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WOLF CITY - AMON DUUL II

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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

THE BANGLES: TUDO SOBRE A GIRL BAND CALIFORNIANA

 Por Juliana Vannucchi

Em 1981, Susanna Hoffs e suas estimadas amigas, as irmãs Vicki e Debbi Peterson, formaram a banda The Bangles, que logo se tornou um imenso sucesso em sua cidade natal, Los Angeles e, aos poucos, foi se consolidando e conquistando os demais territórios do EUA até atingir uma imensa visibilidade que fez com que o grupo extrapolasse os limites geográficos de seu país para se tornar um verdadeiro fenômeno global. Peterson e sua irmã cresceram numa família que cultuava a música. Vicki, na adolescência, amava Hollies e The Beatles, dava sinais de rebeldia e só pensava em seguir a carreira musical. Foi ela quem deu a Peterson seu primeiro kit de bateria que, posteriormente, a irmã pagou com o salário que ganhava trabalhando no Mc’Donalds. Por sua vez, Hoffs tinha uma mãe que tocava as músicas dos Beatles para ela durante a infância. Por influência de seu gosto musical e do ambiente familiar no qual cresceu, começou a tocar violão na adolescência e mais tarde viria a obter um diploma em Artes, pela Universidade de Berkeley. Esse diploma levou-a a também ter uma carreira artística no mundo da sétima arte, no qual Hoffs arriscou-se como atriz, além de ter trabalhar também com trilha sonora, como foi o caso da faixa Now And Then, que gravou para o filme Buffy the Vampire Slayer.

 

A The Bangles é uma verdadeira lenda dos anos oitenta e uma das girl bands mais apaixonantes e importantes da história.


A discografia da The Bangles é composta por uma trilogia de sucesso lançada nos anos oitenta, um álbum de 2003, e um último trabalho de estúdio produzido em 2011. O disco de maior prestígio é o Different Light, de 1986, no qual encontramos um dos hits mais prestigiados e divertidos dessa década, Walk Like An Egyptian. Escrita pelo compositor Liam Sternberg, a letra foi inspirada numa história interessante: certa vez, ele cruzava o Canal da Mancha quando a embarcação em que estava foi surpreendida por movimentos bruscos. As pessoas, assustadas, começaram a mover seus corpos para buscar equilíbrio e permanecer de pé; e isso o lembrou das artes egípcias. Eis que ele pegou um caderninho de anotações e simplesmente registrou as seguintes palavras: Walk Like An Egyptian. Outro single de extraordinária fama é Eternal Flame, que está presente no álbum Everything, de 1987. Hoffs declarou que gravou os vocais dessa música inteiramente nua. Teria sido uma sugestão de seu produtor. Já, Hazy Shade Of Winter, cover de Simon & Garfunkel gravado em 1987, é provavelmente a canção mais impressionante da girl band californiana. A letra é uma verdadeira ode filosófica sobre o tempo e seus efeitos paradoxais, e as meninas definitivamente, nessa versão magnífica e profunda, superaram a canção original. De modo geral, as músicas das Bangles são uma espécie de musicalização de um diário de adolescentes, no qual encontram-se confissões de insegurança, decepção, desejo, paixão e também alguns retratos de vivências românticas. Tudo isso atribui um clima meigo e doce às suas composições. Nos palcos, as meninas - muitas vezes, cabe dizer, acompanhadas por músicos de apoio - sempre brilharam por ter entre elas uma forte química que assegurava uma notável harmonia e fazia com que seus espetáculos fossem sempre cativantes.

A The Bangles é uma verdadeira lenda dos anos oitenta e uma das girl bands mais apaixonantes e importantes da história.



Referências:

https://www.latimes.com/entertainment-arts/music/story/2025-02-18/the-bangles-memoir-eternal-flame-susanna-hoffs-debbi-vicki-peterson

https://www.rollingstone.com/music/music-news/the-bangles-california-girls-201071/

https://en.m.wikipedia.org/wiki/The_Bangles

 

NOVA FORMAÇÃO E NOVO ÁLBUM: O ANO TRIUNFAL DA SHE IS DEAD

 Por Juliana Vannucchi

Com seus ruídos explosivos e distorções sonoras enérgicas, a She Is Dead, banda curitibana “especializada em pesadelo”, definitivamente já se consolidou com uma das maiores representantes do rock brasileiro. Nos últimos meses, o inspirado grupo tem realizado uma série de shows e lançado materiais novos, indicando que talvez esteja vivendo o período mais frutífero de sua trajetória. Uma das novidades desse ano em relação à She Is Dead é a mudança de formação dos integrantes. Atualmente, a banda conta com a presença do cofundador, guitarrista e vocalista, Mau Carlakoski, Tais D’Albuquerque, no contrabaixo, Murilo Vitorette, na bateria, Maria Scroccaro, como guitarrista e vocalista e Kim Tonietto no vocal e no contrabaixo. Essas alterações ocorreram no final de dezembro de 2024, época em que a banda passava por um momento de grande desgaste que a levou a se reinventar. Esse período desafiador fez o grupo curitibano passar por uma série de mudanças internas e dissoluções que culminaram na saída de todos os membros. Apenas Mau permaneceu disposto a dar sequência ao projeto, conforme ele nos relatou: “Lembro que comprei uma placa de áudio, baixei o Ezdrummer e decidi gravar sozinho o quarto disco. Foi quando o Murilo Vitorette apareceu na minha frente, como um raio que cai do céu, perguntando se poderíamos gravar juntos. Foi surpreendente porque ele sequer sabia como estava a banda! O Murilo gravou o terceiro disco com a gente, mas estava morando bem longe de Curitiba, e hoje já está morando longe de novo, rsrs. Nós dois, então, fomos atrás de outros baixistas, mas não encontramos. Eis que, de repente, lembrei de uma das mais geniais instrumentistas do cenário independente nacional, a Tais D’ Albuquerque. Depois de conversar com ela, fomos convidar aquela que muda a história daqui pra frente, que é Maria Scrocaro. Ela entrou contribuindo muito com com os vocais, guitarras e composições, algo que não tem precedentes. A partir disso, as coisas realmente mudaram pra melhor”. Mas ainda faltava a cereja do bolo, que complementaria a banda de forma definitiva, fazendo com que ela praticamente renascesse das cinzas: “Então veio o nosso presente de Deus, a beleza em forma humana… foi a volta de Kim Tonietto, que fundou a banda e é parte fundamental dessa história toda”, declarou o vocalista. Mau Carlakoski se mostrou entusiasmado com essa atual formação e com o clima existente entre os músicos: “Temos um espaço bacana de trocas, o que está possibilitando a criação de músicas diferentes. Também há toda a parceria, amizade, momentos legais e bons papos, que se mostram cada vez mais fortes e enriquecedores. É muito maneiro o clima da galera reunida, tanto nos shows, quanto no dia-a-dia”.


A nova versão do grupo, renascida como uma fênix, prova cada vez mais que está triunfando e vivendo seu auge criativo.


Comumente nos deparemos com a precipitada e rasa ideia de que “o rock and roll morreu”. Esse jargão saudosista e raso, é fruto de ignorância. Afinal, conforme destacamos no início do artigo, a She Is Dead é uma prova concreta de que o rock permanece vivo, ativo e até mesmo repleto de originalidade. A esse respeito, Carlakoski refletiu: “Os tempos sempre vão mudando e cada estilo musical tem seus destaque na história. Nesse atual momento em que estamos, no que diz respeito à tecnologia e comunicação, existe sempre aquilo que bomba na internet e que o algoritmo gosta, sendo que tudo isso influencia bastante no alcance se alguns estilos musicais específicos, inclusive do próprio rock que, muitas vezes, não segue uma linha tão pop. Mas esse gênero e modo de vida morreu? Nunca. O que o mantém vivo é a maneira pela qual ele toca pessoal e como ele é essencial no cotidiano de cada um. Mesmo que alguns não escutem rock, os que escutam, escutam de verdade, sentem, gritam, choram! Penso que enquanto houver uma única pessoa viva, sentindo esse impacto do rock, ele nao vai morrer”.

A banda tem um novo disco a caminho, o Us For Us e também está munida de mais alguns singles que são independentes do álbum. Sobre esse atual momento, Carlakoski contou: “Ao longo do percurso dessa nossa gravação, tudo foi acontecendo com bastante animação, gás e gosto em estar ali compondo. Agora estamos ansiosos e animados para lançar esse material e mostrar as novas músicas pra galera. Também queremos fazer mais shows, porque a cada show que passa, a gente encontra mais sintonia no palco, e isso faz diferença nas performances também”.

 
Capa do Us For Us, novo álbum da She Is Dead.

 A She Is Dead já tem um tempo considerável de estrada e no decorrer desse percurso, acumula incontáveis shows e bastante sucesso. Para os integrantes da da banda, o que realmente importa é manter-se relevante musicalmente para eles próprios e permanecer na ativa, compondo, criando e lançando novos materiais, e alimentando assim a química musical interna. Nada disso será problema, afinal, a nova versão do grupo, renascida como uma fênix, prova cada vez mais que está triunfando e vivendo seu auge criativo.




 

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