontrar presencialmente”.

D.I.Y – A IDEOLOGIA POR TRÁS DO FESTIVAL:

Nosso site valoriza imensamente o conceito de “Do It Yourself” em suas mais variadas manifestações. Foi unindo esse aspecto ideológico com a estética que fazia parte dos fanzines produzidos no período da eclosão do movimento Punk que o cartaz promocional do evento foi criado. O responsável pela produção foi Diego de Oliveira, com o apoio de Marcelo Badari (Orbital Molecular). Diego contou quais as influências de seu processo criativo: “Geralmente quando eu faço a parte visual dos trabalhos do Cubüs ou da Paranoia Musique, eu gosto de trabalhar digitalmente com fotos que nós mesmos tiramos (eu, Suzana ou o meu irmão Marcelo) ou de imagens de fotógrafos clássicos que admiro (o que evita problemas com direitos autorais). Há um tempo atrás, fiz um pôster para um show das bandas Gangue Morcego, 1983 & The Knutz, no qual utilizei uma imagem do Man Ray, certamente um dos meus fotógrafos favoritos. Na minha última visita a São Paulo, pude ver várias de suas obras ao vivo e fiquei com essa ideia de “remixar” o seu trabalho mais uma vez para um futuro cartaz. Quando pintou a oportunidade de criar a arte para o Fanzine Brasil, eu fui atrás de seu acervo na internet e me deparei com essa foto que eu não conhecia, num site que falava sobre o artista. Então, fiz o trabalho de colagem inspirado nos cartazes de shows de bandas post-punk minimalistas que aprecio, prestando homenagem também à galera da Weird Records de Nova York e suas artes gélidas. Mas confesso que a pessoa na foto continua sendo um mistério para mim. Não tenho nenhum tipo de formação nas artes gráficas e posso dizer que sou bem punk porque tudo é feito na base do DIY, mas confesso que cada vez tenho gostado mais do resultado e espero que vocês tenham curtido”. Posteriormente, Badari se responsabilizou por escrever o título “Live Isolation Festival” (que está na parte inferior do pôster) e fez cinco versões alternativas do cartaz, destacando especificamente cada músico/banda.

Além disso, é preciso observar que, apesar do evento ser previamente planejado, ele é feito com imensa simplicidade. Não há envolvimento de nenhuma tecnologia de ponta, há apenas a boa vontade e a dedicação de todos que estão participando diretamente do evento. Além disso, trata-se de um festival essencialmente independente e que não é gerenciado por nenhuma gravadora. Os participantes são artistas da cena underground – tal como é o espírito da nossa página do Instagram que exibirá gratuitamente o evento.



CONHEÇA OS MÚSICOS QUE PARTICIPARÃO DO FESTIVAL:

Mateamargo:

Mateamargo é uma manifestação sonora intimista. As ideias que se diluíram no tempo foram, de meados de 2019, sintetizadas no que é hoje. O alcance do não-perfeito, temas desiludidos e o respeito pelos silêncios são características desse som. O shoegaze e a aura que isso traz tomam conta da sonoridade do Mateamargo. A banda conta com Mayara Adonais no baixo, Alexandre Fon na bateria, além de Dennis Sinned na guitarra e Júlia Amorim nos vocais, teclado e demais cordas.

Sid Rogozinski:

Sidan Rogozinski é um músico independente do interior de São Paulo. Destaca-se especialmente pela versatilidade de suas composições sonoras e pela abrangência de texturas que explora através de sua habilidade com a guitarra e com o violão.

Quântico Romance:

Quântico Romance é um projeto de HomeComputer Music influenciado em estilos e sonoridades que transitam entre os Rock Pop 80´s, Synthpop, New/Retro/Synth/Dark Waves, Gótico Industrial e alternativos, com o objetivo de criar, produzir e oferecer algo musicalmente diferente do que se escuta no mainstream da Música Brasileira, abordando ideias, temas e poesias pertinentes às vicissitudes daquilo que nos define e transborda na experiência humana.

Orbital Molecular:

Após 8 anos com o projeto Looming Flames (2011-2019), Marcelo Badari segue a mesma estética Lo-fi, mas agora adicionando vocais ocasionais nas composições. O projeto também ganhou um novo nome em 2020: Orbital Molecular.

Cübus:

Projeto musical que surgiu no final de 2003, que tem Diego de Oliveira como único membro fixo. Suas produções sonoras costumam ser classificadas como Minimalismo Eletrônico, Experimental, Industrial ou Synthpop. As letras, por sua vez, expressam a insatisfação da vida no ambiente urbano e a falta de conexão com o pensamento atual, juntamente com as mais diversas experimentações eletrônicas, considerando que nada é sagrado e tudo pode ser acrescentado à sonoridade do grupo. As músicas do Cübus representam um protesto, uma ruptura com a música comercial e o senso comum.

CONFIRA AS DATAS E HORÁRIOS DAS APRESENTAÇÕES:

▪️04/04 - Mateamargo (19h15)

▪️05/04 - Sid Rogozinski (13h00)

▪️06/04 - Quântico Romance (19h15)

▪️07/04 - Orbital Molecular (19h15)

▪️08/04 - Cübus (19h15)



2 comentários:

  1. Assisti os shows do Quantico Romance , do Orbital Molecular e Cubus ontem , gostei demais , sons originais conceituais , agradeço ao site fazine , por abrir espaço a cena independente e underground do Brasil , não direcionando para um estilo de som especifico , é louvável esse olhar diferente , e acho muito oportuno para todos . Gostei do show do Quantico Romance e Cubus nem se fala que já é bastante conhecido.
    Tenho esperança que tenha mais shows assim , dando a mão a muitos.

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  2. Gostei muito do Quantico Romance , uma atitude intimista que aproxima o publico a banda/projeto do RJ , som synthpop dançante e diferente flertando com outras vertentes da musica , contagiante com algumas musicas e em outros casos levando a identificaçaõ das letras romanticas . Eu gosto de som assim é diferente.

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