Por: Vannucchi e Marinho
2020 é um ano especial para os amantes do Rock And Roll, pois é um período no qual alguns dos maiores clássicos desse gênero musical estão completando cinquenta anos. O tempo pode passar, mas a atemporalidade, no final das contas, certamente é um dos fatores que faz com que um determinado álbum (o outra manifestação artística) torne-se um clássico. Confira nossa lista e deixe seu comentário.
Este foi mais um acerto do
Greatful Dead, que é uma das bandas mais interessantes e poderosas do Rock
norte-americano. O álbum, no geral, soa de uma maneira bem cativante, tendo uma
atmosfera especialmente voltada para o Folk. Contudo, apesar de seu vigor, e
dos elogios recebidos na época em que foi lançado, o “American Beuty” não
atingiu o mesmo patamar de reconhecimento e sucesso de outros álbuns que fazem
parte da extensa carreira do Greatful Dead.
É válido notar que este não foi o
único disco que a banda lançou em 1970. Em outubro deste mesmo ano, o mundo
também conheceu o “Greatful Dead”, álbum duplo gravado ao vivo.
Paranoid - Black Sabbath:
O Paranoid é o álbum preferido de
muitos fãs do Black Sabbath. É sem dúvida uma obra-prima do Rock & Roll e
um dos álbuns mais comerciais já produzidos pela banda. É nele que se encontram
alguns dos maiores clássicos do Sabbath, como “War Pigs” e “Iron Man”. Porém, não
são somente essas duas músicas que justificam seu reconhecimento e sua
atemporalidade, pois o álbum, do início ao fim é simplesmente fenomenal, e
oferece uma experiência catártica e emocionante capaz de afetar qualquer ouvinte. Ao meu ver, além da sonoridade incrível que ele possui, também é nesse álbum que se encontram as melhores letras da banda. É válido observar que foi também em 1970 que o Black Sabbath lançou também o seu álbum de estreia e, portanto, há duas comemorações marcantes para a banda em 2020. Tanto o primeiro disco - intitulado "Black Sabbath" - quanto o "Paranoid", foram e continuam sendo arrebatadores.
Morrison Hotel - The Doors:
O Morrison Hotel certamente não é
o melhor álbum da discografia do The Doors. Embora ele seja qualificado e
carregue alguns hits da banda, tal como a agitada “Roadhouse Blues” e a introspectiva “Waiting For
The Sun”, ele marca um certo “declínio” do The Doors se comparado com as
produções que o antecedem. Na realidade, de maneira geral, toda a fase
setentista do grupo liderado por Morrison, definitivamente não foi tão
gloriosa quanto a o período no qual os primeiros quatro álbuns de estúdio foram
lançados, no final dos anos sessenta. Mas, de qualquer forma, esse é um
trabalho competente e que, apesar de não ser tão especial,
provavelmente ainda supera todos os outros que o sucederam.
Led Zeppelin III - Led Zeppelin:
Possivelmente, o Led Zeppelin III tenha sido o lançamento mais primoroso dos anos setenta e para muitos, esta foi a melhor produção de toda a brilhante carreira da banda. A primeira faixa, "Immigrant Song", por si só já vale o álbum inteiro. Mas felizmente, essa música de abertura é seguida por outras grandes pérolas como "Celebration Day", "Since I've Been Lobving You" e "Tangerine". Com uma pegada bastante Folk que é mesclada na medida com toques acentuados de guitarra, o Led Zeppelin III é um verdadeiro deleite aos fãs do Rock. Ele é profundo em sua totalidade, e consegue ser agitado, mas ao mesmo tempo doce e suave. É uma verdadeira obra prima do Rock And Roll.
Fun House - The Stooges:
O segundo álbum do The Stooges
compõe a “tríade” da banda, da qual também fazem parte o “The Stooges”, que o
antecede, e o “Raw Power”, que o sucede. Esses três lançamentos foram igualmente
relevantes para a consolidação do Punk Rock e todos representam um valor
histórico inestimável para o Rock & Roll.
O “Fun House” possui como grande
diferencial o fato de ter sido gravado ao vivo. De maneira geral, podemos dizer
que este é um trabalho elogiável e que foi capaz de manter a aura bruta, a
indecência comportamental e as destrezas sonoras alucinantes que já estavam
contidas no álbum de estreia do grupo. Contudo, talvez seja o menos memorável
dentre os três grandes álbuns do The Stooges, pois o primeiro lançamento foi
muito marcante por apresentar ao mundo um conteúdo surpreendente escrachante e,
na sequência, após o curioso experimento de produzir um álbum com gravações
realizadas durante shows, os patetas mais amados do Punk Rock deram vida ao
magnífico “Raw Power”.
In Rock - Deep Purple:
Um dos álbuns mais lendários do
Deep Purple e um dos mais respeitáveis de toda a história do Rock And Roll. O
fato mais interessante a seu respeito é que ele foi a primeira gravação de estúdio a contar com a participação de Ian Gillan, vocalista que após esse trabalho mítico, foi
aclamado pela crítica e pelos fãs, se tornando o principal expoente do Deep
Purple, banda com a qual posteriormente gravaria discos ainda mais célebres do que o In Rock. Esse álbum, que foi o quarto da discografia da banda, apresenta um amadurecimento musical significativo em relação aos três primeiros que, de certa forma, eram mais "experimentais", sendo que o In Rock já apresenta uma sonoridade na qual encontramos uma linha sonora que construiu a "cara" do Deep Purple. Foi neste momento que a banda parece de fato ter encontrado o seu caminho na estrada do Rock & Roll.
The Man Who Sold The World - David Bowie:
Foi em 1970 que David Bowie
lançou um dos mais ilustres álbuns de sua carreira: o “The Man Who Sold The
World”, sua terceira produção de estúdio, com melodias e tonalidades bem
diferentes das primeiras produções e que carregam um instrumental mais pesado, fato
que o levou, inclusive, a ser comparado com bandas como Black Sabbath e Led
Zeppelin.
O disco foi bem visto pela
crítica, marcando assim a vasta trajetória do camaleão. O “The Man Who Sold The
World” é essencialmente mais original do que os seus dois antecessores e nesta
obra, Bowie apresenta uma criatividade diferenciada que não tinha mostrado até
então. É possível dizer que foi esse terceiro álbum que alavancou de vez sua
carreira artística e o arremessou ao mercado musical. O disco, entretanto, ao longo
de sua produção, parece ter se moldado mais pelas ideias do produtor Tony
Visconti do que pelas ideias do próprio camaleão. Na capa, vemos o músico
usando um vestido. Essa imagem é importante pois ela representa um vestígio do
perfil andrógeno que se tornaria uma assinatura da maior parte da carreira de
David Bowie.
Back In The USA - MC5:
O MC5 é um mito do Protopunk e
uma das bandas mais influentes do Rock. O “Back In The USA” é o primeiro álbum
de estúdio da célebre e curta discografia lançada pelo grupo, que após essa produção,
teria apenas mais um álbum. Até hoje, este disco barulhento e enérgico é uma
das principais referências do garage rock, gênero que foi fundado justamente
pelo próprio MC5. Mas apesar de ser muito bom, e de expor toda a aura que sempre fez parte da banda, foi definitivamente superado pelo
“High Time”.
Atom Heart Mother - Pink Floyd:
Este lendário álbum do Pink Floyd
também está completamento 50 anos em 2020. Pode ser que você não conheça as
músicas que compõe essa pérola, mas você certamente já se deparou com sua
icônica “capa da vaquinha”, que se tornou um encarte marcante na história do
Rock And Roll. E aliás, caso você esteja se perguntando a razão pela qual a
banda lançou um disco com uma capa tão estranha, a explicação é a seguinte: os
membros do Pink Floyd estavam um tanto saturados com a categorização que a
mídia colocava em cima da banda e, dessa forma, pensaram em utilizar na capa do
álbum uma imagem que os afastasse dos rótulos que vinham recebendo até o
momento.
Esta foi a quinta produção de
estúdio gravada pela banda. Para alguns, a capa é melhor do que o conteúdo
musical em si, que talvez soe excessivamente repetitivo em suas
experimentações, embora aos olhos dos fãs, geralmente o Atom seja mais um
acerto, no qual encontra-se uma demonstração da unicidade sonora da banda. O
fato é que esse foi mais um álbum atemporal do Pink Floyd.
Curiosamente, no mesmo ano em que
este álbum chegava nas prateleiras das lojas, Syd Barret também inaugurava sua
carreira solo...
Easy Action - Alice Cooper:
Este foi o segundo álbum lançado
pelo mestre do “horror rock”, junto com sua banda. É um trabalho conciso e intenso,
que dispõe de um puro Rock And Roll, e assim, soa de maneira bem envolvente.
Porém, o “Easy Action”, embora seja uma produção agradável, ainda estava longe da maturidade estética que a banda
atingiria nos anos seguintes. Este disco pode ser compreendido como uma espécie de “experimento”, de
introdução, e de caminhada até o auge que ainda estava por vir. Por fim, pode ser considerado mais um acerto da banda, ainda que não seja extraordinário.
0 comentários:
Postar um comentário