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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

REFLEXÕES SOBRE O LEGADO DE SOO CATWOMAN

 Por Juliana Vannucchi e Neder de Paula 

O mês de outubro começou com a triste notícia do falecimento de Soo Catwoman, entidade do movimento punk que, através de sua poderosa imagem, nos deixa um valioso legado sobre liberdade de expressão e rebelião estilística. Sua história começou a ser traçada por volta de 1976, em Londres, quando o punk rock, em seu período embrionário, ainda dava seus primeiros passos. Nessa época, Soo começou a fazer experimentos inusitados com sua aparência e, dessa forma, quebrando as barreiras da moda vigente, com um estilo visceral e um visual totalmente original, logo se tornou um verdadeiro modelo estético para o punk e para a arte em geral. Ela criava seus próprios acessórios e roupas, e inventava penteados e maquiagens únicos. Com essas armaduras, foi revolucionária e invadiu as ruas londrinas, chocando muitas pessoas. Ativa no universo punk, a emblemática Soo Catwoman travou amizade com os membros do Sex Pistols, frequentou clubes noturnos undergrouds e marcou presença em diversos gigs, iniciativas que firmaram sua representatividade e foram determinantes para que a egrégora do movimento punk se desenvolvesse e se consolidasse, imagetica e ideologicamente. 

 

Amiga dos integrantes do Sex Pistols, Soo chegou a dividir um apartamento com Sid Vicious.
 

Mas Soo Catwoman sempre foi muito mais do que um ícone visual: ela representava a coragem de ser diferente sem precisar gritar. Sua presença nos lembrava que a atitude punk não se resume apenas ao barulho ou à rebeldia agressiva, mas também à firmeza silenciosa de quem se recusa a ser moldado por padrões. Ela mostrou que estilo é postura, e que a autenticidade pode ser a arma mais poderosa contra a mesmice. Dessa forma, Soo Catwoman nos deixa como herança inúmeros ensinamentos importantes, dentre os quais, certamente uma grande lição se destaca: devemos afirmar destemidamente a nossa própria individualidade, fechando-nos para todo tipo de comentário alheio depreciativo e pautado na mediocridade do senso comum. E isso aprendemos a partir de sua postura, pois, afinal, Soo foi uma mulher singular e essencialmente transgressora… talvez, esteticamente falando, a mais criativa de toda a vasta cena punk da Inglaterra. Cabe mencionar que seu estilo de vida destoava substancialmente da padronização dos comportamentos e aparência que predominam no mundo de hoje, no qual nos deparamos muito comumente com pessoas enlatadas em seus pensamentos, previsíveis em suas ações e que se vestem unicamente de acordo com os ditames de um mercado que as acorrenta na medida em que comanda o que se deve consumir, fazer e vestir. Soo, contrariamente a isso, nos apresentou a ideia de que a maneira como nos vestimos tem que vir do coração, ou seja, deve ser fruto da subjetividade. Ela era inovadora, distinta e dona de uma mente afiada e atraente que a munia de boas ideias. Conforme consta em seu site oficial: “Sua rebelião era silenciosa. Rebelião sem palavrão, sem anarquia. Era sobre liberdade pessoal”.

 

Ao longo dos anos setenta, Soo foi capa de inúmeras revistas punks.
 

Sua morte não apaga sua força; ao contrário, apenas reforça a imortalidade de sua mensagem. Soo deixa um rastro inspirador para quem busca viver de forma verdadeira, independente e ousada. Ao pensar em seu legado, enxergamos a importância de continuar propagando a ideia de que a individualidade é, em si, uma forma de resistência. Sua imagem segue viva em cada gesto de liberdade estética e em cada pessoa que, mesmo hoje, ousa ser quem realmente é. Assim, Soo Catwoman se despede do mundo físico, mas permanece eterna como símbolo de autenticidade e liberdade. 



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