tag:blogger.com,1999:blog-43044730829985858092024-03-16T16:22:16.185-07:00Fanzine BrasilRock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.comBlogger211125tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-9626368767091152342024-03-16T16:21:00.000-07:002024-03-16T16:21:39.562-07:00COMO O DEVO E VOLTAIRE NOS AJUDAM A PENSAR SOBRE O MUNDO ATUAL<p style="text-align: center;"><i><b> Por Juliana Vannucchi</b></i><br /></p><p style="text-align: justify;">O Devo foi uma das bandas mais inovadoras dos anos setenta. Seus primeiros passos foram dados precisamente em 1974, e os embriões do grupo foram Gerald Casale e Mark Mothersbaugh, dois estudantes do curso de Arte da Universidade de Kent, em Ohio.</p><p style="text-align: justify;">A grande chance do Devo engrenar veio com a trilha do curta-metragem no qual estrelaram, chamado “The Truth About De-Evolution”, que ganhou um prêmio no Festival de Cinema de Ann Arbor, em 1976. Quando o filme foi visto por David Bowie e Iggy Pop, os dois ficaram impressionados com o Devo e asseguraram para a banda um contrato com a gravadora Warner Bros. Foi assim que, com o produtor Brian Eno, o disco de estreia “Q: Are We Not Men? R: Qe Are Devo” ganhou vida. A partir disso, o grupo deslanchou numa carreira que foi feita mais de acertos do que de erros. De maneira geral, toda a trajetória do Devo foi brilhante e inspiradora.</p><p style="text-align: justify;">No pano de fundo das origens do Devo, encontrava-se o conceito de “de-volução”, segundo o qual a humanidade, após chegar ao seu nível mais alto de evolução, iniciou um processo de declínio. Através de suas produções musicais, o Devo mostra que, de acordo com essa concepção, o ser humano, conforme vai se tornando mais decadente, apresenta um comportamento mecânico e pensamentos uniformes. Semelhantes a robôs, os homens da “de-volução” são revestidos por uma alienação comprometedora. Não mais pensam por si mesmos e não escolhem nada de maneira autônoma, sendo sempre condicionados por terceiros, além de estarem sempre imersos num estado de profunda alienação. Trata-se de um regresso preocupante. Numa entrevista concedida em 2019, Mark Mothersbaugh disse que na época em que essa ideia foi desenvolvida, ele pensava que a dupla estava paranoica. Contudo, lamenta perceber que tal concepção se concretizou e, na mesma entrevista, Gerald Casale comenta que as previsões que fizeram não apenas se efetivaram, mas também simplesmente superaram os seus medos. O baixista ainda reflete a respeito de nossos tempos: “(...) são 7 bilhões de pessoas no planeta e o caos reinando como o principal fator de como as pessoas tomam decisões - o caos e o medo”. Mark complementa a consideração filosófica de seu colega de banda e emenda: “E está se multiplicando rapidamente. São 7 bilhões de pessoas, indo cada vez mais rápido, e não estamos aprendendo nada."</p><p style="text-align: justify;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheMV21dWVjABzXjUoRg0V2R4uS0ZmaHvfPsUkpfb5PikFERVaZPlqu4muvWvKgk5YCCYxjrStSQbvrKZoRepMEG5RYDY_Jt8pYLpNWk5q7uMzbnYDSHR6XdJ8VAk0Mxy1b8tgsoAXugUjQyuurFD_S73pW_BKvu_vISejvlWNWag1PB8EUmiWRoE33-YZj/s1200/bandadevo%20-%20devobanda%20-%20devo%C3%A1lbuns%20-%20discografiadevo%20-%20entrevistadevo%20-%20voltairefilosofia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="940" data-original-width="1200" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheMV21dWVjABzXjUoRg0V2R4uS0ZmaHvfPsUkpfb5PikFERVaZPlqu4muvWvKgk5YCCYxjrStSQbvrKZoRepMEG5RYDY_Jt8pYLpNWk5q7uMzbnYDSHR6XdJ8VAk0Mxy1b8tgsoAXugUjQyuurFD_S73pW_BKvu_vISejvlWNWag1PB8EUmiWRoE33-YZj/s320/bandadevo%20-%20devobanda%20-%20devo%C3%A1lbuns%20-%20discografiadevo%20-%20entrevistadevo%20-%20voltairefilosofia.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>O conceito de de-volução trabalhado pelo Devo parece ter canalizado com
maestria o temor de Voltaire, ao mostrar que o ser humano está perdendo
sua capacidade de reflexão autônoma.</i></b></td></tr></tbody></table> </p><p style="text-align: justify;">Voltaire, um dos maiores nomes do Iluminismo, viveu muito antes de os meninos do Devo. Em suas obras, o espirituoso pensador francês não abordou a “de-volução”, no entanto, ele sempre se mostrou preocupado com a incapacidade que alguns de seus contemporâneos tinham de pensar por si mesmos, sem serem instrumentalizados por instituições como o Estado e a Igreja. Voltaire prezava pela liberdade de pensamento e pelo fortalecimento do senso crítico, que poderiam ser alcançados se as pessoas fizessem bom uso da razão. Não à toa, certa vez escreveu: “Ouse pensar, amigo” – frase simples, curta, mas arrebatadora! Por meio de seus livros, tinha como um de seus principais objetivos fazer com que as pessoas despertassem e, dessa forma, rompessem as amarras que escravizavam suas mentes. Voltaire ensina que para exercitar o racionalismo crítico seria preciso vencer a superstição, que ele caracteriza como sendo uma “doença do espírito”, e o fanatismo, definido como uma espécie de seita que torna o homem firmemente convicto sobre algo, deixando-o tolo, horrível e beirando a irracionalidade. Além disso, prega que devemos sempre exercitar a tolerância, definida por ele como o “apanágio da humanidade” e cuja prática, em suma, consiste em não ser impiedoso, não perseguir nem transformar o diferente em inimigo. Tolerar é apaziguar discórdias e perdoar a própria tolice, pois segundo o iluminista francês, todo ser humano está sujeito ao erro, a fraquezas e à mutabilidade. É neste ponto que o célebre iluminista e a banda se encontram: o conceito de de-volução trabalhado pelo Devo parece ter canalizado com maestria o temor de Voltaire, ao mostrar que o ser humano está perdendo sua capacidade de reflexão autônoma, sendo cada vez mais controlado pelo sistema tradicional vigente que existe ao seu redor e mostrando-se cada vez mais cego em seu fanatismo, alienado em sua superstição e mais intolerante. </p><p style="text-align: justify;">O que Voltaire não imaginava era que o ser humano não seria unicamente dirigido por instituições como Igreja e Estado, mas também por novos “ídolos”, como consumismo e tecnologia. Isso porque em nossos tempos, além das instituições tradicionais que nos prendem, também somos asfixiados pelas mídias sociais e pelo sistema capitalista. De acordo com o conceito de “de-volução”, estamos cada vez menos civilizados e sentindo o efeito desumanizador da tecnologia. O homem carece cada vez mais de autenticidade, e vemos as pessoas cada vez mais “enlatadas”, isto é, mais parecidas umas com as outras, mais “robóticas” - não à toa o Devo utilizava uma estética futurista em suas apresentações, justamente para mostrar o quanto os homens seriam todos iguais futuramente. Acertaram em cheio: os padrões de beleza, as intervenções estéticas, as roupas e a internet tendem a padronizar não apenas a aparência das pessoas, mas seus comportamentos e pensamentos. Elas parecem sair programadas de fábricas. </p><p style="text-align: justify;">Aqui, vale citar que Voltaire também atribuía um valor imenso à dúvida e ao espírito questionador. Pode-se dizer que, para ele, duvidar era mais revolucionário do que responder. Hoje, entretanto, as massas fazem cada vez menos perguntas e reproduzem cada vez mais aquilo que lhes é despejado como certeza (vide as assombrosas fake news que, aliás, serviram para consolidação da extrema-direita... Bolsonaro, numa tentativa de normalizá-las chegou, inclusive, a declarar que elas “são parte da vida”). </p><p style="text-align: justify;">A crença cega e irracional em tantas “supostas verdades” é um marco de nosso mundo. A maior parte das pessoas não está ousando pensar, não está sendo assolada pelo páthos, não confronta a realidade, não filtra e não refuta informações. Simplesmente “copia” e “compartilha” informações sem consultar sua razão. É, Voltaire, lamento dizer, mas a realidade atual é assombrosa. </p><p style="text-align: justify;">Mestres incontestáveis do gênero art rock, o Devo criou uma prestigiosa fusão entre a atmosfera da ficção científica e um clima futurista, que contou com pinceladas surrealistas e experimentalismos sonoros. Essas combinações tão singulares confrontavam a essência da maior parte das bandas da mesma época, que seguiam a trilha do punk rock e, por isso, podemos considerar que o Devo foi uma verdadeira vanguarda musical. Ainda que tenha surgido mediante a eclosão do punk norte-americano e certamente tenha herdado alguns elementos desse movimento, a banda era excêntrica e outsider, aspectos que a levaram para outro caminho. E se tem uma coisa que acredito que ficou clara neste texto é que a banda, além de toda a primazia estética digna de admiração, postulou um alerta e fez um diagnóstico preciso de nossos tempos que, definitivamente, merece ser levado em conta. Por outro lado, temos a obra de Voltaire. Ela está aí, à nossa disposição há séculos para alertar sobre os problemas oriundos da falta da liberdade de pensamento. É simples: “Ouse pensar, amigo”. Desconstrua, questione, ao menos tente sair da caverna! </p><p><b>Referências:</b></p><p>DURANT, Will. <i>A Filosofia de Voltaire</i>. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.</p><p>PIMENTA, Jussara Santos. <i>Voltaire: O Versejador, o Literato, o Comunicador</i>. PUC – Rio. Revista Eletrônica UFSJ, 2002.</p><p>RUSSELL, Bertrand. <i>História do Pensamento Ocidental</i>. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.</p><p>VOLTAIRE. <i>O Filósofo Ignorante</i>. Porto Alegre: L&PM Editores, 2013.</p><p>VOLTAIRE. <i>Dicionário Filosófico</i>. São Paulo: Editora Escala, 2008. </p><p>https://www.google.com.br/amp/s/amp.theguardian.com/music/2009/apr/30/devo-art-punk-80s-revival</p><p>https://www.google.com.br/amp/s/amp.theguardian.com/music/2010/jun/17/devo-something-for-everybody-cd-review</p><p>https://web.archive.org/web/20071011183248/http://clubdevo.com/mp/bio.html</p><p>https://kcpr.org/2019/10/21/gut-feeling-an-interview-with-devo-the-band-that-predicted-the-future/<br />https://www.britannica.com/topic/Devo<br /><br /><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-79844606155339867572024-03-08T06:36:00.000-08:002024-03-08T06:53:12.646-08:00OUÇA O QUE ELAS DIZEM, VEJA O QUE ELAS FAZEM: 47 MULHERES INSPIRADORAS QUE MARCARAM A HISTÓRIA DO ROCK<p style="text-align: center;"><b>Por Juliana Vannucchi (organizadora e idealizadora) </b></p><p style="text-align: center;"><b>& </b></p><p style="text-align: center;"><b>Colaboradores e músicos <i>especialmente </i>convidados</b></p><p style="text-align: center;"><i>Felizmente, ao longo do tempo, o rock and roll nos presenteou com uma série de mulheres transgressoras, talentosas e verdadeiramente revolucionárias. Nesse contexto, há incontáveis femele bands que construíram identidades próprias, revigoraram o rock e, assim, se transformaram em verdadeiras lendas. Aqui, podemos citar honrosamente alguns desses grupos, como The Shangri-Las, The Shirelles, Bikini Kill, The 'B' Girls, The Ronettes, Ace Of Cups, The Bangles, The Slits, The Crystals, The Runnaways e várias outras bandas arrebatadoras representadas por mulheres. Nessa lista tão especial, produzida coletivamente, listamos algumas vozes femininas que certamente são capazes de inspirar qualquer coração, transformando-se em musas, heroinas e referências a quem quer que seja. Confira!</i></p><p style="text-align: center;"><i> <br /></i></p><p style="text-align: center;"><i></i></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA6lj4Obpmljx3Cq1-G9ZNWMeq-OqO-cHrroYo_UTfrhc9_qXYuFQq_h9T5UJsQ4SfzbkKBAtGf8iTP2HgQ5CAp5Z2RSlEfRE-YIZmAjqenEpfzCxHiEVfBw1RMdleg3rv5wz_KzNZ5ptPj5b0W1xe8qXzVNzBHyPLQkqf9IRCwbHyRMVm7cH8hIZVj8t1/s1920/diainternacionaldasmulheres.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1920" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA6lj4Obpmljx3Cq1-G9ZNWMeq-OqO-cHrroYo_UTfrhc9_qXYuFQq_h9T5UJsQ4SfzbkKBAtGf8iTP2HgQ5CAp5Z2RSlEfRE-YIZmAjqenEpfzCxHiEVfBw1RMdleg3rv5wz_KzNZ5ptPj5b0W1xe8qXzVNzBHyPLQkqf9IRCwbHyRMVm7cH8hIZVj8t1/s320/diainternacionaldasmulheres.jpg" width="320" /></a></i></div><i><br /> </i><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><b>1 - Alice Bag (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">A
enérgica Alice Bag ganhou notoriedade nos anos setenta, durante a
eclosão do punk rock norte-americano. Ao lado de duas outras mulheres
dignas de destaque, Alicia Armendariz e Patricia Morrison, formou a
banda The Bags, da qual foi vocalista. </p><p style="text-align: justify;">Em sua adolescência, a jovem e tímida Alice foi vítima de bullying quando estava no Ensino Médio, e isso a levou a um estado de isolamento social, no
qual contava apenas com a companhia de seus heróis musicais, como Elton
John e David Bowie. Nesse âmbito, a música - tanto ouvida, quanto
produzida por Alice - foi uma garantia de salvação e uma tranquilizante válvula de escape. Além dis palcos, Bag, ao longo de sua vida, se
afeiçoou por outras áreas, graduando-se em Filosofia e trabalhando como
professora, ministrando aulas de Inglês. </p><p style="text-align: justify;">Certa
vez, num evento de cunho social no qual participou como ativista,
declarou que o lugar do punk no movimento feminista consiste em
manter-se sempre desafiador, chamando a atenção para coisas erradas que estão, infelizmente,
enraizadas na sociedade: "O punk nos permite falar o que pensamos." Ademais,
vale citar que no decorrer de sua admirável trajetória, já publicou
alguns livros. Cabe nos atermos especificamente a um deles, chamado “Violence Girl” no
qual, dentre outras abordagens, Bag comenta sobre como casos de
violência doméstica a fizeram envolver-se com o feminismo e querer lutar
contra a opressão sofrida pelas mulheres. Isso porque a violência
doméstica foi tragicamente presenciada por Bag no decorrer de sua prórpia infância. </p><p style="text-align: justify;">Além de tudo que já foi mencionado, a incansável Alice Bag
criou e ministra um acervo digital no qual há entrevistas com diversas
mulheres que marcaram presença na primeira onda da cena punk do sul da
Califórnia na década de setenta. É um arquivo composto por materiais
históricos vastos e preciosos, no qual há conteúdos sobre diversas
personalidades, como fotógrafos, músicos e escritores que fizeram parte dessa geração.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8vy7RnP-0tTulstMsPMcIDCa51LFrgTFTHXcLDFMcsB0s2c_JT9xjUAu2JmHR377Dx4A9KMBp4icp-tg1yi2fh0bx_uMgwyzDTjVIa3D0cSHIpY8iiOR9wklAcKfVg6XgOFgsBlUeTHLIC1q2ShGP4yPEGvw_ppi4_CEcidfwy5xZv6zRsf4G9UKYR2g2/s1024/thebags.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="675" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8vy7RnP-0tTulstMsPMcIDCa51LFrgTFTHXcLDFMcsB0s2c_JT9xjUAu2JmHR377Dx4A9KMBp4icp-tg1yi2fh0bx_uMgwyzDTjVIa3D0cSHIpY8iiOR9wklAcKfVg6XgOFgsBlUeTHLIC1q2ShGP4yPEGvw_ppi4_CEcidfwy5xZv6zRsf4G9UKYR2g2/s320/thebags.jpg" width="211" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Patricia Morrison e Alice Bag em ação.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: center;">*** <br /></p><p><b>2 - Gina Birch (Neder de Paula)</b> <br /></p><p style="text-align: justify;">Birch co-fundou a banda de pós-punk The Raincoats, em 1977, tornando-se uma figura importante na cena musical alternativa. Sua abordagem única ao baixo e sua voz distintiva contribuíram para o som inovador e experimental, que influenciou gerações subsequentes de artistas. Além de seu trabalho com a banda, Gina Birch também se envolveu em projetos solo, consolidando seu impacto duradouro na música alternativa.<br /></p><p style="text-align: center;">***</p><p style="text-align: left;"><b>3 - Siouxsie Sioux (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">As
contribuições culturais de Siouxsie Sioux, desde os anos 70,
influenciam inúmeras pessoas nos quatro cantos do globo, seja em
aspectos ideológicos, visuais ou musicais.<br /><br />Os inúmeros feitos da
vocalista dos Banshees são admiráveis e foram muitos. É válido mencionar
alguns deles para, quem sabe assim, tentar justificar sua incomparável
grandeza: Siouxsie superou muitos arquétipos, pois liderou uma banda composta por homens num período e contexto
nos quais as mulheres ainda não tinham tanto espaço em cima dos palcos –
sim, já existiam mulheres nos vocais, mas basta pesquisar e/ou conhecer
um pouco sobre a Sioux para saber que ela deu um passo adiante nesse
quesito. Foi um ícone da moda, apresentando ao público um visual
ilustre, dotado de criatividade, que até hoje inspira muitas pessoas.
Certamente foi uma das compositoras mais brilhantes que já conhecemos,
pois as letras que escreveu abrangem temas extremamente originais e
simplesmente únicos. Já colaborou com músicos grandiosos, tal como Yoko
Ono, Angelo Badalamenti, Pam Hogg, Morrissey e outros.</p><p style="text-align: justify;">Além
disso, sempre se mostrou versátil enquanto compositora e vocalista, uma
vez que os álbuns dos Banshees são bastante diversificados entre si no
que tange ao aspecto sonoro e lírico e, além disso, ao lado de Budgie,
no The Creatures, seguiu um rumo musical deveras peculiar – sem contar
sua carreira solo, que também, em essência, se distancia tanto da
musicalidade dos Banshees quanto do The Creatures.<br /></p><p style="text-align: center;">***<b> </b></p><p style="text-align: left;"><b>4 - Patricia Morrison (Fabi Bellentani)</b> </p><p style="text-align: justify;">Ela emergiu como uma figura icônica na cena musical. Considerada um símbolo de empoderamento para uma geração de mulheres, Patricia Morrison foi mais do que apenas uma musicista talentosa: ela personificou a independência e a autoexpressão feminina.<br /><br />Sua participação em bandas como The Gun Club, The Sisters of Mercy e The Damned não apenas elevou sua visibilidade, mas também proporcionou um espaço para que mulheres encontrassem sua voz em uma indústria desde sempre dominada por homens.<br /><br />Também compositora, suas letras exploravam assuntos como poder, liberdade e autoafirmação, oferecendo uma narrativa alternativa à cultura dominante. Com sua combinação única de punk, rock gótico e elementos de música alternativa, ela cativou públicos com sua sonoridade distinta e suas letras provocativas.<br /><br />Patricia é uma das mulheres que, sem dúvida, estão eternizadas na história da música.</p><p style="text-align: center;">*** <br /></p><p style="text-align: justify;"><b>5 - Chrissie Hynde (Neder de Paula)</b><br /></p><p style="text-align: justify;">Ela deixou uma marca duradoura no
cenário do rock como guitarrista e líder da banda The Pretenders. Hynde é
aclamada por sucessos como "Brass in Pocket" e "Back on the Chain
Gang", destacando-se pela combinação única de talento musical e presença
carismática no palco. Sua contribuição para a música e seu papel como
uma figura influente continuam a inspirar gerações de fãs e músicos.</p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: center;">*** <br /></p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: left;"><b>6 - Ann Wilson e Nancy Wilson (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Uma
das maiores lendas do rock and roll, Ann Wilson deixou seu nome na
história por seu talento como flautista e vocalista da banda Heart. Sua
irmã Nancy Wilson, foi guitarrista do mesmo grupo e também fez sucesso
ao criar riffs simplesmente memoráveis. Explosivas nos palcos e
refinadas no manejo de seus respectivos instrumentos, as meninas
dominaram as rádios e programas de TV durante décadas, tendo hits de
sucesso nos anos 70, 80 e 90. </p><p style="text-align: justify;">A
banda Heart, com mais de dez álbuns de sucesso lançados ao longo de seu
percurso, fez muitas pessoas chacoalharem a cabeça e, com certeza,
ajudou a curar muitos corações despedaçados, tornando-se, por tais
aspectos, um nome verdadeiramente consagrado no rock.</p><p style="text-align: center;">*** <br /></p><p style="text-align: justify;"><b>7- Kim Gordon (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Kim Gordon destacou-se especialmente como baixista do Sonic Youth, e geralmente a conhecemos somente sob tal rótulo. Contudo, acabamos por nos limitar se a considerarmos apenas através dessa perspectiva, pois ela também merece ser lembrada pela sua carreira como artista visual, na qual mostra um enorme talento. Aliás, cabe dizer que numa entrevista concedida em 2022, Gordon chegou a dizer que sempre se reconheceu mais como artista do que musicista. E em sua autobiografia, fala que se sentia limitada como cantora, sendo que justamente por isso optou por fazer uso de uma abordagem vocal falada e rítmica. Embora nunca tenha se visto como uma boa cantora ou musicista, lembra aos leitores que (...) desde o início, o rock and roll nunca teve base em formação musical ou técnica, assim como o punk rock nunca teve a ver com ser um bom músico”. (p. 137, 2015). Ainda nesse contexto, explica: “O melhor tipo de música vem quando você é intuitivo, inconsciente de seu corpo, perdendo a cabeça, de certo modo (...)”. <br /><br />Certa vez, Kim fez a seguinte declaração: “As mulheres são anarquistas e revolucionárias naturais, porque elas sempre foram cidadãs de segunda classe e tiveram que fazer o seu próprio caminho”. Na autobiografia, a baixista, que sempre mostrou envolvimento com o feminismo, comenta que em geral as mulheres não têm realmente permissão para “mandar ver”, para agir como gostariam e ser o que desejam. A esse respeito, escreve: “(...) Culturalmente nós não permitimos que as mulheres sejam tão livres quanto elas gostariam e isso é assustador. Nós ou rejeitamos essas mulheres ou as consideramos loucas (...) No final do dia é esperado que as mulheres sustentem o mundo, não que o aniquilem”. (p. 137, 2015). </p><p style="text-align: justify;">Kim Gordon é uma mulher inteligente e inventiva. Devemos vê-la como uma verdadeira guerreira, sempre preparada para a luta, e sempre repleta de disposições artíticas que estão sempre pulsando dentro de seu espírito.<b> </b>Ela é um verdadeiro ícone cultural e provavelmente é a artista mais
intelectual surgida do universo punk. É fundamental que a vejamos sob
essa perspectiva que não se limita aos palcos. Precisamos de músicos
militantes, pensantes, ousados e criativos como Kim.</p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-ZbtIGL4_mMvEu_OkIBC2W4KvFP6lLH38fS6smWaLxExLVWBoGZudWQZo6te3LyEGotQNQ0LPeSNGbFthoIftl1ryyIVB7FiufzvE0f_Ato5lHTMiXOPTKh2mqqu8gQObCM8bI68q2h4GpcJp-FQ2p-eYLXXt5yWEEa_Ujl9coaOHzEgCqVKbG40cTF21/s600/mulheres%20no%20rock.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="600" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-ZbtIGL4_mMvEu_OkIBC2W4KvFP6lLH38fS6smWaLxExLVWBoGZudWQZo6te3LyEGotQNQ0LPeSNGbFthoIftl1ryyIVB7FiufzvE0f_Ato5lHTMiXOPTKh2mqqu8gQObCM8bI68q2h4GpcJp-FQ2p-eYLXXt5yWEEa_Ujl9coaOHzEgCqVKbG40cTF21/s320/mulheres%20no%20rock.webp" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Duas das principais baixistas de todos tempos: Kim Gordon e Kim Deal, respectivamente.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><br /> <p></p><p style="text-align: center;"><b>***<br /></b></p><p style="text-align: justify;"><b><br />8 - Kim Deal (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Kim Deal é uma das baixistas mais conceituadas da história do rock e foi responsável por ajudar a criar alguns dos hits mais célebres da banda Pixies, aclamado grupo de rock alternativo noventista que viveu seu auge justamente no período em que Kim esteve na banda, sendo inegável que ela foi o ponto forte responsável por alavancar o grupo americano. A baixista participou das gravações dos discos “Come on Pilgrim” (1987), do glorioso e memorável “Surfer Rosa” (1988), do popular (e talvez mais qualificado da banda) “Doolittle” (1989), do primoroso “Bossanova” (1990) e, por fim, do “Trompe le Monde” (1991), sendo esse último, em termos gerais, já bem menos cativante e original do que os outros. Posteriormente, a banda se dissolveu, mas o que importa é que Kim Deal deixou em nossas memórias, uma série de inesquecíveis melodias de baixo que ela gravou com a referida banda e que são capazes de elevar qualquer ouvinte a um estado de êxtase. Seu talento é fora da curva, seu domínio instrumental e suas ideias são simplesmente extraordinários.<br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: justify;"><b>9 - Marianne Faithfull (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">A ex-companheira de Mick Jagger foi uma das mulheres mais aclamadas e inspiradoras dos anos sessenta. Esse relacionamento com o astro dos Stones rendeu-lhe bastante fama, mas o verdadeiro sucesso obtido por Marianne Faithfull foi fruto de sua vasta e original discografia, composta por um total de mais de vinte álbuns de estúdio, nos quais encontram-se ritmos e melodias notavelmente diversificados que são maravilhosamente preenchidos pela voz de Faithfull. Em suas incontáveis letras autorais, ela descreve desejos, conflitos, sexo, perdas e outras vivências que acumulou ao longo de sua conturbada trajetória de vida. </p><p style="text-align: justify;">Força é algo que não falta a essa mulher: a incrível Marianne Faithfull já superou um câncer de mama, além de também ter enfrando um quadro grave de hepatite C, e sobrevivido a uma queda que a fez quebrar seriamente o quadril. A vigorosa e sempre motivada fera inglesa também já sobreviveu a uma grande infecção e venceu um sério quadro de anorexia. Faithfull possui uma história de vida muito impressionante. Ela foi do glamour ao inferno, dos palcos aos suburbios... mas o fato é que ela sempre se manteve afastada das regras sociais, esteve longe do convencional e, sobretudo, das normas de comportamento esperadas para uma mulher dos anos 60, sendo assim, uma figura cujo comportamento foi absolutamente vanguardista. Essa donzela decadente nos ensina a sermos mais corajosos, a suportarmos dores que parecem insuperáveis e, claro, a transformarmos todos os pesares, aflições e calamidades existenciais em poesia. </p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: justify;"><b>10 - Elisabeth Fraser (Juliana Vannucchi)</b><br /></p><p style="text-align: justify;">Elisabeth Fraser nasceu em Grangemouth, na Escócia, cidade que já descreveu como “industrial, escura e sufocante”. Ela era a caçula de seis irmãos e seu pai era fabricante de ferramentas. O talento musical se manifestou cedo, sendo que ela tinha duas tias com habilidades vocais. Porém, certamente ninguém – nem a própria Fraser– imaginava que ela fosse chegar tão longe e fascinar o mundo com sua peculiar voz angelical. Na adolescência, gostava de escutar bandas como Sex Pistols e Siouxsie & The Banshees.<b><br /><br /></b>Liz se juntou ao Cocteau Twins quando tinha 17 anos, depois que Robin Guthrie, cofundador da banda, observou-a dançando numa boate. Assim, acabou se tornando o grande nome da banda - segundo um relato seu de 1983, o que a impediu de seguir o sonho de ser garçonete. Elisabeth Fraser sempre se destacou especialmente por sua voz etérea e suas letras enigmáticas e abstratas que, na maior parte das vezes, foram compostas numa linguagem inventada por ela. Esse instigante aspecto lírico gera muito debate e especulação, mas Fraser já declarou que ouvintes devem se ater às melodias e vivenciar uma experiência subjetiva com elas, ao invés de tentar interpretar suas frases. Ademais, para ela, nunca foi estranho escrever numa língua inventada e a vocalista garante que isso sempre aconteceu de maneira espontânea. No site oficial da banda, encontramos uma declaração a esse respeito: “Eu ganhei muito [inventando a linguagem]. Eu não esperava que fosse uma experiência tão gratificante, no início foi uma tática de evasão. Mais que isso. Mas devo ter me dado permissão ao longo do caminho para realmente ir em frente e não me preocupar com a opinião das pessoas”.<br /><br />Em relação ao seu processo criativo, uma matéria do jornal britânico The Guardian descreveu o seguinte: “Ela compõe (...) começando com frases ou melodias únicas, gravando-as e passando-as para outra pessoa para adicionar mais camadas, seja o baixista ou o tecladista, antes de trabalhar mais nelas, como um pintor voltando constantemente para uma tela. O processo em si é o que importa, a coisa criativa, ela diz a si mesma, e se as músicas algum dia vão ser lançadas no mundo não é essencial, embora, logicamente, ela queira que as pessoas as ouçam. Apesar de sua fama e reconhecimento global, sempre foi uma pessoa reclusa, tímida e discreta, buscando se manter longe dos holofotes e evitando entrevistas".<br /><br />Há alguns anos, a vocalista começou a estudar escrita criativa e poesia. Atualmente leva uma vida discreta ao lado do marido. Além do sucesso com o Cocteau Twins, gravou com outras bandas bem sucedidas e inspirou grandes nomes da música, como Prince, Madonna e Michael Jackson, além de também ter David Lynch como fã declarado. <br /><br /></p><p style="text-align: center;">***</p><p style="text-align: justify;"><b>11 - Ari Up (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Poderíamos
inserir nessa lista todas as meninas da banda The Slits, mas vamos
optar por colocar Ari Up em evidência como forma de homenageá-la em
função de sua morte precoce.</p><p style="text-align: justify;">Ari Up é
uma inesgotável fonte de inspiração. Foi uma personalidade carismática e
bem-humorada, talentosa como vocalista e guitarrista e que
impressionava por sua aparência peculiar, caracterizada por vestimentas
excêntricas e por penteados inusitados.</p><p style="text-align: justify;">Musicalmente
falando, Ari Up foi inovadora por levar influências do reggae ao punk.
Lançou um total de quatro álbuns de estúdio com a banda The Slits, sendo
que o mais popular, intitulado “Cut”, de 1979, é considerado uma das
melhores produções da vasta e preciosa história do punk rock. Nessa
época, a formação base e clássica da banda era o trio Viv Albertine, Ari
Up e Tessa Pollitt. A impactante capa do “Cut”, com as três integrantes
da banda despidas da cintura para cima, se tornou icônica. A esse
respeito, Albertine declarou certa vez ao The Guardian: “Queríamos uma
postura guerreira, queríamos ser uma tribo (...) Sabíamos, como não
estávamos vestidas, que tínhamos que parecer confrontadoras e duronas.
Não queríamos ser convidativas ao olhar masculino”. De fato, a nudez
presente na imagem do álbum não possui apelo sexual, e pode-se dizer que
tem um viés essencialmente artístico, simbolizando a força e a
liberdade femininas. Uma faixa em especial foi explosiva e se tonou o
grande hino da banda: “Typical Girls”, cuja letra descreve o
comportamento enlatado, fútil e previsível de garotas convencionais, que
são as que não se rebelam, não reagem ao que lhes incomoda e gastam seu
tempo com futilidades – convenhamos, o nosso mundo atual ainda está
cheio de “garotas típicas”. A letra indaga: quem criou esse tipo clichê
de garota? E fica a sugestão de que a invenção dessa personalidade vazia
é simplesmente um intencional jogo um jogo de marketing.</p><p style="text-align: justify;">Cabe
observar que a cena punk à qual a banda The Slits pertenceu, foi um
movimento de contestação de tradições, quebra de tabus, rejeição das
normas vigentes e que, como consequência dessas características,
conseguiu desbancar o domínio masculino do rock, consolidando a
igualdade sexual e abrindo portas para que as mulheres tivessem voz
ativa, liderassem bandas, lutassem por seus direitos e, de modo geral,
se arriscassem em projetos e iniciativas que não eram usuais para a
época. A esse respeito, Ary Up, em depoimento na Dirty Laundry TV,
comentou que o punk, como um todo, foi "um movimento essencialmente
revolucionário que conseguiu mudar completamente o mundo culturalmente,
filosoficamente, politicamente e musicalmente".</p><p style="text-align: justify;">Albertine, certa vez declarou que Ari Up era essencialmente revolucionaria e que foi a mulher mais dinâmica que ela conheceu.</p><p style="text-align: center;">*** <br /></p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;"><b>12 - Gillian Gilbert (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">A glamourosa tecladista e guitarrista do New Order foi uma mulher vanguardista em seu percurso musical, cujas produções sonoras são repeltas de originalidade e emoção. Em função disso, não é exagero algum afirmar que as melodias geradas por seus instrumentos são os maestros que conduzem os rumos das canções do New Order. Na verdade, convenhamos, essa feiticeira dos teclados sempre foi a principal alavanca de sua banda, sendo a grande responsável por dar vida aos detalhes que geram o encanto das faixas criadas pelo grupo de Manchester. </p><p style="text-align: justify;">A título de curiosidade, vale dizer que antes de se juntar ao New Order, Gillian Gilbert, ainda muito inexperiente, fez parte de um trio punk composto somente por mulheres. Em relação a esse feito, chegou a declarar: "Nenhuma de nós conseguia tocar sequer uma única nota, apenas pensamos que seria legal poder dizer que estávamos em uma banda como todo mundo". Sabemos que foi mais ou menos por intermédio dessa fórmula que muitos grupos e músicos brilhantes surgiram... Gilbert e tantos outros gênios do punk rock, no final das contas, nos ensinam que a atitude e a coragem devem anteceder a habilidade! </p><p style="text-align: center;"><b>***<br /></b></p><p style="text-align: justify;"><b><br />13 - Joan Jett (Mônica Lopes)</b></p><p style="text-align: justify;">Joan Jett, nascida Joan Marie Larkin, em 22/09/1958 na Pensylvania, é um ícone do rock ́n ́roll e uma grande inspiração para nós, mulheres. Foi uma das primeiras personalidades femininas a ter sucesso na indústria musical como cantora, compositora e guitarrista na banda The Runaways que era formada somente por garotas.</p><p style="text-align: justify;">Em sua carreira solo, participou de gravações com artistas como Sex Pistols, Paul Cook e Steve Jones. Ao lado de Kenny Laguna produziu um álbum solo que foi rejeitado por gravadoras em 23 ocasiões, o que a levou fundar sua própria gravadora a Blackheart Records e se tornar a primeira mulher a começar uma gravadora.</p><p style="text-align: justify;">Não bastasse todo esse pioneirismo no cenário musical, Joan também se destaca como defensora dos direitos dos animais sendo, inclusive, vegetariana. Além disso, é acionista de uma equipe de basebol feminino chamada The Long Island Ducks.</p><p style="text-align: justify;">Das muitas canções de sucesso de sua carreira eu destaco “Bad Reputation” como um hino de liberdade feminina em que ela grita que não se importa com o que os outros pensam sobre ela. Já outra canção que merece destaque a meu ver é “I Hate Myself for Loving You” em que ela expressa o conflito entre amor e ódio, uma vulnerabilidade que pode permear relacionamentos amorosos.</p><p style="text-align: justify;">Joan Jett é chamada de Rainha do Rock não à toa. Sua vida, sua carreira e sua determinação ratificam esse título. Desde 2015 seu nome está gravado ao Rock and Roll Hall Fame. Acho justíssimo!!</p><p style="text-align: center;"><b> ***</b></p><p style="text-align: left;"><b>14 - Gaye Advert (Neder de Paula)</b> <br /></p><p style="text-align: justify;">Foi econhecida por seu
papel fundamental no movimento punk nos anos 1970. Membro da banda punk
The Adverts, Gaye contribuiu para o som distinto da banda com seu estilo
de tocar baixo energético e presença de palco carismática. Sua imagem
punk e atitude rebelde solidificaram seu status como uma figura
importante na contracultura da época. O legado de Gaye Advert persiste
como parte integrante da história do punk rock.<br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b>15 - Cynthia Ross (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">A baixista e poetisa canadense respira arte desde a tenra idade, sendo que foi ainda durante a infância que aprendeu a tocar piano. Cynthia, mais tarde, vivenciou o período mais explosivo do punk rock norte-americano, acompanhando de perto o surgimento e amadurecimento das principais bandas do C.B.G.B, e formando nessa época seu próprio grupo autoral, chamado The ‘B’ Girls, composto somente por mulheres. A banda de Cynthia Ross se dissolveu em pouco tempo, mas a canadense permaneceu firme e ativa nos palcos e na produção de poesias ilustres, repletas de sentimento e paixão. Seu modo de escrever é mágico e profundo, travando um diálogo direto com a alma do leitor que simplesmente se desvencilha do mundo material para experimentar as celebrações metafísicas oferecidas pelas poesias de Cynthia. A realidade é mais emocionante e menos amarga quando temos uma caprichada dose de poesia para nos embriagar e Ross oferece esses instantes através de seu dom!! Pra mim, sua habilidade poética se sobressai e faz dela uma verdadeira sibila que nos proporciona uma vivência mística e alucinante. <br /></p><p style="text-align: justify;">Cabe dizer aqui que sua vida, além de ter sido amplamente dedicada ao universo artístico, também foi marcada por seu nobre envolvimento com diversas causas sociais. Esse vasto e inspirador ativismo engloba ações diversificadas: Cynthia já trabalhou com imigrantes e refugiados, foi assistente social, conselheira de dependentes químicos, já desenvolveu programas de acesso à moradia para famílias que saíram de abrigos, liderou iniciativas de empreendedorismo social e treinamento, trabalhou no desenvolvimento de parcerias para grandes redes de habitação social e revitalização comunitária, dentre outras atividades relacionadas e essas inúmeras que foram elencadas.</p><p style="text-align: justify;">Cynthia Ross, com tantas realizações preciosas e dignas de admiração em sua produtiva bagagem, é certamente uma das mulheres mais inspiradoras da nossa lista. <br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b>16 - Viola Smith (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Antes de surgirem alguns bateristas monstruosos que você provavelmente conhece, tal como Ian Paice, Keith Moon, John Bonham e tantos outros, existiu uma visionária feroz na bateria, chamada Viola Smith, considerada a primeira mulher a ser uma baterista profissional. Essa verdadeira deusa das baquetas nasceu em 1912 e faleceu em 2020, aos 107 anos. Seu nome atravessou o tempo e ela obteve um grandioso reconhecimento pelas apresentações memóraveis que fez ao lado de imortantes orquestras e que, inclusive, renderam-lhe o título de "baterista mais veloz do mundo". A respeitada Viola Smith também foi pioneira no uso do bumbo duplo. <br /></p><p style="text-align: justify;">Em 1942, essa talentosa percurssionista escreveu um interessante texto intitulado "Give Girls Musicians a Break", que foi publicado numa revista americana voltada ao jazz, no qual apresentava ideias e provocações simplesmente revolucionárias que, em suma, afirmavam que as mulheres tinham plena competência para fazer música e, por isso, jamais deveriam ser colocadas em segundo plano. Leiamos aqui algumas de suas palavras: "Nestes tempos de emergência nacional, muitos das estrelas instrumentistas de grandes bandas estão sendo recrutados. Em vez de substituí-los por um talento que pode ser medíocre, por que não deixar algumas das grandes mulheres musicistas do país tomarem seu lugar?'' (trecho reproduzido pela Wikipédia). <br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b>17 - Sister Rosetta Tharpe (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Tharpe foi uma guitarrista brilhante e perseverante, que ajudou o rock and roll a tomar forma. Essa consagrada mulher, surgiu no cenário da música gospel, mas seu virtuoso manejo do referido instrumento, logo a fez trilhar o caminho do blues e do rock. Inventiva e revolucionária, Ssiter Rosetta Tharpe foi pioneira no uso da distorção e tecnicamente falando, foi imensamente habilidosa. Para se ter uma ideia do tamanho de sua relevância, vale citar que ela influenciou fortemente a composição e a carreira de grandes músicos, como Chuck Berry, Little Richard e até mesmo Elvis Presley. Esses grandes gênios, ouso dizer, certamente nem sequer existiriam ou teriam sido o que foram se Rosetta não tivesse feito o que fez! Portanto, essa fera das guitarras foi, sem dúvida, um verdadeiro pano de fundo embrionário para que o rock se consilidasse e fosse escrito do jeito que foi! <br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: justify;"><b>18 - Courtney Love (Juliana Vannucchi)<br /></b></p><p style="text-align: justify;">A polêmica companheira de Kurt Cobain tornou-se popular no universo do rock and roll através de suas produções com a banda Hole, que deslanchou durante os anos noventa, transformando Courtney Love numa cultuada musa dessa geração. Mas antes de se destacar com o grupo Hole, ela já vivia imersa na música e, a título de curiosidade, vale dizer que, inclusive, chegou a ser vocalista do Faith No More. Contudo, o refinado talento de Courtney nunca se resumiu aos vocais, pois a norte-americana também toca baixo e é uma ótima guitarrista.</p><p style="text-align: justify;">Courtney Love também é famosa por seu ativismo no campo político e social. É uma defensora militante dos direitos da comunidade LGBGQIA+, tendo declarado em 1997, algo que permanece atual: “Precisamos respeitar os outros e também nós mesmos, respeitar quem somos e que somos, e não ter medo de ser o que somos (…)”. Além disso, Courtney é uma feminista ativa. Falando nisso, com certeza, aqui há espaço para uma observação de importância atemporal, escrita por Kurt Cobain, q que está presente no encarte de um dos mais populares álbuns do Nirvana: “Se você é racista, sexista, homofóbico ou basicamente um babaca, não compre esse CD. Não me importo se você gosta de mim, eu te odeio pra caralho”. </p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4qKseBK2Jak4Jluj6Ty5s8e3PzwrlU9GrfMV-W9U6l1h7Hf7_Z6kyyUvqUxxDCxn_0WNe6nqhYC0e072e4La3Q3uHr_6bNQE2qqqFCviYJaQ5_pHa1XsSchuIiuN3TgTJ3ZBwWj8QjU1htE3q7jDK80lAxOmeuKuuyGHYo94dAftLMF2cKelPLBZymY2m/s600/diainternacionaldamulher%20-%20diamulheres.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="444" data-original-width="600" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4qKseBK2Jak4Jluj6Ty5s8e3PzwrlU9GrfMV-W9U6l1h7Hf7_Z6kyyUvqUxxDCxn_0WNe6nqhYC0e072e4La3Q3uHr_6bNQE2qqqFCviYJaQ5_pHa1XsSchuIiuN3TgTJ3ZBwWj8QjU1htE3q7jDK80lAxOmeuKuuyGHYo94dAftLMF2cKelPLBZymY2m/s320/diainternacionaldamulher%20-%20diamulheres.webp" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Courtney Love e Kim Gordon: duas estrelas dos anos noventa.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><br /> <p></p><p style="text-align: center;">*** </p><p style="text-align: left;"><b>19 - Kira Roessler (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">A
conceituada Kira Roessler foi, durante um período, baixista da banda
Balck Flag e se consolidou, por tal feito, como uma das personalidades femininas mais
importante da história do punk rock. Além de ser contrabaixista, ela é
formada em Engenharia pela UCLA. Ademais, Roessler também esteve à frente de outros
grupos, como "Dos" e criou a arte da capa do disco de estreia de Mike
Watt.</p><p style="text-align: justify;">Atualmente, Roessler trabalha como roteirista e está por trás da
construção de diálogos de filmes famosos, tais como "Sob o Sol de
Toscana", "Mente Perigosa" e outros. Ademais, ela também participou da
equipe de edição de som do longa "Mad Max: Fury Road", fato que,
inclusive, lhe rendeu um Oscar. </p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: center;">***</p><p style="text-align: left;"><b>20 - Nico (Juliana Vannucchi) <br /></b></p><p style="text-align: justify;">A alemã Christa Päffgen, popularmente conhecida como Nico, é uma estrela atemporal que
mudou para sempre os rumos do rock and roll e se eternizou como uma
grande musa da vanguarda musical dos anos sessenta. Embora sua fama
tenha sido edificada principalmente em decorrência de sua passagem pelo
The Velvet Underground, a vocalista alemã também teve uma carreira solo simplesmente ilustre. Sua voz é ímpar, inconfundível, penetrante, hipnótica e
divina. Em função dessa unicidade vocal, podemos seguramente dizer que
todas suas produções musicais sempre foram simplesmente impecáveis. <br /></p><p style="text-align: justify;">Cabe
citar que a cantora alemã também aventurou-se no fasciante universo da Sétima Arte, marcando
presença no cultuado longa "La Dolce Vita", de 1960, dirigido por
Federico Fellini, além de ter atuado também em inúmeros filmes do diretor
francês Philippe Garrel.</p><p style="text-align: justify;">A voz dessa <i>femme fatale </i>tem grife e a alemã mais querida rock deixou ao mundo um valioso e
relevante legado artístico, repleto de obras-primas grandiosas. <br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b>21 - Dolores O'Riordan (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Com sua voz poderosa e marcante, essa incrível cantora tocou muitos corações e cativou várias gerações. Falecida em 2018, aos 46 anos, Dolores O'Riordan deixou saudade no mundo todo, embora seu legado musical seja atemporal.</p><p style="text-align: justify;">A paixão de Dolores pela música começou cedo. Conta-se que antes mesmo de aprender a falar, a charmosa irlandesa já sabia cantar, e seu talento foi precocemente percebido na tenra idade, quando ainda estava na escola. Aos dez anos, ela já se apresentava em bares e mais tarde, como sabemos, esse talento inato revelou-se ao mundo todo.</p><p style="text-align: justify;">Dolores O'Riordan é uma lenda encantadora que por meio de sua voz angelical, compartilhou com o público sua sensibilidade, seus anseios e sofrimentos. Felizmente, ainda podemos celebrar sua história por meio da música que ela nos deixou!<br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b>22 - Janis Joplin (Rikk Maldito)<br /></b></p><p style="text-align: justify;">A jovem Lyn certamente não tinha noção do que carregava em sua bagagem. Não sabia que a aura gritante de quem percorria loucamente o mundo em busca de liberdade, movida por uma fúria indomável, iria contagiar toda aquela geração dos meados dos anos 60's. Com uma voz impar, e arenosa proeminente do blues-jazz , a lá Leadbely e Bessie Smith, Janis só terminou de escancarar as portas da percepção daquelas guerreiras de ébano da Soul music norte-americana que deram o ponta pé inicial e embrionário daquele cenário repleto de rebeldia, revolução, e do oxigênio contra cultural libertário para o rock'n'roll.<b><br /></b></p><p style="text-align: center;"><b>***</b><br /></p><p style="text-align: left;"><b><br />23 - Debbie Harry (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;"><b></b>A belíssima Debbie Harry não apenas consolidou sua fama como o maior símbolo da new wave, mas também obteve sucesso como atriz, tendo participado de mais de sessenta filmes. Por isso, podemos assegurar que a vocalista do Blondie é uma verdadeira referência cultural. Conhecida e respeitada em todos os cantos do mundo, suas canções agradáveis e vibrantes ainda arrancam suspiros de muitas pessoas e tocam constantemente em várias rádios e discotecas. </p><p style="text-align: left;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO7N01YSCdhcniVM31E-GCbgMKqkdSUOKoY3YWj42ElenalW5cmghBs0Ms7xMNv1hImhbhU-MhP73rr5FDbLicjLPV7pcIcTVyZtlYCGf6LpvYY00VQ2ppUNuQknePezF6zAPg1Fx-p7eaxS0qgiG275jfVXCAcoijdGJk7rmKZVGEjfkr-7FhKW4Re3X-/s500/debbieharryandpamhogg.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="333" data-original-width="500" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO7N01YSCdhcniVM31E-GCbgMKqkdSUOKoY3YWj42ElenalW5cmghBs0Ms7xMNv1hImhbhU-MhP73rr5FDbLicjLPV7pcIcTVyZtlYCGf6LpvYY00VQ2ppUNuQknePezF6zAPg1Fx-p7eaxS0qgiG275jfVXCAcoijdGJk7rmKZVGEjfkr-7FhKW4Re3X-/s320/debbieharryandpamhogg.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b>Debbie Harry e Pam Hogg.</b></i><br /></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: left;"><br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: justify;"><b>24 - Tina Turner (Juliana Vannucchi</b>) <br /></p><p style="text-align: justify;">A charmosa “Rainha do Rock & Roll” não poderia faltar em nossa lista. Turner teve uma carreira absolutamente elogiável e sempre próspera, que lhe rendeu mais de cem milhões de discos vendidos. A cantora, que no decorrer de sua vida profissional transitou com maestria entre o pop, o rock e o R&B, produziu mais de dez álbuns de estúdio e sempre realizou performances empolgantes e agitadas, repletas de uma energia contagiante que levava seu público a um glorioso estado de êxtase.</p><p style="text-align: justify;">Mas não foi apenas na música que ela mesteres sua grife, pois vale lembrarmos que Tina Turner também deixou sua marca no mundo do cinema, tendo participado de vários filmes, dentre os quais destaca-se “Tommy”, a fantástica adaptação da ópera-rock do The Who. Nesse musical, Turner se eternizou como a “Acid Queen”.<br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><br /><b>25 - Bilinda Butcher (Pedrinho Sangrento & Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Uma das guitarristas e compositoras mais aclamadas de todos os tempos, a criativa Bilinda cravou sua marca na história através das composições poéticas feitas na banda alternativa My Bloody Valentine. De modo geral, podemos afirmar que ela foi o grande motor do grupo, a principal fonte de ideias e uma verdadeira maestra. A banda conta também com a incrível Debbie Googe, uma
baixista à altura de Kim Gordon, cuja marca são seus movimentos frenéticos que lembram
a essência dos pioneiros do punk rock, como MC5, e que apresenta um look de rockstar dos anos 90
completamente icônico e incomparável. </p><p style="text-align: justify;">O MBV é uma banda muito importante, pois foi praticamente responsável por criar o que veio ser a segunda onda de shoegaze do começo dos anos 90, e o toque feminino mágico de Bilinda com os elementos sonoros brutais como a bateria selvagem com viradas de metralhadora de Colm, e a guitarra de serra elétrica melódica de Kevin, em conjuto deram luz a uma das bandas mais autênticas e influentes da década de 80. E como vimos, o mais importante é que trata-se de uma banda com um toque feminino.<br /></p><p style="text-align: left;"><b> </b></p><p style="text-align: left;"><b></b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZwyrF_9nNvemkhSLrRCxYd8gWse0GYB2ui6TKEtEM7LImd_lvn0dQ43m1pBMUl5nre7xiLtY6imL9EwzpNAHB1ywRXd8sn1-64pb9rxeYGqv1uAaalzMy3e4nENV_hUKwAzjc7ozMOU6p3SfdLHycptHDKQ6w4wkeLSRw4fxCaPJq0vnVI1fYuk8dz2yi/s702/KimGordonandBilinda.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="702" data-original-width="640" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZwyrF_9nNvemkhSLrRCxYd8gWse0GYB2ui6TKEtEM7LImd_lvn0dQ43m1pBMUl5nre7xiLtY6imL9EwzpNAHB1ywRXd8sn1-64pb9rxeYGqv1uAaalzMy3e4nENV_hUKwAzjc7ozMOU6p3SfdLHycptHDKQ6w4wkeLSRw4fxCaPJq0vnVI1fYuk8dz2yi/s320/KimGordonandBilinda.webp" width="292" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Kim Gordon e Bilinda. Mulheres com ideias musicais desconstrutivas e originais.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><b><br /> </b><p></p><p style="text-align: center;"><b>***</b></p><p style="text-align: left;"><b>26 - Grace Slick (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Grace Slick foi vocalista da banda Jefferson Airplane, grande expoente do rock psicodélico. Sua sofisticada voz está por trás de algumas das músicas mais clássicas do rock and roll e sua presença nos palcos hiponotizava o público. Não à toa, Slick tem sido uma personalidade amplamente cultuada por todos os amantes desse gênero musical.<br /></p><p style="text-align: center;"><b> ***</b></p><p style="text-align: left;"><b>27 - Stevie Nicks (Fabi Bellentani)</b></p><p style="text-align: justify;">Stevie
Nicks é uma das figuras mais emblemáticas da música. Falar dela em
poucas palavras é um desafio gigante, pois ela é uma das maiores
influências para as mulheres dentro do rock and roll, e seu curriculum é
extenso.</p><p style="text-align: justify;">Seus maiores sucessos musicais,
tanto como vocalista do Fleetwood Mac quanto em sua carreira solo, são
testemunhos de sua habilidade única de contar histórias e evocar emoções
profundas. Canções como "Dreams", "Rhiannon", "Landslide" e "Edge of
Seventeen" se tornaram hinos para muitos, capturando a essência da
experiência humana com uma honestidade brutal e uma beleza
transcendental. </p><p style="text-align: justify;">Nos anos 70 e 80, Nicks já era uma figura de
inspiração e empoderamento. Sua presença dominante desafiava as normas
tradicionais de gênero, enquanto sua autenticidade e vulnerabilidade a
tornavam acessível e tangível para seus fãs.<br /><br />Além de sua música,
Stevie Nicks também é conhecida por sua moda distintiva e seu estilo de
palco único, que continuam a inspirar fashionistas e artistas até hoje.<br /><br />Nicks
causou um impacto sem tamanho na indústria musical e na cultura popular
como um todo. Sua música ainda toca corações e almas, e ela sempre será
considerada uma das pioneiras na luta do reconhecimento de mulheres na
indústria da música, nosso ícone feminino, e fonte de inspiração para as
gerações futuras.<br /></p><p style="text-align: center;"><b>*** <br /></b></p><p style="text-align: left;"><b>28 - Lydia Lunch (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">A
desconcertante rainha da no-wave norte-americana, porta um amplo repertório cultural, sendo que tudo que ela fez foi executado
com classe e qualidade. E, aliás, Lydia Lunch já fez um pouquinho de
tudo: participou de filmes, escreveu poesias, publicou livros, gravou
spoken words, lançou álbuns solos primorosos e também colaborou com
grandes lendas do rock, como Thurston Moore, Rowland Howard, Nick Cave e inúmeros
outros nomes... praticamente todas os mitos do punk e do pós-punk sempre tiveram interesse em gravar, tocar e performar ao lado de Lunch. Em todas essas diversas empreitadas, Lydia sempre
foi uma mulher destemida que procurou quebrar paradigmas e conduzir sua
vida e sua arte com liberdade, escolhendo agir e manifestar-se sempre
como desejava, independente das consequências controversas que suas ações poderiam
gerar. <br /></p><div style="text-align: justify;">Lydia Lunch é uma demolidora selvagem de qualquer tipo de censura. É uma artista
essencialmente desconstrutiva, desafiadora, ousada, inovadora e digna de respeito em função
de enriquecedora herança cultural que já nos deixou, e que continua a edificar de maneira incansável. <br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxN_EIvj0Qc_s6Vx5MgN9fRkaaVoqOoyQTc_Q5XbNChmfVZGlKGlIWTLwwfpKQYmHk06HtCOWj3neUYa5_d72DXyvOdw6HavFcmo-yCUZl9fwTN4it6t1cwrvILu1UfyOM0K5VK7XbVRs-GyEIEPs48Bo_0zeTayEZavk5wavk9a3_Xt04tHlT8ksJlRRr/s1280/siouxsieandlydialunch%20-%20womenrockandroll%20-%20diamulheres.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="472" data-original-width="1280" height="118" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxN_EIvj0Qc_s6Vx5MgN9fRkaaVoqOoyQTc_Q5XbNChmfVZGlKGlIWTLwwfpKQYmHk06HtCOWj3neUYa5_d72DXyvOdw6HavFcmo-yCUZl9fwTN4it6t1cwrvILu1UfyOM0K5VK7XbVRs-GyEIEPs48Bo_0zeTayEZavk5wavk9a3_Xt04tHlT8ksJlRRr/s320/siouxsieandlydialunch%20-%20womenrockandroll%20-%20diamulheres.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Siouxsie Sioux e Lydia Lunch reunidas.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><br /> </div><p style="text-align: center;"><b>*** <br /></b></p><p style="text-align: left;"><b>29 - Jacqui McShee (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">O Pentagle é uma banda de folk simplesmente primorosa que já serviu como fonte de inspiração para incontáveis músicos e bandas famosos, tal como Pete Townshend, que é um do muitos apreciadores do grupo e, certa vez, declarou que eles foram muito “inovadores” em seu modo de compor e tocar.</p><p style="text-align: justify;">Todos os membros do Pentagle foram influentes e imensamente talentosos, mas sem dúvida, Jacqui McShee com sua voz doce e incomparável, foi o ponto mais forte da banda. Seus timbres alucinantes carregam os ouvintes de volta para a Idade Média e sua docura melódica orquestra os fantásticos rumos das músicas tocadas pela banda. Ademais, além de ter cravado seu nome na história do rock, ela teve um papel social e político importante durante a eclosão da contracultura dos anos 60, posicionando-se abertamente contra o uso de armas nucleares. <br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b>30 - Lisa Gerrard (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">A gloriosa e habilidosa vocalista da banda australiana Dead Can Dance é uma sibila que conduz os ouvintes para um universo mágico e divino situado além do tempo e do espaço. Sua voz celestial proporciona sempre uma viagem verdadeiramente mística e emocionante. Não à toa uma crítico musical, certa vez escreveu a seu respeito: “A voz de Lisa não é desse mundo”. De fato, as técnicas vocais de Gerrard são um grande destaque e são elogiadas constantemente por especialistas. Nesse contexto, cabe mencionar aqui um depoimento de Jon Pareles, do The New York Times, em relação ao uso que Gerrard faz da sua técnica: "Ela usa vozes distintas que se inspiram em tradições distantes: por vezes, utiliza um tom opalescente da ópera barroca, às vezes um toque agudo do estilo folclórico celta, encontramos também uma abordagem nítida e trêmula da música feminina dos Balcãs, notas azuis dobradas como o de Billie Holiday”.</p><p style="text-align: justify;">Curiosamente, vale mencionar que em algumas canções e composições, Lisa, desde a infância, faz uso da idioglossia, uma linguagem própria inventada por ela. Sobre esse fenômeno presente em sua carreira musical, ela declarou numa entrevista: “Eu canto na língua do coração. É uma língua inventada que eu tenho há muito tempo. Eu acredito que eu comecei a cantar quando eu tinha uns 12 anos. E eu acreditei que eu estava falando com Deus, quando eu cantava nesse idioma". Eu também acredito que ela estava, pois hpa, de fato, algo profundo e divno em sua voz!<br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b>31 - Tina Weymout (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Tina Weymout eternizou-se pelas originalidade com a qual conduziu a criação de suas linhas de contrabaixo ao longo de sua admirável carreira musical. Ela enfeitiçou o mundo inteiro com a famosa canção “Psycho Killer”, um hino visceral do Talkinh Heads que é deliciosamente orquestrado pelo contrabaixo de Weymout. Aliás, sua composição instrumental no single mencionado, levou-a a ser eleita a melhor baixista do mundo, um posto merecidíssimo. Nos palcos, Tina sempre cativou o público com seus movimentos corporais e faciais, que alternavam-se entre danças, pulos, sorrisos tímidos e olhares enigmáticos, garantindo à plateia ótimas performances.</p><p style="text-align: center;">***</p><p style="text-align: justify;"><b>32 - Poison Ivy (Mau Carlakoski )</b></p><p style="text-align: justify;">Poison Ivy lidera o rock selvagem no meu coração com seus riffs e sua postura sem igual. Ela é puro rock and roll! Seu jeito de tocar, seus trajes, seu olhar... tudo nela é absolutamente brilhante e fascinante. Ela foi o par perfeito para Lux, eles eram o casal ideal para fomentar aquela barulheira do The Cramps que nós tanto amamos! Definitivamente, o casal mais memorável do rock! Ivy é totalmente única. Sem paralelos! <b><br /></b></p><p style="text-align: center;"><b>*** </b><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /><b>33 - Lita Ford (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">A elegante compositora e guitarrista da banda The Runnaways é, com toda certeza, uma das mais aclamadas estrelas do rock and roll. Além do sucesso nos palcos, Lita Ford acumula experiências como atriz e já foi até mesmo personagem de um jogo de videogame “Brütal Legend”.</p><p style="text-align: justify;">Ford começou a tocar violão quando tinha 11 anos e logo foi desenvolvendo suas habilidades e dominando cada vez mais o instrumento. Atualmente, é uma referência como guitarrista e uma grande heroína da história do rock. Convém citar aqui um trechinho interessante extraído de sua autobiografia, que certamente iluminará e motivará muitas mulheres: “Uma crítica disse que éramos ‘garotas tentando agir como garotos’. Ela entendeu errado. Éramos garotas tentando ser melhores que os garotos. E eu estava determinada a fazer todos entenderem isso”. </p><p style="text-align: center;">***</p><p style="text-align: left;"><b>34 - Shirley Manson (Juliana Vannucchi)</b><br /></p><p style="text-align: justify;">A escocesa Shirley Manson, vocalista da banda Garbage, foi um ícone significativo durante os anos noventa e marcou a geração dessa década com uma série de hits memoráveis. Nos palcos, Shirley sempre teve muita atitude e carisma, e fora do universo musical, é uma personalidade feminina engajada em causas sociais e políticas, sempre se manifestando a respeito desses temas na sua conta do Instagram. </p><p style="text-align: justify;">Recentemente, durante uma entrevista, Manson revelou que ainda há uma discrepância enorme entre homens e mulheres na indústria musical e na ocasião, comentou sobre como cantoras famosas da atualidade são meras marionetes de homens que as manipulam por trás desse universo: “Beyoncé, Lady Gaga, Katy Perry e Billie Eilish são extremamente poderosas, mas isso é um centésimo da indústria da música. Na maioria das vezes ainda é um produtor masculino, chefe de gravadora, escritor”. Ao site "Papel Pop", em relação a esse mesmo assunto, a cultuada vocalista escocesa, brilhantemente refletiu: “Até que possamos virar a chave do desejo, da ambição masculina, vamos continuar sofrendo nas mãos do patriarcado e tudo o que há em torno dele. Por isso é significativo que encorajemos nossos governos futuros a abraçar a diversidade na representação geral, incluindo em seus projetos a comunidade queer, os negros, os povos indígenas, pessoas de todos os sexos, gêneros, credos e religiões”. </p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b><br />35 - Pam Hogg (Gregory Ferraz)<br /></b></p><p style="text-align: justify;">Embora Pam busque a perfeição , ela prefere sempre encontrar a beleza da imperfeição. Em suas memórias afetivas, fala que quando não se tem nada, é possivel enriquecer-se com contos e invenções, que se coloque num rádio mistérios e suspenses para tocar, e que sempre sobrevivamos e floresçamos com o poder da imaginação.</p><p style="text-align: justify;">Original, inventiva, criativa, provocativa, audaciosa, entre diversas outras qualidades, Pam Hogg é uma designer de moda/musicista/cineasta de uma força caleidoscópica e de uma exuberância caótica que dificilmente se consegue observar em uma única pessoa, devido à intensidade e obstinação que são requeridas para sê-la. </p><p style="text-align: justify;">Pessoalmente, acho que um momento divino é quando uma pessoa me retira da ignorância, e essa é a Pam, uma pessoa sempre disposta a “dar-lhes o que eles não sabem que querem”, por isso creio não haver possibilidade de se deparar com a obra de Pam Hogg sem ser arrebatado. Se no presente ela se dirige na entrega do não óbvio, de remover barreiras do normativo e quebrar as regras que podem nos sufocar e enrijecer como sociedade realmente, não há outra forma de abordar Pam a não ser pelo senso de agradecimento. Qualquer um que busque viver nessa vida de forma intensa, real e acordada pra realidade, sabe o quanto é custoso os incômodos do caminho, e nos deparar com o ritmo alucinante da Pam é nos deparar com uma grande guerreira que tem uma jornada de muita reclusão autoimposta e que tem como caminho uma jornada através da escravidão e restrição, até uma iluminação espiritual individual e coletiva. Um grande salve para a querida Pam Hogg.</p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;"><b></b></p><p style="text-align: center;"><b>***</b></p><p style="text-align: left;"><b>36 - Jordan Mooney (Juliana Vannucchi)<br /></b></p><p style="text-align: justify;">Jordan Mooney foi uma das mulheres mais revolucionárias do punk rock. Durante a juventude, não se interessava pelos padrões femininos vigentes e na época em que frequentava a escola, se espantava com a quantidade de meninas cujo objetivo central e definitivo de vida era simplesmente casar e ter filhos. Ela almeja mais: buscava rupturas e queria autonomia e liberdade. Mais tarde, encontrou tudo isso na Sex, icônica loja gerida por Vivianne Wostwood e Malcom McLaren, na qual ela trabalhou como modelo, ajudando a criar e consolidar a moda punk. “Nunca quis me encaixar”, disse ela. “Quando eu saí da escola primária, eu sabia que ia fazer algo diferente com a minha vida”. Na época, Mooney chocou a população londrina com sua aparência tão peculiar e exuberante. Segundo a modelo inglesa, as pessoas sempre tinham algum tipo de reação quando a viam pelas ruas e muitas ficavam enfurecidas ou até mesmo amedrontadas com a jovem, cuja ousadia causou um rebuliço na classe conservadora.<br /><br />Além do universo fashion, vale mencionar que Jordan se dedicou ao cinema e também à música. Fora do meio artístico, teve uma vida reclusa e destacou-se especialmente por seus trabalhos veterinários - sempre amou os animais e fez muito por eles. <br /><br />Mooney faleceu no início de abril, aos 66 anos. Sejamos claros e sucintos aqui: devemos muito a ela. Há quem diga, afinal, que foi ela que inventou o punk rock!<b></b></p><p style="text-align: center;"><b>***<br /></b></p><p style="text-align: left;"><b><br />37 - Patti Smith (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Patti Smith, a grande poeta do rock and roll, foi uma das precursoras do movimento punk norte-americano. Suas performances e seu lirismo sempre estiveram repletos de romantismo, emoções e sentimentos inetnsos, com os quais muitas pessoas se identificam. No livro "Mate-me Por Favor", declara em relação ao seu processo criativo: "Comecei a fazer sucesso escrevendo aqueles poemas longos, quase poemas de rock and roll (...) Escrevo pra ter alguém. Há um motivo por trás de tudo que escrevo (...) Outra coisa é que, através da performance, alcanço certos estados nos quais sinto minha mente muito aberta - cheia de luz, enorme (...)". Não há dúvida de que os ouvintes e espetactadores captam e entram nessa sintonia esplêndida da poderosa "rainha underground".<b> <br /></b></p><p style="text-align: center;"><b>*** <br /></b></p><p style="text-align: left;"><b>38 - Lora Logic (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">A saxofonista, cantora e compositora britânica Lora Logic ficou em evidência durante os anos setenta, no período de eclosão punk inglês. Sua notoriedade se deu principalmente pela passagem que teve na prestigiada banda X-Ray Spex, na qual permaneceu por pouco tempo, até deixar o grupo devido a algumas desavenças com a vocalista Poly Styrene. A conceituada e talentosa baixista Gina Birch, da banda The Raincoats, prestou um breve depoimento para um livro biográfico sobre Poly, lançando em 2021, no qual mostrou seu apreço pelo dinamismo sem paralelos de Lora e Poly nos palcos: “Quando a Lora tocava com ela era incrível. É triste que ela não tenha permanecido”. </p><p style="text-align: justify;">Apesar de ter saído da banda de uma forma tão precoce, sua colaboração musical foi legada no lendário disco “Germfree Adolescents”, que utilizou arranjos criados pela saxofonista. De qualquer forma, mesmo distante do X-Ray Spex, a carreira musical de Lora Logic foi frutífera, seguiu em alta e, ao longo do tempo, além de ter dado vida a um elogiável projeto musical autoral chamado “Essential Logic”, a saxofonista também gravou e contribuiu com grandes bandas como The Stranglers, com a própria The Raincoats e também com Boy George.</p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b>39 - Suzi Quatro (Juliana Vannucchi</b>)</p><p style="text-align: justify;">Baixista, guitarrista, compositora e atriz norte-americana, a multitalentosa Suzi Quatro popularizou-se imensamente durante os anos 70, tornando-se um verdadeiro ícone dessa geração. É reconhecida como uma notável expoente do glam rock, mas também costuma ser associada ao hard rock. Essas diferentes categorizações se dão em função de sua incrível versatilidade musical.</p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: justify;"><b>40 - Mary Ford (Juliana Vannucchi) <br /></b></p><p style="text-align: justify;">Essa ilustre guitarrista e estilosa cantora, cuja voz tinha um potencial imenso e único, foi amplamente reconhecida por seu relacionamento com o famoso e habilidoso guitarrista Les Paul, ao lado qual fez sucesso e atingiu imensa popularidade durante o início dos anos cinquenta, se consolidado, assim, como uma das mulheres mais famosas desse período e tendo, por isso, um papel decisivo no desenvolvimento do rock and roll. </p><p style="text-align: justify;">Vale dizer que os pais da diva Mary Ford eram envolvidos com músicas da igreja da qual faziam parte, e todos os irmãos da cantora também se dedicaram a esse mesmo universo artístico. Ford, portanto, respirou música desde a infância até o final de sua vida, tendo se firmado como uma mulher verdadeiramente revolucionária na história do rock and roll. <br /></p><p style="text-align: center;"><b>***</b></p><p style="text-align: left;"><b>41 - PJ Harvey (Juliana Vannucchi)<br /></b></p><p style="text-align: justify;">PJ Harvey é uma personalidade transgressora, excêntrica e que gosta de desafiar os ouvintes com seus experimentos musicais lúgubres e com os caminhos inusitados pelos quais conduz suas produções artísticas. Ela deu os primeiros passos de sua carreira no final dos anos oitenta, mas o amadurecimento artístico, o reconhecimento mundial e as premiações vieram somente na década seguinte, período no qual Harvey resignificou o rock, destoando do que era comumumente feito e migrando por estilos diversos e influências variadas em suas instigantes composições.</p><p style="text-align: justify;">As músicas de PJ Harvey e seus trejeitos singulares de cantar, tocar guitarra e dançar escapam de qualquer regra que em algum momento tenha guiado e moldado o rock. Por tais aspectos, podemos dizer que uma mulher tão forte e livre como ela, sem dúvida alguma, é uma inesgotável fonte de inspiração. Certa vez, Courtney Love fez uma declaração bastante elogiosa a respeito de PJ Harvey: “A única estrela do rock que me faz saber que sou uma merda é Polly Harvey. Não sou nada perto da pureza que ela experimenta”. <br /></p><p style="text-align: center;"><b>***<br /></b></p><p style="text-align: left;"><b>42 - Poly Styrene (Juliana Vannucchi)<br /></b></p><p style="text-align: justify;">Poly Styrene, lider da banda X-Ray Spex, foi uma das personalidades mais respeitadas e memoráveis do punk rock britânico. É reconhecida como uma mulher forte e autêntica que, por meio de sua música e de sua imagem, afastou-se completamente dos clichês femininos de sua época e, assim, firmou sua própria personalidade, independente dos padrões vigentes: usava aparalho dentário e não ostentava um corpo hollywoodiano, demolindo, esteticamente, a sexualização barata e medíocre que sempre acorrentou tantas mulheres. Em decorrência disso, Poly sofreu ataques raciais e machistas e foi alvo de preconceito devido à sua aparência, mas, ao invés de se entregar ao sofrimento que tudo isso lhe causava, ela simplesmente escreveu uma série de letras ácidas que atacam a sociedade pós-moderna e seus principais componentes, como a alienação, a opressão e o consumismo. </p><p style="text-align: justify;">Além disso, Poly Styrene vivia na prática a ideologia D.I.Y, pois ela mesmo confeccionava suas roupas, elaborava os cartazes dos shows de sua banda. Suas história e seus feitos são imensamente relevantes para os dias atuais.</p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p></p><p><b>43- Vi Subversa (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Vi Subversa, a lendária voz por trás da banda Poison Girls foi uma grande questionadora do papel das mulheres na socidade. Através de suas letras e de sua postura anárquica, refutava as normas convencionais que acorrentavam as mulheres e contestava o machismo vigente. Muitas ideias presentes nas letras das bandas reverberam em lutas atuais. Conforme consta no site oficial do grupo: "O impacto político da banda ressoa mais forte do que nunca. Suas ideias e mensagens ainda são desafiadoras. Suas letras são tão relevantes e conflituosas quanto no dia em que foram escritas". Vejamos um trecho da faixa "Abort The System", no qual tal essa atemporalidade das abordagens do grupo fica explícita: </p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: center;">"A mulher tem um corpo<br />que ela deve chamar de seu<br />Mas eles a tratam como um vaso de flores<br />feito por uma semente que ele plantou<br /><br />(...)<br /><br />Eles a aleijam com espartilhos<br />e coisas que a tornam fraca<br />E crucifique seus pés<br />e mancham a bochecha dela com tinta<br />Então eles a soltam no<br />mercado para comprar e ser vendida<br />Ela é o recipiente vazio</p><p style="text-align: center;">(...)<br /></p><p style="text-align: justify;">Já que falamos na Vi e fizemos referência ao grupo Poison Girls, aproveitamos a ocasião para convidar o Ulixo, produtor do zine "DF Caos" e administrador do perfil "Punk Music 77" para falar um relato sobre a banda "Hagar The Womb", formada em 1980, em Londres e que, em seus
primórdios teve um empurrãozinho justamente de dois grupos lendários e bem conhecidos por aqui: Poison Girls, que foi citada acima, e Crass. </p><p style="text-align: justify;">Sua
formação original era exclusivamente feminina, com o propósito de dar
voz as mulheres que sempre tiveram uma grande participação nas bandas
anarcho punk da época. Elas começaram bem, fazendo seu primeiro show com
o The Mob e com o Zounds e sua primera demo, que incluia a faixa “for
the ferryman” foi lançada em 1984 pela gravadora Mortarhate records da
banda Conflict. O primeiro EP, 12", saiu também pela Mortarhate Records,
"The Word Of The Womb”, em 1984 e o segundo, que também é 12” foi
lançado pela Abstract Records, em 1985.<br /> <br />Eu consegui esses EPs
muito tempo depois do lançamento original e sempre fico fascinado quando
os ouço. É uma bandas bandas que mais aprecio, acredito que a escuto
quase toda semana. Aliás, quando fui convidado para escrever algo para o
Dia Internacional das Mulheres aqui no Fanzine, eu estava justamente
ouvindo a música “Idolization”, por isso me veio a ideia de escrever
sobre essa banda e homenageá-la.</p><p style="text-align: justify;">Tive o prazer de ver um show delas
ao vivo ano passado, em 2023 e nem acreditei que aquilo estava
acontecendo. Foi sensacional, especialmente porque minha filha Bianca,
que sempre está comigo nesses shows, adorou e ficou contagiada com a
felicidade que as meninas da banda transmitem. Nós ainda conhecemos a
“Emily Flea” que tem seus próprios projetos, tocou com seu pai na
ocasião e é baixista do Rubella Ballet. Ela assistiu o show conosco e,
embora ela certamente sempre acompanhe esses gigs, percebemos que ela
ficou contagiada pela alegria daquele momento. No show do Zounds eu
conversei com elas e quando as meninas viram na minha jaqueta que eu
tinha pintado a logo delas, fizeram uma grande festa, me deixando muito
feliz e me levando a perceber o que sempre imaginei: que a cena
anarchopunk é, dentro do vasto universo punk, a cena que mais respeita
as pessoas e, além disso, nesse cenário a luta em favor das mulheres é
algo muito forte e sempre presente. <b>(Ulixo punk, convidado especial do Fanzine Brasil)</b><br /></p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"></p><p style="text-align: left;"></p><p style="text-align: left;"><b>45 - Brix Smith Start (Juliana Vannucchi)</b> </p><p style="text-align: justify;">A guitarrista e vocalista do The Fall esbanjou um enorme talento musical durante sua carreira, recebendo sempre muitos elogios por parte da crítica especializada. Brix teve participação ativa na produção de algumas da faixas de maior sucesso da banda e, além dessa marcante passagem pelo The Fall, ela também teve uma brevíssima experiência colaborativa com a banda Hole, liderada por Courtney Love, e também esteve com o Bangles. </p><p style="text-align: justify;">Nos últimos anos, Brix Smith Start tem se dedicado à moda e já apareceu algumas vezes em programas televisivos nos quais foi consultada por ser considerada uma verdadeira especialista no assunto.</p><p style="text-align: center;">***<br /></p><p style="text-align: left;"><b>46 - Jill Bryson e Rose McDowall (Juliana Vannucchi)</b></p><p style="text-align: justify;">Essa
querida dupla escocesa fecha nossa lista. Juntas, as meninas deram vida
ao Strawberry Switchblade, oferecendo ao público um pop saboroso e
atemporal que, por vezes, flerta ligeiramente com uma atmosfera dark.
Suas músicas apaixonantes são obras-primas capazes de fisgar qualquer
ouvinte e tranformar dias ruins em experiências mais glamourosas. Esse
patrimônio feminino da pop music não poderia passar em branco. De certa
maneira, <b> </b>as bruxinhas escocesas Rose McDowall e Jill Bryson
usaram seus dons musicais de forma bem autônoma porqu conseguiram
atribuir uma assinatura única para suas músicas, se desprendendo dos
modismos da época. <b><br /></b></p><p style="text-align: left;"><br /><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-15077622202655004592024-03-08T06:29:00.000-08:002024-03-08T06:37:25.499-08:00BILINDA BUTCHER TRANSFORMOU DOR EM POESIA E REVOLUCIONOU O ROCK<p style="text-align: center;"><b> Por Pedrinho Sangrento</b><br /></p><p style="text-align: justify;">Pouco se sabe sobre a vida pessoal da discreta Bilinda Butcher, mas o pouco que sei me prova que ela é alguém que você também deveria conhecer. Bilinda viveu teve um filho em sua adolescência, de quem ela cuidava sozinha, sem contar com a ajuda de um pai. Isso acorreu antes mesmo de ela se juntar ao My Bloody Valentine. As letras de "No More Sorry", escritas por Butcher são como uma carta muito pessoal de Bilinda ao seu filho Toby, e parecem relatar experiências um tanto traumáticas de seu passado. Numa entrevista, certa vez Bilinda disse: "A terapia da hipnose me fez lembrar de coisas da minha infância que me explicaram o porquê de eu estar vivendo com um parceiro tão abusivo, e eu percebi que muito do que aconteceu na minha infância não deveria ter acontecido nunca. Muito disso aparece nas minhas letras. Muito desse desconforto". </p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLK702nEn_ZHoPLkGhznhm7mAASDN7ox65g8iW4o0PnQ69i2XblOOEtgPB1kRANt70yLoObffNrzS-Ul3Daw9C1RV1SYOhdpXCcfiDJijwwulMI9IF_02ovqQG8DacfSRJ0zMFVVc7ZGVFcwHp0ywemOr8yjp6bJHx1yNpbiJFpQ38tvgpNSCkDqON9q8e/s668/BilindaButcherentrevista%20-%20BilindaButchervida.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLK702nEn_ZHoPLkGhznhm7mAASDN7ox65g8iW4o0PnQ69i2XblOOEtgPB1kRANt70yLoObffNrzS-Ul3Daw9C1RV1SYOhdpXCcfiDJijwwulMI9IF_02ovqQG8DacfSRJ0zMFVVc7ZGVFcwHp0ywemOr8yjp6bJHx1yNpbiJFpQ38tvgpNSCkDqON9q8e/s320/BilindaButcherentrevista%20-%20BilindaButchervida.webp" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Bilinda foi o ingrediente final na receita que criou uma banda praticamente mitólogica. </i></b></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">A jovem Bilinda foi capaz de transformar memórias dolorosas que ela queria esquecer numa poesia surreal, caracterizada por um toque de mistério e melancolia que enriqueceram o som do MBV e que, em conjunto, formaram a cara da banda. Aliás, não é a toa que o rosto de Bilinda é capa do EP "Feed Me With Your Kiss", de 1988. E essa seria a única (até então) vez em que a banda usaria uma capa com o rosto de um membro aparecendo com tanta nitidez. O My Bloody Valentine conta também com outra mulher incrível, a Debbie Googe, uma baixista à altura de Kim Gordon, cujos movimentos frenéticos que lembram os pioneiros do punk rock, como o MC5 e, além disso, ela tem um look de rockstar dos anos 90 completamente icônico. </p><p style="text-align: justify;">O MBV é uma banda muito importante, pois foi praticamente responsável por criar o que veio ser a segunda onda de shoegaze do começo dos anos 90, e o toque feminino mágico de Debbie e Bilinda com os elementos sonoros brutais como a bateria selvagem com viradas de metralhadora de Colm e a guitarra de serra elétrica melódica de Kevin, em conjuto deram luz a uma das bandas mais autênticas e influentes da década de 80. E o mais importante, vale ressaltar, é uma banda com um rosto feminino. </p><p style="text-align: justify;">Bilinda Butcher é tão importante para o MBV, quanto Debbie Harry para o Blondie, e sua influência continua sendo enorme nos dias de hoje. Ela foi o ingrediente final na receita que criou uma banda praticamente mitólogica. Bilinda, seja lá quem ela é for por trás da sua obra, é uma verdadeira heroína. Definitivamente, uma estrela que brilha no rock and roll. <br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-46978694352254547622024-03-03T11:32:00.000-08:002024-03-04T04:43:29.054-08:00THE STONE ROSES: UM TEMPLO SAGRADO CAPAZ DE ELEVAR QUALQUER CORAÇÃO<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b><br /></p><p style="text-align: justify;">No final dos anos 80 e início da década seguinte, quando o punk rock já não era mais uma novidade, a cidade de Manchester abrigou uma efervescente onda de bandas de rock que despontavam numa fascinante maré de criatividade. Esse período histórico e as características sonoras dessa geração de grupos emergentes ficou conhecido como “Madchester”. Foi justamente nesse contexto que surgiu o The Stones Roses, grupo formado em 1983, que contava com o talentoso Ian Brown nos vocais, John Squire na guitarra, Mani no contrabaixo e tinha Reni como baterista. </p><p style="text-align: justify;">O primeiro álbum da banda, intitulado “The Stone Roses” foi lançado somente em 1989. Alguns anos mais tarde, em 1994, o quarteto de Manchester presenteou o mundo com o segundo e último disco de estúdio, chamado “Second Coming”. Os integrantes ficaram juntos até meados da década de noventa, quando, por fim, se separaram. Posteriormente, em 2011, anunciaram uma turnê e chegaram até mesmo a produzir novos materiais. No entanto, a carreira da banda nesse retorno não emplacou tanto como quando o <i>debut </i>que chamou a atenção do mundo todo foi lançado. Esse memorável álbum de estreia carrega um total de 11 faixas e possui uma aura imensamente original, cuja musicalidade desvinculava-se tanto do punk rock, quanto do pós-punk, gêneros mais populares do período em que foi gravado. Em função desses diferenciados aspectos criativos e de sua peculiaridade estética, a banda é considerada representante do “alternative rock”, uma vez que foi essencialmente transgressora, escapando dos padrões de sua época e conseguindo aventurar-se em novos terrenos sonoros.</p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhCVqp4izLCUG8RtEeoSg6Xc3alLxmJNASvy2XQdt6zmnHxzGiLf0n6mFRF7Y2IYOnimotqCKuUE_iyRwtxZ3rQldRG9reB2rMsTXGc9AS50Kc_yzHH2RSI_yTpXsmud5pGI7uIbQAuU919A9L5GNuPnoB_r0utf0MRA9d3rmFFlguZhnAsn_vP8gkqUD4/s816/stonerosesband%20-%20stonerosesalbum%20-%20stonerosesentrevista.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="459" data-original-width="816" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhCVqp4izLCUG8RtEeoSg6Xc3alLxmJNASvy2XQdt6zmnHxzGiLf0n6mFRF7Y2IYOnimotqCKuUE_iyRwtxZ3rQldRG9reB2rMsTXGc9AS50Kc_yzHH2RSI_yTpXsmud5pGI7uIbQAuU919A9L5GNuPnoB_r0utf0MRA9d3rmFFlguZhnAsn_vP8gkqUD4/s320/stonerosesband%20-%20stonerosesalbum%20-%20stonerosesentrevista.webp" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Escutar essa banda é uma viagem fantástica, um deleite libertador</i></b></td></tr></tbody></table> <p></p><p style="text-align: justify;">O “The Stone Roses” é album que possui um carisma atemporal e cativante. Suas melodias grudam na cabeça e fisgam o coração, enquanto os sentimentos melancólicos despejados por Ian Brown soam como um sagrado templo acolhedor. É um disco extremamente qualificado em todos os sentidos possíveis, com variadas influências estilísticas e, em função desse conjunto de elementos, é improvável encontrar alguém que não se encante quando o ouve. Escutar essa obra-prima é uma viagem fantástica, um deleite libertador e repleto de mágica! O ouvinte simplesmente se perde por completo na experiência sonora profunda das faixas desse apaixonante disco. <br /></p><p style="text-align: justify;">Vale citar que a icônica capa desse aclamado álbum chegou, com justiça, a ser eleita pela revista “Q” como uma das "100 melhores capas de discos de todos os tempos". No artigo da “Q” a respeito da arte da capa, o guitarrista Squire, que a criou, revelou: “Ian certa vez conheceu um artista francês quando ele estava viajando pela Europa. Esse cara estava presente em tumultos e contou a Ian como limões foram usados como antídoto para gás lacrimogêneo. Havia um documentário com uma ótima cena no início, de um cara jogando pedras na polícia. Gostei muito da atitude dele”. Essa história contada por Squire, não apenas serviu como pano de fundo para a criação da capa do álbum, mas também inspirou uma letra da música "Made Of Stone". </p><p style="text-align: justify;">Essa banda tão inovadora nos deixou como herança um álbum catártico que é capaz de transformar qualquer momento da vida numa experiência atípica e verdadeiramente cinematográfica. O The Stones Roses oferece a trilha sonora ideal para dar sabor a essa existência estranha, que por vezes é tão amarga e indigesta. <br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-13189363785263209822024-02-25T13:28:00.000-08:002024-02-25T13:28:24.381-08:00PIXIES: ENTRE O INDIE E O INEXPLORADO<p style="text-align: center;"> <b>Por Neder de Paula</b></p><p style="text-align: justify;">O mundo do rock independente foi profundamente marcado nos anos 80 e 90 por uma banda que, mesmo não conquistando inicialmente os holofotes comerciais, moldou o cenário musical com sua abordagem única e visceral. Estamos falando dos Pixies, uma banda que deixou sua marca indelével na história do rock alternativo.<br /><br />Formada em 1986 em Boston, Massachusetts, os Pixies eram compostos por Black Francis (vocal e guitarra), Joey Santiago (guitarra), Kim Deal (baixo e vocal) e David Lovering (bateria). Desde o início, eles desafiaram as convenções, misturando elementos de punk, surf rock e indie em um som cru e inovador. </p><p style="text-align: justify;">Os Pixies atingiram seu auge com os álbuns "Surfer Rosa" (1988) e "Doolittle" (1989). Faixas como "Where Is My Mind?", "Debaser" e "Monkey Gone to Heaven" tornaram-se hinos do movimento alternativo. A voz intensa de Black Francis, as letras surreais e as mudanças bruscas de dinâmica contribuíram para a singularidade da banda.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3if6xWiOFaYfJtzXgRAaLe8SzgS6hNy1v0tVx0BVW8ExF7ZnEWrAsvMXmGBDLsFl_OdMMDIa3hj0BuNZzxb-BNav7L0IEPwNJP0m6d2tE2LRcz05_k3YAg9zlzwpXAwPzzFAbVOF5WGdIHOS2Qc2FmMeauWC6a8RMYi36V2jJ0VTcwGWXSIhQDeLb_0jf/s460/bandapixies.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="371" data-original-width="460" height="258" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3if6xWiOFaYfJtzXgRAaLe8SzgS6hNy1v0tVx0BVW8ExF7ZnEWrAsvMXmGBDLsFl_OdMMDIa3hj0BuNZzxb-BNav7L0IEPwNJP0m6d2tE2LRcz05_k3YAg9zlzwpXAwPzzFAbVOF5WGdIHOS2Qc2FmMeauWC6a8RMYi36V2jJ0VTcwGWXSIhQDeLb_0jf/s320/bandapixies.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Os Pixies continuam a influenciar gerações de artistas, com suas
contribuições ao rock alternativo reverberando em bandas contemporâneas.</i></b></td></tr></tbody></table><p>No início dos anos 90, conflitos internos e pressões comerciais começaram a surgir. Após o lançamento de "Trompe le Monde" (1991), a banda entrou em hiato. Kim Deal deixou o grupo, e os membros seguiram caminhos separados.</p><p style="text-align: justify;">Houve, no entanto, um retorno triunfal: os Pixies surpreenderam os fãs em 2004, anunciando seu retorno com uma turnê mundial. Em 2014, lançaram "Indie Cindy", o primeiro álbum de estúdio em 23 anos. Embora tenha recebido críticas mistas, mostrou que a chama criativa ainda queimava.<br /><br />Os Pixies continuam a influenciar gerações de artistas, com suas contribuições ao rock alternativo reverberando em bandas contemporâneas. A fusão de elementos barulhentos, melódicos e poéticos permanece uma referência inegável.<br /><br />A jornada dos Pixies é um conto de resiliência e reinvenção. Do cenário independente aos grandes palcos e de volta ao estúdio, eles deixaram uma marca indelével. A discografia diversificada e o impacto duradouro atestam que os Pixies não são apenas uma banda, mas um ícone do rock independente que transcendeu gerações. Seu legado, agora entrelaçado com os altos e baixos da vida musical, continua a inspirar e influenciar, perpetuando o espírito inovador que os colocou no mapa musical há décadas.</p><p style="text-align: justify;"><b>Audição sugerida (leia-se indispensável)</b><br /><br />1. Surfer Rosa (1988)<br /><br />2. Doolittle (1989)<br /><br />3. Bossanova (1990)<br /><br />4. Trompe le Monde (1991) </p><p style="text-align: justify;">5. Indie Cindy (2014)<br /><br />6. Head Carrier (2016)<br /><br />7. Beneath the Eyrie (2019) 8. Doggerel (2022)<br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-31588658933953305022024-02-12T06:46:00.000-08:002024-02-12T10:20:53.683-08:00METAL: UMA JORNADA PELO MUNDO DO HEAVY METAL<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b></p><p style="text-align: justify;">Jaquetas de couro, camisas pretas, cabelos longos… esses são alguns dos aspectos visuais que compõe a aparência clássica de uma das tribos urbanas mais presentes e cultuadas do mundo: os metaleiros, ou mais apropriadamente dizendo, os “headbangers”. É comum nos depararmos com eles andando pelas ruas, mas geralmente não conhecemos a cultura que se esconde por trás dessa aparência e, tampouco, costumamos conhecer suas reais influências sonoras e raízes históricas. Em 2005, um antropólogo canadense chamado Sam Dunn, que faz parte dessa tribo urbana, e decidiu realizar um documentário que mostrasse ao mundo a verdadeira face do heavy metal e de seus admiradores e representantes. Dunn se apaixonou pelo gênero musical aos 12 anos e conta que chegou a escutar o disco "The Number Of The Best", 25 vezes num único dia! Desde seu esse contato com o mundo do heavy metal, tornou-se um verdadeiro fã. O documentário de Dunn, de forma geral, foi muito bem recebido em todo o mundo. O antropólogo procurou realizar uma produção que desvendasse as origens históricas desse tipo de música, a ideologia, a cultura, seus efeitos sociais, e também as controvérsas existentes ao redor desse gênero.</p><p style="text-align: justify;">O documentário de Dunn desenvolveu-se a partir da seguinte questão:“<i>Por que o heavy metal até hoje é um gênero musical tão descriminado e estereotipado?</i>” Para responder a essa pergunta, o canadense frequentou vários países diferentes e realizou filmagens em shows de bandas clássicas de metal, além de entrevistar seguidores do gênero e aclamadas figuras que formam esse universo. Ronnie James Dio, vocalista das bandas "Dio" e "Heaven And Hell", Tony Iommi, considerado um dos maiores guitarristas da história do rock, Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, e outros grandes nomes do metal, como Tom Araya, Dee Snider e Vince Neil são alguns dos personagens que cederam depoimentos para o produtor. Afim de relacionar esses artistas e bandas dentro de um amplo contexto, Dunn apresenta uma árvore genealógica que explora as vertentes do heavy metal e, assim, a partir desse aspecto vai desenvolvendo e organizando sua pesquisa, enquanto ele próprio narra seu roteiro que é mesclado com depoimentos desses músicos e de fãs do gênero.</p><p style="text-align: justify;">Dentro dessa estrutura e em busca de respostas para e questão proposta, o filme é dividido em capítulos que dão uma pincelada por vários aspectos importantes do heavy metal, explorando desde seus primórdios, até o preconceito que existe contra esse universo. Dessa forma, o documentário vai tornando-se cada vez mais completo ao apresentar o amplo repertório de bandas desse meio, além de assumir um caminho nitidamente bilateral na medida em que aborda de forma imparcial não apenas questões técnicas e processos de criação sonora de músicas do gênero, mas assuntos mais sombrios e delicados, como, por exemplo, a linha de pensamento e ideologia de bandas de metal que tem afinidade com o satanismo e que, de certa forma, foram responsáveis por firmar um estereótipo já antigo que esse estilo musical e seus seguidores carregam. São discutidos também, assuntos como o machismo presente dentro do gênero, e como se deu, ao longo dos tempos, a inserção das mulheres dentro desse meio. Dunn também questiona ídolos do metal quanto a assuntos gerais, como religião, figurino, e retoma também como uma de suas temáticas, um dos momentos mais memoráveis da história do rock and roll, que foi quando Dee Snider, vocalista da banda Twisted Sister, depôs no Conselho de Pais, que foi criado pelo Senado norte-americano sob comando da reacionária Tipper Gore (esposa do ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore), com a grotesca finalidade de fazer diversas acusasões contra o heavy metal e outros gêneros (Prince e Madonna, por exemplo, também foram considerados imorais e acabaram envolvidos no caso). Nessa ocasião, Snider deixou a mídia, Gore, e todo o Senado boquiabertos com a qualidade e fundamentos de seus argumentos. Foi um dos momentos mais expressivos e emocionantes da história do rock and roll. Em função desse acontecimento, até hoje, podemos ver o músico como um grande mito do rock e verdadeiro símbolo de resistência. Vale dizer também que esse cenário nos leva a reconhecer a rebeldia que o heavy metal carrega em seu DNA agressivo. <br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdsLorJ9XG6LMyzqEO28TQLHqirnmOFHsaxpHACMvHXj_NMiMsKGlyUOur8SBVDt4pZSOLYBgZUygoKiB8HLD-DpJ5e-dyUlU6cCqvH_JpdGZbehGcEqLXHUhq4eNNxIiMqq9U66k96ulevEzapkTDsp2roCSU2emi4t2JmP0ceI_ZIEYTlWujkoVEEuGC/s640/metal-headbangers-journey-640-80.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="451" data-original-width="640" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdsLorJ9XG6LMyzqEO28TQLHqirnmOFHsaxpHACMvHXj_NMiMsKGlyUOur8SBVDt4pZSOLYBgZUygoKiB8HLD-DpJ5e-dyUlU6cCqvH_JpdGZbehGcEqLXHUhq4eNNxIiMqq9U66k96ulevEzapkTDsp2roCSU2emi4t2JmP0ceI_ZIEYTlWujkoVEEuGC/s320/metal-headbangers-journey-640-80.webp" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>O heavy metal e seus fiéis seguidores sobrevivem e com certeza, sobreviverão com, ou sem esse julgamento. </i></b></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Apesar de toda a qualidade da produção e da visão ampla que Dunn busca expor, considero que talvez ele pudesse ter valorizado e examinado um pouco mais a fundo a faceta histórica do metal, explorando melhor as bandas que formam o primórdio e as raízes estilísticas desse tipo de música. Possivelmente, a meu ver, isso fortaleceria ainda mais o trabalho do jovem antropólogo. Mesmo assim, o resultado final é incrível, emocionante e apresenta ao espectador o heavy metal como algo apaixonante, como uma espécie mundo paralelo acolhedor que está sempre de portas abertas para que qualquer um possa entrar nele. Independente de qualquer crítica por parte da sociedade ou até mesmo do Senado, o heavy metal e seus fiéis seguidores atualmente sobrevivem e, com certeza, sobreviverão sempre, apesar do constamente julgamento que sofrem, pois, afinal, a paixão musical que nutrem se sobrepõe a qualquer possível obstáculo que esse tipo de música e os headbangers possam enfrentar.<br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-17615601106680678272024-02-12T06:28:00.000-08:002024-02-12T06:28:02.969-08:00EU BEBERIA COM ESSES CARAS #02 - ANDY & ERON<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b></p><p style="text-align: justify;">E cá estamos nós, para mais um texto dessa coluna tão importante do Fanzine Brasil, através da qual homenageamos determinados artistas. E dessa vez… eu beberia com Andy e Eron, a fantástica dupla que dá vida ao The Edwoods, duo paulistano de <i>macabrerock</i>. Com certeza, nesse encontro tão especial, eu e os meninos teríamos muitos assuntos sobre os quais conversar e, certamente, daríamos muita risada juntos!! Eu tomaria somente uma água nessa ocasião, mas ofereceria, sem dúvida, boas doses de cachaça para os queridos amigos…</p><p style="text-align: justify;">A princípio, iria homenagear a loucura descabida que estrutura a imagem do duo. Esse seria o pontapé inicial do nosso papo, pois, afinal, sempre me questionei: “Como será que Andy e Eron ficaram esquisitos assim? Bem, penso que, ou eles leram muitos livros do Nietzsche ou, então, escutaram muito The Cramps. Caramba! Provavelmente foi a segunda opção porque, acabo de me lembrar que, embora Eron seja um estimado professor de Filosofia, Andy é um péssimo leitor, incapaz até mesmo de assimilar uma simples receita de bolo (ele fica com dor de cabeça quando lê). Por outro lado, sei que o professor Eron, no entanto, nutre uma admiração especial por duas obras brilhantes, escritas por seus escritores favoritos: “O Amor é Um Cão dos Diabos” de Charles Bukowski e “As Intermitências da Morte”, de José Saramago. Aposto que você desconhecia essas referências culturais e literárias de Eron!<br /><br />Enfim… Considero que certas fusões de referências bizarras deram luz a esse duo incrível que parece ter saído de dentro de um filme de terror trash dos anos oitenta, daqueles gosmentos, sanguinários e que contam com efeitos especiais de segunda mão. Na verdade, seria magnífico se algum cineasta roteirizasse um longa trash e convidasse os meninos para compor a trilha sonora. E aí? Alguém se habilita? </p><p style="text-align: justify;">Isso posto, em nosso encontro eu diria aos rapazes que ambos são muito talentosos. Ressaltaria que eles tocam bem demais e criam músicas perfeitamente alucinantes! Não à toa, os meninos, é válido citar, farão uma turnê internacional em 2024 (o homem genial por trás dessa conquista é o Neri, do Mullet Monster Mafia, Frenetic Trio, Escalpo & etc, que é grande amigo dos meninos). Esse feito, convenhamos, é digno de elogio! Sabemos, afinal, que poucas bandas do universo underground brasileiro conseguem voar tão longe e ter esse privilégio. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKj7cltPCfEoL3maZfTrAaHSHIF5R7JHvu3FRMtluKoqsGn4z9pJImF5ehhfZIOORelIloBfmlTBqHqRc_4_zh7YpVuStRWqLaecbmH24mBgDFl9pP5omMp7ih1f6HIQ8RnygLmZ-HgMgGs0ArfCMDPz7TVSk7q1iIo-93U-wWrFiw08AWiQC10I7PB9KQ/s2048/the-edwoods-2.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKj7cltPCfEoL3maZfTrAaHSHIF5R7JHvu3FRMtluKoqsGn4z9pJImF5ehhfZIOORelIloBfmlTBqHqRc_4_zh7YpVuStRWqLaecbmH24mBgDFl9pP5omMp7ih1f6HIQ8RnygLmZ-HgMgGs0ArfCMDPz7TVSk7q1iIo-93U-wWrFiw08AWiQC10I7PB9KQ/s320/the-edwoods-2.webp" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Andy (esq.) e Eron (dir.): A dupla The Edwoods fará uma turnê internacional este ano.</i></b><br /></td></tr></tbody></table> <p></p><p style="text-align: justify;">Na sequência, iria querer saber um pouco mais sobre a história de vida de cada um dos Ed boys. Sei que eles nasceram na capital paulista e se conheceram durante os anos noventa, de uma maneira bastante inusitada: nesse período, tocavam em bandas rivais. Andy, sempre vestido com uma jaqueta de couro legítimo, surrado numa calça jeans justa e com cabelos longos na altura dos ombros, tocava numa banda de heavy metal e Eron, por sua vez, vestido em trajes discretos, era guitarrista de uma banda de rock nacional, daquelas com letras engajadas e ritmos fáceis (mas não era o Jota Quest rs). As bandas competiam em diversos festivais e, de acordo com Andy, depois de Eron perder tantas competições, o pobre guitarrista rendeu-se pediu pra tocar com ex-rival. Eu sei que essa história é verdadeira, mas iria querer mais detalhes a respeito de tais circunstâncias… </p><p style="text-align: justify;">Além desses assuntos, conversaria muito com o Andy sobre futebol. Na verdade, isso seria somente uma extensão de um papo que, com certa frequência, já faz parte das mensagens que trocados de vez em quando. Nós dois somos palestrinos e carregamos conosco, além da paixão pelo rock, esse outro gosto em comum. Somos fãs de Ademir da Guia e Edmundo, sendo este último, um jogador que, conforme costumamos dizer é “uma versão futebolística esdrúxula do Sid Vicious”. Justamente por isso, é nosso ídolo esportivo. </p><p style="text-align: justify;">Também perguntaria aos rapazes algo que sempre me intrigou: Como será que o Andy consegue tocar bateria e cantar daquele jeito? Na verdade, recentemente ele me revelou que está pensando em comprar um desfibrilador para levar aos shows porque anda meio sem fôlego.</p><p style="text-align: justify;">Essa bebedeira com Andy e Eron seria uma celebração verdadeiramente dionisíaca, ou seja, seria repleta de caos, loucura e irracionalidade, tal como é a própria banda! O The Edwoods merece ser honrado por sua valiosa contribuição para a perpetuação do bom e velho rock and roll, que eles tocam com maestria! Vida longa a esse duo expecional!<br /></p><p style="text-align: left;"><br /><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-5674341226252528652024-02-12T06:20:00.000-08:002024-02-12T06:20:25.465-08:00 TOP 5: LENDAS DO ROCK QUE SE ENVOLVERAM COM O CINEMA<p style="text-align: center;"><b>Por Juliana Vannucchi</b><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;">Ao longo do tempo, alguns dos maiores expoentes do rock se aventuraram, e outros vêm se aventurando na onda de
escrever roteiros, produzir filmes e atuar. Será que esses
músicos, realmente mandam bem além dos palcos? Você confere agora uma
listinha caprichada na qual mostramos alguns dos maiores destaques do rock and roll que deixaram
sua marca também no universo da Sétima Arte… Convenhamos que essa lista
está bem simples porque, para nossa felicidade, a história do cinema
está recheada de muitas outras participações além das que estamos
menciomnando aqui. O lendário Lemmy Kilmister, por exemplo, marcou
presença no filme "Os Cabeças de Vento". Dave Grohl, líder do Foo Fighters, interpretou um
demônio no longa "Tenacious D". Já o Flea, virtuoso baixista do Red Hot Chili Peppers, apareceu no filme "Psicose",
do aclamado Gus Van Sant. Prince, participou de "Purple Rain" e David
Bowie, é claro, merece uma menção honrosa e uma atenção especial aqui por ter estrelado vários
filmes e ter encarnado personagens memoráveis em produções como
"Labirinto", "O Homem Que aCaiu na Terra" e muityas outras. Feitas essas considerações, vamos lá... </p><p style="text-align: justify;"><b>1- Bruce Dickinson (Iron Maiden) – CASAMENTO QUÍMICO</b><br /><br />O mais aclamado dos vocalistas do Iron Maiden escreveu o roteiro e produziu a trilha sonora de "The Chemical Wedding" (em português “Casamento Químico”), que tem sua história centrada na vida de Aleister Crowley, famoso ocultista britânico. Aliás, muitos músicos do rock and roll já prestigiaram Crowley em algumas canções. O filme tem seus méritos pena trilha sonora e ajuda a compreender um pouco melhor a vida dessa misteriosa lenda que foi Aleister Crowley. Mas vale dizer que apesar de toda a fama de Bruce e do Iron Maiden, infelizmente, a produção não foi muito popular no Brasil… <br /></p><p style="text-align: justify;"> <b>2- Bret Michaels (Poison) – CORREDOR DA MORTE</b><br /><br />Lançado em 1998, o filme narra a história do personagem Michael, que escreve sua versão sobre o assassinato de sua namorada, crime do qual se jura inocente e pelo qual foi condenado à morte. A trama evolui dentro dessa tensão e conta com uma boa pitada de suspense! Esse agradável longa foi dirigido e roteirizado por ninguém mais, ninguém menos, do que um dos mais renomados vocalistas do rock and roll, Bret Michaels, que cantou na glamourosa banda Poison. Além de ter sido diretor do filme, o músico, em outras ocasiões, também já deixou sua marca no cinema como ator.</p><p style="text-align: justify;"><br /><b> 3- Pete Townshend (The Who) – TOMMY</b> </p><p style="text-align: justify;">Pete Townshend, o aclamado guitarrista do The Who, ajudou o diretor Ken Russell a produzir "Tommy", baseado na Ópera Rock que a banda lançou em 1969. O trabalho de Townshend foi muito bem feito, e o filme chegou a receber premiações no Globo de Ouro, e receber indicações ao Oscar. Com certeza o músico poderia ter seguido carreira de roteirista, pois antes mesmo de trabalhar nessa produção, já criou um álbum ("Tommy") que equivale genuinamente por uma obra literária! Vale a pena conferir o musical de Pete Townshend, que consiste numa obra psicodélica e totalmente fantástica.</p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg3lxfg2rlkD5l8xVYRipHkshdnDWqAJwXqFhjZR_wnJhjNZI1UA2dYDxf-PMI_Gerp3r51kXSG0dBmm3KWTgPP4DS-Lg_U41JpZ1OHfZAg9dwyDzQy6suF5wfBlyPE1GQVVkMmgtdZ8CIN3BQNnh_fFJGjKPq6_eCleyR_KCYCGnqNBt0lAj5zLZl18Vn/s640/Tommy.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="640" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg3lxfg2rlkD5l8xVYRipHkshdnDWqAJwXqFhjZR_wnJhjNZI1UA2dYDxf-PMI_Gerp3r51kXSG0dBmm3KWTgPP4DS-Lg_U41JpZ1OHfZAg9dwyDzQy6suF5wfBlyPE1GQVVkMmgtdZ8CIN3BQNnh_fFJGjKPq6_eCleyR_KCYCGnqNBt0lAj5zLZl18Vn/s320/Tommy.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Cena do filme "Tommy".</i></b><br /></td></tr></tbody></table> <p></p><p style="text-align: justify;"><b>4- Nick Cave (Nick Cave And The Bad Seeds) – OS INFRATORES</b><br /><br />O músico australiano é conhecido por compor canções sombrias e melancólicas. Para quem gosta de seu estilo sonoro, "Os Infratores" é um prato cheio. O longa reflete muito bem o espírito musical do cantor. Cave obteve enorme reconhecimento por seu trabalho em "Os Infratores". Se você é fã do músico, não deixe de conferir esse filme!<br /><br /><b> 5- Slash – Guns n’ Roses - BOCA DO INFERNO</b><br /><br />O envolvimento do guitarrista Slash com o cinema é tão grande, que o roqueiro possui até uma empresa de filmes chamada “Slasher Films”. Sua primeira participação como produtor foi na obra de horror "Nothing Left To Fear" (“Boca do Inferno” em português), lançada em 2013. Em entrevista ao " Pulse Of Radio", o lendário guitarrista comentou: “Produzir um filme é definitivamente mais complexo… Isso é um processo demorado, conseguir o dinheiro necessário é muito difícil, porém, eu realmente gostei disso, já que eu tenho uma grande paixão por aquilo que quero fazer dentro do longa e, ademais, eu adoro estar envolvido no processo de desenvolvimento, encontrando as pessoas certas, conseguindo e reunindo todos os componentes necessários para almejar fazer um grande filme, sabe?"</p><p style="text-align: justify;">"Nothing Left To Fear" é um terror que, infelizmente, está longe de ser uma obra-prima, apesar de poder dar um ou outro susto. Mas… tendo as mãos de Slash na produção, com certeza vale a pena conferir!</p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCA1Jqs65FxfbMo2CKm_1HToapyoeOCMtzK174rq4tDTdaiwAbgwhBwTxKQd4P8RAYdsJbeMthLDjcxxqo1NHNi4yGEOr-3yTBLFgXtWiJWIL_dixRvqPeTStP2vHNCo_BcKAXuqkoKDT3Tx5Ogse9riIfRIq84Bm3ymOiVIfoWAKX-jWhBCFIp3Os0uMC/s960/Slash.Nothing%20Left%20To%20Fear.promoFB.0511-13.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="504" data-original-width="960" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCA1Jqs65FxfbMo2CKm_1HToapyoeOCMtzK174rq4tDTdaiwAbgwhBwTxKQd4P8RAYdsJbeMthLDjcxxqo1NHNi4yGEOr-3yTBLFgXtWiJWIL_dixRvqPeTStP2vHNCo_BcKAXuqkoKDT3Tx5Ogse9riIfRIq84Bm3ymOiVIfoWAKX-jWhBCFIp3Os0uMC/s320/Slash.Nothing%20Left%20To%20Fear.promoFB.0511-13.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Slash é um grande fã da Sétima Arte.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><br /> <p></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-9736932200345846952024-01-25T16:53:00.000-08:002024-01-25T17:12:03.116-08:00O GLAM ROCK DO MOTT THE HOOPLE<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b></p><p style="text-align: justify;">O Mott The Hoople é uma banda originária de Herefordshire, pequeno condado localizado no oeste da Inglaterra. O grupo foi um dos remanescentes do glam rock e seus trabalhos iniciais datam de 1969. A primeira e principal música de sucesso da banda, “All The Young Dudes”, foi escrita por David Bowie, que era grande admirador do Mott The Hoople.<br /><br />A discografia dos embriões do glam é composta por sete álbuns de estúdio e, apesar de o primeiro trabalho ter sido lançado em 1969, apenas em 1972 a banda conseguiu maior reconhecimento público, sendo que esta explosão comercial aconteceu de forma bem curiosa. A formação mais apreciada e de maior destaque da banda contou com Ian Hunter (vocal, guitarra e piano – Hunter, posteriormente, tocaria com David Bowie durante uma fase da carreira do Camaleão), Pete Watts (contrabaixo), Mick Ralphs (guitarra e vocal), Dale Griffin (bateria) e Verden Allen (órgão). Pete Watts, membro fundador do Mott the Hoople, prevendo uma possível dissolução de seu grupo, certa vez procurou o amigo David Bowie, que lhe fez um imenso favor: sedeu-lhe uma letra que havia escrito, chamada “All The Young Dudes”. Inicialmente, Bowie teria oferecido uma outra composição autoral (que hoje, certamente é bem popular) chamada “Suffragette City”, mas esta música foi recusada pelos membros do Mott The Hoople. De qualquer forma podemos considerar que os dois lados envolvidos nessas "trocas" tiveram vantagem: o camaleão conqusitou grande sucesso com “Suffragette City”, que tornou-se um de seus inúmeros grandes hits, enquanto, por outro lado, seus ídolos de Herefordshire, finalmente obtiveram reconhecimento e conseguiram alavancar a carreira no mercado musical. Conta-se que David Bowie escreveu esta música enquanto estava sentado de pernas cruzadas em seu apartamento de Ian Hunter. A letra seria dedicada para “jovens novos e de vez em quando velhos”. Conforme Hunter recordou em uma entrevista gravada em 2004, a respeito dessa interessante história: “Bowie nos ofereceu ‘Suffragette City’, que eu achava que não era bom o suficiente, então ele se sentou no chão, no escritório da Regent Street, e tocou ‘All os The Young Dudes’ em uma guitarra acústica”.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhOW1tfHM8BnbBsmW8raejlc5b9Onb1SYLZ2W0Le6vE_l2bfb0TSP0fVXaSS9k3nn399427HBUrTEr1Yh9zvQsUYFj8eZMWZWSDWYIJkXQnGc13Ei3aa-RG3OoHvJGRrMKfaTiYdAmCOJpzGoPEfRpO7Kt5kNJrWiNvwIaVyYxo8eWYMWaYPPe5ANwP3L-/s1500/O%20GLAM%20ROCK%20DO%20MOTT%20THE%20HOOPLE.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1500" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhOW1tfHM8BnbBsmW8raejlc5b9Onb1SYLZ2W0Le6vE_l2bfb0TSP0fVXaSS9k3nn399427HBUrTEr1Yh9zvQsUYFj8eZMWZWSDWYIJkXQnGc13Ei3aa-RG3OoHvJGRrMKfaTiYdAmCOJpzGoPEfRpO7Kt5kNJrWiNvwIaVyYxo8eWYMWaYPPe5ANwP3L-/s320/O%20GLAM%20ROCK%20DO%20MOTT%20THE%20HOOPLE.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Mott The Hoople: os monstros do glam. Uma das bandas glamourosas e vibrantes do mundo do rock.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O Mott The Hoople foi uma das primeiras bandas a assumir um visual tipicamente glam. Os integrantes vestiam roupas brilhantes e caracterizadas pelo uso de gliter. Talvez, de maneira geral, o principal destaque de suas músicas seja a pincelada de solos e melodias espetaculares de guitarra. Ademais, cabe mencionar aqui as apresentações teatrais e irreverentes do grupo, repletas de dancinhas, paços sincronizados e energia, que se tornaram um aspecto bastante atraente para os fãs. </p><p style="text-align: justify;">Em 2009, ano em que a banda completou 40 anos, houve uma reunião especial para a realização de cinco shows no Hammersmith Apollo. Em 2013 o Mott The Hoople realizou uma turnê especial que rendeu inúmeros materiais, como DVD, CD e até mesmo um livro com fotografias inéditas de sua trajetória. No site oficial, a banda comentou sobre o livro: “Este livro tem contribuições de todos nós e pensamos que é a homenagem perfeita para agradecer todo mundo pelo apoio que recebemos desde que começamos até os dias de hoje”.<br /><br />Esperamos que o Mott The Hoople continue ativo. A banda foi historicamente importante e fundamental para a consolidação do glam e para a construção da carreira de David Bowie. Se quiser um escutar um rock clássico e contagiante, coloque o grupo na sua playlist!<br /></p><p style="text-align: justify;"><b>Referências:</b></p><p style="text-align: justify;">https://pt.wikipedia.org/wiki/Mott_the_Hoople<br /><br />https://www.mottthehoople-74.com/<br /><br />https://www.theguardian.com/culture/2024/jan/15/bowie-mott-the-hoople-all-the-young-dudes-ziggy-stardust<br /></p><br />Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-12640499907793718222024-01-17T12:52:00.000-08:002024-01-25T17:22:31.319-08:00EU BEBERIA COM ESSA GURIA #01: CYNTHIA ROSS<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b><br /></p><p style="text-align: justify;">A inauguração desta nova coluna do nosso site, ocorrida em 2023, teve como protagonista o especialíssimo baixista Thiago Halleck. Mas quem ocupa o espaço dessa vez é a baixista canadense Cynthia Ross, que cravou seu nome na história do punk rock norte-americano e canadense através do legado que deixou com a banda The 'B' Girls.</p><p style="text-align: justify;">Eu certamente tomaria muitas doses de café com a Cynthia porque, além de eu amar café, essa bebida maravilhosa, que geralmente gera boas e longas prosas, me lembra da série Twin Peaks, que eu a Cynthia adoramos! Isso porque, conforme os fãs do seriado sabem, o agente Cooper é doido por cafeína! Claro que, partindo desse ponto, eu e a Cynthia iríamos conversar bastante sobre os mistérios, excentricidades e demais aspectos desse maluco e surreal universo criado por Lynch. A trilha sonora de Twin Peaks é por si só uma verdadeiro obra de arte, conduzida e criada por Angelo Badalamenti (que, caso os leitores não saibam, cabe dizer a título de curiosidade, trabalhou com Siouxsie Sioux). David Lynch chegou a comentar que essa série consiste num modo de acessar aspectos misteriosos da existência... aí está outro assunto sobre o qual iríamos discorrer: MISTÉRIOS... até porque, falando nisso, a banda The 'B' Girls possui uma música muito especial - que é a minha favorita - chamada "Mystery", escrita justamente pela Cynthia (no ano passado, entre outubro e dezembro, eu a escutei 66 vezes no Spotify, pasmem). Vou disponibilizar a letra abaixo. É interessante observar que trata-se praticamente de um hino à solidão porque, no final das contas, conforme a letra sugere, ainda que estejamos rodeados por outras pessoas e que nos encontremos no meio de grandes multidões, no final das contas estamos sempre sozinhos e um tanto deslocados. E a solidão, como condição existencial, cabe observar, é uma instância especial e necessária da própria vida. Conforme certa vez escreveu Arthur Schopenhauer: "A solidão é a sorte dos espíritos excepecionais". Nietzsche também era adepto da solidão e entendia que o ato de filosofar presuponha tal estado. Ademais, entendia que o ser humano deveria saber conviver com a própria companhia e, nesse âmbito, em "Assim Falou Zaratustra", escreveu: "Não há solução para quem sofre de si mesmo". Sêneca foi outro pensador que, não apenas contemplou a solidão, mas numa carta endereçada a Lucílio, destacou os perigos que a multidão oferece ao tornar vícios cativantes e induzir as pessoas a pensar sempre de uma mesma maneira (isto é, a multidão surge aqui como um verdadeiro convite para a alienação). <br /></p><p style="text-align: center;"><b>MYSTERY<br /><br />Yeah baby it’s a mystery<br /><br />The things you do to yourself<br /><br />Night time it’s a mystery<br /><br />You’re all by yourself<br /><br /><br />You cry tears<br /><br />You call out<br /><br />Words sound ...<br /><br />Get paid, your future’s made<br /><br />But your life it goes on and on<br /><br /><br />Downtown’s got no bright light shining<br /><br />Lonely on the street<br /><br />Downtown’s got no nightlife living<br /><br />No, not on the street<br /><br /><br />I watch as you slip away<br /><br />A little every day<br /><br />That man downtown keeps calling you<br /><br />And you decide to stay<br /><br /><br />I know you’re no ones miracle<br /><br />I’ve seen how much you pay<br /><br />Living daily misery<br /><br />What can I do to make it be okay?<br /><br /><br />Downtown’s got no bright lights shining<br /><br />Lonely on the street<br /><br />Downtown’s got no night life living<br /><br />No, not on the street. Hey<br /><br /><br />So alone among the crowd<br /><br />Still looking for more<br /><br />So alone among the crowd<br /><br />Still looking for<br /><br />Still trying to find<br /><br />More ... More ... More<br /><br />more ... more ... more<br /><br /><br />(C) 1977 Cynthia Ross<br />For The ‘B’ Girls</b><br /></p><p style="text-align: justify;">Também, com certeza, bateríamos um papo sobre Audrey Hepburn, atriz que nós duas admiramos bastante! E eu sei que a Cynthia flerta com literatura, até porque, ela é uma poetisa notavelmente talentosa, que escreve poemas tocantes, profundos e imensamente poderosos, capazes de entorpecer qualquer alma e emocionar qualquer coração. A experiência de ler suas palavras gera uma espécie de elevação metafísica e êxtase mágico que todos deveriam provar - para conhecer as poesias da Cynthia, basta segui-la no Instagram. Iria querer saber quais são os poetas que mais a influenciaram - mais sei que ela flerta com os grandes nomes da contracultura. E sei que a Cynthia Ross tem algum apreço por Isaac Asimov, um autor que eu, particularmente, admiro bastante. Li dois livros dele recentemente: "O Cair da Noite" & "O Homem Bicentenário". Ambos abordam temas profundos ligados aos limites e perigos das relações existentes entre o ser humano e a tecnologia. A narrativa do primeiro livro mencionado se desenvolve a partir do seguinte problema: teríamos condições de manter nossa sanidade se não existisse mais luz? Raramente nos damos conta do quanto a luminosidade é de fato relevante para a manutenção de uma vida saudável e produtiva. Quais seriam os efeitos colaterais da escuridão total? Essas questões que você, leitor, está lendo agora, seriam também, é claro direcionadas à Cynthia. E eu recomendaria os dois livros acima mencionados a ela. <br /></p><p style="text-align: justify;">Eu também teria numerosas perguntas para fazer a respeito de tudo que ela viviu durante a eclosão do punk rock norte-americano e gostaria muito de passar horas a fio escutando suas histórias, reflexões e aventuras relacionadas ao universo punk. Apresentaria a ela algumas bandas e artistas brasileiros começando, aliás, pelo próprioThiago Halleck e a banda "Gangue Morcego". Citaria a Fabi Bellentani como uma grande e exemplar baixista e também falaria para ela adicionar "The Edwoods", She Is Dead", "Mickey Gang", "We Are Pirates", "Rita Lee" e "Harry & The Addicts" na playlist dela. Ou, talvez, eu até criasse uma playlist própria para servir como trilha sonora para o nosso café! Começaríamos escutando "Lycanthopia", da última banda citada aqui. Depois "Silent Telephone" (you will die aloneee) & seguiríamos: "She Is Dead" ("She Is Dead") / "Sobrenatural" ("Gangue Morcego") / "Canyon" ("WAP") / "Running" (WAP) / "I Was Born In The 90's ("Mickey Gangue") / "Perv In The Park" & "Plan 9" ("The Edwoods"), Rita Lee (váriaaas). Eu acho que "Perv In The Park" faria ela se retirar da mesa porque o The Edwoods é muito assustador. Aliás, ifalando em The Edwoods, isso traz a tona um outro ponto interessante que poderia ser abordado: conversaríamos sobre filmes trash, que estão entre os meus favoritos. Acho que ela, no mínimo, gosta de clássicos como "Ben, o Rato Assassino" e "Palhaços Assassinos do Espaço Sideral". Eu amo ambos. Duas produções fabulosas do gênero! Quem não gosta? Se, por acaso, ela dissesse que não aprecia filmes assim, eu simplesmente falaria que fui mal influenciada pelo Andy e pelo Eron. E talvez eu me empolgasse e inventasse um roteiro maluco de filme trash chamado "O Tapete Maldito", cuja trilha sonora teria sido criada pelo The Edwoods. <br /></p><p style="text-align: justify;">Posteriormente e para encerrar, eu iria falar mal do Bolsonaro. Muito mal. Esse tópico é fundamental em qualquer conversa, não é mesmo? E para encerrar, antes do último gole da décima xícara, eu faria uma alusão ao agente Cooper. Olharia para o meu recipiente e diria: "Damn fine coffee".<br /></p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUZEFxs5UD35VkNQL7sdbXGhPXu-sRqImscV1S1ZM6VZeqFYb05wdJ7mtf7_IudcyCbDr-_54C8klPbWqX5NIchaZytIeA5KDKoDIyd8CZ0EEUvD4mon6tbiL2UK2s96zMYOSN1-oDqG94VDqqalr3gLSKT5iTo3Depfnv7sMNjZgPFC0VfZiJasl81ZFc/s434/img_0560.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="434" data-original-width="348" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUZEFxs5UD35VkNQL7sdbXGhPXu-sRqImscV1S1ZM6VZeqFYb05wdJ7mtf7_IudcyCbDr-_54C8klPbWqX5NIchaZytIeA5KDKoDIyd8CZ0EEUvD4mon6tbiL2UK2s96zMYOSN1-oDqG94VDqqalr3gLSKT5iTo3Depfnv7sMNjZgPFC0VfZiJasl81ZFc/s320/img_0560.webp" width="257" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Eu beberia com a Cynthia Ross! </i></b><br /></td></tr></tbody></table><br /> <p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-8475698908829037972023-12-16T12:15:00.000-08:002024-03-08T04:53:04.410-08:00A PODEROSA KIM DEAL<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b><br /></p><p style="text-align: justify;">Kim Deal é uma das baixistas mais conceituadas da história do rock. Ela foi responsável por ajudar a criar alguns dos hits mais célebres da banda Pixies, aclamado grupo de rock alternativo noventista que viveu seu auge justamente no período em que Kim esteve na banda, sendo inegável que ela foi o ponto forte responsável por alavancar o grupo americano. A baixista participou das gravações dos discos “Come on Pilgrim” (1987), do glorioso e memorável “Surfer Rosa” (1988), do popular (e talvez mais qualificado da banda) “Doolittle” (1989), do primoroso “Bossanova” (1990) e, por fim, do “Trompe le Monde” (1991), sendo esse último, em termos gerais, já bem menos cativante e original do que os outros. Os Pixies se separaram em 1993, devido a uma série de divergências e brigas entre Deal e o vocalista Black Francis. Eles se acusaram e se alfinetaram mutuamente ao longo dos anos, deixando claro que a relação entre ambos na banda era amarga e que sempre houve um certo rancor entre os dois. Numa entrevista mais recente, concedida um tempo atrás ao jornal britânico The Guardian, Francis finalmente assumiu uma postura ligeiramente mais branda ao comentar sobre Kim: “Fizemos muitas turnês juntos, escrevemos juntos e gravamos todos aqueles discos juntos...mas nada é para sempre”. O vocalista, apesar disso, também revelou que os dois não conversam há muito tempo. <br /><br />Kim tem uma irmã gêmea chamada Kelley Deal, com a qual formou a banda The Breeders, cuja atmosfera musical é elogiável e essencialmente falando, lembra bastante a sonoridade dos Pixies. Certa vez, na adolescência, as irmãs pediram um teclado Yamaha de aniversário. Quando ganharam o instrumento, usaram o assento sanitário do avô como suporte e, por meio de tal improviso, começaram a frequentar diversos bares pelo distrito de Oregon. Esse fato inusitado foi o ponto de partida que lançaria Deal ao universo do rock. No entanto, fora do campo musical, Kim Deal fez um curso ligado a tecnologia médica e, curiosamente, chegou a atuar profissionalmente como técnica de laboratório na área de biologia celular. Nesse período de sua vida, conheceu John Murphy, com quem iniciou um relacionamento, vindo a se casar em 1985. Ela, então, mudou-se para Boston, onde sua afinidade com a indústria musical e com o rock se estreitou, conforme refletiu certa vez: “Achei a cidade muito vital e muito interessante”. Deal se recordou de folhear o jornal Boston Phoenix e sempre se deparar com anúncios de bandas que precisavam de músicos: “Diziam frases como ‘preciso de um baterista’. Atitude profissional apenas. Costeletas: Obrigatório.’ (...) mas então, certa vez me deparei com um que dizia algo sobre não ter costeletas. Foi tão bom. Foi para quem liguei e eles estavam procurando por ‘baixista’ e foi assim que nós começamos a tocar juntos.”</p><p style="text-align: justify;"> <br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKMJWpczpIeLtaNpBDvtGEm0E5GdfREzZQVpkit3EO-plt3nOSeZRQyPg-0u1JGVHZ8shSQcs_a6bjIe8FlVXYd12XSzxyHoVb98eypg943_vTg2TZrgnxU6prtgkC_U7gPpuuoESBZIJ8rq89BKgWFCKSPSendSl12zbP-cIWaq7o5afFpINUboZYSmAz/s1079/KimDealVida.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1079" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKMJWpczpIeLtaNpBDvtGEm0E5GdfREzZQVpkit3EO-plt3nOSeZRQyPg-0u1JGVHZ8shSQcs_a6bjIe8FlVXYd12XSzxyHoVb98eypg943_vTg2TZrgnxU6prtgkC_U7gPpuuoESBZIJ8rq89BKgWFCKSPSendSl12zbP-cIWaq7o5afFpINUboZYSmAz/s320/KimDealVida.png" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Fora dos palcos, Kim Deal gosta de comer chocolate e se interessa por plantas.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O grupo The Breeders, que obteve bastante reconhecimento ao longo de sua carreira, chegou a contar com a talentosa Kim Gordon na produção do vídeo da faixa “Cannonball”, presente no álbum “The Splash”. Deal, certa vez, lembrou-se do quanto estava nervosa quando perguntou se a baixista do Sonic Youth poderia participar do disco: "Nós simplesmente perguntamos a ela. Eu não a conhecia. Não tínhamos amizade. Fiquei muito nervosa quando perguntei, pensei que ela não iria querer”. É interessante e inspirador pensar que existiu esse breve contato artístico entre Kim Deal e Kim Gordon, duas baixistas consagradas para os amantes do rock alternativo dos anos 90. <br /><br />Aproveitando o clima natalino que se aproxima, vale citar aqui uma declaração de Kim Deal a respeito das músicas de Natal: "As canções cristãs usam todas essas coisas... se você der a volta na montanha, e se trabalhar duro com o martelo, e encontrar um carpinteiro chamado Jesus Cristo, e viajar quilômetros e quilômetros... todos esses simbolismos estúpidos que o povo cristão usa”. A ex-integrante dos Pixies parece não ser muito religiosa. Ela chegou a refletir sobre o assunto numa ocasião, assumindo uma postura consideravelmente ateísta ao declarar que passou parte da sua vida buscando uma divindade, mas como não encontrou, acha que não há nada do outro lado. <br /><br />Há quem diga que Kim Deal tem uma personalidade forte e que seu jeito durão foi um dos motivos que causaram problemas com a banda Pixies. Mas esses aspectos são considerações supérfluas. O que vale é nos concentrarmos no legado, nas inesquecíveis melodias de baixo que ela gravou com a referida banda e que são capazes de elevar qualquer ouvinte a um estado de êxtase. Seu talento é fora da curva, seu domínio instrumental e suas ideias são simplesmente extraordinários. </p><p style="text-align: justify;"><b>Referências:</b><br /><br />https://www.theguardian.com/music/2022/feb/03/pixies-frontman-black-francis-kim-deal-were-always-friends-but-nothing-is-for-ever<br /><br />https://www.abc.net.au/listen/doublej/music-reads/features/kim-deal-breeders-pixies-last-splash-cannonball-1993-interview/13370482 <br /><br />https://writebyte.com/pages/art_deal.htm<br /><br />https://www.pastemagazine.com/music/the-breeders/the-breeders-last-splash-interview<br /><br /><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-26252607818495966832023-12-10T05:35:00.000-08:002023-12-10T05:35:34.188-08:00MARIANNE FAITHFULL: A INCRÍVEL TRAJETÓRIA DE UMA LENDA DOS ANOS 60<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b></p><p style="text-align: justify;">Marianne Faithfull é uma prolífica cantora inglesa, que se tornou um verdadeiro ícone cultural dos anos 60, tendo sobrevivido às loucuras e excessos experenciados na referida década. Sua vasta e original discografia é composta por um total de mais de vinte álbuns de estúdio, nos quais encontram-se ritmos e melodias notavelmente diversificados. Além do imenso legado deixado no universo musical, a britânica também se popularizou por seus papéis no cinema e principalmente pelo relacionamento que teve com Mick Jagger, que a levou a se tornar uma musa inspiradora de algumas das faixas mais conhecidas dos Stones. Cabe observar que a carreira artística de Faithfull, embora muito abundante e digna de elogios, foi amplamente encoberta pela fama de Mick Jagger, uma vez que o relacionamento com o astro do rock a colacava, de modo geral, em segundo plano, levando-a, inclusive, a vivenciar ao lado dele alguns escândalos que prejudicaram sua carreira como atriz. Apesar de Jagger ter contribuído para que a imagem dela fosse comprometida, Faithfull, por sua vez, ajudou, ainda que indiretamente, a alavancar a imagem do líder dos Stones, tendo inspirado várias de suas músicas e até mesmo tendo ajudado a escrever ao menos uma letra de sucesso da banda. Mas ainda que um tanto ofuscada por Mick Jagger, ela conquistou seu espaço, principalmente por sua voz fabulosa que é capaz de tirar os ouvintes da dimensão terrestre e também por seu espírito incansável. Infelizmente, quando o namoro entre os dois acabou, a cantora perdeu-se completamente no uso compulsivo de álcool e drogas... </p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYD319fPQRbkYisAc4eOu-lWSRQMvv9QHqjC5ASbeFqX4DLl6OZqweI-BWNeACX7yWPsjzwKSa9Gd97N39TyjF9uc29yeQ46tyz4jetQHm8N4HED08tmf2DaLMDnxvMQf0P7ajpoxBEoeC902tM8SoiS4O3ykTBRfh1enDV2PJYxcdwMeiEuilWrjdbqY1/s860/MarianneFaithfullvida.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="848" data-original-width="860" height="316" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYD319fPQRbkYisAc4eOu-lWSRQMvv9QHqjC5ASbeFqX4DLl6OZqweI-BWNeACX7yWPsjzwKSa9Gd97N39TyjF9uc29yeQ46tyz4jetQHm8N4HED08tmf2DaLMDnxvMQf0P7ajpoxBEoeC902tM8SoiS4O3ykTBRfh1enDV2PJYxcdwMeiEuilWrjdbqY1/s320/MarianneFaithfullvida.webp" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i> Faithfull simplesmente sobreviveu através da produção artística que lhe serviu como combustível.</i></b></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Faithfull sempre portou e propagou uma postura bastante underground e destemida, tendo, inclusive se tornado referência para vários nomes da cena punk de Nova York (como Lydia Lunch, Bush Tetras e vários outros). Ela chegou a viver como andarilha nas ruas londrinas em função de seu vício em heroína e sua vida foi marcada por crises turbulentas e períodos decadentes, que foram sensivelmente transportados para muitas de suas poderosas e sombrias letras, sempre tão carregadas de emoção. Seu jeito melancólico de cantar e as poesias muitas vezes autobiográficas, inspiradas em suas desventuras, em seus medos, desejos, paixões e vícios, a transformaram numa personalidade emblemática, memorável e bastante cativante. Aliás, uma das pessoas que ela conquistou e com a qual até mesmo contribuiu artisticamente foi David Bowie. Podemos dizer que Faithfull simplesmente sobreviveu através da produção artística que lhe serviu como combustível e como um ponto de apoio necessário sem o qual, talvez, ela não tivesse aguentado enfrentar alguns dos duros e perigosos momentos que atravessou em sua vida. <br /></p><p style="text-align: justify;">No decorrer de sua história, a elegante Marianne Faithfull já recebeu inúmeras e merecidas honrarias culturais e permanece sendo um nome aclamado ao redor do mundo. Nutre uma forte amizade com grandes nomes da música, tal como Warren Ellis, Nick Cave e Brian Eno, além de ter influenciado significativamente muitos músicos e bandas importantes. Em 2022, foi anunciado que Marianne estava internada numa clínica afim de reabilitar-se de uma série de sequelas deixadas pela Covid-19, doença que a atacou fortemente, fazendo-a ficar internada durante três semanas. Força é algo que não falta a essa mulher: a incrível Marianne Faithfull já superou um câncer de mama, além de também ter enfrando um quadro grave de hepatite C, e sobrevivido a uma queda que a fez quebrar seriamente o quadril. A vigorosa e sempre inspirada fera inglesa também já sobreviveu a uma grande infecção e venceu um sério quadro de anorexia. Faithfull possui uma história de vida muito impressionante. Ela já foi do glamour ao inferno, dos palcos aos suburbios... mas o fato é que ela sempre se manteve afastada das regras sociais, esteve longe do convencional e, sobretudo, das normas de comportamento esperadas para uma mulher dos anos 60. Essa donzela decadente nos ensina a sermos mais corajosos, a suportarmos dores que parecem insuperáveis e, claro, a transformarmos todos os pesares, aflições e calamidades existenciais em poesia. </p><p style="text-align: justify;"><b>Referências:</b></p><p style="text-align: justify;">http://www.mariannefaithfull.org.uk/biography/<br /><br />https://www.nytimes.com/2021/04/22/arts/music/marianne-faithfull-she-walks-in-beauty.html<br /><br />https://www.theguardian.com/music/2021/jan/15/marianne-faithfull-i-was-in-a-dark-place-presumably-it-was-death<br /></p><p style="text-align: left;"><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-75578645830445831972023-12-03T16:16:00.000-08:002023-12-03T16:16:43.179-08:00ALÉM DO THE CURE: A TRAJETÓRIA DE ROBERT SMITH<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b></p><p style="text-align: justify;">Robert Smith, aclamado vocalista do The Cure, é imensamente conhecido
por sua voz ímpar, por seus cabelos desgrenhados, seu borrado batom
vermelho e pelos hits icônicos e históricos de sua banda. Contudo, o que
nem todos conhecem é a sua trajetória de vida, até porque, convenhamos,
o músico sempre foi muito discreto em relação a isso. Felizmente,
porém, apesar de sua discrição, pesquisas mais acuradas e entrevistas
nos revelam aspectos bem interessantes da vida do vocalista do The Cure.
A história de Robert começou em 21 de abril (data lembrada pelos
brasileiros por causa de Tiradentes) de 1959, em Blackpool, pacata
cidade litorânea inglesa, localizada no norte do país. Ele foi o
terceiro filho (vale citar a título de curiosidade que Janet, irmã de
Robert, é casada com Porl Thompson, lendário guitarrista do The Cure) do
casal Rita Mary e James Alexander Smith. Sua família mudou duas vezes
de cidade e, consequentemente, Robert estudou em várias escolas
diferentes ao longo da infância e da adolescência. Smith cresceu cercado
por uma atmosfera familiar católica que fez sentido para ele durante um
período de sua vida, embora posteriormente, tenha assumido uma postura
mais cética em relação à existência de Deus: “Venho de uma família
religiosa e por isso houve momentos em que senti a unidade das coisas,
mas elas nunca duraram, e passei a crer que é apenas o medo que leva as
pessoas à religião”. Robert Smith teve afinidade com a música desde
tenra idade, aprendendo inicialmente a tocar piano e, logo depois, ainda
na infância, familiarizando-se com a guitarra, após aprender alguns
acordes com seu irmão. Posteriormente, buscou aperfeiçoar-se no
instrumento através de aulas feitas com um guitarrista profissional. </p><p style="text-align: justify;">A formação embrionária do The Cure data de 1976, quando Smith juntou-se aos colegas de escola. Lol Tolhurst assumiu a bateria, Michael Dempsey tocava baixo e o guitarrista era Porl Thompson. O grupo, nessa fase inicial, chamava-se “Easy Cure”. Nessa época, o movimento punk inglês estava vigorosamente em ascensão. O jovem Robert acompanhou de perto a eclosão e o auge desse novo fenômeno. Admirava principalmente bandas como Stranglers, Buzzcocks e Siouxsie And The Banshees, tendo, inclusive, tocado no último grupo durante um tempo e estreitado laços com Steven Severin, ao lado do qual formou uma banda chamada The Glove. Entretanto, o The Cure nunca esteve musicalmente limitado a influências provenientes do punk rock e foi assumindo, ao longo de sua história, uma tonalidade mais sombria ou, por vezes, bastante pop. Até porque Smith cresceu escutando outras bandas como Beatles e Pink Floyd e, portanto, carregava inúmeras outras referências musicais quando formou o The Cure. Ademais, sua alma portava uma enorme paixão pela literatura e uma sensibilidade que certamente se distanciava da agressividade característica do punk. Durante a adolescência, por exemplo, apreciava Edgar Allan Poe e Rimbaud. Posteriormente, mais maduro, passou a interessar-se fortemente por filósofos como Albert Camus e Jean-Paul Sartre, sendo grande admirador de ambos e tendo grande interesse pelo modo como Sartre discorre a respeito da condição humana. Smith também já citou Charles Baudelaire, John Milton, Nick Hornby e Franz Kafka como alguns de seus escritores favoritos. A respeito desse último, chegou a declarar: "“Pela primeira vez, a voz do narrador era minha. Eu era o narrador. Eu estava me misturando com suas palavras. Li e reli todos os seus livros: O Processo, A Metamorfose, O Castelo… Sua influência na minha escrita é enorme, como em ‘Uma carta para Elise’, inspirada diretamente em suas Cartas para Felice". Penelope Farmer é outra autora que o marcou e um de seus livros inspirou a letra "Charlotte Sometimes", nome de um dos livros da escritora. </p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_WCGPBWb1w8ZA1mfQtloO5uB2BKwAEqKCI4rprbAIPlj8L5P9VzXaIjshUir6ZmrQQCVZtGSrcwgOr2-ZbMCgpG1xSUElAe-GnnlnkVpNpJDWlS8kAHIUdSvVSQJAD7sv6TL91fYp24VwJwrBlgKqq2AQEPpjN1S_FqINCAMOfA7FFJoXBjANWZYhl2T5/s981/RobertSmithvida%20-%20RobertSmithbiografia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="981" data-original-width="736" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_WCGPBWb1w8ZA1mfQtloO5uB2BKwAEqKCI4rprbAIPlj8L5P9VzXaIjshUir6ZmrQQCVZtGSrcwgOr2-ZbMCgpG1xSUElAe-GnnlnkVpNpJDWlS8kAHIUdSvVSQJAD7sv6TL91fYp24VwJwrBlgKqq2AQEPpjN1S_FqINCAMOfA7FFJoXBjANWZYhl2T5/s320/RobertSmithvida%20-%20RobertSmithbiografia.jpg" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>O The Cure segue firme e criativo, atraindo diversas gerações,
conquistando novos fãs e aquecendo o coração dos admiradores mais
antigos. É uma banda que sobreviveu por méritos.</i></b></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Por tais aspectos, podemos observar que enquanto inúmeras bandas punks voltaram-se, por exemplo, para letras de cunho político e social, Smith, que já alegou preferir manter-se distante de tais conteúdos, possui letras fortemente sentimentais cujas ideias muitas vezes foram provenientes de estados alterados de consciência por ele experimentados. <br /></p><p style="text-align: justify;">Robert Smith casou-se em 1988. O vocalista do The Cure conheceu Mary Poole, sua atual esposa, na época da escola. Eles se aproximaram depois que ele a convidou para ser sua dupla numa atividade. Estão juntos desde os 14 anos. Nunca tiveram filhos e Smith certa vez declarou não se arrepender disso. No entanto, há diversas fontes que mencionam que os dois tem 25 sobrinhos e sobrinhas. Robert se inspirou numa viagem com Mary para escrever “Just Like Heaven” e, aliás, é ela que aparece dançando com o vocalista no vídeo oficial da música. Parece ser uma das canções das quais ele mais se orgulha. Smith chegou a declarar que quando terminou de escrevê-la, pensou que nunca mais seria capaz de escrever algo tão bom. No estúdio, os integrantes do The Cure chegaram a brincar, dizendo que poderiam até fazer as malas e parar de criar mais: “Felizmente, não fizemos isso”, brincou Smith ao contar esse episódio. Cabe dizer que “Love Song” foi um presente de casamento de Smith para Mary!<br /><br />Atualmente, Smith continua sua performance de maneira impecável. Certa vez, quando completou 60 anos, disse que não sentia a idade. Nos palcos, essa declaração parece absolutamente confirmada, pois Smith parece estar sempre em transe, convidando a plateia a mergulhar num estado catártico. A esse respeito, numa entrevista, o vocalista do The Cure refletiu: “Quando estou cantando e tocando, sou meio que transportado (...) Parece algo meio hippie, mas sempre foi assim comigo. Eu simplesmente sinto que se estou me perdendo nas músicas, acho que há uma boa chance de que todos os outros também estejam”. O The Cure segue firme e criativo, atraindo diversas gerações, conquistando novos fãs e aquecendo o coração dos admiradores mais antigos. É uma banda que sobreviveu por méritos e uma das poucas do remanescente punk que ainda continua poderosa, estável e qualificada.<br /></p><p style="text-align: left;"><br /><b>Referências:</b><br /><br />https://amp.theguardian.com/music/2018/jun/07/the-cures-robert-smith-i-was-very-optimistic-when-i-was-young-now-im-the-opposite<br /><br />https://post-punk.com/six-different-ways-the-cures-robert-smith-won-our-hearts/amp/<br /><br />https://www.irishtimes.com/culture/music/the-cure-s-robert-smith-i-survived-a-lot-of-people-in-london-didn-t-1.3538003<br /><br />https://faroutmagazine.co.uk/how-punk-changed-the-cure-singer-robert-smiths-life/<br /><br />https://www.rollingstone.com/music/music-features/cure-band-robert-smith-interview-40-live-893005/<br /><br />https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwj1he6l7_GCAxWyppUCHc7EAMkQFnoECBcQAQ&url=https%3A%2F%2Ffaroutmagazine.co.uk%2Fthe-cure-robert-smith-12-favourite-books-list%2F&usg=AOvVaw0-vBt23iYKGh7FmRJYA_WQ&opi=89978449<br /><br />https://amp.theguardian.com/music/2018/jun/07/the-cures-robert-smith-i-was-very-optimistic-when-i-was-young-now-im-the-opposite<br /><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-12203731613404113482023-10-30T15:48:00.001-07:002023-10-30T18:55:21.230-07:00THE EDWOODS EM PAUTA: CAOS, LOUCURA E ROCK AND ROLL<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b></p><p style="text-align: justify;">No mês mais macabro do ano, época de Halloween, não poderia faltar material sobre a banda underground mais bizarra do país, o The Edwoods, duo paulistano formado por Andy e Eron. Acompanhei a movimentação da dupla ao longo dos últimos meses e decidi bater um papo com os meninos para que me contassem melhor sobre o sucesso e sobre os próximos passos de suas produções musicais. Andy contou que 2023 foi um período particularmente dinâmico para o The Edwoods: "Tocamos pela segunda vez no PsychoCarnival em Curitiba, dividindo o palco com os Sick Sick Sinners, Frenetic Trio, com os Flicts e lá ainda vimos de pertinho os Replicantes, que é uma banda que nos influenciou muito. Gravamos também dois singles novos com a produção massa do Jairo dos Autoramas e de quebra ainda tocamos em uma cena de spanking no Dominatrix Bar, durante uma performance da Ramona e Kinky Alien". <br /><br />A dupla faz parte de um vasto grupo de artistas do país que luta pela música independente e, com resistência, faz com que a cena autoral brasileira permaneça sólida. A esse respeito, Andy comentou que tanto o punk quanto o rock permanecem fortes e longe de qualquer tipo de crise, ainda que tais gêneros culturais estejam distantes da grande indústria musical: "O rock e o punk estão por aí e sempre estarão. Eles não estão nas grandes mídias, pois não há o devido e merecido espaço, mas estão muito vivos nos bares, pubs e garagens Brasil afora". Sobre esse tema, Eron refletiu: "Acho difícil conciliar interesse comercial com arte. Não é uma equação fácil. Creio que um pouco da liberdade criativa é perdido neste processo, mas vai de cada um também. Olha, se uma grande gravadora nos oferecesse um contrato, nós mudaríamos tudo! Investiríamos no visual para melhorar esta aparência deplorável que temos, aprenderíamos a tocar e faríamos músicas melhores que passassem alguma mensagem positiva".</p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjReR1gZ7QeZqNToHU5iVtXt5UajhyphenhyphenNzgL9vltyc0ia9KIwrXTSy_FXGQbTpQEQ06yvp8dyAE2zP_mka-3n-KvX4cCmV7tHOh1__rwtPqEweZMIQGj-mC14mlMCZcSqE4yjIeSrd17u2GnyksFzk9ELv-max7utQaCczKWC_uOBu2gnBTHrOkSn4Sk_kwLt/s700/TheEdwoods.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="467" data-original-width="700" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjReR1gZ7QeZqNToHU5iVtXt5UajhyphenhyphenNzgL9vltyc0ia9KIwrXTSy_FXGQbTpQEQ06yvp8dyAE2zP_mka-3n-KvX4cCmV7tHOh1__rwtPqEweZMIQGj-mC14mlMCZcSqE4yjIeSrd17u2GnyksFzk9ELv-max7utQaCczKWC_uOBu2gnBTHrOkSn4Sk_kwLt/s320/TheEdwoods.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>"Se uma pessoa gosta de música ruim, mal tocada e que não fala nada e útil, somos a banda certa". (Eron) </i></b></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Durante nossa conversa, perguntei aos meninos do que mais se orgulham na trajetória do The Edwoods. Seus rostos foram imediatamente tomados por sorrisos macabros e risadas diabólicas. Então a dupla mais trash do Brasil simplesmente respondeu que se orgulha, sobretudo, de estar “cada vez mais feia, insana e descarada". Aliás, é praticamente impossível manter um diálogo sério com os dois, porém, temos que entender que essa é justamente a essência e a proposta de suas criações musicais: a grande qualidade do The Edwoods encontra-se no barulho, no espírito do rock and roll que encarna em suas vozes e instrumentos e agita o público, fazendo-o perder-se em melodias que afastam, ainda que momentaneamente, qualquer problema ou desassossego. O duo não pretende disponibilizar mensagens profundas ou reflexões complexas (chupa, Pink Floyd!), pois, no final das contas, nem sempre são esses os elementos da vida que mais nos encantam ou dos quais mais precisamos. A realidade cotidiana é penosa e, nesse sentido, a fantasia e o humor são recursos necessários para nossa sobrevivência e para que possamos manter o gosto de continuar encarando a vida da melhor maneira possível. Nossas paixões se encontram, por vezes, no que há de mais simples e banal, e é justamente isso que o The Edwoods revela. Nesse sentido, Eron explicou o papel da dupla e por que alguém deve escutá-los: "Se uma pessoa gosta de música ruim, mal tocada e que não fala nada e útil, somos a banda certa! Se você é assim, procure um psiquiatra e ouça The Edwoods".<br /><br />Para encerrar a conversa, perguntei a eles com quem gostariam de subir ao palco (valia citar artistas vivos ou que já morreram). Com prontidão e entusiasmo, responderam que escolheriam o "The Cramps"... A única coisa que pude pensar, sinceramente, foi: "Coitados dos integrantes do Cramps, seria bagunça demais para eles... o Lux não aguentaria".<br /></div><p></p><p style="text-align: justify;"><b> </b></p><p style="text-align: left;"><b> </b><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-72531364391704654922023-10-30T15:35:00.000-07:002023-10-30T15:35:14.163-07:00CONHEÇA O "ALL THE MONSTERS", NOVO ÁLBUM DA SHE IS DEAD<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b></p><p style="text-align: justify;">A She Is Dead, que há anos figura entre as bandas brasileiras mais consagradas, continua firme e ativa no cenário do rock nacional. No último dia 28, o trio curitibano lançou o álbum “All The Monsters”, gravado e produzido por Luís Orta, que também atuou nos outros materiais do grupo. O disco possui um total de 13 faixas e conta com Mau Carlakoski nos vocais e na guitarra, Kim Tonietto no baixo e nos vocais e, como novidade em relação ao último lançamento de estúdio, as baquetas foram assumidas por Alessandro Santiago, que já havia feito parte da banda no passado e agora retornou no momento certo, se encaixando magicamente na She Is Dead. Santiago nos contou sobre a importância e a satisfação de estar de volta: “Estou feliz com esse momento, tanto pela amizade que tenho com os outros integrantes, quanto pela honra de estar numa das bandas mais viscerais da atualidade. A She Is Dead evoluiu muito ao longo desse tempo em que fiquei fora do grupo. É uma banda que vai ficar marcada na história do rock e, por isso, com certeza estar de volta é algo muito especial pra mim”.</p><p style="text-align: justify;">De modo geral, o “All The Monsters”, que pode ser considerado o mais maduro da carreira da banda, possui uma pitada criativa de experimentalismos e carrega uma atmosfera mais próxima do pós-punk, embora mantenha, tal como ocorre nas produções anteriores, bastante afinidade com o rock noventista. Carlakoski nos contou que atualmente a She Is Dead está vivendo seu auge: “Esse novo trabalho apresenta nossas melhores composições e certamente reflete meu momento mais criativo como músico”. Tonietto também comentou sobre o atual momento que vive como músico: “Tivemos um amadurecimento não apenas nas composições, mas também na parte da produção musical. Com mais tempo e calma, pudemos criar melhores faixas para esse álbum. Devemos também agradecer muito ao excelente trabalho do Luiz Orta, que faz mágica com nossas músicas”.</p><p style="text-align: left;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-pl8AT1TFgoaemP26YiY3ODMr-SAeboj2SFfX6szMwNcjctVeu5mrfvrL-5-9xzHn6ViXlcdOI0CikUMku5BiJco088c-Ff7DgwVwanb8LofqG920L5hbJqhA17VDL_51uoyLCbpBEpoIHH0lHHNhdo9-psxjqvHFJzyKWA7ZqwC_P586YvvuobRarHy1/s1200/SheIsDead.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-pl8AT1TFgoaemP26YiY3ODMr-SAeboj2SFfX6szMwNcjctVeu5mrfvrL-5-9xzHn6ViXlcdOI0CikUMku5BiJco088c-Ff7DgwVwanb8LofqG920L5hbJqhA17VDL_51uoyLCbpBEpoIHH0lHHNhdo9-psxjqvHFJzyKWA7ZqwC_P586YvvuobRarHy1/s320/SheIsDead.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b>(...) não é exagero algum dizer que o “All The Mosters” é uma produção histórica do rock brasileiro.</b></i></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">“All The Monsters” é o disco mais profundo da banda e o que mais cativa o ouvinte. Mau Carlakoski refletiu sobre a simbologia por trás do título escolhido para o álbum: “Nessa nova produção estão reunidos todos os meus monstros, meus fantasmas existenciais, tal como a saudade, as frustrações, a angústia, a esperança e outros monstros. Consegui colocar muitos dos meus sentimentos nesse trabalho”. Nesse novo disco, repleto de emoções e capaz de provocar efeitos poderosos nos ouvintes, o trio se mostra mais confiante, mais solto, mais talentoso em relação aos trabalhos anteriores e definitivamente se supera em termos de criatividade, especialmente ao explorar diversas camadas, nuances vocais e linhas de guitarra muito variadas. Escutar o álbum é uma verdadeira volta ao melhor que os anos noventa pode oferecer em termos de rock and roll. De certa maneira, é como se integrantes do Pixies, Sonic Youth e The Cult tivessem se unido e feito experimentos e gravações conjuntas. <br /><br />A faixa de abertura, “That´s Ok” começa com bastante barulho, distorções e com um efervescente espírito anárquico que seguirá presente em praticamente todo o restante do álbum, embora na oitava música surja uma leve transição estilística em que os ruídos migram para um clima ligeiramente mais introspectivo. Por fim, cabe dizer que quem não é tocado pela maravilha que esse poderoso álbum oferece, certamente já deve estar morto por dentro, pois não é exagero algum dizer que o “All The Mosters” é uma produção histórica do rock brasileiro. Ao compartilhar seus monstros pessoais no álbum, Carlakoski leva aos ouvintes a exorcizarem os seus num processo catártico hipnotizante.<br /><br />A banda curitibana tem shows agendados na capital paulista e em Santo André, além de estar confirmada no icônico festival “Punktober”. Para acompanhar a programação e os lançamentos da She Is Dead, acesse os links abaixo e siga o grupo nas redes:</p><p style="text-align: justify;"><b>Facebook: </b>https://m.facebook.com/sheisdeadrock/<br /><br /><b>Instagram:</b> https://www.instagram.com/sheisdeadrock/</p><p style="text-align: justify;"><b>Youtube: </b>https://www.youtube.com/channel/UC5rr9E5T52fy6i3mc40-urA<br /><br /><b>Spotify:</b> https://open.spotify.com/intl-pt/artist/2X18P5qiLWbpeWbcHaCIZb<br /></p><p style="text-align: left;"><br /></p><br />Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-11892444909001432702023-10-22T07:30:00.003-07:002023-10-23T09:49:35.877-07:00GENESIS: PARA SOBREVIVER NO MUNDO REAL<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b><br /></p><p style="text-align: justify;">No início de outubro, o multi-instrumentista Thiago Halleck, especialmente conhecido por sua carreira como baixista da banda Gangue Morcego, lançou, por meio seu projeto musical solo intitulado HallecӃ, seu primeiro álbum, o “genesis”, mixado e masterizado por Leandro Souza e que certamente consiste na produção mais madura, poderosa e qualificada do músico carioca, que nesse disco, pareceu mais livre e seguro ao aventurar-se em seus experimentalismos. </p><p style="text-align: justify;">Com um total de dez faixas, o consistente álbum caracteriza-se especialmente por sua atmosfera sombria que se mescla harmoniosamente com camadas sonoras eletrônicas e dançantes, resultando num clima essencialmente oitentista. Em meio a esse cenário, Halleck articula seus pensamentos e emoções por meio de sua voz, embalando os ouvintes em suas poesias, repletas de reflexões e lampejos sentimentais. Vale destacar, em particular, alguns excelentes solos e arranjos ferozes de guitarra que talvez sejam, no aspecto instrumental, o ponto mais forte e original deste elegante álbum. As pancadas tribais da bateria são outro ponto precioso que é digno de menção e remetem aos bons tempos em que Thiago era baterista e tocava tal instrumento com mais frequência. Em algumas passagens, cabe dizer também que, propositalmente ou não, Halleck resgata sutilmente a aura musical da banda Gangue Morcego e em tais trechos, o disco faz o ouvinte lembrar nostalgicamente de seu antigo grupo. </p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTKuu1I6G8X2Q908EC24qIq2U9yRbMU6EJWNGdyPE5GIiEjZhUtjO6gS7cSLkAaq33l-cgArt_CmyFmy3R0smvRTaUxdWvidAcBk3tvJZg83pCNvfhFIE-Fz6nxdJbJth3cxdd8tTSk6d67Qy3Bbrscn4wyXcxJcFIemm9BQrjI-nPUUojB3ULrbWGFirD/s850/ThiagoHalleck%20-%20Halleck%20-%20Halleckm%C3%BAsica%20-%20Halleck%C3%A1lbum.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="850" height="119" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTKuu1I6G8X2Q908EC24qIq2U9yRbMU6EJWNGdyPE5GIiEjZhUtjO6gS7cSLkAaq33l-cgArt_CmyFmy3R0smvRTaUxdWvidAcBk3tvJZg83pCNvfhFIE-Fz6nxdJbJth3cxdd8tTSk6d67Qy3Bbrscn4wyXcxJcFIemm9BQrjI-nPUUojB3ULrbWGFirD/s320/ThiagoHalleck%20-%20Halleck%20-%20Halleckm%C3%BAsica%20-%20Halleck%C3%A1lbum.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Genesis: um dos álbuns independentes mais poderosos de 2023.</i></b><br /></td></tr></tbody></table> <p></p><p style="text-align: justify;">Embora Thiago Halleck tenha sido responsável pela gravação de todos os instrumentos principais do "genesis", a produção contou também com a participação enriquecedora de convidados especiais e influentes, como o brilhante Dennis Sinned, Edu Krumen, Ricardo Martins, Rafaela Mathias, Priscila Branco, Thiago Castilho e Leo Saitou, que figuram entre os principais nomes do pós-punk nacional e que fortaleceram a qualidade do álbum. </p><p style="text-align: justify;">Nosso site recomenda o “genesis” para todos aqueles que buscam inspiração e forças para sobreviver neste Mundo Real. É um álbum visceral, verdadeiramente impecável e figura entre os lançamentos independentes mais interessantes de 2023. Ficaremos na torcida para que Thiago continue tão inspirado, uma vez que sua inspiração é capaz de abastecer muitas almas e animar muitos corações!</p><p style="text-align: justify;">Escute o álbum na íntegra acessando o link abaixo: </p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=K4QgL3q-w_o">https://www.youtube.com/watch?v=K4QgL3q-w_o</a><br /></p><p><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-38751211085758193582023-10-01T12:12:00.001-07:002023-10-01T12:12:29.660-07:00MOMENTOS MARCANTES, BANDAS QUE INSPIRAM E DICA DE MÚSICA: UM PAPO COM DAVE EVANS, PRIMEIRO VOCALISTA DO AC/DC<p style="text-align: center;"><b> Por Claudio Júnior & Juliana Vannucchi</b></p><p style="text-align: justify;">O AC/DC é uma das bandas de rock mais populares e mais importantes de todos os tempos. É raro encontrar um fã desse gênero musical que ao menos não simpatize com alguns dos mais famosos singles e riffs da banda. Geralmente, corpos e espíritos se rendem facilmente ao som cativante do AC/DC. Essa icônica banda australiana deu seus primeiros passos em 1973. Os primeiros capítulos da jornada do grupo começaram a ser escritos pelos irmãos mais queridos do rock and roll, Malcolm e Angus Young. Assim que decidiram formar uma banda, logo encontraram o baterista Colin Burgess e o vocalista Dave Evans, que juntou-se a eles após ver um anúncio de jornal, mas que deixou o AC/DC precocemente, tendo feito parte da banda apenas ente os anos de 1973 e 1974. Segundo o cantor, a banda passava por momentos complicados e turbulentos na época e a questão financeira era bastante incômoda. De qualquer forma, esse curto período de tempo foi suficiente para que Evans vivesse experiências fantásticas e cravasse sua marca na história no rock, afinal, certamente o AC/DC, ao menos em partes, solidificou seu estilo e sua carreira a partir do legado passageiro de Dave Evans e carrega em sua assinatura as fagulhas deixadas por sua passagem relâmpago. O vocalista original do AC/DC, continua ativo até hoje e sobe em palcos do mundo todo, e em meio a sua atribulada agenda de rock star, ele encontrou um tempinho para conversar com o Fanzine Brasil.<br /> <br />A princípio, queríamos entender um pouco da experiência que ele teve com a banda. Dave nos contou que viveu momentos ótimos e memoráveis, como as primeiras gravações, o primeiro clipe, o primeiro show nacional com ingressos esgotados, um hit gravado e já logo de cara tocando nas estações de hora em hora, entre outras tantas coisas que foram muito boas. Contudo, por outro lado, enfrentou dificuldades na época embrionária do ACD/C, enfrentando uma série de precariedades: “As piores experiências foram algumas más condições em turnês e não sermos pagos em alguns shows”. </p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEPW3twmPP2Wr6RxuAMi5ZI7HGg9P8sg1G8thlgAJ9SoXBFJUvxra1G5NXqYZnAkc8G7_I0fG8w4Gyi59XPRJCNQnbBzcqKAdVNAp0-QzM4YWnlTDvquNe75jlhY7L6T_CttrgDmnLnZba4Qkl5DAQ3stAZeHs9LVsovtvedEQjFL3jLnoXHDk7_gx3NfS/s1500/ACDCbiografia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="785" data-original-width="1500" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEPW3twmPP2Wr6RxuAMi5ZI7HGg9P8sg1G8thlgAJ9SoXBFJUvxra1G5NXqYZnAkc8G7_I0fG8w4Gyi59XPRJCNQnbBzcqKAdVNAp0-QzM4YWnlTDvquNe75jlhY7L6T_CttrgDmnLnZba4Qkl5DAQ3stAZeHs9LVsovtvedEQjFL3jLnoXHDk7_gx3NfS/s320/ACDCbiografia.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Dave Evans (primeiro esquerda) foi o primeiro vocalista do AC/DC.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Dave deixou o AC/DC, mas nunca perdeu o contato com a música. Continua firme, forte e marcando presença nesse universo. Ele ainda compõe, canta e vive em busca de inspiração. Em relação aos artistas e bandas que o agradam, contou que escuta produções bem diversificadas e refletiu: “Eu ainda amo canções que tenham algum significado, que possuam uma história para contar e melodia, podendo ser uma balada, rock, blues ou música clássica. Eu não escuto apenas uma categoria ou estilo musical, ou somente um artista, já que a música é tão diversa e eu gosto disso”. Evans também comentou sobre o que escuta atualmente, enfatizando que não tem grande interesse pela música moderna e por produções recentes: “Em boa parte do meu tempo, estou no YouTube viajando para o passado, ouvindo bandas e artistas com os quais não estou familiarizado ou estou descobrindo pela primeira vez. Volto até a década de 1920 para ouvir e assistir artistas nos antigos vídeos em preto e branco. Há tantas bandas e músicos para pesquisar e podemos apreciar seus talentos na música e performance”. <br /><br />O músico já esteve no Brasil em várias ocasiões, tocou por aqui inúmeras vezes e demonstrou bastante carinho por nossas terras: “Sempre utilizei músicos brasileiros na minha banda. A última turnê de alguns anos atrás foi definida como a maior turnê de um artista internacional no Brasil, mesmo não tocando no Rio de Janeiro, já que os agentes pareciam achar que o Rio não era uma cidade do rock. Eu fiquei desapontado, mas ainda tenho esperança de estar lá um dia”.<br /><br />Para encerrar nosso papo com icônico Dave Evans, nós o convidamos para um desafio e fizemos a seguinte pergunta: se você fosse escolher suas cinco melhores músicas para apresentar a alguém, quais seriam elas? O rocker pareceu ter uma certa dificuldade em responder e ressaltou que há muitas faixas interessantes em suas produções, mas conseguiu selecionar cinco delas que, inclusive, ficarão aqui como dicas para os leitores: "Sold My Soul To Rock And Roll", "Bad Ass Boy", "Put Up Or Shut Up", "Only The Good Die Young", "Baby Blue Eyes", além de muitas outras que, aliás, estão disponíveis nas principais plataformas de música.</p><p style="text-align: left;"><b> </b><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigb6hdFH74FJQ7zrtByMc4baPB-uKXhDUAr_-M2DHdy2tnMrOg7Z6DdaZXaJMmXKNHGx_BJShDdqIffRvFQth63dnV0mmuuqwZ2i9wegysMwPo7xn_WIqFmV03Kv4iuUtfokSuOO4Xjn8tlfO4h18NCwRxA_Lt4m22d_w4qJv0OPxDryCeIdQBJuWozrQZ/s354/DaveEvansACDC.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="354" data-original-width="300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigb6hdFH74FJQ7zrtByMc4baPB-uKXhDUAr_-M2DHdy2tnMrOg7Z6DdaZXaJMmXKNHGx_BJShDdqIffRvFQth63dnV0mmuuqwZ2i9wegysMwPo7xn_WIqFmV03Kv4iuUtfokSuOO4Xjn8tlfO4h18NCwRxA_Lt4m22d_w4qJv0OPxDryCeIdQBJuWozrQZ/s320/DaveEvansACDC.jpg" width="271" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Dave Evans já se apresentou em várias cidades do Brasil e costuma ser aclamado pelos fãs brasileiros.</i></b><br /></td></tr></tbody></table><br />Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-43230833016554461002023-10-01T05:43:00.002-07:002023-10-01T05:43:38.597-07:00FLORES, SIM. ARMAS, NÃO: COMO O VERÃO DO AMOR MUDOU O MUNDO<p style="text-align: center;"><b>Por Juliana Vannucchi </b><br /></p><p style="text-align: justify;">Em 1967, o verão do hemisfério norte não foi uma estação do ano qualquer. Nessa época, o bairro Haight-Ashbury, em São Francisco, sediava uma concentração grandiosa de hippies. E foi justamente nessa cidade, no dia 14 de janeiro que ocorreu um evento chamado “Human Be-In,” encabeçado por movimentos estudantis provenientes da San Francisco State University, da City College e da Berkeley. Na ocasião, intelectuais, poetas, músicos, entusiastas da esquerda, moradores de rua, rebeldes insatisfeitos com o sistema e outros ativistas se uniram na busca por uma ruptura radical em relação aos padrões vigentes. Trajes coloridos, flores, rock and roll e o uso abusivo do LSD tomavam conta da cidade. Alguns meses mais tarde, no dia 17 de abril, a cidade de Nova York colocou trezentas mil pessoas nas ruas e sediou uma passeata pela paz, que criticava veementemente a sangrenta Guerra do Vietnã e propunha uma busca por modelos de vida alternativos. Em julho do mesmo ano, ocorreu na Califórnia o famoso Festival Pop de Monterey, que contou com a presença de lendas como Jimi Hendrix e Janis Joplin. Chama-se “verão do amor” o conjunto dessas e outras manifestações que desabrocharam naquele verão de1967 do hemisfério norte e que, de modo geral caracterizava-se por contestar a cultura dominante, propondo uma revolução pautada na ruptura com os tradicionalismos e as convicções dessa época. Essas manifestações culminaram na contracultura. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiraVnGgtdfjKMfG52fSUWuGNMElNyoeheYXwpSLZsFnjZJGnsjNdPxRAjLeXhfri1UGNFp2hkfwUGAqe0BniemBJkSj-hIK2H5xyjL1gJ-GG0zcsm8WQqeH_FdWKqTwNKEiKhD-a11ljO4dxX6JYTlwT5LFa92TjYRRr5ZXE_s_xdrzq7UmIMQ8U21miVa/s700/flower-power.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="700" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiraVnGgtdfjKMfG52fSUWuGNMElNyoeheYXwpSLZsFnjZJGnsjNdPxRAjLeXhfri1UGNFp2hkfwUGAqe0BniemBJkSj-hIK2H5xyjL1gJ-GG0zcsm8WQqeH_FdWKqTwNKEiKhD-a11ljO4dxX6JYTlwT5LFa92TjYRRr5ZXE_s_xdrzq7UmIMQ8U21miVa/s320/flower-power.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>"If you’re going to San Francisco, be sure to wear some flowers in your hair”.</i></b></td></tr></tbody></table> <p></p><p style="text-align: justify;">Levando em consideração o contexto acima, podemos dizer que, de modo geral, tanto o final dos anos sessenta, quanto um período da década seguinte simbolizaram um momento globalmente revolucionário, no qual uma série de pessoas de diferentes ocupações e situações sociais protestou pelos mesmos ideias: a paz, o amor, a liberdade e o fim guerra. O principal fio condutor desses fenômenos sociais foi o rock e os grandes nomes desse gênero, como o consagrado guitarrista Jimi Hendrix, Jim Morrison, o famoso Rei Lagarto, Joplin, a rainha do rock, Lennon, líder dos Beatles e pacifista militante, e inúmeros outros músicos. Aliás, em tal contexto, cabe citar que a icônica frase “make love, not war”, proferida certa vez por Lennon, se tornou um jargão da contracultura. E teve outro lema que se popularizou ainda mais: “If you’re going to San Francisco, be sure to wear some flowers in your hair”, que certamente foi a frase mais famosa do período. Aproveitando que citamos alguns mitos do rock & roll como influências da contracultura, vale mencionar que 1967, ano o “summer of love”, foi justamente um dos momentos mais prolíficos desse gênero musical. Nessa época foram lançados, inclusive, alguns dos álbuns mais lendários e visionários de todos os tempos, como é o caso da produção de estreia do The Doors, o clássico e influente "Stg. Peppers", dos The Beatles, o psicodélico "The Piper At The Gates of Dawn", o magnífico "Are You Experienced", de Hendrix, "Disraeli Gears", do Cream o experimental “álbum da banana”, do Velvet e muitos outros. Os conteúdos e estéticas presentes nesses discos, serviam de combustível para que aquela geração rebelde e insatisfeita em relação aos padrões predominantes se fortalecesse em suas lutas e propostas ideológicas e estéticas. </p><p style="text-align: justify;">O “summer of love”, não foi apenas um verão utópico marcado pelo sexo, pelas drogas e pelo rock and roll. Foi uma época verdadeiramente transformadora, marcada por libertações e conquistas sociais. É importante observarmos que os principais ideais propostos durante o “verão do amor” reverberam em lutas contemporâneas, tal como a busca pela consciência ecológica, a igualmente social, a emancipação da mulher, liberdade sexual e outras. Até porque, vários movimentos de esquerda eclodiram nos EUA durante a contracultura e posteriormente se espalharam pelos outros cantos do mundo, como é o caso, por exemplo, do Women's Lib (movimento feminista) e do Gay Liberation, tido como precursor do movimento LGBT. É certo que 1967 foi uma época, em suma, de conscientização e questionamento. Tudo isso foi tingido por criatividade e guiado pelo rock. De São Francisco para o mundo. Do passado, para os dias de hoje. Sua realidade, de alguma forma, foi notavelmente influenciada por esse ano tão decisivo e pelo verão mais lendário e especial de todos os tempos. <br /></p><p style="text-align: justify;">Em 1965, o poeta beat Allen Ginsberg usou pela primeira vez a expressão “power flower”, ao sugerir que os ativistas que se manifestavam contra a Guerra do Vietnã deveriam receber "massas de flores" para distribuir aos policiais, imprensa, políticos e espectadores. Essa brilhante ideia foi literalmente colocada em prática.</p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_njj_U_vHZ5XDGbHemiD6rkDiQEfQVJATbIlTIuuFg8wdcx9LzhQLafZKgn7OlOhwnOM85AtkUTYcQ-fJIjibYny8hUcNh12ABmD7snXHQRMMuTHXlksFR8DwoVzxQD4gnFlBItMAedRS5kgvGBLGv3wKtQyx1C7snWx3tYAOplTWjDdEsay9VAnlRdcA/s900/img_900x560$2017_08_11_12_24_00_315564.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="560" data-original-width="900" height="199" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_njj_U_vHZ5XDGbHemiD6rkDiQEfQVJATbIlTIuuFg8wdcx9LzhQLafZKgn7OlOhwnOM85AtkUTYcQ-fJIjibYny8hUcNh12ABmD7snXHQRMMuTHXlksFR8DwoVzxQD4gnFlBItMAedRS5kgvGBLGv3wKtQyx1C7snWx3tYAOplTWjDdEsay9VAnlRdcA/s320/img_900x560$2017_08_11_12_24_00_315564.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Sonhos e realidade, delírio, loucura, flores, êxtase, liberdade, drogas e amor... </i></b></td></tr></tbody></table> <p></p><p style="text-align: justify;">“Power Flower”: Essas duas palavras se tornaram um slogan hippie. Até hoje, sabemos, as flores continuam sendo imensamente poderosas. Há, porém, outros inúmeros objetos poderosos no mundo, e, infelizmente, são os mais ameaçadores e sanguinários que costumam ser cultivados, tal como ocorre com as armas. Mas por que nós ou, ou o Estado, não podemos simplesmente escolher o poder das flores? Plante. Colha, envie e distribua flores. Isso tende ser sempre mais saudável. Adote esse slogan hippie e deixe que ele faça parte do seu cotidiano. As flores não podem resolver todos os nossos problemas e certamente não acabarão com o sofrimento, a crueldade e hostilidade que tangem a existência, porém, elas possuem o enorme potencial de tornar nossas almas mais serenas e geralmente nos dão fôlego para que possamos prosseguir em nossa desafiadora jornada de uma forma mais inspirada e tranquila. As flores são pura transcendência. <br /></p><p style="text-align: justify;">O Festival de Woodstock foi também fruto do verão de 1967. Esse glorioso evento sintetizou toda a energia que compunha a contracultura norte-americana dos anos sessenta. Musicalmente falando, até hoje, é considerado por muitos como o maior festival da história do rock & roll. A magia aconteceu em 1969, numa fazenda localizada na cidade de Bethel, n estado de New York e se estendeu do dia 15 a 18 de agosto. Janis Joplin, The Who, Hendrix e outros grandes artistas marcaram presença nos palcos e embalaram o público a um delírio catártico ímpar. Cerca de quinhentas mil pessoas estiveram presentes. Sonhos e realidade, delírio, loucura, flores, êxtase, liberdade, drogas e amor, foram alguns dos ingredientes que se misturaram para elucidar a química do memorável Woodstock. Ao menos durante três dias, absolutamente tudo foi possível e liberado. Barreiras foram rompidas e normas destruídas com afinco. <br /><br /></p><p><b>Referências:</b></p><p>https://billpetro.com/history-of-the-summer-of-love</p><p>https://www.google.com.br/amp/s/amp.theguardian.com/travel/2007/may/27/es</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Ver%C3%A3o_do_Amor</p><p>https://www.vanityfair.com/culture/2012/07/lsd-drugs-summer-of-love-sixties<br /><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-59513208983829023872023-07-29T06:33:00.004-07:002023-08-16T07:55:35.037-07:00 A PROPOSTA PACIFISTA DE LENNON É UMA PRÁTICA POSSÍVEL?<p style="text-align: center;"><b>Por Juliana Vannucchi</b></p><p style="text-align: justify;">Há três figuras icônicas que todos que vivem no Ocidente certamente conhecem: Jesus Cristo, Adolf Hitler e John Lennon. Lennon, é claro, é o melhor dos três. O músico inglês, além de ter se destacado como vocalista dos Beatles, também se tornou um dos maiores pacifistas do século, tendo envolvimento crítico e forte militância em diversas questões políticas e sociais. Não à toa, foi um dos responsáveis por pavimentar os caminhos da cultura hippie, cujas raízes possuem clara inspiração em muitas de suas atitudes e discursos. </p><p style="text-align: justify;">As contribuições e lutas de Lennon pela paz foram inúmeras, e nesse sentido a música sempre foi o principal meio de protesto. Exemplos não faltam: em 1970, o músico presenteou o mundo com a famosa canção "Give Peace a Chance", através da qual se posicionou veementemente contra a Guerra do Vietnã. Pouco depois, Lennon também se manifestou politicamente, postando-se contra a participação da Grã-Bretanha na Guerra Civil Nigeriana. Vale citar ainda as clássicas e populares músicas “All You Need Is Love”, lançada em 1967, cuja letra pretendia veicular uma mensagem objetiva capaz de ser compreendida em todo o planeta, e “Revolution”, de 1968, que expressa um discurso antiviolência, mensagens humanistas e um ideal pacifista de mundo. Em tal contexto, cabe lembrar que a célebre e famosa frase “Faça amor, não faça guerra”, que se tornou lema da contracultura e ainda reverbera em nossos tempos, também é de autoria de Lennon. E não podemos deixar de citar a famosa faixa "Imagine", lançada originalmente num de 1971, e aclamada até hoje nos quatro cantos do planeta, tornando-se um hino atemporal pela paz. Curiosamente, até mesmo Fidel Castro, que vetou as canções dos Beatles durante seu governo, rendeu-se à música e ergueu uma estátua em homenagem a Lennon. Falando nisso, vale citar que o próprio músico, aliás, chegou a associar a faixa com o comunismo: "Imagine que não exista mais religião, imagine que não exista mais país algum, imagine que não exista mais política' é virtualmente um manifesto comunista, mesmo que eu não seja particularmente comunista e não pertença a nenhum movimento". Por outro lado, apesar dessa aproximação com bandeiras comunistas, entenda-se que o princípio de antiviolência defendido por Lennon estava além de qualquer bandeira e por isso chegou a incomodar e gerar atrito com uma ala da esquerda britânica que acreditava que a destruição deveria anteceder qualquer revolução, discordando, assim, do conceito pacifista de Lennon. Em suma: exemplos do engajamento do artista não faltam. </p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdxWaKky5zKAtyIrcRIhI3t1K5iJCL8up5dClj7-6s6hyGzd57MVHpMGJUtDK55kQAiUeQJPj3Q1pTnAabslmJIGFD1dpnts8ZqyKEaBly-YA0XcDiD4ZAhLtvT3P4VYpEcGfPXcf9RnLTNxGrBJrYl_MKxpCY9mjltI5hRlO-XfExDh4gwyx0E1ybGA/s640/Lennonpeace.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="429" data-original-width="640" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdxWaKky5zKAtyIrcRIhI3t1K5iJCL8up5dClj7-6s6hyGzd57MVHpMGJUtDK55kQAiUeQJPj3Q1pTnAabslmJIGFD1dpnts8ZqyKEaBly-YA0XcDiD4ZAhLtvT3P4VYpEcGfPXcf9RnLTNxGrBJrYl_MKxpCY9mjltI5hRlO-XfExDh4gwyx0E1ybGA/s320/Lennonpeace.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b> Não seria incoerente ou mesmo contraditório pensarmos que para
atingirmos a paz, precisamos, necessariamente, de meios violentos?</b></td></tr></tbody></table> <p></p><p style="text-align: justify;">Neste ponto de nossa abordagem, torna-se válido examinar com mais atenção o conceito de antiviolência que foi amplamente defendido pelo ex-Beatle e ao qual nos referimos brevemente no parágrafo acima: Lennon adotava assumidamente uma postura antiguerra, o que significava que para ele a violência poderia ser evitada em qualquer circunstância, pois não seria um caminho sensato para a resolução de problemas e muito menos seria o único meio existente para a obtenção da paz. Esta, segundo o músico, poderia ser alcançada por outras vias, sem que houvesse destruição, bastando disposição e esforço dos lados envolvidos. A letra de “Revolution” aborda justamente essa questão e elucida bem a perspectiva pacifista de Lennon. Isso pode ser notado no seguinte trecho, no qual nota-se que, embora a maior parte das pessoas almeje mudanças e se disponha a lutar por elas, muitas vezes apoiam-se na violência para atingir seus objetivos tidos como pacíficos. Lennon coloca-se fora dessa rota, reprovando essa postura: </p><p style="text-align: center;"><i>“Você diz que quer uma revolução<br />Bem, você sabe<br />Todos nós queremos mudar o mundo<br />Você me diz que isso é evolução<br />Bem, você sabe<br />Todos nós queremos mudar o mundo<br />Mas quando você fala de destruição<br />Você não sabe que não pode contar comigo?” </i><br /></p><p style="text-align: justify;">Globalmente falando, é certo que a maior parte das pessoas, de fato, conforme sugere o músico inglês, deseja mudanças e profere discursos a favor da paz. Um mundo sem guerra, com mais harmonia, justiça e igualdade parece sempre um ideal nobre pelo qual deve-se nutrir esperança e pelo qual todos devemos nos engajar. Lennon constata isso na passagem examinada acima, colocando-se como uma dessas pessoas em busca de mudanças positivas. No entanto, como vimos, ele se situa fora da multidão de indivíduos que clama e mesmo pratica a destruição para a obtenção da paz, e levanta com isso o seguinte problema: não seria incoerente ou mesmo contraditório pensarmos que para atingirmos a paz, precisamos, necessariamente, de meios violentos?</p><p style="text-align: justify;">Após se unir à contestada Yoko Ono, o músico deixou a carreira com os Beatles de lado para se dedicar de vez ao seu engajamento pacifista. A dupla marcou presença em diversas campanhas humanitárias. Em 1969, após se casarem, passaram a lua de mel numa cama – a famosa bed peace - no Hotel Hilton, na capital da Holanda. Enquanto estavam lá, recebiam jornalistas todos os dias. Numa das entrevistas realizadas na ocasião, Lennon, conforme divulgado pelo portal DW, declarou: "Todos falam de paz, mas ninguém faz nada por ela. A gente pode deixar crescer os cabelos ou renunciar a uma semana de férias pela paz. O importante é que ela só pode ser atingida com métodos pacíficos. Combater um sistema com as armas é errado. Eles são milhares e ganhariam sempre. Se quiserem te apagar, te matam”.</p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaZQfkC9VxOin40Wr87uLvz3wo87BFkChVwQ_sskSVIrkn-lKae_Qm1keF_L_JkJlVXjggucbigFMv4tlmpIGLTATquxKrBPgeJUgvqaNCcqTBVjhXlkcgev8AJ7_3jHg9v1v3LBznFLrTemMvI4ZjuhYfF09YbfbldS2AE4OED4SZJQO0ZnbniiSgGA/s549/JohnLennontexto.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="549" data-original-width="412" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaZQfkC9VxOin40Wr87uLvz3wo87BFkChVwQ_sskSVIrkn-lKae_Qm1keF_L_JkJlVXjggucbigFMv4tlmpIGLTATquxKrBPgeJUgvqaNCcqTBVjhXlkcgev8AJ7_3jHg9v1v3LBznFLrTemMvI4ZjuhYfF09YbfbldS2AE4OED4SZJQO0ZnbniiSgGA/s320/JohnLennontexto.jpg" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>O conceito de antiviolência é uma possibilidade plausível que pode ser efetivamente aplicada em nossa realidade?</b></td></tr></tbody></table> <p></p><p style="text-align: justify;">Teoricamente, o tipo de discurso propagado pelo músico é tocante, e não há dúvida de que seus feitos continuam inspirando ativistas do mundo inteiro e dos mais diversos movimentos sociopolíticos. Lennon, de fato, foi um militante enérgico, e certamente seu engajamento foi muito determinante para o mundo. Mas será que as lutas de Lennon continuam fazendo sentido em nossos tempos? O conceito de antiviolência é uma possibilidade plausível que pode ser efetivamente aplicada em nossa realidade? Ou Lennon foi apenas um sonhador utópico, já que ele mostra, afinal, que para algumas pessoas, só é possível atingir sua finalidade (no caso, a paz), através daquilo que é justamente o que a própria finalidade combate (conflito, agressão, guerra, etc.)? Ademais, todas essas colocações podem nos levar a meditar sobre o fato de que a própria paz pode ser uma utopia ou um estado que jamais será globalmente atingido e que nós, conforme Lennon sugeriu em “Imagine”, somos meros sonhadores... </p><p style="text-align: justify;">A questão fica aberta e o problema parece difícil de ser solucionado. Neste caso, atenhamo-nos ao debate, que por si só já é algo indispensável. </p><p><b>Referências:</b></p><p>MILANI, V. P. ‘We all want to change the world’: John Lennon, Yoko Ono e a nova esquerda. Ideias, [S. l.], v. 9, n. 2, p. 189–208, 2018. DOI: 10.20396/ideias.v9i2.8655182. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ideias/article/view/8655182. . </p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/All_You_Need_Is_Love. </p><p>https://www.dw.com/pt-br/1969-lennon-e-yoko-dormem-pela-paz/a-480475. <br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-55008137574707631192023-07-11T12:38:00.000-07:002023-07-11T12:38:50.268-07:00ROCK, FEMINISMO E SUPERÇÃO: A TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE FABI BELLENTANI<p style="text-align: center;"><b>Por Juliana Vannucchi </b></p><p style="text-align: center;"><b>"A vida de uma pessoa tem valor quando ela atribui valor à vida das outras, seja por meio do amor, da amizade, da indignação ou da compaixão".</b></p><p style="text-align: center;"><b> Simone de Beauvoir </b><br /></p><p style="text-align: justify;">Fabi Bellentani é uma musicista sorocabana de destaque na cena independente local. Atualmente, é produtora musical e baixista, sendo que no passado sua trajetória artística foi especialmente marcada pelo enorme destaque que obteve com sua banda “Flip Chicks”, cuja carreira foi curta, mas explosiva e marcada por grande sucesso e reconhecimento. </p><p style="text-align: justify;"> A história de Fabi, no entanto, começou a ser desenhada muito antes da existência da banda dar seus primeiros passos. Foi no final da infância que a sorocabana começou a se encontrar no universo musical. Nesse período, Fabi começou a tocar órgão depois de conhecer o instrumento na casa de um vizinho. Seus pais a colocaram num curso e compraram um órgão para a filha, que logo se familiarizou com ele. Porém, infelizmente, o instrumento precisou ser vendido para suprir dificuldades financeiras. No entanto, seu vínculo com a música permanecia forte. Fabi sempre gostou de cantar e se lembra: "Eu cantava bastante, em todos os cantos de casa e às vezes na escola, mas era muito tímida. Tinha vergonha de absolutamente tudo". Anos mais tarde, porém, perto dos trinta anos, sua vergonha seria superada pela paixão, pois Fabi começou a se aproximar cada vez mais da cena independente de Sorocaba, frequentando locais como o Asteroid e o Carne de Segunda, espaços alternativos que despontavam na cidade e ofereciam oportunidades para compositores e bandas autônomos: "Nesse período, influenciada pela cena que se fortalecia, voltei a estudar música. Lembro que certa vez eu simplesmente coloquei na cabeça que queria montar uma banda só de meninas. Isso aconteceu basicamente porque eu percebi que o mercado musical era essencialmente machista e eu queria mudar isso de alguma forma”. Fabi, então, passou a buscar musicistas mulheres que estivessem dispostas a embarcar nessa aventura. Conheceu a Stela Maris no Asteroid, conforme se recorda: “Estávamos dançando na pista, nunca antes havíamos conversado e eu, subitamente, propus que criássemos uma banda. Ela topou e imediatamente abraçou a ideia. Na semana seguinte, a Stela arranjou uma bateria e eu consegui um baixo". A partir de então, Bellentani aprendeu a tocar o instrumento de maneira autodidata. Izzy Fernandes se juntou ao grupo assumindo a guitarra. </p><p style="text-align: justify;">Assim surgiu a banda “Flip Chicks”. O trio teve uma ótima interação desde o início e, em 2013, o primeiro EP, que era essencialmente autoral, foi lançado. As letras das músicas compostas pelas integrantes, de modo geral, falavam sobre a luta da mulher pela liberdade, pela conquista e consolidação de seu espaço social. A banda foi elogiada e amplamente divulgada em Sorocaba e região. E as fronteiras não foram um entrave, pois o trio chegou a tocar num festival feminista, produzido por um coletivo de mulheres no Rio de Janeiro, em que todas as bandas eram lideradas por meninas. </p><p style="text-align: justify;"> Tudo fluía de uma maneira positiva e inesperada. Fabi estava cada vez mais acostumada com os palcos quando, em 2015, sofreu um grave acidente de trabalho. Como consequência dele, uma vértebra da lombar saiu do lugar e empurrou o ciático. A dor era intensa e Fabi precisou fazer uma cirurgia, no dia 11 de setembro. A baixista se recorda da ocasião: "Entrei no hospital andando e fiquei paralítica durante o processo cirúrgico. Tive uma hemorragia séria... Quando voltei da anestesia, não sentia as pernas. Os médicos e enfermeiros disseram que isso era normal e que os movimentos voltariam dentro de 48 horas, mas para surpresa deles e minha também, isso não aconteceu". A partir daí, a música, o baixo e os palcos se tornaram uma lembrança nebulosa para a artista sorocabana. A banda estava definitivamente acabada. Fabi então começou um longo e desgastante processo de fisioterapia: "Lembro que a minha perna direita até voltou a ter uma reação, mas isso, infelizmente, era insuficiente para que eu pudesse andar. A perna esquerda não voltava, parecia desconectada do meu corpo". Foram inúmeros tombos para subir na cadeira de rodas, muitas lágrimas derramadas, dificuldades e mudanças vividas na época. Os diferentes médicos que frequentou asseguraram que Fabi não voltaria a andar e sugeriam que ela se conformasse: "Mas eu dizia a mim mesma: isso não é uma opção". Com ajuda da fisioterapeuta, que Fabi descreve como "um anjo", gradualmente e com muito esforço, conseguiu finalmente recuperar os movimentos das duas pernas. Ao longo desse árduo processo, que exigia muita dedicação e fazia com que sentisse dores agudas na coluna, Fabi também precisou enfrentar a trágica perda do pai, que foi uma figura indispensável para que ela encontrasse forças para voltar a andar, pois era ele que sempre a acompanhava quando ela já estava conseguindo caminhar de muletas. Depois de seu falecimento, durante um período, Fabi abandonou o tratamento fisioterapêutico e entrou num estado emocional delicado e, embora não tenha religião, encontrou um pouco de conforto e esperança em doses de ayahuasca e rituais xamânicos, que a ajudaram a retomar seu caminho e ter forças para seguir. Ela, então, retornou à fisioterapia e voltou a caminhar. </p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_oYokGQ566jDigxSjjOMtEFvssS--9zb6pHv5l1zKpkoCG4g94ieXBZJ4HwdXPUzoDC_JeE1beiBKXqUQL34jatwXB4h07LGhebJEKaoYvk1S73aWVcGC1m2m0cZ6amvTwmOAY0_PubVUhRZ4E4ukrTXLvbxNqb_ReKJ-yhyrXQTTW0b6nlkJSDjS3czb/s1340/Foto%20Tratada.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1340" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_oYokGQ566jDigxSjjOMtEFvssS--9zb6pHv5l1zKpkoCG4g94ieXBZJ4HwdXPUzoDC_JeE1beiBKXqUQL34jatwXB4h07LGhebJEKaoYvk1S73aWVcGC1m2m0cZ6amvTwmOAY0_PubVUhRZ4E4ukrTXLvbxNqb_ReKJ-yhyrXQTTW0b6nlkJSDjS3czb/s320/Foto%20Tratada.png" width="258" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b>"Fabi não apenas se dedica à música, sua personalidade também está
intimamente ligada ao contexto político, no qual possui bastante
engajamento".</b></i></td></tr></tbody></table> </p><p style="text-align: justify;">Em 2020, contudo, antes do início da pandemia, descobriu que tinha uma doença denominada espondilite anquilosante e, por mais que o conhecimento do diagnóstico tenha sido um choque, também, de certa forma, foi libertador, pois Fabi pôde, então, compreender porque sentia tanta dor após a cirurgia feita na coluna. Nessa época, durante o confinamento, juntou-se com multi-instrumentista Sidan Rogozinski e com o guitarrista Rafael Santos. Ela foi vocalista e responsável pela mixagem e composição do debut da banda, intitulado “Prefácio”. Foi uma experiência significativa que indicava que Fabi estava finalmente voltando a ser ativa no meio musical. No entanto, nessa época, apesar do entusiasmo com o projeto, Bellentani ainda sentia muito incômodo com as dores na coluna e optou por se afastar do projeto. Em dezembro de 2022, por meio do SUS, Fabi começou a fazer o tratamento adequado para a doença mencionada e, desde então, está finalmente sem dor: "Apesar de estar me aproximando da música há algum tempo, foi no final do ano passado que eu, de fato, voltei a estudar contrabaixo e retomar de vez a minha vida de uma maneira mais organizada". Fabi também refletiu: “A música nunca saiu da minha vida, mas a condição de saúde trouxe várias limitações e prioridades. Nos últimos anos, contudo, quando deixei as muletas, fui voltando a compor e editar faixas. Recentemente realizei cursos de produção musical, sendo um deles feito com o talentoso Paulo Anhaia. Atualmente estou aprendendo a tocar guitarra e também estou começando a me familiarizar com a bateria. Sinto que agora estou finalmente de volta”. </p><p style="text-align: justify;">Mas hoje Fabi não apenas se dedica à música, sua personalidade também está intimamente ligada ao contexto político, no qual possui bastante engajamento. Sua vida é atualmente marcada por protestos e críticas à extrema-direita, combate a ideologias fascistas e especialmente por uma luta interminável contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja gestão é lembrada por uma série de mentiras e pelo genocídio pandêmico. Sua repulsa a ele, entretanto, não surgiu nos últimos anos: “Em 2016, comprei uma camiseta na qual estava escrito "Bolsonaro, seu bosta". Na época eu já era ameaçada na rua quando a usava. </p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRCsHK00MqeNlFtHnAxJ2SBM22IppOE6EXDb3T740hU-eulWQPMXSLzdR-LRNnS5asv6NxI4dFMAcKxBC1Ac2wLhn6P8xw0yCCMBNNrjGZNsBM68e8sTfrSs-3vjpye1Fp9C3xBULYLhIP4yqg13ZqAcKQtcTFwg4VWmCWfaADZIdlQM2SVOaBcpJ9vAcR/s1920/thumbnail_IMG_8960.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1920" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRCsHK00MqeNlFtHnAxJ2SBM22IppOE6EXDb3T740hU-eulWQPMXSLzdR-LRNnS5asv6NxI4dFMAcKxBC1Ac2wLhn6P8xw0yCCMBNNrjGZNsBM68e8sTfrSs-3vjpye1Fp9C3xBULYLhIP4yqg13ZqAcKQtcTFwg4VWmCWfaADZIdlQM2SVOaBcpJ9vAcR/s320/thumbnail_IMG_8960.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>"Penso, sinceramente, que as meninas desde cedo deveriam saber distinguir,
observar esses aspectos sociais machistas para que, então, aprendam a
batalhar contra tais injustiças". </i></b></td></tr></tbody></table> </p><p style="text-align: justify;">Atualmente, Fabi também está trabalhando na faixa cover que está sendo criada com o artista Weslley Joanes, de São Paulo, além estar se dedicando à produção uma música autoral, que está sendo elaborada numa parceria feita com o músico sorocabano Lucas Souza. Ademais, Bellentani nos revelou que está dando vida a um projeto que será realizado ao lado da artista Amanda Costa. O primeiro EP que a dupla lançará será temático, composto por um total de seis faixas, contará somente com a participação de musicistas mulheres, e as letras narrarão a história de uma mulher fictícia, vítima de machismo, que sofre uma série de violências que outras mulheres também enfrentam no dia a dia. O projeto é embrionário e ainda não há previsão de lançamento. Além disso, na realidade, de modo geral, Fabi, no momento, tem tanto uma vida quanto um processo musical intimamente ligados à política. A artista considera que o feminismo é uma luta necessária. Essa perspectiva surgiu após o estudo do livro “História do Patriarcado”, que a despertou de vez para uma visão crítica a respeito de um grave problema social. Fabi, nesse sentido, acredita que toda mulher deve lutar. A baixista refletiu: “O feminismo é um conhecimento que permite que a mulher se iguale aos homens. Sabemos que os salários entre ambos, por exemplo, são desiguais para os mesmos cargos. Por que isso ocorre? Como concordar com algo assim? Eu já senti isso na pele. Penso, sinceramente, que as meninas desde cedo deveriam saber distinguir, observar esses aspectos sociais machistas para que, então, aprendam a batalhar contra tais injustiças. O feminismo, pra mim, portanto, é uma luta necessária”. Nesse sentido, Fabi compreende que a religião é um dos tantos elementos que acorrenta as mulheres e as prende num modelo de vida limitador e opressor, que faz com que elas sejam existencialmente anuladas diante dos homens. Cabe lembrar, inclusive, que o single de maior sucesso de sua ex-banda “Flip Chicks” chama-se “No Religion”. </p><p style="text-align: justify;">Há alguns anos, Fabi, após muito empenho, finalmente terminou de criar um estúdio profissional em sua própria casa e desde então se propôs a abrir o espaço para receber artistas interessados: “A música tem que ser universalizada. A arte, em si, precisa ser compartilhada”. A intenção é gravar faixas e mesmo álbuns completos de cantores e bandas independentes. Fora do âmbito musical, Fabi se dedica a estudos e leituras diversos, tendo recentemente despertado um profundo interesse pela obra de Karl Marx e pela filosofia ocidental. Ademais, eventualmente, ocupa-se com colagens, sendo algumas delas temáticas, explorando temas específicos - como o feminismo, por exemplo, como é possível ver na imagem abaixo. </p><p style="text-align: justify;">A história de Fabi Bellentani, assim como a das próprias mulheres, é o retrato de combates, perdas e conquistas. Mas, sobretudo, é uma história inspiradora de persistência, garra, paixão pela vida e amor pela música. Sabemos que seu talento ainda irá gerar muitos frutos e legados enriquecedores para a cena underground brasileira.
</p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-54491269393250117572023-06-16T10:43:00.000-07:002023-06-16T10:43:46.126-07:00YOUNG PUNKS WANTED: A HISTÓRIA DE LORA LOGIC POR ELA MESMA<p style="text-align: center;"><b>Por Juliana Vannucchi</b><br /></p><p style="text-align: justify;">Lora Logic é um dos nomes mais respeitados da história do punk rock. Ela se eternizou ao lado de Poly Styrene, vocalista da banda X-Ray Spex, na qual Logic tocou saxofone. Tive a honrosa oportunidade de conversar com a Lora e conhecer um pouco melhor sobre sua história. </p><p style="text-align: justify;">O primeiro assunto que surgiu foi o seu passado. Lora lembrou carinhosamente de sua infância, de como a música entrou em sua vida, transformando-a para sempre, e do papel significativo que a mãe teve nesse processo tão marcante: “Tudo começou com a minha mãe. Ela cresceu numa fazenda na Finlândia e por isso nunca teve a oportunidade de aprender algum instrumento ou dedicar tempo à arte. Então, quando ela se mudou da Finlândia para a Inglaterra, quis que eu meu irmão aprendêssemos a tocar instrumentos, pois ela adorava música”. Foi então que por volta dos 5 anos, na escola, Lora começou a ter aulas de violão, violino e piano, mas achou essa rotina entediante e um tanto desestimulante: “Então, disse pra minha mãe que queria mudar e ela propôs clarinete, aulas de canto”. Porém, depois de conhecer as músicas de David Bowie, pelas quais se encantou, passou a se interessar pelo saxofone: “Pensei que meus pais não comprariam porque era caro, mas certo dia, para minha surpresa, voltei da escola e lá estava o mais belo saxofone esperando por mim. Eu simplesmente não acreditei. E comecei a tocar três, quatro, cinco horas por dia. Eu amava o som, tão alto e barulhento e, certamente, os vizinhos não gostavam nada dos barulhos que eu fazia. Tive algumas poucas aulas com um músico que era excelente, embora não fosse um professor tão bom. Eu aprendi mais através da prática”. Inicialmente, foi inspirada por riffs de clássicos do rock, como Chuck Berry e Bil Hayle And The Comets, pelos quais nutria uma enorme admiração. </p><p style="text-align: justify;">Mas, afinal, como Lora migrou de uma adolescente que apreciava esses nomes lendários para o caótico universo punk?
Antes de entrar para a banda X-Ray Spex, Lora conta que tinha uma rotina solitária com seu instrumento: “Eu tocava saxofone sozinha no meu quarto, mas houve um momento em que isso começou a ficar meio chato pra mim. Eu queria tocar em alguma banda, embora não soubesse como ou em qual, exatamente. Bowie e T-Rex eram meus heróis na época, e eu pensava que se eles chegaram lá, eu talvez também poderia. Naquele período, se você queria entrar numa banda, mas não conhecia ninguém da área, você procurava algo nos jornais. Foi assim que, um dia, ela encontrou um anúncio intitulado “Young Punks Wanted”. Lora confessou que não sabia do que se tratava a palavra “punk”, nunca tinha ouvido falar a respeito do punk rock: “Na verdade, pensei que poderia ser alguma expressão americana, mas aquilo chamou minha atenção, me prendeu e achei muito interessante. Entrei em contato com o manager, eles disseram que não estavam necessariamente procurando um saxofonista, mas me deram a oportunidade de ir até eles”. </p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtuCEe7EmWWUrK4aemQN1gXUEZ8CzN5lmNShaqryVmdJqH4W7C_W2SNZngoz5VIrS8CPBAHTV3kITJyj51u3csNnL796JUQqK8mpzlwMMdqvSmD2tGMfv9_89xho12QTVrxfPinBwW8A1KvLOvPABQqJXQUyCuv-JFrgiQrO-H9oQm2sHwTuyS-hPNOA/s1200/LoraLogic.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtuCEe7EmWWUrK4aemQN1gXUEZ8CzN5lmNShaqryVmdJqH4W7C_W2SNZngoz5VIrS8CPBAHTV3kITJyj51u3csNnL796JUQqK8mpzlwMMdqvSmD2tGMfv9_89xho12QTVrxfPinBwW8A1KvLOvPABQqJXQUyCuv-JFrgiQrO-H9oQm2sHwTuyS-hPNOA/s320/LoraLogic.webp" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>"<i>O público era poderoso, não tirava o olho do palco e ficava vidrado na performance dinâmica da Poly S.</i>"</b></td></tr></tbody></table> </p><p style="text-align: justify;">Perguntei a Lora qual foi a sensação de se encontrar com Poly pela primeira vez. Sua voz mudou com essa questão, demonstrando afeição e alegria com as memórias resgatadas. No primeiro encontro entre as duas, Lora tinha apenas quinze anos: “Quando a vi pela primeira vez, Poly que abriu a porta para me receber e ela estava vestindo exatamente a mesma coisa que eu (risos). Isso foi realmente incrível! Ela me recebeu e deu uma risadinha. Assim que eu a vi, eu me senti totalmente confortável com ela, era como se nós já nos conhecêssemos há bastante tempo. Havia uma conexão cósmica muito forte entre nós e penso que talvez já nos tenhamos conhecido em vidas passadas. No final das contas, tanto a Poly quanto o mananger gostaram da ideia de uma saxofonista tão jovem na banda”.
O resto é história. Lora refletiu sobre a dificuldade que tem para descrever a energia dos primeiros gigs do X-Ray Spex: “Foi algo eletrizante, único e revigorante, pois havia muita química na banda. O público era poderoso, não tirava o olho do palco e ficava vidrado na performance dinâmica da Poly S. Havia uma combinação de elementos que era simplesmente única”. Ela observou também que a plateia era composta por pessoas incríveis, como a Jordan Mooney e Soo Catwoman, por exemplo, e que as pessoas que frequentavam o show se caracterizavam por sua individualidade e pela excentricidade, aspectos esses que faziam com que os gigs fossem ocasiões muito especiais. </p><p style="text-align: justify;">O primeiro single da banda X-Ray Spex, "Oh Bondage Up Yours!" foi lançado em 1977, e o debut, Germ Free Adolescents, em 1978. Lora não permaneceu muito tempo com a banda e em 1979 criou o grupo “Essencial Logic”. O primeiro álbum, "Beat Rhythm News" foi lançado no mesmo ano, mas logo no começo de 1981 a banda se separou. No entanto, em 2022, após um longo período, os fãs foram surpreendidos com o lançamento do elogiável álbum “Land Of Kali”.
</p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-56419599464059709552023-06-05T07:14:00.000-07:002023-06-05T07:14:47.315-07:00FILHO DE VICENTE CECIM TRANSFORMA OBRA DO PAI EM MÚSICA<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b><br /></p><p style="text-align: justify;">Vicente Cecim, nascido em 1946, na cidade de Belém, foi um célebre poeta, escritor, cinegrafista e jornalista paraense. Com mais de dez obras publicadas e inúmeros filmes lançados ao longo de sua trajetória, que começou nos anos setenta, conquistou enorme reconhecimento por parte da crítica e do público, tornando-se um dos maiores nomes da cultura paraense. O sucesso rendeu-lhe inúmeras homenagens e prêmios, tanto nacionais quanto internacionais. Em 1988, por exemplo, Cecim recebeu duas premiações no Grande Prêmio da Crítica da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). Também foi homenageado mais recentemente, em 2020, na 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, além de inúmeras outras ocasiões. O núcleo de suas produções artísticas e culturais consiste, em suma, numa abordagem metafísica da floresta amazônica. A produção literária de maior sucesso do escritor chama-se “Viagem à Andara”.<br /><br />Cecim faleceu em Belém, em 14 de junho de 2021, após longa batalha contra o câncer. Desde então, seu filho Bruno Cecim, fotógrafo e cinegrafista residente na capital paraense, empenha-se em preservar cuidadosamente a memória e o legado do escritor: “Principalmente após seu falecimento, comecei a homenageá-lo de diversas maneiras. Já fiz, por exemplo, documentários e alguns outros projetos que visam enaltecer a obra de meu pai, que sempre foi um artista amazônico de grande importância local”. Neste ano, Bruno anunciou em suas redes sociais que está musicalizando poesias e trechos escritos pelo pai num projeto essencialmente D.I.Y, pautado no manejo de programas virtuais, intitulado “CecimExperiência”, que através de uma união entre música e literatura, busca fazer com que o trabalho de Vicente ressurja: “É um formato inovador, algo diferente de tudo que já fiz por meu pai. Inicialmente, eu fazia tributos a ele que estavam sempre dentro da minha própria área de atuação, usando fotos e vídeos. Posteriormente, achei que seria interessante fazer experimentos musicais”. Partindo disso, Bruno começou a gravar recitações de trechos de textos e poesias de Vicente Cecim, adicionando bases musicais e efeitos sonoros como pano de fundo. Desde então, fez vários trabalhos experimentais intuitivos, criando de maneira autoral as melodias de cada instrumento, e fazendo sozinho a edição de todo o material, até chegar num resultado que considerou apropriado, conforme explicou: “Eu recitei e cantei. Não me prendi a um estilo musical específico e não parti de nenhum pressuposto particular. Fiz vários testes com sons e melodias diversificados, como folk e música eletrônica, por exemplo”. Apesar da produção ser independente, cabe notar que Bruno ousa assertivamente em suas criações ao utilizar vozes de outras pessoas para enriquecer suas criações musicais. Para algumas faixas, ele contou, por exemplo, com a participação colaborativa de sua filha e também de um senhor residente de Belém, com o qual tem amizade. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMnkvOn_QgpruoFDdelcTgo6A8BsAKPmz-k3TN4egLJ2_IaO8wZoq3aGetkCItzhh7Ivnh7boYtEpVzRVo60eTam-hXwTjBoo6nGkumbPBzw5GfP-PixhrWUeWtdZWLDFzA4NLxvdtaFZFd8-zOdn0bcv0SDjde0oxhPLi9BNM3H3LR9O0e44jR_cxqA/s1600/3d528724-8f2f-4d46-ae47-fa7b4a77f7f5.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMnkvOn_QgpruoFDdelcTgo6A8BsAKPmz-k3TN4egLJ2_IaO8wZoq3aGetkCItzhh7Ivnh7boYtEpVzRVo60eTam-hXwTjBoo6nGkumbPBzw5GfP-PixhrWUeWtdZWLDFzA4NLxvdtaFZFd8-zOdn0bcv0SDjde0oxhPLi9BNM3H3LR9O0e44jR_cxqA/s320/3d528724-8f2f-4d46-ae47-fa7b4a77f7f5.JPG" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Através do projeto CecimExperiência, Bruno compartilha suas inspirações com o mundo.</i></b></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Apesar do projeto ser novidade, a música sempre esteve fortemente presente na vida de Bruno, que sempre mostrou talento e afinidade com o mundo musical. No período em que viveu em São Paulo, antes de se firmar na área da fotografia, com a qual trabalha até hoje, chegou a tocar em diversas bandas, nas quais ajudou com os vocais e contribuiu também como baterista, desenvolvendo um interesse especial por instrumentos de percussão, tendo, inclusive se aperfeiçoado com tais instrumentos através de cursos. Ademais, Bruno, ao longo de sua trajetória, também aprendeu a tocar violão, conhecimento que contribui consideravelmente para a criar bases sonoras, produzir e editar músicas. Vale observar ainda que seu talento e conhecimento são bastante ecléticos, e prova disso é que Bruno já participou de grupos musicais de gêneros diversos, como rock, forró e reggae. Nessa fase de sua vida na qual esteve diretamente ativo no meio musical, pode se familiarizar estúdios profissionais e palcos, ambientes que lhe deram parte da experiência que possui agora. <br /><br />Para colocar as ideias em prática e dar à luz esse criativo universo sonoro, Bruno precisou ler os textos de seu pai de uma maneira mais profunda e atenciosa, o que o fez perceber de uma forma ainda mais acurada a importância do material. Sobre os resultados, Cecim, satisfeito, refletiu: “Espero que chegue até várias pessoas e que elas possam sentir nas melodias a essência do trabalho do meu pai. A música tem o papel tanto de entreter como, principalmente, de despertar sensações e pensamentos mais profundos. Ademais, o projeto pode servir, digamos, como um cartão de visitas, despertando interesse pelos livros dele. Meu pai merece toda essa dedicação e o reconhecimento que tem recebido ao longo dos anos”. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4B5PUDkGlUfeWh3cUe6LFfUHye5GD5SsacraKtRmrAMqaRFEIhScmYA7At2zuyl4gDuyBdEIQaYozBZ3WtspwhPh1HGZJa-9AtbcCAppzMTSyBkUelvvdSTCirPwOqoPed7hIhtjHdhjpiWBvCLwmS39ZiH5H25kt1tuPikFFK-hAqhv-GOfwhDbLVA/s1024/thumbnail_563aa035-52be-4fd5-b50a-c2c98b4ba63d.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="575" data-original-width="1024" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4B5PUDkGlUfeWh3cUe6LFfUHye5GD5SsacraKtRmrAMqaRFEIhScmYA7At2zuyl4gDuyBdEIQaYozBZ3WtspwhPh1HGZJa-9AtbcCAppzMTSyBkUelvvdSTCirPwOqoPed7hIhtjHdhjpiWBvCLwmS39ZiH5H25kt1tuPikFFK-hAqhv-GOfwhDbLVA/s320/thumbnail_563aa035-52be-4fd5-b50a-c2c98b4ba63d.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b>O CecimExperiência é um <span class="wixui-rich-text__text" style="letter-spacing: normal;"><span class="color_15 wixui-rich-text__text">mergulho no universo onírico de <span class="wixui-rich-text__text">Viagem a Andara e oO livro invisível</span>, criada pelo escritor Vicente Franz Cecim.</span></span></b></i></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;">Bruno Cecim, entendendo que a música é uma linguagem universal, democrática, de grande alcance, que dialoga com a alma das pessoas, pretende levar o Cecim Experiência adiante e se propõe a estabelecer diálogos entre o projeto e outras artes. Nesse sentido, cogita subir em palcos, realizando performances artísticas e criando clipes musicais e até mesmo vídeo mappings. Ademais, o artista paraense, que tem obtido notável destaque e reconhecimento com suas produções musicais, relevou ao Fanzine Brasil que também quer dar vida às suas próprias composições, independente do trabalho do pai. <br /> <br />As músicas de Bruno Cecim consistem num universo mágico, ilimitado e transcendente, e convidam o ouvinte a vivenciar experiências sensoriais diferenciadas e diversificadas. Bruno é um artista de enorme potencial que certamente irá figurar entre os grandes nomes da música independente brasileira. <br /> <br />Para conhecer o CecimExperiência, basta acessar o link abaixo:<br /></p><p>https://brunocecim.wixsite.com/cecimexperiencia<br /><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-53286533277213353412023-05-27T06:05:00.000-07:002023-05-27T06:05:02.585-07:0027/05: SIOUXSIE SIOUX<p style="text-align: center;"><b>Por Juliana Vannucchi </b><br /></p><p style="text-align: justify;">Este aniversário de Siouxsie Sioux é particularmente especial, uma vez que acontece justamente no ano e no mês em que a cantora retomou as turnês, voltando aos palcos após uma década. Ao longo desse período de inatividade, Siouxsie silenciou-se, teve uma vida reservada e manteve-se distante dos holofotes. A maior parte dos fãs certamente não acreditava numa volta da cantora, mas a vida, sabemos, é repleta de imprevistos e em dezembro de 2022, suas páginas oficiais surpreenderam a todos com o anúncio das apresentações de 2023. Ela nasceu das cinzas, como uma fênix, que ressuscita subitamente e repleta de força, intensidade e energia, prepara-se para aventuras vindouras.<br /></p><p style="text-align: justify;">Siouxsie fez seu primeiro show no início de maio, em Bruxelas, capital da Bélgica. A setlist foi formada por clássicos da banda Siouxsie And The Banshees, tal como “Cities In Dust”, “Spellbound”, “Christine” e contou também com um ou outro single do “Mantaray”, único lançamento solo da carreira de Sioux. A seleção de faixas, infelizmente, deixou de lado músicas de três icônicos discos: “The Scream”, “A Kiss In The Dreamhouse” e “Join Hands”. Também não há nada do “The Rapture”, mas, convenhamos, esse álbum de, digamos, “despedida” dos Banshees não emplacou, não empolga, e não faz muita falta que não haja músicas dele no repertório. Podemos perceber, a partir dessas observações, que os gigs estão definitivamente voltados a um público mais amplo, sendo centrados em canções retiradas dos álbuns nos quais estão os maiores sucessos comerciais da carreira dos Banshees. Também vale notar que, lamentavelmente, embora não seja surpresa alguma, o repertório não envolve uma canção do The Creatures.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhguIjZazdax7t7RwEoFhdx37CZWBHM99CDixBXnzhVfDpXBk9uTL8EZhEozEkrJBC8O1NNKCsHyj6bftXKWgEAvYGN9htXL7ijhVz68FCKuLmWndXw6CzAU1TzfrBhrcSeO02H0JZFAmlNiF-NDsSzX_dhtT4fgwtNUL-lH3gie5kmTvOLM5iuQqmYtQ/s750/thumbnail_IMG_8425.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="630" data-original-width="750" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhguIjZazdax7t7RwEoFhdx37CZWBHM99CDixBXnzhVfDpXBk9uTL8EZhEozEkrJBC8O1NNKCsHyj6bftXKWgEAvYGN9htXL7ijhVz68FCKuLmWndXw6CzAU1TzfrBhrcSeO02H0JZFAmlNiF-NDsSzX_dhtT4fgwtNUL-lH3gie5kmTvOLM5iuQqmYtQ/s320/thumbnail_IMG_8425.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b> Fazendo dos palcos o seu templo sagrado, sua luz soberana, que nunca se apagou, brilha agora com mais intensidade.</b></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">De qualquer forma, independente da seleção musical escolhida, Siouxsie Sioux, vestida com trajes exuberantes criados pela estilista Pam Hogg, que potencializam seu poder e realçam sua nobre presença nos palcos, está arrasando em seu retorno, e suas performances tem sido amplamente elogiadas pelo público. Sioux continua cativante e graciosa em suas danças e ainda tem em si aquela velha habilidade de enfeitiçar os ouvintes com sua voz. Enfim: seus shows tem sido uma experiência transcendental, mágica e especial, tal como é, essencialmente, a própria Siouxsie Sioux, cuja trajetória sempre se caracterizou especialmente pela criatividade, ousadia e autenticidade, três heranças que ela carrega desde os primórdios do movimento punk. Nesse ponto de nosso texto, cabe refletir sobre uma coisa: a experiência sensorial da banda Siouxsie And The Banshees é possível sem Steven Severin e Budgie, por mais que eles façam falta. Por outro lado, seria uma experiência provavelmente impossível, incompleta, ou, no máximo, morna, sem a presença marcante da insubstituível Siouxsie Sioux.</p><p style="text-align: justify;">Há alguns dias atrás, eu conversei com Braden Wright, um fã norte-americano da cantora que teve a rara oportunidade de estar “face to face” com ela - mas cabe dizer, que ele já esteve ao lado de grandes nomes do punk e do post-punk, como, por exemplo, Nick Cave e Iggy Pop. Em sua conta no Instagram, Wright comentou sobre o papel que a Siouxsie desempenha em nossa geração: “Sozinha, ela criou um arquétipo que ainda vemos em peso na era moderna. Sabemos que hoje em dia há inúmeros discípulos que tentam replicar a moda, a imagem e a atitude às quais ela deu vida há quase cinquenta anos atrás”. No papo com o Fanzine, ele refletiu: “O verdadeiro poder da música vem de sua capacidade de expressar coisas que as palavras não podem dizer. Eu poderia tentar expressar a magnitude que Siouxsie e seu trabalho com The Banshees e The Creatures tiveram em minha vida, mas eu realmente não teria muito êxito se tentasse. Quero dizer, o que mais há para ser dito? Ela é Siouxsie Sioux”.<br /><br />Além de destacar a importância artística de Siouxsie Sioux, Wright nos contou como foi o encontro com a cantora, que hoje mantém uma vida discreta, longe das redes sociais, da mídia e mesmo dos fãs: “Conheci Siouxsie em Santa Monica alguns dias antes de sua apresentação programada no festival Cruel World em Pasadena. Eu nunca tive a chance de vê-la em turnês anteriores devido à minha idade, então acho que você imagina a minha emoção quando foi anunciado que ela faria sua primeira apresentação nos Estados Unidos em 15 anos. Como um ávido colecionador de autógrafos e fã de música, simplesmente fiz o que faço de melhor e tentei estar no local certo em que precisava estar para encontrar essa célebre heroína. Embora o encontro tenha sido curtinho, foi um momento repleto de doçura e imensamente marcante pra mim. Wright seguiu, descrevendo detalhadamente a ocasião: “Ao me apresentar, segurei sua mão e expressei a honra que era conhecê-la. Agradeci a ela por ser uma grande parte da minha própria juventude musical, ao que ela respondeu com um sorriso, complementado por essas palavras “foi um prazer”. Então, disse a Siouxsie que tinha um presente para ela. Falei que sabia que ela declarou uma vez que ver David Bowie se apresentar no Top of The Pops em 1972 mudou sua vida e a influenciou a se tornar uma artista. Ela respondeu “você tem razão". Foi algo absolutamente grandioso”. Quando lhe entreguei o presente, ela gentilmente o aceitou e agradeceu. Ela então concordou em tirar uma foto comigo e felizmente assinou alguns autógrafos para mim. Depois, agradeci pelo tempo e ela foi embora. Mais tarde, soube que era para conhecer Billy Idol. Pouco antes de ela sair, eu perguntei a ela: “Siouxsie, você acha que algum dia vai voltar? Eu adoraria ver você voltar e fazer uma turnê pela América”. Sua resposta foi simples: “Querido, temo que nem mesmo o futuro saiba.”</p><p style="text-align: justify;">Atualmente, diante da espantosa crise enfrentada pela indústria musical, repleta de uma previsibilidade maçante que se expressa em padrões de voz, de melodia, ritmo, de rosto, de corpo e comportamento, e que não possui grandes originalidades, Siouxsie Sioux desponta como uma espécie de sibila ilustre cuja profecia desvela ao mundo uma vivência estética magnifica e rara. Fazendo dos palcos o seu templo sagrado, sua luz soberana, que nunca se apagou, brilha agora com mais intensidade do que antes. Ademais, Siouxsie confirma que o punk, principalmente enquanto estado de espírito, não está morto.</p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxje3h__qFCuUtTtpkdHPUzE8dNwOKixfYK-iHDKVuO69FGUJ8walS8n86WR6_S4Z2Tj_eiacGhmhA_dLi3ckuIQNzBppHyeK45vbe4BzlYBK5OO3ZVJcuA3nP-RRhomvGrELxEe7kjo5u8aQmYsj5sOmBThsavIz-yArGs-9fRSLk2BIhsgF2jqmcAg/s927/thumbnail_IMG_8429.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="927" data-original-width="750" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxje3h__qFCuUtTtpkdHPUzE8dNwOKixfYK-iHDKVuO69FGUJ8walS8n86WR6_S4Z2Tj_eiacGhmhA_dLi3ckuIQNzBppHyeK45vbe4BzlYBK5OO3ZVJcuA3nP-RRhomvGrELxEe7kjo5u8aQmYsj5sOmBThsavIz-yArGs-9fRSLk2BIhsgF2jqmcAg/s320/thumbnail_IMG_8429.jpg" width="259" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Braden Wright e Siouxsie Sioux em Santa Monica.</b><br /></td></tr></tbody></table><br /> </p><p style="text-align: justify;"> </p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-37744572580490865732023-05-16T06:06:00.004-07:002023-05-16T06:06:47.055-07:00LEMMY KILMISTER É ETERNO<div style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi</b></div><p style="text-align: justify;">1945 é um ano globalmente conhecido por marcar o fim da Segunda Guerra Mundial. E enquanto o mundo começava a respirar aliviado com o fim dos conflitos bélicos, nascia Lemmy Kilmister em Burslem, uma discreta cidade inglesa. Seus pais se divorciaram quando ele era novo. A mãe casou-se de novamente e a família mudou-se para o País de Gales. Foi lá que Lemmy teve seu primeiro contato e encanto pelo universo do rock and roll. E o ritual iniciático aconteceu com os Beatles, banda que Lemmy assistiu ao vivo quando tinha 16 anos. A partir de então, começou a tocar guitarra, embora posteriormente viesse a se destacar especialmente por seu talento como baixista. Foi também mais ou menos nessa mesma época que começou a abusar do álcool, perdendo-se nas doses intermináveis de Jack Daniels. E não demorou para Lemmy cheirar anfetamina. Aliás, cabe lembrar que nos primórdios de sua carreira o músico chegou a tocar no Hawkwind durante um tempo, mas teria sido expulso por seu consumo compulsivo de drogas, que incomodou os integrantes da banda. Falando nisso, os primeiros passos de Lemmy no cenário musical também lhe renderam o cargo de roadie do astro Jimi Hendrix, um dos maiores ícones do rock e da contracultura.</p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHfE2FB38gPARQ7gFNEQUtc3hJfPVvTPOgPAGsAxnV1lprGh387Rd16pc4fLDQy_OhbOwdAkN6cr7wcxCc8-SoAzOmzlNdIRal2ZN2NOBrquz2Bzka5bLtEz8E9V31J1Pch-VwbESWmscnM0iXfYnYhcix8jVwDW-sUPgK9k3cCU1_4Kq5jfF5izmGXw/s1000/lemmykilmisterbiografiatexto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="671" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHfE2FB38gPARQ7gFNEQUtc3hJfPVvTPOgPAGsAxnV1lprGh387Rd16pc4fLDQy_OhbOwdAkN6cr7wcxCc8-SoAzOmzlNdIRal2ZN2NOBrquz2Bzka5bLtEz8E9V31J1Pch-VwbESWmscnM0iXfYnYhcix8jVwDW-sUPgK9k3cCU1_4Kq5jfF5izmGXw/s320/lemmykilmisterbiografiatexto.jpg" width="215" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>"Nós somos considerados uma banda da heavy metal apenas porque usamos cabelos compridos (...) Nós somos apenas uma banda de rock'n'roll". Lemmy Kilmister</b><br /><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O Motörhead foi fundado em 1975, quando Kilmister já estava com trinta anos, e lançou seu primeiro algum de estúdio em 1977, um dos anos mais mágicos da história do rock, no qual inúmeras bandas punks eclodiram tanto na Inglaterra, quanto não EUA. Embora o Motörhead seja comumente associado ao heavy metal, Lemmy preferia simplesmente fizer que powertrio tocava rock, sem que houvesse uma classificação definitiva. De fato, parece mais adequado fazer essa afirmação do que cair na armadilha de categorizações específicas, até porque o Motörhead foi um grupo notavelmente original no aspecto musical, tendo inclusive conquistado o respeito dos fãs de punk rock. Aliás, aqui vale citar aqui uma das histórias mais interessantes do rock: certa vez, Sid Vicious pediu para Lemmy dar aulas de baixo e o pedido logo foi aceito pelo líder do Motörhead. Mas os encontros entre os dois duraram somente três dias até que o próprio Lemmy disse que o aluno não tinha condição alguma de tocar o instrumento. Sid concordou com as palavras do mestre, e se despediu do instrutor. Poucos meses depois, se encontraram e Sid contou que havia se juntado aos Pistols (sim, mesmo não sabendo tocar direito e aparentemente não tendo talento algum). E lembremos que o Motörhead chegou a lançar um cover de “God Save The Queen”. Outro cover memorável e digno de menção foi “Heroes”, música originalmente gravada por Bowie que faleceu menos de um após o líder do Motörhead. É interessante observar que Lemmy tinha essa consideração por artistas que estavam fora da esfera do heavy metal e do hard rock, gêneros com os quais sempre foi tão associado. Inclusive, nesse contexto, é válido citar que o vocalista do Motörhead também já rasgou elogios a Flea, do Red Hot Chilli Pepears, e declarou que ele é um dos seus baixistas favoritos de todos os tempos.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfGmghtBqBM9xTpB7Re46PLFqnBmEf3KsdsLAPYPSBRWqDpzT2e0q-Zzx9UFPax4tAH2YqXTuAlxd-NeFFXJDRBvNrwRclh_DtyDjel4qw_jK_yFd6FESTx5-Xyb1bugIEpfBAfWsuv5Y5nFjSIAbWqYbNSdqGOSyXCeuE4oem3x84n1wAcaOdEUb5mA/s1000/lemmykilmister%C3%A9eterno.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="663" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfGmghtBqBM9xTpB7Re46PLFqnBmEf3KsdsLAPYPSBRWqDpzT2e0q-Zzx9UFPax4tAH2YqXTuAlxd-NeFFXJDRBvNrwRclh_DtyDjel4qw_jK_yFd6FESTx5-Xyb1bugIEpfBAfWsuv5Y5nFjSIAbWqYbNSdqGOSyXCeuE4oem3x84n1wAcaOdEUb5mA/s320/lemmykilmister%C3%A9eterno.jpg" width="212" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>"Na minha vida até agora, descobri que na verdade só há dois tipos de pessoas: aqueles que estão com você, e aqueles que estão contra você. Aprenda a reconhecê-los, pois eles são frequentemente e facilmente confundidos um com o outro". Lemmy Kilmister </b><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">A trajetória de Lemmy sempre foi um tanto polêmica, tal como é a da maior parte dos astros do rock. Drogas e sexo foram os principais elementos de sua vida fora do palco. Lemmy, inclusive, já declarou ter se relacionado com mais de mil mulheres, pois nunca se prendeu de fato a alguém e sempre passou muito tempo na estrada, e por isso buscou aproveitar as oportunidades que apareciam. O segredo para o sucesso, de acordo com o músico, é fazer as mulheres rirem e para isso, disse Lemmy, a beleza não é exatamente necessária. Mas a maior polêmica de Lemmy foi em relação a sua coleção de itens nazistas, que ele justificou como sendo itens de colecionador e sempre fez questão de esclarecer que colecionou várias outras peças antigas, não somente as que estavam ligadas à Hitler, pois seu interesse por história era grande: O rockstar, apesar desses hábitos desregrados clichês que foram citados, tinha um lado inocente e ligeiramente infantil. Gostava muito de cavalos, adora assistir desenhos animados e amava jogar videogame. </p><p style="text-align: justify;">Lemmy é uma figura importantíssima para o rock e que nos deixou um legado incrível. Ao menos uma música do certamente Motörhead vai te cativar... É tipo um inexplicável de feitiço do qual a maior parte das pessoas simplesmente não escapa. Lemmy era querido por todos ao seu redor, e prova é que em sua última festa de aniversário estiveram presentes figuras icônicas como Steve Jones, Slash, Robert Trujillo e Billy Idol. O líder do Motörhead faleceu em dezembro de 2013 e nessa época sua saúde já estava bastante debilitada. Após sua morte, Mikkey Dee, baterista do powertrio disse que a banda chegava ao fim, pois “Lemmy era o Motörhead”. E ainda declarou: “(…) a banda vai continuar viva na memória de muitas pessoas (…) Lemmy vive no coração de todos".</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYDcBAWg-But9av0dq_EyuvCRwXWBh6Nz-jLWtInMu54-_fMFx75zB4rJU0EDPIXU4lavquhZxPo2fsEhmCAFfjU5K9pqDjZGxmUn_c7QCoh72t_mokJHACJ0F_gTdFToDgB2D3BetXGwvr16UySkjh0PVCdjfg2mDndfYeOMrg674NgphqK11LN0w8A/s1000/lemmykilmisterbiografia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="677" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYDcBAWg-But9av0dq_EyuvCRwXWBh6Nz-jLWtInMu54-_fMFx75zB4rJU0EDPIXU4lavquhZxPo2fsEhmCAFfjU5K9pqDjZGxmUn_c7QCoh72t_mokJHACJ0F_gTdFToDgB2D3BetXGwvr16UySkjh0PVCdjfg2mDndfYeOMrg674NgphqK11LN0w8A/s320/lemmykilmisterbiografia.jpg" width="217" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>"A lei morre onde o Motörhead estiver". Lemmy Kilmister </b><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: left;"><b><br />Referências:</b><br /></p><p style="text-align: left;">https://www.google.com.br/amp/s/portalpopline.com.br/sete-anos-sem-lemmy-kilmister-sete-curiosidades-voz-motorhead/amp/<br /><br />https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/amp/2015/12/lemmy-facts-curiosidades-e-fatos-que-marcaram-a-vida-do-lider-do-motorhead-4940498.html<br /><br />https://whiplash.net/materias/curiosidades/041290-motorhead.html<br /><br />https://www.google.com.br/amp/s/revistaquem.globo.com/amp/QUEM-News/noticia/2015/12/lemmy-kilmister-do-motorhead-aparece-abatido-em-ultimas-fotos.html<br /><br />https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/amp/2015/12/lemmy-facts-curiosidades-e-fatos-que-marcaram-a-vida-do-lider-do-motorhead-4940498.html<br /><br />https://revistafreak.com/lemmy-e-suas-aulas-de-baixo-para-sid-vicious/amp/<br />https://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2017/08/03/bowie-e-lemmy-sempre-mitos-ouca-motorhead-fazendo-cover-da-faixa-heroes.amp.htm<br /><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304473082998585809.post-14444348478502572242023-05-01T11:38:00.000-07:002023-05-01T11:38:54.736-07:00TOMMY E O PROCESSO DE AUTOLIBERTAÇÃO<p style="text-align: center;"><b> Por Juliana Vannucchi & Natália Amanda<br /><br /></b></p><p style="text-align: right;"><b>“<i>O sofrimento precisa ser superado, e o único meio de superá-lo é suportando-o</i>”.</b></p><p style="text-align: right;"><b> Carl Jung</b><br /></p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Tommy é um icônico álbum de estúdio lançado pelo The Who em 1969. Para muitos críticos e fãs, é a obra mais primorosa que a banda produziu durante sua longa e consistente carreira. Trata-se de uma “ópera-rock”, isto é, um álbum temático no qual as faixas narram uma história. Na década de setenta, Ken Russel produziu uma elogiável adaptação cinematográfica baseada neste referido disco, que contou, inclusive, com a participação de membros do The Who no elenco.<br /><br /><b>What about the boy?</b><br /><br />A narrativa contada no álbum começa a se desenrolar no período da 2ª Guerra Mundial da qual participa o capitão Walker, um piloto de guerra, que ao ser convocado para servir o exército, deixa para trás Nora, sua esposa que estava grávida. Passado algum tempo, Nora acredita que Walker faleceu e envolve-se com outro homem, chamado Frank. Porém, inesperadamente, Walker retorna para sua casa e encontra Nora com o novo amante. Após uma discussão entre os três, Frank mata Walker e o pequeno Tommy presencia esse brutal assassinato de seu pai. Nora aflige-se ao perceber que a criança havia visto e ouvido tudo e eis que ela e Frank, insistentemente repetem para Tommy que ele “não ouviu, não viu e não dirá nada sobre aquilo”. Em choque e desconcertado com a situação, Tommy então, absorve essas ordens da mãe e do padrasto e, de maneira literal e se torna uma criança cega, surda e muda. Com o passar do tempo, mesmo com tais deficiências, acaba se tornando um campeão mundial de pinball... e mais do que isso: ele passa por um processo de autolibertação, sobre o qual refletiremos a seguir!</p><p style="text-align: justify;">Eis Tommy, um disco que além da qualidade técnica e criativa no âmbito musical, aborda em seu percurso temático, uma série de analogias e simbolismos, e inúmeras questões profundas de cunho psicológicos. Tais aspectos podem ser identificados logo no início do álbum, no momento da história em que o protagonista Tommy, ao escutar seu padrasto e sua mãe dizendo que ele não “ouviu nada, não viu nada, e não iria dizer nada”, torna-se surdo, cego e mudo. Ou seja, inconscientemente, conforme citado acima, Tommy incorpora, integralmente as negações que a mãe e o padrasto impuseram e, a partir do trauma vivido, configura isso para a sua realidade, isolando-se dentro de si mesmo e se afastando de tudo que faz parte do mundo exterior. Aliás, havia uma única coisa que o ligava com o mundo externo: a mesa de fliperama. O menino, ainda jovem, descobre um talento incrível para o pinball e, seguindo e se entregando à sua paixão, torna-se um jogador genial. E nessa atividade, ele não precisava de seus sentidos ausentes, apenas da sua intuição – esta sim era necessária. Logo, para vencer o jogo, Tommy seguia seus próprios instintos e era guiado por seu eu mais profundo, que se encontrava além dos sentidos convencionais. Vale mencionar aqui que, certa vez, Pete Townshend, guitarrista do The Who e autor da ópera-rock em questão, declarou que a ideia do protagonista ser surdo, cedo e mudo, era uma referência ao fato de que nossos sentidos nos limitam em relação ao conhecimento da verdadeira realidade das coisas e do infinito. </p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNTlUDt-POnktemfi9QVJb8BzDHqQOEVath4kUeg-gMbdpXbf5j5o1yL9ypZ-IwkBTD-ylcqkBSQzf3xsche-yMvltKiG1PIFoPUlbNlZZ8cTjKxrKdTwg0_V9uVYTKTzfPQI9whfnD8zlf_ZR3sHUbgpyFzAIcCSFsbPTY__ZdTGy8bht_Zv8y_idSw/s1900/TommyTheWho%C3%A1lbum.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1069" data-original-width="1900" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNTlUDt-POnktemfi9QVJb8BzDHqQOEVath4kUeg-gMbdpXbf5j5o1yL9ypZ-IwkBTD-ylcqkBSQzf3xsche-yMvltKiG1PIFoPUlbNlZZ8cTjKxrKdTwg0_V9uVYTKTzfPQI9whfnD8zlf_ZR3sHUbgpyFzAIcCSFsbPTY__ZdTGy8bht_Zv8y_idSw/s320/TommyTheWho%C3%A1lbum.webp" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Seria nossa vida uma mentira contada pelos outros, sobre aquilo que somos?</i></b></td></tr></tbody></table> </p><p style="text-align: justify;"><b>Tentativas fracassadas de cura:</b><br /><br />Anos mais tarde, após Tommy ter crescido e passado um longo período de tempo com sua deficiência, inicia-se uma sequência de tentativas de cura. Primeiro, a tentativa ocorre numa Igreja, sem resultados positivos. Talvez aqui possamos encontrar uma crítica aos dogmas religiosos e suas tentativas frenéticas de domesticação dos fiéis. E ressalte-se: a religião falhou em sua tentativa de recuperar o garoto. Posteriormente, surge a “rainha do ácido”, uma mulher que representa explicitamente a clássica forma “sexo, drogas e Rock And Roll”, e injeta substâncias no rapaz. Mais uma vez, nada funciona. As drogas também foram ineficazes, o entorpecimento não funcionou. Até o momento, temos a representação de duas clássicas “válvulas de escape” e antídotos da humanidade: as drogas e a religião. Certamente, ambas desempenham um papel muito maior no processo de escravização do que numa possível libertação humana. Ademais, em sua trajetória dramática, Tommy também é vítima de bullying e de abuso dentro de sua própria família. Esse aspecto da história é relevante pois sabemos que pessoas com deficiência e/ou certas patologias são, de fato, mais vulneráveis a abusos em variados contextos e locais. <br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEija3mblKTLHLUihPrEy3P68dmou87Rvw0MqXoOjaa9gvW-3zw4XuZETey41izNXrq53AM2wL_QoBXN460nOiVE12oT0CiGO5UglDUUG-I4iy3ddcwhqN6KgR1_eOQwFqFRFdQ7rkutVxspE6x8Rmm3sbo6h4OXrdNLluNI5KTaE_IqYsZHMZ9qNncpdQ/s1600/TommyTheWho.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEija3mblKTLHLUihPrEy3P68dmou87Rvw0MqXoOjaa9gvW-3zw4XuZETey41izNXrq53AM2wL_QoBXN460nOiVE12oT0CiGO5UglDUUG-I4iy3ddcwhqN6KgR1_eOQwFqFRFdQ7rkutVxspE6x8Rmm3sbo6h4OXrdNLluNI5KTaE_IqYsZHMZ9qNncpdQ/s320/TommyTheWho.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>“Estou curado, saí da escuridão silenciosa”.</i></b></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">O jovem Tommy é, então, por fim, levado a um médico que, após examiná-lo, faz uma declaração instigante: “Não há chances para uma cirurgia, toda esperança está com ele e não comigo”, o que deixa evidente que o problema do garoto é, de fato, de ordem psicológica e individual e que, só ele próprio é capaz de se curar, pois não há nada que terceiros possam fazer por ele. Tommy está em suas próprias mãos... a salvação não virá da Bíblia e tampouco das drogas. <br /><br /><b>Tommy, can you hear me? Tommy? Tommy?</b></p><p style="text-align: justify;">Mas em meio a tudo isso, neste ponto, surge um aspecto interessante e bastante simbólico: o protagonista consegue enxergar toda vez que se coloca-se um espelho em sua frente. É como se seu próprio reflexo representasse sua mente e o induzisse a um mergulho dentro de sua solitária e turbulenta consciência que, aliás, é para ele a única realidade, já que o mundo externo não se apresenta para todos os seus sentidos. Há um momento então, em que, de repente, um espelho é quebrado por sua mãe e Tommy consegue finalmente libertar-se do que o prendia, livrando-se dessa maneira das dores e mágoas de seu passado. O que o acorrentava, no final das contas, conforme foi indicado pelo médico, era ele próprio, pois foi sua consciência que criou uma barreira com o mundo para que ele pudesse esquecer seu trauma. O protagonista declara entusiasmado: “Estou curado, saí da escuridão silenciosa”. E ainda: “A escuridão da minha infância passou”. A partir disso, Tommy diz que quer ensinar corações silenciosos (tal como era o seu) a falarem, pois ele afirma que as pessoas sempre tem condição de atingir esse estado de liberdade, livrando-se das portas interiores que se encontram fechadas e dos gritos sufocados que carregam em si: era uma questão de autolibertação. Não devemos, diz Tommy, nos importar tanto com a dor e com o medo, pois esses elementos integram a vida e compõe a psique de qualquer indivíduo. São componentes existenciais e não precisamos, necessariamente, nos apegar a eles como se fossem aspectos imutáveis de nossa jornada existencial. É possível olhar para o medo e para dor e a partir disso, se libertar deles. Nesse contexto, é importante ressaltar algumas simbologias que podem ser encontradas aqui: quem o salvou não foi Deus (por intermédio da Igreja), não foi um milagre e tampouco foi a Ciência (nem as injeções com drogas, nem o médico). A liberdade estava dentro dele – Tommy era seu próprio “Messias”, sua própria e única cura, ele era o artista de si mesmo. A solução não estava lá fora no mundo do qual isolou-se, mas sim dentro de si, na mais vasta imensidão de seu eu. Como o próprio protagonista profere numa faixa do álbum: “A liberdade tem sabor de realidade”. <br />Podemos considerar que cada um de nós é o próprio Tommy. Desde que nascemos, no decorrer de nossas vidas, mas principalmente em nossa infância, somos condicionados a nos formar de acordo com as experiências alheias, de nossos familiares e próximos e, muitos deles nos submetem a situações desamparadoras, frustrantes e alienantes, diante das quais o que nos resta é corresponder ou reagir à condição posta, afinal, enquanto ainda crianças, somos indefesos e por isso estamos sujeitos a acreditar na palavra do outro, principalmente nas palavras ditas por aqueles que mais nos afetam, seja por proteção, cuidado, ou medo, ainda é tudo o que temos, tal como o verbo que se encarnou em Tommy. No entanto, dentro de cada um de nós existe algo que é somente nosso, singular e único, o qual nos move, nos conduz e quer existir. Como no impulso do jogo de pinball, que não cessa enquanto houver o jogador...</p><p style="text-align: justify;">Uma questão que devemos fazer a partir dessa reflexão é: seria nossa vida uma mentira contada pelos outros, sobre aquilo que somos? Esse álbum do The Who nos convida a pensar sobre essa questão. Torna possível refletir sobre a palavra que se manifesta em nós e nos constrói como seres humanos, refletir o mundo, as pessoas, nossas próprias crenças. Convida-nos a olhar para nós mesmos e responder, sim, eu estou aqui e quero existir a partir de mim.</p><p style="text-align: justify;">Conforme consta no próprio encarte do álbum, o rico conteúdo da ópera-rock aborda temas como rejeição, bullying, ilusão, sexo, drogas, charlatanismo, assassinato, abuso, trauma e outros temas. Por fim, deixamos aqui algumas sugestões de reflexões para os leitores, rockers, amantes da Filosofia e afins. Sugerimos que assistam ao filme e escutem o disco na íntegra. Tommy é uma obra-prima inesquecível e encantadora para quem aprecia o bom e velho Rock And Roll. E claro, fundamental para quem gosta do gênero musical e também gosta perder-se em seus pensamentos...<br /></p><p style="text-align: left;"><br /><br /><br /></p>Rock Foreverhttp://www.blogger.com/profile/04750764280574892909noreply@blogger.com0